Formalmente, terrorismo é o uso da violência sistemática, com objetivos políticos, contra civis ou militares que não estão em operação de guerra. O método básico do terrorismo é a destruição da vida humana, em nome de certos princípios ideológicos, políticos ou religiosos. O terrorismo não surgiu em nosso século, mas seu auge aconteceu durante os anos da Guerra Fria. E não foi por acaso. A Guerra Fria pode ser descrita como um sistema de equilíbrio entre dois blocos inimigos que se baseava no terror. O programa mostra como a chamada "cultura da Guerra Fria" estimulou a multiplicação de grupos terroristas. Depoimentos do jornalista José Arbex Jr. Sempre que ouvimos falar em terrorismo, lembramos logo dos atentados a bomba, dos sequestros de avião e de outras ações violentas praticadas por extremistas. E pensamos nas vítimas, em geral pessoas inocentes, muitas vezes mulheres e crianças, que apenas estavam no lugar errado na hora errada. O método básico do terrorismo é a destruição da vida humana, em nome de certos princípios ideológicos, políticos ou religiosos.
O terrorismo não surgiu em nosso século, mas seu auge aconteceu durante os anos da Guerra Fria, depois da Segunda Guerra Mundial. Não foi por acaso. A Guerra Fria pode ser descrita como um sistema de equilíbrio entre dois blocos inimigos que se baseava no terror. Afinal, o poder de destruição nuclear dos Estados Unidos e da União Soviética era tão grande que ninguém poderia iniciar uma guerra total. Seria o fim da espécie humana. Essa mentalidade consagrou o terror como forma de relacionamento entre Estados. Nesse sentido, a chamada "cultura da Guerra Fria" foi o grande estímulo à multiplicação de grupos terroristas.
Alguns grupos terroristas e
suas motivações
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc)
As Farc atuam na Colômbia e em suas fronteiras e, eventualmente, na
Venezuela. Fundada em 1966, essa organização era composta de mais de 10 mil
homens nos primeiros anos do século XXI. Seu principal objetivo é criar um
regime marxista-leninista na região e lutar contra os interesses econômicos
estrangeiros considerados nocivos ao país. Dentre as ações que a organização já
promoveu, estão: sequestro, assassinato daqueles que não a apoiam e ataques
organizados contra forças legais, instituições e empresas. Está envolvida com o
tráfico de drogas, por meio da qual arrecada fundos e armas para efetuar suas
ações. Desde o acordo de paz, em 2016, 2 000 ex-combatentes das FARC retomaram
as armas aumentando o número de membros ativos para 2 300 combatentes. O
descontentamento perante o acordo de paz entre os líderes das FARC, acusando o
governo de perseguir os seus membros
Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP)
Um dos grupos mais radicais da
Organização para Libertação da Palestina (OLP), a FPLP atua no Oriente Médio,
principalmente em Israel, Síria, Líbano, Faixa de Gaza, além de atuar na
Europa. Fundada em 1967, tinha cerca de 800 membros no final da década de 1990.
Seu principal objetivo é a libertação da Palestina e a criação de um Estado
secular, sem vínculo religioso. Dentre as ações que já promoveu, estão:
sequestro de aviões, explosão de bomba em locais públicos e assassinatos de
figuras de destaque da vida política. A decadência da União Soviética no final
da década de 1980 teria consequências negativas para a organização, já que
representou a perda de um importante apoio. Ao mesmo tempo, a ascensão do Hamas
faria com que o grupo perdesse adeptos e simpatizantes nos Territórios
Ocupados. Em 2006 a organização participou nas eleições legislativas
palestinianas como, tendo alcançado 4,2% dos votos, o que se traduziu em três
lugares no Conselho Legislativo Palestiniano.
