quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

A guerra civil na Iugoslávia

 O Reino da Iugoslávia (1918-1941)

Com a derrota dos três grandes impérios (austro-húngaro, o russo e o otomano), a região finalmente se viu livre da tutela estrangeira. Pelos tratados de Paris, em 1919, garantiu-se a liberdade dos Reinos da Iugoslávia (formada pela Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro e Macedônia) com capital em Belgrado. Em 1941 o rei da Iugoslávia, cedendo à pressão dos nazistas, resolveu assinar um tratado de aliança com Hitler. Foi o que bastou para que uma rebelião popular tomasse conta das ruas de Belgrado. Hitler aproveitou-se da situação confusa e ordenou que suas divisões ocupassem o país, em abril de 1941.

A Grande Sérvia e a Primeira Guerra Mundial

Em 1908 um grupo de jovens oficiais otomanos deu início a uma revolução que pretendia modernizar o Império Turco, mergulhando na estagnação. Ao deporem o Sultão terminaram por provocar uma onda de descontentamento geral contra o domínio otomano. Aproveitando-se da confusão provocada pelas reformas, o governo da Sérvia aliou-se aos búlgaros e romenos para dar início a uma guerra que tinha como por objetivo afastar os turcos dos Balcãs. Foi a primeira Guerra dos Balcãs, de 1911-13, que assegurou a independência da área. Logo em seguida as ambições da Sérvia voltaram-se para a formação da Grande Sérvia que visava anexar a Croácia (então sob domínio austríaco) para desta forma chegar ao Mar Adriático. Os austríacos viram por trás dessa ambição expansionista os interesses de Moscou. Como os czares da Rússia não tinham conseguido abrir caminho para o Mediterrâneo devido ao controle que os turcos exerciam sob as duas margens do Bósforo, estavam-se utilizando da Sérvia para obter tal fim.

Em julho de 1914 o herdeiro do trono austro-húngaro, Francisco Ferdinando, foi assassinado com sua esposa quando fazia uma visita oficial à capital da Bósnia-Herzegóvina, Saravejo. O autor do atentado era um jovem estudante nacionalista sérvio Gravilov Pincip que, com aquele ato, desejava protestar contra a presença dos austríacos numa região que deveria estar na órbita da Sérvia. Para o governo austro-húngaro tal atentado serviu de pretexto para uma declaração de guerra à Sérvia o que provocou a mobilização dos protetores dos sérvios, o Império Russo. Em pouco tempo a Europa inteira entrou em guerra, que se estendeu até 1918.

O Acirramento do Ódio

Aproveitando-se da presença das tropas nazistas os croatas, que se diziam oprimidos pelos sérvios, fizeram um grande massacre junto à população civil que vivia na área da Croácia. Registraram-se mais de 40 mil mortos pelas milícias croatas. Quem terminará por organizar uma oposição militar à ocupação será o Partido Comunista Iugoslavo liderado pelo guerrilheiro Josef Broz, conhecido como Tito, que assumiu o controle das montanhas tornando a vida dos alemães um inferno. Quando a guerra estava para se encerrar, nos começos de 1945, os guerrilheiros de Tito haviam derrotado a maioria das 37 divisões que os nazistas haviam enviado para lá, o mesmo ocorrendo na vizinha Albânia, com os comandados por Hoxa. As matanças ocorridas devido à presença das tropas estrangeiras e aquelas outras que seguiram, praticadas contra os colaboracionistas pró-nazistas, deixaram marcas profundas entre a população local.

O ódio entre as várias repúblicas, formadas depois de 1945, foi contido devido à política hábil e repressiva de Tito. O comunismo aparentemente agia como um elemento integrador que atenuava as diferenças existentes na região (entre católicos, ortodoxos, muçulmanos, entre as culturas alemã, russa e turca) Tito tratou de diminuir a influência dos dois maiores grupos, os sérvios e os croatas, dando estatuto de maior representatividade para os outros. Quando ele veio a falecer em 1980, havia sido aprovada uma constituição que tinha por objetivo alcançar a rotatividade do poder executivo. Em cada período Legislativo seria uma etnia quem assumiria a chefia do governo. Não era possível adotar o sistema democrático na sua totalidade porque se houvesse eleições para a Presidência da República Iugoslava sempre um sérvio as venceria pois eles são a maioria: rapidamente o sistema montado por Tito degenerou numa série de declarações unilaterais de independência.

A guerra civil na Iugoslávia

Até 1991, Iugoslávia era uma federação socialista formada por seis repúblicas; Sérvia, Eslovênia, Croácia, Macedônia, Bósnia-Herzegovina e Montenegro. A mais forte e mais populosa dessas repúblicas era a Sérvia, cujos habitantes professam a religião cristã ortodoxa, em contraste com os bósnios, que são muçulmanos, e com os croatas, católicos em sua maioria.

A despeito dessas diferenças, a Iugoslávia permaneceu unificada durante várias décadas, sob a liderança do marechal Josip Broz Tito. Em 1980, porém, com a morte do líder, estabeleceu-se um sistema de rodízio no governo, pelo qual a Presidência do país passou a ser exercida, a cada ano, pelo representante de uma das repúblicas. Em 1991, entretanto, a Croácia e a Eslovênia se separaram da federação, declarando sua independência.

Em represália, o Exército iugoslavo, controlado pelos sérvios, invadiu os dois países, dando início à guerra civil. No ano seguinte, a Macedônia e a Bósnia-Herzegovina também se declararam independentes. A decisão não foi aceita pelos sérvios residentes na Bósnia, provocando uma rebelião que degenerou em violenta guerra civil no interior da pequena república.

A Iugoslávia via-se, assim, às voltas com duas guerras civis: uma envolvendo a Sérvia, a Croácia e a Eslovênia: a outra colocando em confronto os sérvios e os bósnios na Bósnia-Herzegovina. Esses conflitos foram suspensos em 1995, por meio de alguns acordos de paz mediados pelos Estados Unidos. A partir de então, a Iugoslávia ficou reduzida às repúblicas da Sérvia e de Montenegro.

‘A partir de 1997 teve início nova guerra civil envolvendo a província de Kosovo, na Sérvia. A Iugoslávia, que a essa altura contava apenas com as repúblicas da Sérvia e Montenegro, tentou reprimir o movimento separatista dos albaneses muçulmanos, a maioria da população do Kosovo. A guerra acabou com o bombardeio da sérvia pelas tropas da Otan lideradas pelos EUA, em 1999. Com o fim da ocupação da Otan, Kosovo ficou sob a tutela da ONU, declarando sua independência em 2008.’

Com o fim do conflito, em 1999, e o afastamento do presidente Slobodan Milosevic, a Iugoslávia ingressou finalmente na transição para a democracia. Em fevereiro de 2003, a República Federal da Iugoslávia foi declarada extinta pelo Parlamento iugoslavo em sua última sessão. Em seu lugar foi criado o Estado da Sérvia e Montenegro.

Em maio de 2006, foi realizado um plebiscito em Montenegro para que a população decidisse sobre a independência em reação a Sérvia. O resultado indicou a vitória da opção separatista. Com isso, o Parlamento de Montenegro proclamou a independência de Montenegro em relação à Sérvia.

