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Governo Constitucional de Vargas (1934-1937)

Nessa fase do período getulista, dois grupos políticos, com ideologias totalmente diversas, destacaram-se na vida pública brasileira: os integralistas e os aliancistas . Integralismo Em 1932, o escritor Plínio Salgado, Miguel Reale e outros intelectuais e políticos lançaram um manifesto à nação contendo os princípios do integralismo. Era uma espécie de cópia, adaptada ao Brasil, das ideias nazifascistas. Assim, foi criada a Ação Integralista Brasileira (AIB) , organização política que se expandiu pelo país, conquistando a simpatia de muitos empresários, parte da classe média, parte do clero e de oficiais das Forças Armadas. O integralismo defendia o combate ao comunismo, o nacionalismo exacerbado, o Estado todo-poderoso, a disciplina e a hierarquia dentro da sociedade, a censura às atividades artísticas e a entrega do poder a um único chefe integralista. Seguindo o exemplo nazifascista, os integralistas submetiam-se à rígida disciplina militar e vestiam uniformes com camisas verdes.

Governo Provisório de Vargas (1930-1934)

Assumindo o poder, Getúlio Vargas tratou de tomar medidas para controlar a situação política do país. Entre suas primeiras providências, destacam-se: a suspensão da Constituição de 1891; o fechamento do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais; a indicação de interventores militares (ligados ao tenentismo) para chefiar os governos estaduais. Entregando o governo dos estados a interventores, Getúlio pretendia desmontar a estrutura oligárquica da República Velha, baseada no poder dos coronéis. Os interventores acreditavam que, em pouco tempo, eliminariam a força dos grupos políticos tradicionais. Não eliminaram, mas conseguiram reduzir o poder das velhas oligarquias. Revolta de São Paulo (1932) Aos poucos, o governo de Vargas foi revelando suas principais características; centralização do poder, preocupação com a questão social dos trabalhadores, interesse em defender as riquezas nacionais. Isso assustava a oposição política de São Paulo que, na verdade,

Período getulista (1930-1945)

A vitória da Revolução de 1930 deu início a uma nova etapa da nossa história, que se estendeu até 1945. Essa etapa foi marcada pela liderança política de Getúlio Vargas, sendo, por isso, conhecida como Era Vargas ou período getulista. Durante esses quinze anos, Brasil sofreu grandes transformações: a sociedade urbana cresceu em relação à sociedade agrária; a indústria ampliou seu espaço na economia nacional; a burguesia empresarial das cidades aumentou seu poder sobre as tradicionais oligarquias agrárias; a classe média e o operariado cresceram e conquistaram espaços na vida política do país. O período getulista pode ser dividido em três grandes fases: governo provisório (1930-1934); governo constitucional (1934-1937); e governo ditatorial (1937-1945). O personalismo de Vargas A partir da ascensão de Getúlio Vargas ao poder, o Brasil começou a trilar vários caminhos: o da personificação mítica de Getúlio, o do nacionalismo , o da efetiva participação política das massas populares ur

Crise de 1929 e a Revolução de 1930

Vimos que, em 1929 o mundo foi abalado pela crise do capitalismo. A principal causa da crise foi a superprodução da indústria norte americana, que cresceu mais que as necessidades de seu mercado interno e mais que o poder de compra do mercado internacional. Sem poder vender, os Estados Unidos também deixaram de comprar. Isso afetou gravemente a economia dos países que dependiam de exportações para os norte-americanos. Foi o caso do Brasil, que deixou de vender milhões de sacas de café. Em consequência, o preço do café despencou. Em 1929, a produção de café atingiu 21 milhões de sacas, das quais foram exportadas somente 14 milhões. Numa tentativa desesperada de segurar os preços, milhares de sacas foram queimadas, em vão. Foi impossível conter a crise na cafeicultura, que provocou um desastre econômico, abalando as estruturas de República Velha. Desestruturação da República Velha O enfraquecimento econômico da oligarquia cafeeira contribuiu para desestruturar a organização do poder da R

GOVERNO WASHINGTON LUÍS (1926 - 1930)

O período governamental que encerraria a "República Velha" teve início a 15 de novembro de 1926, quando tomaram posse nos cargos de Presidente e Vice-presidente Washington Luís e Fernando de Melo Viana, respectivamente. Eleito com uma segura vantagem de votos sobre o seu opositor, Washington Luís, nascendo no Rio de Janeiro, mas representante dos proprietários de São Paulo, iniciou o seu mandato acelerando duas preocupações predominantes: fazer uma reforma monetária capaz de sanear as finanças do país e construir estradas. Washington Luís Ao tomar posse foi recebido num estado de euforia coletiva. Afinal, os anos que o antecederam foram de intensa agitação e ressurgia no povo a esperança de um apaziguamento nas lutas partidárias, sedições e levantes militares que conturbavam a vida nacional. "Governar é construir estradas” Acreditando ser a ligação rodoviária entre os Estados fundamental para o crescimento do país, adotou como lema de sua administração: “Governar é abrir

GOVERNO ARTHUR BERNARDES (1922 - 1926)

Por meio de eleição direta assumiu a presidência da República em 15 de novembro de 1922. O quadriênio do novo Presidente transcorreu inteiramente sob "estado de sítio". Efervescência política, revoltas e perturbações da ordem foram as causas do ininterrupto estado de sítio, cuja permanência justificada pelo governo como necessidade para enfrentar as agitações políticas e os levantes tenentistas que marcaram todo o seu mandato. Arthur Bernardes As forças políticas que fizeram oposição a Arthur Bernardes na campanha presidencial reagruparam-se no início de seu governo, formando um partido de luta ostensiva, denominado Aliança Libertadora. Conseguiu o presidente, entretanto, fortalecer o poder executivo por intermédio de uma reforma da Constituição de 1891. Limitou-se o habeas corpus para fins políticos, instituiu-se o direito de veto parcial do Presidente da República e regulou-se a expulsão dos estrangeiros considerados perigosos. O antidemocrático governo de Bernardes mantinh

GOVERNO EPITÁCIO PESSOA (1919-1922)

Eleito em 1919 numa eleição especialmente convocada devido à morte, antes da posse, do presidente Rodrigues Alves, eleito pela segunda vez em 1918. Epitácio Pessoa assume a Presidência num momento marcado pela euforia do crescimento econômico e de prosperidade dos negócios devido à guerra. Epitácio Pessoa Como anti-florianista convicto, uma das primeiras medidas de Epitácio Pessoa foi substituir ministros militares por civis nas pastas tradicionalmente ocupadas por membros das Forças Armadas: no Ministério da Marinha colocou Raul Soares e no Ministério da Guerra, Pandiá Calógeras. Essa atitude causou descontentamentos nos meios militares. Tentando resolver os problemas do Nordeste, Epitácio criou a Inspetoria Federal de Obras contra as Secas. Por ser nordestino, levou a cabo algumas obras contra a seca. Foram construídos 205 açudes e 220 poços e acrescidas de 500 quilômetros as vias férreas locais. Isso, no entanto, não bastou para satisfazer a insustentável situação de penúria da popu