Hamas
Atua nas áreas controladas
pelas autoridades palestinas: Jordânia e Israel. Fundada em 1987, tem um,
número desconhecido de membros e milhares de simpatizantes. Seu objetivo
principal é a criação de um Estado islâmico fundamentalista palestino e a
eliminação de Israel. Dentre as ações que já promoveu, estão: o assassinato de
israelenses, explosão de bombas em locais públicos, ataques a tropas legais
israelenses e ataques suicida com homens bombas. Em fevereiro de 2006, o Hamas,
através de Khalid Meshal, propôs um cessar-fogo duradouro - tendo sido sugerida
uma trégua de 10 a 15 anos - desde que Israel devolvesse os territórios
ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967. Durante o governo Bush, os Estados
Unidos acusaram a Arábia Saudita de financiar o Hamas. O governo saudita, por
sua vez, não considera que o Hamas seja uma organização A eleição legislativa
palestina de janeiro de 2006 deu ampla maioria ao Hamas, derrotando a Fatah,
organização política e militar fundada por Yasser Arafat em 1959. terrorista.
Portanto a solicitação do governo americano para interromper o envio de auxílio
à liderança da Autoridade Palestina foi negada pelos sauditas.
Hezbollah
Atua no Líbano, em Israel, na
Europa e na América Latina. Fundada entre 1982 e 1983, esse grupo terrorista
tinha entre 5 mil e 10 mil membros no final dos anos 90. Seu objetivo principal
é a transformação do Líbano em um Estado Xiita livre da influência ocidental.
Defende também a eliminação do Estado de Israel e o controle de Jerusalém. Dentre
as ações que promoveu, estão: ataques suicidas com homens-bombas, sequestro de
aviões, explosão de edifícios públicos e ataques a tropas legais israelenses.
Fontes ocidentais afirmam que o Hezbollah de fato recebe a maior parte de sua
ajuda financeira, treinamento, armas, explosivos, ajuda política, diplomática e
organizacional do Irã e da Síria.
Al Qaeda
Criada em 1988 por Osama Bin
Laden, atuavam no Afeganistão e tem um número indefinido de membros, muitos
deles veteranos da guerra no Afeganistão contra a URSS de fins dos anos 1970.
Defensores do fundamentalismo islâmico, recebem o apoio dos muçulmanos que
discordam da influência militar dos Estados Unidos sobre países árabes e do
tratamento de Israel aos palestinos. Em sua organização existem muitas células
de atuação, sendo utilizada a internet como instrumento de comunicação. Dentre
as ações, estão: a explosão de uma bomba no World Trade Center (Nova York) em
1993, a explosão da embaixada norte-americana no Quênia e na Tanzânia e a
explosão das torres gêmeas do World Trade Center (Nova York) em 2001. Na década
de 1990, o financiamento da Al-Qaeda veio em parte da riqueza pessoal de Osama
bin Laden. Outras fontes de renda incluíram o comércio de heroína e doações de
apoiantes no Kuwait, Arábia Saudita e outros estados islâmicos do Golfo.
Dez anos após os atentados do
11 de setembro, o Presidente Barack Obama anunciou pela televisão que Osama bin
Laden havia sido morto durante uma operação militar estadunidense. Seu corpo
teria ficado sob a custódia dos Estados Unidos e, após passar por rituais
tradicionais islâmicos, teria sido sepultado no mar.
ETA (Pátria Basca e Liberdade)
Criado em 1959 por dissidentes
do Partido Nacionalista Basco, tinha como principal objetivo a autonomia da
região basca na Espanha. Na luta contra a Ditadura espanhola de Francisco
Franco, tornou-se mais radical nos anos 1960. Em 1973, conseguiu assassinar o
sucessor de Franco, o primeiro-ministro Luiz Carrero Blanco. Nos anos 1990,
passou a atuar também na França, reivindicando a anistia de integrantes do
grupo presos naquele país. Estima-se que existiam cerca de duzentos membros
ativos em fins dos anos 1990. Além de ataques com bombas e sequestro, o grupo
assassinou cerca de trinta políticos. Apesar do abandono da luta armada, somente
em 17 de março de 2017 veio o anúncio do desarmamento. Numa cerimônia em 8 de abril
de 2017 marcou a entrega da geolocalização de oito depósitos de armas secretos
situados nos Pirenéus Atlânticos, na França. Em 20 de abril de 2018 o grupo
pediu perdão às vítimas antes de dissolver.