Vale lembrar que a Otan, que interveio no conflito, foi criada em 1949 e reunia os Estados Unidos e países da Europa na luta contra a suposta ameaça de o bloco socialista avançar sobre esses países do bloco capitalista. No início do século XXI, o papel da Otan vem sendo rediscutido, já que a luta entre os blocos não mais existe. Essa foi a única vez em que as tropas da Otan participaram de um conflito armado.




Guerra do Camboja

Parte integrante dos domínios franceses na Indochina, os protetorados do Laos e do Camboja transformaram-se em nação independentes por ocasião da Conferência de Genebra, em 1954, sendo declarados, neutros e proibidos de instalarem bases militares estrangeiras em seu território.
Em 1955, ela tornou-se independente, instalando-se em suas fronteiras uma Monarquia constitucional. Também esse país passou pela conjuntura revolucionária da Guerra Fria, evidenciando-se a presença de forças favoráveis aos norte-americanos e aos soviéticos. Já na época da independência, o príncipe Norodom Sihanouk procurou manter-se neutro em relação à Guerra do Vietnã, atitude que não agradou aos Estados Unidos.
Durante seu governo (1954-1970), cresceu a influência do Khmer Vermelho (Partido Comunista do Camboja). No entanto, como as forças comunistas acabassem ampliando seu domínio territorial e desse início ao uso sistemático da Trilha de Ho Chi Minh para enviar auxílio aos vietcongues, a direita cambojana articulou um golpe de Estado, chefiado pelo general Lon Nol. Em março de 1970 ele derrubou a monarquia constitucional e instalou uma república, prontamente reconhecida pelos Estados Unidos. Era a ditadura pró-ocidental, a estratégia de Nixon para o sudeste asiático. A partir daí instauraram-se governos instáveis e ditatoriais.
Em 1975, o Khmer Vermelho (grupos guerrilheiros apoiados pela China) derrubou Lon Nol, instalando a República Popular da Kampuchea, recolocando no poder Norodom Sihanouk . No ano seguinte, o líder mais radical do Khmer Vermelho, Pol Pot, derrubou o presidente, implantando uma ditadura tão sangrenta que reduziu a população pela metade.
Sob o comando do Khmer Vermelho, adotou-se a política de absoluta priorização da agricultura no Camboja, com transferência da população urbana para o campo. (A capital, Phnom Penh, que tinha algo próximo a três milhões de habitantes, acabou reduzida a pouco mais de vinte mil). Das outras medidas adotadas pelo governo de Pol Pot, sempre caracterizadas pelo extremismo, destacaram-se a abolição da moeda nacional (riel), da religião e da unidade familiar. Nas perseguições generalizadas, fundadas na definição do "ano zero", ponto de partida de um Camboja que "nascesse de novo", suprimindo todos os vestígios da sociedade anterior, eliminaram-se todos aqueles que fala-se alguma língua estrangeira, universitários, intelectuais, qualquer um que usasse óculos e pequenos proprietários, chegando, segundo dados oficiais, ao extermínio de 2,8 milhões de pessoas, além de 570 mil desaparecidos.
A ditadura Pol Pot, apoiada pela China, foi também responsável por um conflito com o Vietnã, que era então apoiado pela União Soviética. Face à situação, a Frente Unida Nacional para a Salvação do Kampuchea (FUNSK), apoiada por tropas vietnamitas, ocupou a capital (1979) e proclamou a República Popular do Camboja. Pol Pot foi destituído, e assumiu a presidência, o Heng Samrin que sancionou uma nova Constituição (1981). Norodom Sihanouk organizou uma nova frente nacional no exílio e, durante a década de 1980, continuou a ação contra as autoridades do país, que havia adotado a denominação de Estado do Camboja e o budismo como religião nacional (1989).
Em 1989, graças aos acordos entre o grupo pró-Vietnã e o grupo pró-China, os vietnamitas saíram do Camboja, enquanto se buscava, sem sucesso, estabilização política do país. Os remanescente radicais do Khmer Vermelho, que se refugiaram na Tailândia, ainda apoiados pela China e pelos Estados Unidos, continuaram desenvolvendo combates sucessivos no Camboja visando recuperar o controle do país. Os khmers vermelhos, aproveitando a retirada das tropas vietnamitas (completada em 1989), lançaram uma ofensiva. A fronteira da Tailândia, no início dos anos 1980, vivia a ampliação progressiva dos conflitos e, somente na década de 1990, em meio ao colapso do bloco soviético, começou a normalização das relações sino-vietnamitas e da política do Camboja, sob a tutela da ONU. 
A ONU elaborou um plano de paz, criou um Conselho Supremo Nacional presidido (julho de 1991) pelo príncipe Norodom Sihanouk e os quatro grupos rivais assinaram um acordo de paz em Paris (outubro de 1991). Nas eleições de 1993, venceu o Partido do príncipe Norodom Sihanouk, a Frente Unida Nacional para um Camboja Independente, Neutro, Pacífico e Cooperativo (FUNCIPEC); ganhou 58 lugares face aos 51 do Partido do Povo do Camboja (PPC), sendo formado um governo de coligação. A Constituição de setembro de 1993 sancionou o regresso à monarquia parlamentar. Norodom Sihanouk foi proclamado rei, designando copresidentes seu filho, Norodom Ranarid, líder do FUNCIPEC, e H. Sen, líder do PPC. A situação de equilíbrio entre ambas as forças manteve-se estável, apesar das várias situações críticas.
Nos anos 1990, as violentas disputas pelo poder político continuaram, mesmo depois de o Camboja se transformar numa monarquia, em 1993, e do fracasso do governo de coabitação entre as facções inimigas.
O conflito com os khmers vermelhos constituía, ainda em 1995, um fator desestabilizador, mas, a partir de então, estes entraram em uma crise interna: em agosto de 1996, I. Sary e 3.000 dos seus seguidores desertaram e o seu líder histórico, Pol Pot, foi condenado à prisão perpétua por genocídio. As tensões políticas incrementaram-se quando Norodom Sihanouk substituiu H. Sen por U. Huot na copresidência. Em abril de 1998, Pol Pot foi encontrado morto na fronteira com a Tailândia e em novembro desse ano, H. Sen tornou-se o único copresidente ou primeiro-ministro. Em 2002 foram celebradas as primeiras eleições locais depois da queda dos khmers vermelhos. Em julho de 2003 celebraram-se eleições legislativas, nas quais a lista do PPC foi a mais votada mas não obteve a maioria suficiente para governar sozinha. Em setembro de 2004, o príncipe Norodom Sihamoni foi nomeado pelo Conselho do Trono do Camboja novo monarca, após seu pai, o rei Norodom Sihanouk, ter abdicado por motivos de saúde. Nas eleições legislativas de 2008, as primeiras depois da emenda constitucional de 2006, que reduziu a maioria requerida para formar governo de dois terço à maioria simples, o PPC do primeiro-ministro Hun Sen obteve 90 cadeiras com 58 % dos votos.


