Nem só de golpes de direita viveu a América Latina nos anos da Guerra Fria. Em 1979, um pequeno país da América Central desafiou o poderio norte-americano e fez sua revolução nitidamente popular chegar à vitória: a Nicarágua. A revolução sandinista marcou mais um capítulo na longa história de luta da Nicarágua pela sua soberania. A ingerência dos Estados Unidos sobre a vida política da Nicarágua vem desde o século XIX. No começo do século XX, o governo de Washington ampliou sua influência, interessado em proteger seu monopólio sobre o canal entre os oceanos Atlântico e Pacífico, inaugurado no vizinho Panamá em 1914.A ostensiva presença norte-americana na Nicarágua gerou a criação de movimentos nacionalistas de resistência. O principal líder guerrilheiro, Augusto César Sandino, foi morto em 1934 por ordem do então comandante da Guarda Nacional nicaraguense, Anastásio Somoza Garcia. Em 1936, Somoza venceu as eleições presidenciais e inaugurou uma ditadura dinástica que atravessaria quatr
Ciências Humanas e da Natureza