Em 2 de maio de 2018, foi divulgado uma carta onde foi anunciado o fim do grupo separatista
IRA (Exército Republicano Irlandês)
O grupo católico paramilitar
defende a separação da Irlanda do Norte da Grã-Bretanha e sua reanexação à
República da Irlanda. A divisão ocorreu em 1921, após acordo entre esses
países. Calcula que as ações terroristas do IRA tenham causado, ao longo de
décadas, mais de 3 600 mortes, a maioria de civis. Em 2005, as lideranças do
grupo anunciaram o fim da luta armada. No entanto, novos atentados contra
soldados britânicos na Irlanda ocorreram em 2009, tendo sido assumidos por um
grupo autodenominado “IRA Real”, uma dissidência do antigo IRA. Grupos de
dissidentes que não aceitavam a resolução pacífica da questão política
continuam tentando realizar atentados terroristas, sem sucesso.
O Estado Islâmico
O Estado Islâmico do Iraque e
Levante (EI) é um califado com atuação terrorista que controla regiões no
Iraque e na Síria e baseia sua ideologia em interpretações radicais de
determinados princípios do Islamismo. Esse califado – um Estado que é governado
por uma autoridade religiosa, o califa – foi criado em 29 de junho de 2014 e
espalha o terror sobre a população das regiões que controla, perseguindo
minorias e organizando ataques terroristas em outras partes do mundo, como os
ataques recentemente ocorridos na França.
O objetivo original do EIIL
era estabelecer um califado nas regiões de maioria sunita do Iraque. Após o seu
envolvimento na guerra civil síria, este objetivo se expandiu para incluir o
controle de áreas de maioria sunita da Síria.
Em 29 de junho de 2014, o EIIL
passou a se autodenominar simplesmente "Estado Islâmico" (EI),
autoproclamando-se um califado sob a liderança de Abu Bakr al-Baghdadi. Tal
Estado nunca foi reconhecido pela comunidade internacional. O EIIL afirma
autoridade religiosa sobre todos os muçulmanos do mundo e aspira tomar o
controle de muitas outras regiões de maioria islâmica, a começar pela região do
Levante, que inclui Jordânia, Israel, Palestina, Líbano, Chipre e Hatay, uma
área no sul da Turquia.
O grupo, em seu formato
original, era composto e apoiado por várias organizações terroristas sunitas
insurgentes, incluindo suas organizações antecessoras, como a Al-Qaeda no
Iraque, o Conselho Shura Mujahideen (2006-2006) e o Estado Islâmico do Iraque
(ISI) (2006-2013), além de outros grupos insurgentes, como Jeish al-Taiifa
al-Mansoura, Jaysh al-Fatiheen, Jund al-Sahaba, Katbiyan Ansar al-Tawhid wal
Sunnah e vários grupos tribais iraquianos que professam o islamismo sunita. O
objetivo original do EIIL era estabelecer um califado nas regiões de maioria
sunita do Iraque. Após o seu envolvimento na guerra civil síria, este objetivo
se expandiu para incluir o controle de áreas de maioria sunita da Síria. O
grupo é oficialmente considerado uma organização terrorista estrangeira por
países como Estados Unidos, Brasil, Reino Unido, Austrália, Canadá, Indonésia e
Arábia Saudita, além de também ter sido classificado pela Organização das
Nações Unidas (ONU), pela União Europeia e pelas mídias do Ocidente e do
Oriente Médio como grupo terrorista.
Em 2 de fevereiro de 2022,
tropas especiais nos Estados Unidos lançaram uma operação militar em Atme, no
noroeste da Síria, que terminou na morte do líder do Estado Islâmico, Abu
Ibrahim al-Qurayshi. Essa ação aconteceu num período em que o grupo buscava se
reorganizar e aumentar suas atividades no Oriente Médio.