11 de setembro: Atentado terrorista aos Estados Unidos

Em 1979, durante a Guerra Fria, a União Soviética invadiu o Afeganistão, na Ásia, para garantir que o governo socialista que tinha se instalado naquele país no ano anterior se mantivesse no poder. Em resposta, os Estados Unidos ofereceram armas e treinamento aos guerrilheiros que se opunham à União Soviética.
Entre esses guerrilheiros, acredita-se, estava Osama bin Laden, líder islâmico que comandava uma organização paramilitar.
Dez anos após a invasão, a União Soviética se retirou do Afeganistão, e diferentes grupos armados passaram a disputar o poder. Depois de uma sangrenta guerra civil, em 1996, o governo afegão foi controlado pelo grupo fundamentalista islâmico Talibã, que estabeleceu uma ditadura teocrática e antiocidental. Ao mesmo tempo, consolidava-se a organização terrorista Al Qaeda, chefiada por Bin Laden, que tinha o objetivo, em nível global, de combater a influência da cultura ocidental sobre os países islâmicos.
Na manhã do dia 11 de setembro de 2001, terroristas islâmicos assumiram o controle de dois aviões de passageiros e os lançaram contra as torres gêmeas do Word Trade Center, em Nova York, centro comercial de 110 andares que era considerado o símbolo do poderio econômico norte-americano. Um terceiro avião foi lançado sobre o Pentágono, símbolo do poder militar dos Estados Unidos, e um quarto dirigiu-se à Casa Branca, sede do governo norte-americano, mas foi abatido antes de atingir o alvo.
Descobriu-se que os ataques não foram improvisados, mas planejados com antecedência pela organização terrorista Al Qaeda, e tinham por objetivo desafiar a supremacia econômica, política e militar dos Estados Unidos. Os ataques terroristas, que mataram cerca de três mil pessoas, foram filmados e transmitido em tempo real para televisões de todos os países. O espetáculo de terror deixou atônitos os espectadores no mundo inteiro e provocou uma verdadeira paranoia dentro dos Estados Unidos.
Era a primeira vez que os norte-americanos eram atacados em seu próprio território. Diante do clima de insegurança que se espalhou pelo país, estimulado pelos sensacionalistas dos meios de comunicação, o governo decidiu agir. Em outubro de 2001, o presidente George W. Bush lançou o Patriot Act, um pacote de medidas de segurança que estabelecia o aumento da vigilância em portos, aeroportos e locais públicos, o direito de violar correspondências, conversas telefônicas e e-mails sem  autorização judicial e a liberdade para prender e interrogar suspeitos de terrorismo sem o devido processo judicial.
O pacote de medidas de Bush foi muito criticado por restringir direitos civis elementares dos cidadãos, como a liberdade de ir e vir, o respeito à privacidade e a garantia da ampla defesa em caso de prisão.
Os ataques de 11 de setembro fortaleceram os setores mais conservadores da sociedade e do exército dos Estados Unidos. Esses setores defendiam uma política externa mais agressiva para mostrar ao mundo a supremacia política, econômica e militar dos Estados Unidos. Apoiando-se nesses grupos, o presidente George W. Bush elegeu a luta contra o terrorismo como prioridade do governo norte-americano.
Segundo o governo dos Estados Unidos, os autores dos ataques foram os integrantes da Al Qaeda, organização liderada por Osama Bin Laden.
A resposta dos Estados Unidos ao atentado de 11 de setembro não tardou. Amparado na chamada Doutrina Bush, pela qual o governo norte-americano se dispõe a atacar preventivamente qualquer país que apoie atividades terroristas, os Estados Unidos investiram contra o Afeganistão, país controlado pelo regime extremista islâmico do taliban e onde estava a base de treinamento da Al Qaeda.
Embora os norte-americanos tenham destruído as bases da Al Qaeda, não conseguiram capturar seu líder, Osama bin Laden. Tropas estadunidenses bombardearam e invadiram o Afeganistão. Em dois meses, derrubaram o regime talibã, que tinha ligações com a Al-Qaeda e, desde 1996, governava o país.
Em 2011, após intensas buscas, Bin Laden foi capturado e morto no Paquistão por forças dos Estados Unidos.


A Guerra do Vietnã

A Conferência de Genebra previa eleições gerais para que a população dos dois Vietnãs decidisse se o país deveria ser reunificado ou não. Em outubro de 1955, porém, o governo do Vietnã do Sul, apoiado pelo governo dos Estados Unidos, cancelou as eleições. Ambos temiam que o comunista Ho Chi Minh se sagrasse vencedor.
Indignados com o cancelamento das eleições, opondo-se à divisão do Vietnã e tentando derrubar Ngo Dinh Diem, muitos opositores ao governo do Vietnã do Sul começaram a organizar grupos guerrilheiros. Os combates entre o exército sul-vietnamita e esses grupos tiveram início em 1957. Eram ainda confrontos esporádicos. Em 1959, os grupos guerrilheiros já eram fortes o bastante para ampliar o conflito.
Com a justificativa da necessária intervenção norte-americana para combater o avanço do socialismo, Lyndon Johnson, presidente dos EUA, ordenou o envio de ajuda militar ao governo do Vietnã do Sul, era o começo da Guerra do Vietnã (1959-1975).
Organizados na Frente de Libertação Nacional, os guerrilheiros, conhecidos como vietcongues, passaram a contar com o apoio do governo do Vietnã do Norte. Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos prestava assistência em homens e armas ao Vietnã do Sul. Em 1962, havia 10 mil militares norte-americanos envolvidos na Guerra do Vietnã. Em 1965, esse número chegava a 500 mil soldados norte-americanos combatendo no Vietnã.
A Guerra no Vietnã, marcada pelos conflitos entre o Sul, apoiado pelos EUA, e o Norte, apoiado pela URSS, durou cerca de 12 anos e foi marcada pela violência dos combates e pela utilização maciça de armamentos químicos. Os EUA despejaram sobre o Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados.
As imagens da guerra transmitidas pela televisão, mostrando a morte de soldados norte-americanos, exerceram forte influência na opinião pública dos Estados Unidos. A maioria da população passou a pedir o fim da guerra. Ao mesmo tempo, milhares de jovens norte-americanos deixavam o país para escapar do serviço militar.
Os Estados Unidos despejaram no Vietnã mais bombas do que foram lançadas na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, apesar do poderoso arsenal bélico, as tropas norte-americanas foram derrotadas pelas forças norte-vietnamitas e vietcongues. Apesar do cessar fogo decretado em 1973 e da retirada das tropas americanas, a guerra prosseguiu até 30 de abril de 1975, quando o governo do Vietnã do Sul rendeu-se às tropas nortistas e sua capital, Saigon, foi rebatizada de Ho Chi Minh, em homenagem ao líder vietnamita do norte, falecido em três de setembro de 1969.
Cerca de 58 mil norte-americanos morreram no Vietnã. Muitos outros ficaram feridos ou mutilados. Quanto ao Vietnã, as perdas foram imensas: cerca de 3 milhões de baixas, entre soldados e pessoas da população civil.
A Guerra do Vietnã repercutiu no mundo inteiro. Mas foi nos Estados Unidos que ela provocou as maiores ondas de protesto. Em novembro de 1969, 250 mil pessoas realizaram uma impressionante marcha pelas ruas de Washington. A opinião pública exigia maciçamente o fim do conflito. Somente em 1970, estudantes de mais de quatrocentas faculdades fizeram demonstrações contra a guerra em várias cidades norte-americanas.
O movimento pacifista hippie, originário de São Francisco, Califórnia, teve um papel muito importante nessas manifestações. Seu lema: “Faça amor, não faça guerra!”. Usando roupas coloridas e floridas, os cabelos compridos e o símbolo da paz (um círculo com um Y de cabeça para baixo), o movimento hippie ganhou fama rapidamente. Muitos soldados norte-americanos no Vietnã carregavam o símbolo no peito.

 Nelson Piletti.Claudino Piletti. História e vida integrada. ensino fundamental.




