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O Golpe no Uruguai

Também o Uruguai ficou sob regime ditatorial, entre 1973 e 1985.  No Uruguai, a ditadura civil-militar foi precedida por um cenário de intensa polarização política. De um lado, governos civis autoritários e, de outro, o grupo guerrilheiro de esquerda Tupamaros.  O grupo Tupamaros surgiu no início dos anos 1960, impulsionado pela crise econômica pela qual o país passava e pela crescente insatisfação popular.  Em 1965, para reprimir as ações dos guerrilheiros, a polícia e o serviço secreto uruguaio passaram a ser treinados por membros da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA). Entre 1968 e 1972, governos civis autoritários decretaram estado de sítio no país, suspenderam vários direitos dos cidadãos e intensificaram o combate aos Tupamaros. Em 7 de junho de 1973, o presidente uruguaio Juan María Bordaberry, com apoio dos militares, deu um golpe de estado no país. Em cadeia de rádio e televisão foi divulgado o decreto presidencial, dissolvendo o Congresso e substituindo-o

A China Contemporânea

Os primeiros anos após a revolução foram de fechamento total para o exterior. A preocupação do novo governo era organizar a produção, sobretudo agrícola, a fim de garantir meios de sobrevivência a gigantesca população chinesa. Foram criadas cooperativas, nas quais os camponeses se reuniam para vender seus produtos e onde recebiam apoio financeiro, sementes e adubos para o cultivo. Foram organizadas também comunas, agrupamento de camponeses que produziam gêneros agrícolas, bem como produtos industriais em fábricas autogerenciadas. Além da produção agrícola, o governo estimulou a exploração de carvão, a produção de aço e de maquinas, a construção de barragens para irrigação e canalização de rios, a construção de usinas hidrelétricas e a fabricação de armamentos pesados. A pesquisa nuclear e de exploração espacial também teve destaque; na década de 1960 a China explodia sua primeira bomba atômica, e na década de 1970 lançava seu primeiro satélite artificial. Toda a atividade econômica era

Conferência de Bandung - Os países não alinhados

Enquanto os EUA e a URSS disputavam áreas de influência, as potências imperialistas europeias, desgastadas pela guerra, não conseguiram impedir o processo de independência de suas colônias na Ásia e na África. Muitos dos governantes dessas novas nações independentes não pretendiam se "alinhar" a um dos dois blocos, o norte-americano ou o soviético. Um acontecimento de destaque na luta contra a dominação colonialista e o subdesenvolvimento ocorreu em abril de 1955, na Indonésia: a Conferência Afro-Asiática de Bandung. Convocada pelos líderes da Indonésia, índia, Birmânia (atual Mianmá), Ceilão (hoje Sri Lanka) e Paquistão – países que haviam alcançado poucos anos antes sua independência ̶ , essa conferência constituiu um marco importante na organização política dos países do chamado Terceiro Mundo (países subdesenvolvidos ). No documentário final da conferência, firmado pelos representantes dos 29 países participantes, destacavam-se os seguintes pontos: · Rejeição à div

EUA - Da crise à vitória na Guerra Fria

O presidente republicano Richard Nixon (1969-1974) realizou a retirada das tropas americanas do “ atoleiro vietnamita ”, que já tinha custado a vida de 55 mil soldados, além dos trezentos mil feridos. Na política interna, o governo foi atingido por um escândalo de espionagem eleitoral, conhecido como Caso Watergate , que levou o presidente Nixon a renunciar, em 1974. A presidência foi assumida pelo republicano Gerald Ford (1974-1975), que completou o mandato de Nixon e retirou as últimas tropas do Vietnã. A derrota no Vietnã e o escândalo Watergate mergulharam o país numa grave crise política e social. Essa crise foi agravada pelas dificuldades econômicas e pelo desemprego, causados principalmente pelos duzentos bilhões de dólares gastos na Guerra do Vietnã. A crise vivida pelo país levou a eleição do democrata Jimmy Carter (1976-1980), com um programa de governo baseado no respeito aos direitos humanos. Contudo, nessa época, os Estados Unidos se debilitaram ainda mais no plano inte

A Argentina peronista

Em 1941, o militar Juan Domingo Perón fundou o Grupo de Oficiais Unidos (GOU), de tendências fascistas. GOU organizou, em 1943, um golpe de Estado que depôs o então presidente Ramón Castillo. Afastando do governo argentino os conservadores e sua política de proteção aos ricos proprietários de terra, que mantinha a economia sob forte dominação estrangeira. Chefiando o ministério do Trabalho, o coronel Juan Domingo Perón tornou-se o homem forte do novo regime e estabeleceu uma sólida base de apoio nas classes operárias, através da legislação trabalhista e previdenciária. Em 1945, porém, Perón foi derrubado e preso pelos militares. O seu carisma e popularidade foram fundamentais nesse momento. O povo participou de campanhas pela sua libertação e Perón acabou sendo solto, graças à mobilização popular, encorajada por seus seguidores do Exército, da Igreja e da política. Fortalecida numericamente em razão da industrialização do período da Guerra, a classe operária adquiria notável importânci

Doutrina de Segurança Nacional

A Doutrina de Segurança Nacional foi elaborada pelos EUA com a função de consolidar suas posições no continente e principalmente de protege-lo contra avanços da URSS. Ela foi a base da formação das elites militares latino-americanas após a Segunda Guerra Mundial, realizada nos EUA no National War College e no Colégio Interamericano de Defesa. Os princípios básicos da doutrina são: Desenvolvimento – promover o desenvolvimento industrial e da renda nacional dos países subdesenvolvidos, baseado na integração ao capitalismo internacional; Segurança – surge a noção de “ fronteiras ideológicas ”, ou seja, os países latino-americanos devem se preocupar com as influências ideológicas e não com a invasão de um inimigo estrangeiro. Assim, seu inimigo está dentro de seu próprio país, veiculando ideias contrárias aos interesses do capitalismo, da democracia e, sobretudo, dos EUA e, por isso, é preciso combatê-lo com todas as armas. O inimigo é, então interno (os “chamados subversivos” ), e as ativ

OEA e Tiar

A Organização dos estados Americanos (OEA) foi instituída em 1948, na Conferência de Bogotá, e no início dos anos 60 englobava todos os estados americanos, com exceção de Cuba, expulsa da organização em 1962 devido a sua adesão ao regime comunista. Com a OEA, cuja sede é em Washington, os países americanos assumiram o compromisso de garantir a paz e a segurança do continente, promover o desenvolvimento econômico, cultural e social, como também procurar soluções pacíficas para resolver os problemas que surgissem entre eles. Do ponto de vista militar o tratado Interamericano de Ajuda Reciproca (Tiar), assinado no Rio de Janeiro em 1952, é uma reafirmação da OEA, na medida em que constitui uma aliança militar de ajuda mútua entre seus membros e de defesa continental contra agressões de países de outros continentes. O Tiar subordinou as forças Armadas dos Estados americanos à geopolítica de Washington. O encerramento da Guerra Fria removeu os fundamentos estratégicos que sustentavam a polí