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A Primavera de Praga

Em 1968, na Tchecoslováquia, setenta intelectuais publicavam um manifesto intitulado Duas mil palavras, em que reivindicavam liberdade econômica e, mais ainda política: pluralismo partidário e o completo desligamento da União Soviética. Estava em curso a Primavera de Praga. A  Tchecoslováquia, que recebera de braços abertos o Exército Vermelho russo como seu libertador do domínio nazista ao final da Segunda Guerra Mundial, logo depois começou a descobrir que a ditadura de partido único, além de eliminar suas tradições democráticas, estava transformando uma das mais dinâmicas economias europeias em um país de Terceiro Mundo. A ala reformista do partido comunista depôs, na virada de 1967-1968, os conservadores capitaneados por Antonín Novotny e, em seu lugar, ascendeu ao poder o eslovaco Alexander Dubcek. Em 5 de abril de 1968 o povo tcheco tomou-se de surpresa quando soube dos principais pontos do novo Programa de Ação do PC tchecoslovaco. Fora uma elaboração de um grupo de jovens intel

O Holocausto

Somente após o fim da Segunda Grande Guerra surgiram algumas das reais dimensões do conflito, como o extermínio de cerca de 6 milhões de judeus nos campos de concentração nazistas. O ódio ao judeu constituía um dos principais pilares do nazismo. Segundo Hitler, cabia ao Estado proteger a raça alemã (ariana), para que pudesse cumprir sua função de dominar o mundo. Isso significava, por exemplo, eliminar as pessoas portadoras de qualquer tipo de deficiência No caso dos judeus, eles deveriam ser separados para não "contaminar" os demais alemães. As Leis de Nuremberg, de 1935, foram o primeiro passo para concretizar o isolamento dos judeus das mais diferentes esfera da sociedade. A partir de 1938, essa política de intolerância foi ampliada, com a proliferação dos guetos e campos de concentração, onde os judeus, sem direito algum, eram confinados e submetidos a diversas atrocidades, desde trabalho forçado até execuções sumárias. A partir de 1941, teve início a última etapa dos pla

O Apartheid na África do Sul

A União da África do Sul foi criada em 1910 a partir de uma composição política entre regiões dominadas pelos bôeres (descendentes dos antigos colonos holandeses estabelecidos na região desde o século XVII) e por colonos britânicos. tratava-se de um Estado semi-independente que continuava fazendo parte da Comunidade Britânica e reconhecia a monarquia sediada em Londres. O regime de segregação racial seria oficializado em 1948, com a chegada ao poder do Partido Nacional. A África do sul passou a desenvolver um das políticas mais violentas que o mundo conheceu: o apartheid . Política de segregação étnica oficializada na África do Sul entre o período de 1948 a 1990. A palavra "apartheid" significa literalmente "separação" , em relação à divisão estabelecida entre a minoria branca no comando político do país e a maioria racial dos negros e minorias mestiças e asiáticas. Em sua origem, tal política excluía as populações negras, mestiças e amarelas da participação políti

Chile: da democracia ao golpe

Os anos 1970 foram extremamente difíceis também para outros países da América Latina. Muita violência política aconteceu no Chile, onde o presidente socialista Salvador Allende foi derrubado por um golpe militar, em 1973. Tanto no Brasil como no Chile, o rumo dos acontecimentos foi acompanhado de perto por Washington. Na visão da Casa Branca, a imposição de ditaduras militares nos países latino-americanos fazia parte da luta contra o comunismo. No Chile, a CIA colaborou com um golpe de Estado contra o presidente Salvador Allende, em 1973. Eleito democraticamente em 1970, Allende estava realizando a reforma agrária e promovendo uma série de programas sociais, como alfabetização e melhoria do sistema de saúde e do saneamento básico. Além disso, estava nacionalizando diversas empresas norte-americanas. A sociedade chilena, que não votara majoritariamente em Allende, dividia-se diante das nacionalizações e estatizações de bancos, empresas estrangeiras e, sobretudo, da exploração de minério

A revolução sandinista

Nem só de golpes de direita viveu a América Latina nos anos da Guerra Fria. Em 1979, um pequeno país da América Central desafiou o poderio norte-americano e fez sua revolução nitidamente popular chegar à vitória: a Nicarágua. A revolução sandinista marcou mais um capítulo na longa história de luta da Nicarágua pela sua soberania. A ingerência dos Estados Unidos sobre a vida política da Nicarágua vem desde o século XIX. No começo do século XX, o governo de Washington ampliou sua influência, interessado em proteger seu monopólio sobre o canal entre os oceanos Atlântico e Pacífico, inaugurado no vizinho Panamá em 1914.A ostensiva presença norte-americana na Nicarágua gerou a criação de movimentos nacionalistas de resistência. O principal líder guerrilheiro, Augusto César Sandino, foi morto em 1934 por ordem do então comandante da Guarda Nacional nicaraguense, Anastásio Somoza Garcia. Em 1936, Somoza venceu as eleições presidenciais e inaugurou uma ditadura dinástica que atravessaria quatr

Gorbatchev e o fim da Guerra Fria

Quando Mikhail Gorbatchev assumiu o comando político da União Soviética, em 1985, era evidente o descompasso entre o bloco socialista e o capitalista, devido ao crescimento econômico e tecnológico desse último. Em países como Estados Unidos, Japão e Alemanha efetivava-se uma dinâmica produtiva fundada na alta tecnologia, na eletrônica, na biotecnologia, na química fina. Esse novo momento do desenvolvimento capitalista, chamado por muitos de Terceira Revolução Industrial , exigia grande volume de capitais pra manter as intensas e custosas pesquisas, e a rapidez e o dinamismo na produção de bens. Contando com imensas riquezas e o domínio mercado internacional, as grandes potências capitalistas viviam, assim, nos anos 1980, situação bem diferente da lentidão burocrática do regime soviético. A concorrência e a iniciativa privada, características típicas da economia capitalista, deixavam para trás as estruturas de produção planificadas, sob o comando burocrático dos soviéticos. Para enfrent

Administração Gerald Ford (1974-1976)

Gerald Ford, vice de Nixon, completou seu mandato, no qual se destacaram a derrota norte-americana na Guerra do Vietnã e a contínua desmoralização do Partido Republicano. A derrota árabe na Guerra de Yom Kippur fez a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) aumentar o preço do barril de petróleo, que gerou a crise do petróleo de 1973 e trouxe um novo componente para o já tenso Oriente Médio. A crise provocou, em especial a partir de 1974, recessão mundial e grandes dificuldades para Ford manter com segurança a hegemonia dos Estados Unidos.