GUERRA DO LÍBANO

Quando o Líbano se tornou independente da França, em 1946, o poder passou a ser dividido entre os vários grupos religiosos do país. O território do Líbano viveu uma guerra civil a partir de 1958, causada pela disputa de poder entre grupos religiosos do país: os cristãos maronitas, os sunitas (muçulmanos que acreditam que o chefe de Estado deve ser eleito pelos representantes do Islã, são mais flexíveis que os xiitas), drusos, xiitas e cristãos ortodoxos. O poder, no Líbano, era estratificado. Os cargos de chefia eram ocupados pelos cristãos maronitas, o primeiro ministro era sunita e os cargos inferiores ficavam com os drusos, xiitas e cristãos ortodoxos.
Durante anos o Líbano prosperou, tornando-se o principal centro financeiro e comercial do Oriente Médio. Porém, a medida que crescia a população muçulmana, o pacto de poder impedia a ascensão desse grupo aos cargos mais importantes. Em 1958, as tensões sociais explodiram numa guerra civil. A intervenção dos Estados Unidos impediu que o Estado libanês se desintegrasse nessa ocasião.
Após a retirada das tropas americanas, a pedido da ONU, foi encontrada uma solução política para o problema, com a organização de um governo composto pelos líderes dos vários grupos religiosos do país. O frágil equilíbrio de poder, no entanto, seria rompido na década de 1970, principalmente com a chegada de grande números de palestinos, expulsos da Jordânia, e a atuação cada vez mais independente dos guerrilheiros da OLP em território libanês.
As tensões entre as comunidades se intensificam com o aumento populacional dos muçulmanos, que passam a reivindicar maior participação no poder, e com a presença maciça de guerrilheiros da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), expulsos da Jordânia em 1970, que passam a interferir nas disputas internas libanesas. 
Os cristãos maronitas, acusando o governo de ineficácia, integraram-se às milícias do Partido Falangista, de extrema direita, que defendia a expulsão imediata dos palestinos e a manutenção do poder nas mãos dos cristãos. Por outro lado, milhares de jovens drusos, sunitas e xiitas alistaram-se nas forças de suas respectivas organizações políticas.
A guerra aberta entre as várias facções iniciou-se em 1975, quando um atendado falangista a um ônibus provocou a morte de dezenas de palestinos e libaneses muçulmanos. O exército regular, comandado por oficiais cristãos, acabou se desestruturando sob o impacto de uma rebelião de jovens oficiais muçulmanos. Desde então, cada grupo político-religioso ampliou suas milícias com soldados desertores, e a guerra civil atingiu o país com uma violência sem precedentes.
Uma série de vitórias dos muçulmanos coligados com a OLP alarmou a Síria que, rompendo sua aliança com os muçulmanos, resolveu intervir no conflito a favor dos maronitas. Em junho de 1976, a Síria intervém militarmente para garantir o governo do cristão conservador Elias Sarkis. Porém, a presença das Forças Armadas sírias provocou protestos imediatos dos árabes. Franceses, norte-americanos e soviéticos deslocaram-se para a região, o que forçou o Encontro de Riad, em outubro de 1976. Nesse encontro a Síria foi obrigada a se reconciliar com a OLP e renunciar a seu pretenso direito de intervir no Líbano.
Uma comissão formada por Egito, Arábia Saudita, Síria e Kuwait ficou encarregada de supervisionar a paz na região. Entretanto, o assassinato do líder druso Kamal Jumblatt, em 1977, desencadeou uma nova onda de violência. Os combates foram retomados com toda força, agravados por incursões sucessivas de Israel que, através da operação ironicamente batizada Paz na Galileia, tentava banir a OLP do Líbano. Foi durante a ocupação israelense que ocorreram os massacres dos campos palestinos de Sabra e Chatila.
Amin Gemayel, eleito presidente em 1982, reforçou o poder dos maronitas, respaldado pelas tropas de fuzileiros navais norte-americanos, que desembarcaram no país para intimidar a Síria e seus aliados: as milícias drusas,, sunitas e xiitas e a União soviética. Mas a retirada das tropas americanas, seguida pelas de Israel, enfraqueceu os cristãos. Os drusos dominara a região do Chuf - área montanhosa ao sul e a leste de Beirute - expulsando as comunidades maronitas que ali viviam há séculos, numa significativa derrota dos falangistas em 1984 e 1985.
A perda de controle da capital enfraqueceu muito o presidente libanês, criando uma situação favorável ao regime sírio de Hafez Assad e seus partidários libaneses, que recorreram a explosões de veículos nos bairros cristãos e a tentativas de assassinato dos auxiliares de Amin Gemayel.
A partir de então, a intolerância religiosa e o sectarismo político chegaram a pontos extremos: vários estrangeiros foram sequestrados; o primeiro-ministro Rashid Karame foi assinado, em junho de 1987; a rivalidade entre o Amal (grupo da comunidade xiita, pró-Síria) e o Hezbolá (Partido de Deus) - dissidentes xiitas radicais ligados ao Irã - culminou em sangrentos combates nos subúrbios de Beirute.
Totalmente desacreditado, Gemayel, terminou seu mandato em 1988, sem conseguir restabelecer a autonomia política do país. Com efeito, no ano seguinte a Síria empreendeu nova ofensiva no sentido de fortalecer sua influência no Líbano. Em novembro de 1989 foi eleito novo presidente, que no entanto foi assassinado duas semanas depois. Um novo mandatário foi escolhido pelo parlamento.
Em meados de 1997, a situação do Líbano era a seguinte: a partir do final da guerra civil, em 1985, o país deu início a  reconstrução de sua economia e suas cidades.


A Guerra Irã-Iraque

A Guerra Irã-Iraque foi o conflito entre o Irã e o Iraque com fins de ganhos territorial e político no Oriente Médio, durando cerca de 10 anos, entre 1980 e 1990. Depois da revolução islâmica de 1979 no Irã, as relações entre o Irã e o Iraque se deterioraram. O Iraque invadiu o vizinho, dando início a uma guerra que durou oito anos. Tudo começou em 1980 quando Saddam Hussein, líder iraquiano, revogou um tratado firmado em 1975, no qual cedia cerca de 518 quilômetros quadrados de sua área ao Irã e em troca o país cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque, que lutava pela independência. Saddam Hussein usou uma antiga disputa de fronteiras, sobre a posse do canal de Chatt-el-Arab, como pretexto para invadir o país vizinho. Sua real intenção era enfraquecer o poder do Irã para que seu fervor fundamentalista deixasse de ser uma ameaça ao seu domínio pessoal no Iraque. Os interesses iraquianos eram claros: desestabilizar o governo islâmico iraniano de Teerã e anexar importantes territórios ricos em petróleo.
As relações dos países do ocidente com o Iraque foram amigáveis durante a guerra contra o Irã. Muitos países ocidentais temiam os efeitos da popularização da ideologia islâmica radical do aiatolá Khomeini. Por isso, queriam evitar uma vitória do Irã.
Em 1982, os Estados Unidos removeram o Iraque da lista de países que apoiavam práticas consideradas terroristas. Dois anos mais tarde, os dois países restabeleceram relações diplomáticas, que haviam sido rompidas na guerra árabe-israelense de 1967.
A principal fonte de armas do Iraque era o seu velho aliado, a União Soviética. Mas vários outros países, como Grã-Bretanha, França e os Estados Unidos, também forneceram armas e equipamento militar ao Iraque. Os americanos chegaram a dividir informações de seu serviço de inteligência com as autoridades de Bagdá. Enquanto o Irã contava com a ajuda da Síria e da Líbia. Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas.
No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi reestabelecida em 15 de agosto. Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irã. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irã. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em Setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
Entretanto, com o armamentismo desenvolvido durante a guerra com o Irã, o Iraque tornou-se, então, um dos países mais poderosos militarmente do Oriente médio, juntamente com Egito e Israel.



