No início da década de 1950, o general Alfredo Stroessner tomou o poder no governo do Paraguai. A ditadura de Stroessner foi a mais longa da América do Sul. O general Alfredo Stroessner liderou um golpe de Estado em 1954 e manteve-se no poder durante 35 anos, até 1989. O apoio dos latifundiários e do governo estadunidense garantiu que fosse candidato único em sete eleições presidenciais consecutivas e, consequentemente, vitorioso em todas elas.
Nesse
período, o general foi eleito sucessivamente em eleições fraudulentas, nas quais
era candidato único. Seu governo desrespeitou constantemente os direitos
humanos, executando prisões extrajudiciais, tortura e assassinato de presos
políticos. Como as demais ditaduras da América do Sul, a de Stroessner teve
apoio dos Estados Unidos por meio de empréstimos e do envio de agentes
treinados em táticas militares e paramilitares de combate e repressão aos
movimentos de esquerda.
Em seu governo, a economia
paraguaia sustentava-se principalmente por meio de grandes projetos, como a
construção da usina hidrelétrica de Itaipu (em parceria com o Brasil) e também
negócios ligados a cassinos e contrabando.
Durante a ditadura de
Stroessner, o Paraguai vivenciou um crescimento econômico: tanto o setor
industrial como o setor de agropecuária se fortaleceram por meio dos
investimentos estrangeiros (vindos, especialmente, dos Estados Unidos). Esse
crescimento econômico, porém, beneficiou as elites e não alcançou a maioria da
população paraguaia. Na verdade, a concentração de riquezas nas mãos de poucos
grupos da elite aumentou, juntamente com a desigualdade social. Ao longo do
período da ditadura no Paraguai, estudos indicam que somente 1% da população
detinha 80% de toda a riqueza nacional. Historiadores consideram que o
“crescimento econômico” atenuava, em parte, a miséria em que a maior parte da sociedade
vivia.
A partir da década de 1980, o
governo de Stroessner foi afetado pelo declínio da economia paraguaia e, em
1989, ele foi deposto por mais um golpe de Estado liderado por um militar, o
general Andrés Rodríguez. Mesmo assim, o país iniciou um período de abertura
política.
Alfredo Stroessner (à esquerda) e o general Francisco Franco, ditador espanhol, em cerimônia em Madri, Espanha, 1973.