A Guerra do Iraque


A guerra do Iraque é um conflito entre Iraque e Estados Unidos. Em 11 de setembro de 2001, os Estados Unidos foram fortemente atacados por terroristas da Al Qaeda comandados por Osama bin Laden.
Desde então, o presidente norte-americano George W. Bush liderou a luta contra o terrorismo. Um ano após os atentados, George W. Bush acusava, oficialmente à ONU, Saddan Hussein de guardar grande quantidade de armas de destruição em massa e armas químicas em seu território. Após a invasão, no entanto não foi encontrada nenhuma prova da existência de tais armas. Para justificar a guerra, alguns responsáveis norte-americanos referiram também que havia indicações de que existia uma ligação entre Saddam Hussein e a Al-Qaeda. Apesar disso não foram encontradas provas de nenhuma ligação substancial à Al-Qaeda.

A guerra

No dia 18 de março de 2003, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush deu um prazo de 48h para que o líder iraquiano, Saddam Hussein, e seus filhos deixassem o Iraque, ocaso contrário daria início à guerra no país.
Os líderes iraquianos não só rejeitaram o ultimato de Bush, como ameaçaram dizendo que os soldados que invadissem o Iraque iriam morrer decapitados. Com essa atitude o governo americano qualificou a rejeição como um “erro” e afirmou que o próximo passo dependeria de Saddam.
Aliados desde o início da crise iraquiana, os Estados Unidos e o Reino Unido tinham 280 mil soldados na região, posicionados para invadir àquele país, no que Bush classificava de ataque preventivo com o objetivo de acabar com a suposta capacidade de Saddam usar armas químicas, biológicas ou nucleares, ou de fornecer tais armas a grupos muçulmanos como a rede Al Qaeda, de Osama bin Laden.
Nos Estados Unidos, o país foi colocado em alerta máximo contra possíveis ataques terroristas. O espaço aéreo foi fechado em algumas localidades que poderiam ser alvo de atentados. No segundo dia, 20, da “Operação Liberdade do Iraque”, a capital de Bagdá voltou a tremer devido a uma série intensa de explosões. A Primeira Força Expedicionária dos Fuzileiros Navais cruzou a fronteira do Kuwait, dando início à primeira operação por terra ao Iraque. Os soldados usavam roupas especiais para o caso de sofrerem ataques de armas químicas e biológicas.
Em 09 de abril, Bagdá foi dominada pelas tropas inimigas. A invasão levou pouco tempo até à derrota e à fuga de Saddam Hussein. Um mês depois, sob comando norte-americano, surgem projetos para reconstruírem o Iraque, mas este assunto foi em tempos esquecido, Saddam Hussein foi capturado em 13 de dezembro de 2003. Em 30 de dezembro de 2006, Saddam Hussein foi morto, enforcado por cumprimento da sentença julgada no país.
A coligação liderada pelos Estados Unidos ocupou o Iraque e tentou estabelecer um governo democrático; no entanto falhou na tentativa de restaurar a ordem no Iraque. A instabilidade levou a um conflito assimétrico com a insurgência iraquiana, guerra civil entre entre muitos iraquianos sunitas e xiitas e as operações da Al-Qaeda no Iraque. Como resultado do seu fracasso em restaurar a ordem, um número crescente de países retiraram as suas tropas do Iraque.




Guerra do Golfo

Conflito militar ocorrido entre o Iraque e o Kuwait na região do Golfo Pérsico. Mas que também envolveu os Estados Unidos e alguns países do Oriente Médio.
Em 1990, Saddam Hussein, governante do Iraque, invadiu o Kuwait, iniciando uma nova crise na área. Buscando projetar-se como grande líder das nações árabes, Hussein realizou a anexação sob o pretexto de que o Kuwait era uma ilusão, um Estado fundado pela Inglaterra, um protetorado das potências capitalistas.
O objetivo do Iraque era de anexar seu vizinho Kuwait ao seu território como uma província, de forma a controlar o petróleo kuwaitiano. 
Como pretexto, o líder iraquiano acusa o Kuwait de provocar a baixa no preço do petróleo ao vender mais que a cota estabelecida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Hussein exige que o Kuwait perdoe a dívida de US$ 10 bilhões contraída pelo Iraque durante a guerra com o Irã (1980) e também cobra indenização de US$ 2,4 bilhões, alegando que os kuwaitianos extraíram petróleo de campos iraquianos na região fronteiriça de Rumaila. Estão ainda em jogo antigas questões de limites, como o controle dos portos de Bubiyan e Uarba, que dariam ao Iraque novo acesso ao Golfo Pérsico.
Saddam Hussein procurava compensar as despesas com a guerra contra o Irã ampliando seu controle sobre as reservas petrolíferas do país. Aparentemente era mais uma das diversas tensões do Oriente Médio. Em 1990, se dá a invasão iraquiana de 100 mil soldados no Kuwait. Boa parte da família real kuwaitiana conseguiu fugir. Somente a força aérea do Kuwait demonstrou alguma resistência durante a ocupação.
Em resposta à invasão do Kuwait, o presidente norte americano George Bush enviou tropas para o Golfo Pérsico, e o Conselho de Segurança da ONU decretou boicote econômico ao Iraque. O que significava que os países não podiam comprar do Iraque nem vender para ele. Hussein por sua vez, proclamou a anexação do Kuwait e ordenou a prisão dos estrangeiros ali residentes. Enquanto as bolsas de valores mundiais despencavam, o ditador iraquiano passou a vincular a retirada de suas tropas do Kuwait à criação de um Estado Palestino.
No entanto, poucos tinham esperança de que o embargo seria o suficiente para retirar as tropas iraquianas. Então a ONU estabeleceu um prazo de até 15 de janeiro de 1991 para a retirada das tropas que ocupavam o Kuwait. Mas, antes disso, os Estados Unidos já preparavam um contra-ataque. Até o fim do prazo estabelecido, as tropas da ONU começavam a chegar aos países vizinhos como Turquia e Arábia Saudita.
Aumenta a pressão norte-americana para a ONU autorizar o uso de força. Hussein tenta em vão unir os árabes em torno de sua causa ao vincular a retirada de tropas do Kuwait à criação de um Estado palestino. A Arábia Saudita torna-se base temporária para as forças dos EUA, do Reino Unido, da França, do Egito, da Síria e de países que formam a coalizão contra Hussein. Fracassam as tentativas de solução diplomática, e, em 29 de novembro, a ONU autoriza o ataque contra o Iraque, caso seu Exército não se retire do Kuwait até 15 de janeiro de 1991. Em 16 de janeiro, as forças coligadas de países liderados pelos EUA dão início ao bombardeio aéreo de Bagdá.
A coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos colocou no deserto iraquiano o maior aparato militar desde a Segunda Guerra Mundial, formando a chamada "Tempestade no Deserto" que jogou mais de 31 toneladas de bombas contra os 450 mil soldados do Iraque, levando destruição e morte à população civil com os bombardeios sobre Bagdá. O confronto terminou em 40 dias com a derrota do Iraque que enfrentou grandes perdas materiais e humanas. Morreram pouco mais de 500 soldados aliados no conflito (sendo mais de 300 norte-americanos) e de 100 a 300 mil iraquianos.
Uma das questões mais importantes a respeito da operação militar no Iraque foi a ambiental. Um recurso iraquiano utilizado durante o conflito, denominado de eco terror, foi o despejo de petróleo no golfo Pérsico e, quase ao final da guerra, incêndio das instalações petrolíferas do Kuwait. Sabia-se que a intervenção norte-americana na região teria como consequências incêndios de grande proporções nos campos petrolíferos do Kuwait, provocados pelos iraquianos, que poderia acarretar um desastre ecológico no planeta. Os cientistas temiam que a fumaça gerada por esses incêndios chegasse à estratosfera e formasse uma enorme sombra, capaz de diminuir a temperatura no mundo. Entretanto satélites de diversos tipos e habilidades, foram capazes de registrar incêndios e analisar deslocamentos de manchas de óleo no golfo rumo às costas da Arábia Saudita, permitindo o seu controle. Assim, os avanços impediram consequências ambientais mais graves do conflito no golfo.
Apesar disso, o Iraque conseguiu perder a guerra sem perder território ou sequer tirar Saddam Hussein do poder. A rápida derrota do Iraque surpreendeu o mundo, que esperava uma resistência muito maior e o uso de todo o arsenal de Saddam. Dessa guerra saíram diversos vencedores, entre eles os Estados Unidos assumindo seu papel de única potência mundial, o Egito por ter apoiado os EUA ganhou prestígio e força. Em compensação o Iraque, além de ter perdido a guerra, ainda saiu enfraquecido, perdendo o seu prestígio. 
O ataque ordenado pelo presidente norte-americano George Bush pôde, pela primeira vez na História, ser acompanhado pela TV. A alta tecnologia militar dos Estados Unidos e de seus aliados liquidou os temidos exércitos de Hussein.
Terminada a guerra, a ONU estabeleceu sanções econômicas contra o Iraque, especialmente o embargo sobre suas exportações de petróleo. Como parte do acordo de cessar-fogo, o Iraque permite a inspeção de suas instalações nucleares.
Outros bombardeios foram feitos ao Iraque sob liderança norte americana, especialmente em 1998 e início de 1999, frente à não sujeição de Hussein às inspeções e imposições da ONU. Em dezembro de 1998, os Estados Unidos e a Inglaterra lançaram contra ele novo ataque com 200 mísseis Tomahawk e 100 cruisers, lançando-os em instalações militares e outros lugares suspeitos de estarem armazenando armas químicas, biológicas e nucleares. A Operação que foi batizada de Raposa no Deserto, não debilitou a liderança de Hussein, nem chegou a enfraquecer militarmente o país. 
Desta vez, os EUA não contaram com o apoio dos países membros do Conselho de Segurança da ONU, Rússia, China e França protestaram contra o ataque norte-americano ao Iraque; chineses e russos classificaram a ofensiva dos EUA como violação da Carta da Nações Unidas. O presidente russo Boris Yeltsin chegou a pedir o fim dos ataques a Bagdá. Já os franceses alertaram para as graves consequências que o uso da força poderia provocar sobre o povo iraquiano. Vários países do Oriente Médio também repudiaram a Operação Raposa do Deserto.


Guerra da Criméia


Disputa entre a Rússia e uma coalizão formada por Reino Unido, França, Sardenha (Itália) e Império Turco-Otomano (atual Turquia). A guerra acontece de 1853 a 1856, na península da Criméia, no sul da Rússia, e nos Bálcãs. A coalizão, com o apoio da Áustria, é formada como reação às pretensões expansionistas russas.
Após a morte de Alexandre I, rei da Rússia, o trono foi assumido pelo seu sucessor Nicolau I, um déspota que almejava apenas expandir o território russo. Seus projetos de invasões territoriais foram facilitados quando os monges russos e os católicos franceses começaram a discutir a proteção de Jerusalém e Nazaré.
Por causa da disputa entre russos e franceses, acerca da proteção das cidades sagradas, houve em 1853, um grande conflito entre os mesmos, o que causou grande violência e mortes.
Desde o fim do século XVIII, os russos tentam aumentar sua influência nos Bálcãs e na região entre os mares Negro e Mediterrâneo. Nicolau I, sob o pretexto de defender as terras sagradas e o intuito de expandir seu território, em 1853, invadem as províncias turcas do Danúbio (atual Romênia) e ganham o controle do Porto de Sinope, no mar Negro. No ano seguinte, França e Reino Unido declaram guerra à Rússia, seguidos por Sardenha. A possibilidade de a Áustria entrar na guerra faz com que os russos deixem as províncias. Enquanto as tropas austríacas ocupam a região, ingleses e franceses investem sobre Sebastopol, na Criméia, centro da frota russa no mar Negro. Incapaz de desalojar os inimigos, a Rússia aceita, em 1856, os termos da Paz de Paris. Devolve o sul da Bessarábia e a embocadura do rio Danúbio para a Turquia e é proibida de manter bases ou forças navais no mar Negro.
As disputas são retomadas duas décadas depois. Em 1877, os russos invadem os Bálcãs em consequência da repressão turca a revoltas de eslavos balcânicos. Diante da oposição das grandes potências, os russos recuam outra vez. No Congresso de Berlim, em 1878, a Romênia torna-se independente, a Rússia incorpora a Armênia e parte da Ásia e a Áustria fica com a Bósnia-Herzegovina. Nos Bálcãs, no início do século XX, o crescente nacionalismo eslavo contra a presença turca leva a região à primeira das Guerras Balcânicas.



Guerra no Afeganistão


Em outubro de 1999, o Conselho de Segurança da ONU exortou o Talibã a entregar Osama bin Laden, líder da organização terrorista al-Qaeda ("A base"), apontado pelo governo americano como mentor dos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia em 1998. Após ser expulso do Sudão, em 1996, bin Laden passou a viver no Afeganistão.
Os atentados de 11 de setembro, que destruíram o WTC (Centro Mundial de Comércio), em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington, criaram uma nova situação internacional.
Após os atentados, o presidente George Bush adotou medidas ofensivas ao terrorismo e o alvo central era o Afeganistão, os EUA contaram com a participação da Grã-Bretanha, de inimigos do passado como a Rússia e o Paquistão.
Logo após os atentados, os Estados Unidos obtiveram informações de que os terroristas estavam ligados a Osama bin Laden. O Afeganistão, que o abriga bem como à sua organização, al-Qaeda, recusou-se a entregá-lo à justiça norte-americana. Em conseqüência disto, os Estados Unidos classificaram o Afeganistão como um estado que abriga terroristas. 
O alvo norte-americano é o regime Talibã e as bases de treinamento para terroristas, no país. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos lançam comida e medicamentos à população afegã que sofre com a miséria e o regime totalitário do país.
Em grande parte, o mundo ocidental apoia a iniciativa norte-americana. Os Estados Unidos e a Europa insistem em que esta é uma guerra contra o terrorismo, e não contra o Islã ou mesmo o Afeganistão. O objetivo norte-americano é derrubar o regime Talibã e punir Osama bin Laden e os membros de sua organização terrorista.
Em outubro de 2001 os EUA e o Reino Unido lançaram várias bombas em cidades afegãs, o talibã foi derrotado ainda em 2001.
O governo americano colocou no poder um aliado com a incumbência de reconstruir a nação e instaurar a democracia, marcada pela rivalidade entre as diversidades étnicas e religiosas.
Em 2004, o Afeganistão ganhou uma constituição e foi realizada a primeira eleição, isso não impediu os conflitos, pois as ações são realizadas por grupos contrários ao governo.




Guerra do Afeganistão (1979)

 

Na iminência de um governo marxista no Afeganistão, o primeiro-ministro Hafizullah Amin se recusa a ceder o poder para Babrak Karmal, então apoiado pela União Soviética. Este país envia o general Viktor Paputin para Cabul, com o objetivo de negociar com o governo, mas os resultados são negativos e, logo depois, as tropas soviéticas invadem o Afeganistão com mais de cem mil soldados motorizados e o auxílio de veículos e tanques blindados, além de uma artilharia pesada. Sem recursos, com seus equipamentos sabotados, a sede do governo sitiada, não resta outra alternativa senão a rendição dos afegãos, principalmente depois da morte de Amin.
Este confronto dura nove anos, com o líder comunista sustentado pelos soviéticos, e os rebeldes afegãos, conhecidos como mujahidin, apoiados pelos Estados Unidos, Paquistão e outros países muçulmanos, mais um dado estratégico na Guerra Fria entre as duas potências mundiais. Neste mesmo momento histórico ocorriam também a Revolução do Irã e o confronto entre Irã e Iraque. Alguns estudiosos acreditam que a Guerra do Afeganistão foi um marco que deu início a conflitos não mais de ordem ideológica, mas sim de cunho cultural, ou seja, entre diferentes identidades culturais – de um lado a civilização islâmica, de outro, a ocidental -, porém não se pode esquecer a preponderância dos interesses econômicos que hoje regem o mundo globalizado. A União Soviética principiou sua saída do país invadido no dia 15 de maio de 1988, completando a retirada em 15 de fevereiro de 1989. Muitos acreditam que a potência soviética teve prejuízos tão sérios com essa aventura, comparada a dos Estados Unidos no Vietnã, que acabaram por repercutir, em 1991, na queda da União Soviética.
A história do Afeganistão, porém, é bem mais complexa, e esse é apenas o início de uma longa e sangrenta guerra civil, que cobra tributos muito altos até os nossos dias. A derrota dos comunistas, porém, é neste instante uma vitória fundamental para os ortodoxos fundamentalistas e seus aliados islâmicos. Tanto quanto o auxílio militar e financeiro norte-americano, os afegãos receberam uma sustentação valiosa de países como a Arábia Saudita, que investiu até mais do que os Estados Unidos nesta região. Muitos soldados islâmicos de outros países entraram no Afeganistão, através do Paquistão, para lutar contra os soviéticos. Aliás, esta nação foi intermediária no repasse dos recursos ianques para o país invadido, pois acima de tudo os adeptos do Islamismo são contra os ocidentais, mais até do que anti-comunistas. Para melhor compreender a instabilidade desta área, é necessário perceber o caldeirão de etnias e línguas distintas que compõe o Afeganistão – convivem lado a lado pachtuns, grupo predominante no país, tadjiques, hazaras, os aimak, uzbeques, turcomenos e outros.
Em 1979, uma Revolução Islâmica triunfou no Irã, logo ao lado do Afeganistão. Estava aberto o precedente para um feito semelhante neste país, ainda mais quando ele se encontra acuado por tropas comunistas de um lado, e pressente do outro o perigo do domínio norte-americano, que já contagiava dois redutos importantes da região, Israel e Egito, e tudo fazia para seduzir a Arábia Saudita. É fácil perceber que, com a saída da União Soviética, grupos fundamentalistas, fortalecidos tecnológica e moralmente pelo apoio financeiro-militar recebido dos Estados Unidos e de países vizinhos, sustentados pelo resgate da sua auto-estima e por uma elevada tecnologia militar ao alcance das mãos – herança do confronto com os comunistas –, providos de um aparato ideológico pretensamente justificado pelo Islamismo, os afegãos estavam prontos para a Jihad, a Guerra Santa. Ironicamente este contexto se voltaria, futuramente, contra os maiores fomentadores destas circunstâncias, os Estados Unidos.

Após a retirada dos soviéticos, que abandonam o aliado marxista à própria sorte, os mujahidin entram em confronto com o governo comunista do então Presidente Mohammed Nadjibullah. Vitoriosos, eles substituem o comunismo do deposto Brabak Karmal por um regime muçulmano ultraconservador, o Talibã, contra o qual os norte-americanos, posteriormente, entrarão em conflito, gerando em 2001 uma nova Guerra nesta região do Oriente Médio, em conseqüência de um suposto apoio deste governo ao terrorista Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda.



 

 

 

Guerra Civil Espanhola

Nos primeiros anos do século XX, a Espanha  era uma monarquia que possuía um grande déficit em sua economia e pouco desenvolvimento industrial. Nesse mesmo período vários grupos políticos surgiam para fazer oposição ao regime monárquico. Socialistas, anarquistas e comunistas defendiam desde a melhoria das condições de trabalho até a extinção de qualquer forma de governo instituído.

O descontentamento com o governo, entretanto, levou à sua deposição e a proclamação da república em abril de 1931. imediatamente, os republicanos iniciaram uma série de reformas sociais: separação entre Estado e Igreja, reforma agrária, estabelecimento de direitos trabalhistas etc.

A guerra civil começou em 1936, com uma revolta de militares contra o governo do presidente Manoel Azaña Dias, considerado por eles socialista e anticlerical. Os opositores de Azaña, liderados pelo general Francisco Franco, eram chamados de nacionalistas. Entre eles estavam principalmente monarquistas, latifundiários, membros da Igreja católica e de um grupo chamado Falange Fascista.

As reformas republicanas polarizaram as forças políticas do país. Por um lado, o movimento operário as considerava insuficientes. De outro, a direita monarquista e católica, assustada com o ritmo das mudanças, decidiu dar um golpe de Estado. Assim, em julho de 1936, um grupo de generais, entre eles Francisco Franco, tentou depor o governo republicano. A ameaça ao governo republicano levou a população das grandes cidades, como Madri e Barcelona, a se organizar para impedir o sucesso do golpe. A tentativa de golpe não foi bem sucedida, e o território espanhol rachou-se em dois: uma parte controlada pelo governo republicano legítimo e a outra invadida pelo exército de Franco. Os governos fascistas da Alemanha e da Itália consideraram o golpe legitimo e reconheceram o governo de Franco.

A Frente Popular, formada por democratas e socialistas que defendiam a permanência do governo republicano, resistiu ao golpe de Franco. Para isso, recebeu o apoio do governo socialista da União Soviética e de milhares de voluntários vindos de dezenas de países. Os governo da Inglaterra e da França eram favoráveis aos republicanos, mas não ofereceram a eles nenhuma ajuda material.

O governo republicano manteve o controle da marinha, da guarda civil e da guarda de assalto, mas não tinha como se defender sem o exército. Os integrantes do governo decidiram, assim, fornecer armas ao povo, que começou a se organizar em milícias coordenadas pelo movimento operário. Além disso, para cooperar com os republicanos, formaram-se unidades de voluntários que viviam na própria Espanha ou que vinham de outras partes do mundo para compor as Brigada Internacionais. Eram 60 mil combatentes oriundos de 53 países e dispostos a lutar para impedir a vitória do fascismo na Espanha.

Hitler e Mussolini também forneceram equipamentos aos exércitos de Franco. Diante dessa situação, os republicanos recorreram à União Soviética de Stalin, que lhes fornecia armas, equipamentos e um corpo especialistas militares. Por esse motivo, a Guerra Civil Espanhola pode ser considerada o primeiro conflito internacional opondo fascismo e comunismo.

Em 1938, a ajuda soviética começou a diminuir até cessar completamente. Isso desequilibrou os lados em conflitos em favor das forças franquistas, já que Franco contava com o apoio maciço da Itália e da Alemanha. 

Internamente divididos e sem apoio do exterior, os revolucionários foram derrotados pelas forças franquistas no início de 1939. Franco celebrou sua vitória. Os longos conflitos deixaram o país vivendo uma situação de caos e horror. Cerca de um milhão de espanhóis foram mortos durante as batalhas que se estenderam até 1938. 

Terminada a guerra, Franco assumiu o governo como ditador, com o apoio dos nazifascistas europeus,  e permaneceu até sua morte, em 1975, eliminando sistematicamente a oposição. Além de reprimir os movimentos de esquerda na Europa, o envolvimento da Alemanha e da Itália no conflito servia de preparativo para os vindouros conflitos da Segunda Guerra Mundial.

Assim, a inércia da França e da Inglaterra permitiu que os radicais de direita alcançassem vitórias significativas dentro do continente, fortalecendo o movimento fascista.



 


GUERRA DO ÓPIO

 

Conflitos ocorridos na China envolvendo a questão do comércio ilegal de ópio pelos ingleses. A I Guerra do Ópio, de 1839 a 1842, dá-se entre o Reino Unido e a China. Na II Guerra do Ópio, entre 1856 e 1860, também conhecida como Guerra Anglo-Francesa na China, os britânicos se aliam à França contra os chineses. Com a vitória, as duas nações europeias obtêm privilégios comerciais e territoriais na China, abrindo o país ao imperialismo. 
A Primeira Guerra do Ópio se deu a partir de 1839 até 1842 entre Inglaterra e China. A Companhia Britânica das Índias Orientais mantém intenso comércio com os chineses, comprando chá e vendendo o ópio trazido da Índia. A droga representa metade das exportações inglesas para a China. Com os crescentes problemas causados pelo ópio, o governo chinês proibiu o comércio. Principal atingido pela proibição, o Reino Unido decretou guerra contra a China no dia 3 de novembro de 1839. Nesta primeira Guerra do Ópio, em 1840, a Inglaterra enviou uma frota militar à Ásia e ocupou Xangai. As previsões se confirmaram e os soldados, corroídos pela dependência, estavam incapacitados de defender a China. Restou o apelo aos camponeses. O imperador os incitou a caçar os invasores com enxadas e lanças. A única vantagem dos chineses contra os bem armados britânicos era a superioridade em número. Mesmo assim, perderam a guerra. Derrotada, a China assinou o Tratado de Nanquim, em 1842, pelo qual foi forçada a abrir cinco portos para o comércio e ceder Hong Kong aos britânicos (a colônia só foi devolvida à administração chinesa em 1997).  

Em 1856, o Reino Unido, ajudado pela França, aproveita o incidente com um barco em Cantão para nova investida, iniciando a II Guerra do Ópio. A Segunda Guerra do Ópio ocorreu de 1856 até 1860 entre a China e os aliados Inglaterra e França. O pretexto foi um incidente com um barco em Cantão. Os franceses aliaram-se aos britânicos no ataque militar lançado em 1857. Os aliados operaram em redor de Cantão, onde prosseguia com uma política de intransigência. Mais uma vez, a China saiu derrotada e, em 1858, as potências exigiram que a China aceitasse o Tratado de Tianjin. De acordo com este tratado, onze novos portos chineses seriam abertos ao comércio com o Ocidente e seria garantida a liberdade de movimento aos mercadores europeus e missionários cristãos. Quando o imperador se recusou a ratificar o acordo. Em 1860 as tropas franco-britânicas ocupam Pequim fazendo com que a China fizesse novas concessões.



 

A Guerra da Coréia

A península da Coréia é cortada pelo paralelo 38, uma linha demarcatória que divide dois exércitos, dois Estados: a República da Coréia, no Sul, e a República Popular Democrática da Coréia, no Norte. Essa demarcação, existente desde 1945 por um acordo entre Moscou e Washington, quando as forças de ocupação soviéticas e americanas dividiu o povo coreano em dois sistemas políticos opostos: um comunista, na Coreia do Norte, e outro anticomunista, na Coreia do Sul.

Em 1950, a Coreia do Norte atacou a Coreia do Sul, e assim depois de várias tentativas para derrubar o governo do sul, a Coréia do Norte ataca de surpresa e toma Seul, a capital. O presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, enviou tropas para a Coréia do Sul, embora sem autorização do Congresso para declarar guerra.

O general Douglas MacArthur, comandante supremo das forças americanas no Extremo Oriente, assumiu a chefia das tropas de uma coalizão internacional sob a égide da ONU, que reconquistou a Coréia do Sul e cruzou o paralelo 38, até à fronteira da Manchúria. Seul é libertada.
Os chineses, preocupados com os avanços dos americanos, advertiram que sua presença na Coréia do Norte obrigaria à entrada da China na guerra. MacArthur ignorou a advertência e lançou em novembro a ofensiva denominada Home by Christmas (em casa no Natal). No mesmo mês, soldados chineses atravessaram o rio Yalu e atacaram toda a extensão da frente. Em fins de dezembro, as tropas chinesas e da Coréia do Norte recapturaram Seul.

Em fevereiro de l95l, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução pela qual condenava a China como potência agressora. Os chineses responderam com uma segunda ofensiva contra a Coréia do Sul. Em meados de março, as tropas da ONU retomaram Seul e, depois de sucessivos contra-ataques, conseguiram cruzar novamente o paralelo 38. MacArthur pretendia levar o conflito ao território chinês, mas o perigo de uma nova guerra mundial levou o presidente Truman a substituí-lo pelo general Matthew Ridgway e, em maio de 1952, pelo general Mark W. Clark.

A intervenção da China, ao lado da Coreia do Norte, aumentou a tensão internacional, chegando mesmo a temer-se uma terceira guerra mundial, perante as afirmações do general MacArthur (comandante das tropas americanas), que ameaçava utilizar a bomba atómica.

Enquanto isso, desde julho de 1951 tentava-se na ONU a suspensão das hostilidades, por meio de conversações de paz. Em 27 de julho de l953 foi assinado o armistício, que fixou as fronteiras entre as duas Coreias segundo as últimas linhas de batalha, na altura do paralelo 38. Seguiu-se um processo de repatriação de prisioneiros oriundos dos diferentes países envolvidos na guerra. Mas, o único resultado é o cessar fogo. Na guerra coreana morreram cerca de três milhões e meio de pessoas. O tratado de paz ainda não foi assinado, e a Coréia continua dividida em Norte e Sul.

A guerra da Coreia foi um dos episódios mais graves da “guerra fria” e foi um dos momentos em que houve uma ameaça muito séria de utilização das armas nucleares.




 

 

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