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A África contemporânea

  África: pobre ou empobrecida? A África é o mais pobre todos os continentes. Embora seu subsolo guarde muitas riquezas em recursos naturais, como ouro, diamantes e petróleo, amplos setores de sua população passam fome. Como explicar essa situação? Por que esse continente, berço da humanidade e de onde partiu o Homo sapiens sapiens para ocupar o restante do mundo, vive uma situação tão precária? A África é um continente mais de três vezes maior que o Brasil, com uma população de quase 900 milhões de pessoas, que falam um terço de todas as línguas existentes no planeta. Um continente, portanto, que abriga uma grande diversidade de culturas, de histórias, de religiões, de tradições, bem como de recursos econômicos, de vegetação e de relevo. No norte, encontram-se países de influência árabe e de maioria muçulmana, como é o caso do Egito, da Líbia e da Argélia. Ao sul desses países, a África é cortada de leste a oeste pelo deserto do Saara. Ao sul do Saara, encontra-se a África subsaariana

A força da Ásia Contemporânea

  O país do Sol nascente Assim como outras regiões do Oriente, a partir do século VXI o Japão atraiu o interesse de muitos ocidentais por ser considerado o dono de uma cultura “exótica”. Essa forma de ver o mundo esteve centrada na ideia de que todos os que são diferentes dos valores ocidentais são “incivilizados” ou “bárbaros”, como pessoas ou regiões que precisam ser “civilizadas”, ou seja, submetidas à cultura das potências ocidentais. Com esse discurso, os europeus colonizaram e massacraram milhões de nativos americanos desde o final de século XV. De forma idêntica, ocuparam boa parte da Ásia e oprimiram sua população a partir da metade do século XIX. O interesse pelo cultura do “outro” andava de mãos dadas com os interesses nas riquezas do “outro”. Fechado para o Ocidente, o Japão não chegou a ser colonizado, como ocorreu com a Índia, por exemplo. De fato, em 1637, seus governantes proibiram o comércio externo e expulsaram os missionários cristãos vindos da Europa. Esse isolamento

Terrorismo e focos de tensão

Sempre que ouvimos falar em terrorismo, lembramos logo dos atentados a bomba, dos sequestros de avião e de outras ações violentas praticadas por extremistas. E pensamos nas vítimas, em geral pessoas inocentes, muitas vezes mulheres e crianças, que apenas estavam no lugar errado na hora errada. O método básico do terrorismo é a destruição da vida humana, em nome de certos princípios ideológicos, políticos ou religiosos. O terrorismo não surgiu em nosso século, mas seu auge aconteceu durante os anos da Guerra Fria, depois da Segunda Guerra Mundial. Não foi por acaso. A Guerra Fria pode ser descrita como um sistema de equilíbrio entre dois blocos inimigos que se baseava no terror. Afinal, o poder de destruição nuclear dos Estados Unidos e da União Soviética era tão grande que ninguém poderia iniciar uma guerra total. Seria o fim da espécie humana. Essa mentalidade consagrou o terror como forma de relacionamento entre Estados. Nesse sentido, a chamada "cultura da Guerra Fria" foi

ENTRE GOLPES E PROTESTOS: OS ANOS 60 E 70 DO SÉCULO XX

O poder da juventude Nas décadas de 60 e 70 as manchetes de jornais de vários países do planeta abordavam a escalada da juventude na sociedade, os jovens, inconformados com os valores e instituições, ideias e tabus existentes na sociedade, buscavam construir, pacífica ou violentamente, um novo mundo. Queriam romper com tudo que consideravam tradicional, conservador e ultrapassado. A palavra de ordem era a contestação. E contestando o que consideravam “velho”, foram construindo e assumindo novos valores e comportamentos e ousadas formas de fazer política, arte, religião, etc. nos países socialistas, lutaram pela liberdade política, nos países capitalistas industrializados criticavam a sociedade de consumo e os valores e tabus conservadores e nos países de terceiro mundo, lutaram contra as ditaduras e contra o imperialismo. Nem sempre com sucesso, nem sempre com derrotas. As lutas e a rebeldia da juventude nos anos 60 e 70 mudaram o mundo. Não exatamente como eles queriam, mas com certez

Movimento contra costumes nos anos 1960

Nos anos 1960, a rebeldia juvenil mobilizou o mundo para reivindicar liberdade, igualdade civil e paz. A guerra Fria, os preconceitos raciais, o capitalismo, o comunismo, as ditaduras foram alvos de contestações por parte da juventude. Contracultura Durante os anos 1960, os movimentos políticos, sociais e culturais que buscavam uma alternativa tanto ao capitalismo quanto ao comunismo ficaram conhecidos como contracultura. Os jovens foram os protagonistas desse movimento que criticava o consumismo capitalista e a ditadura que reprimia os povos submetidos à União Soviética. Mas não apenas os jovens se mobilizaram; vários setores da sociedade passaram a contestar a ordem estabelecida. Para entender o movimento de contestação que tomou as ruas das grandes cidades do mundo todo, 1968 é o ano-chave. As manifestações contra a Guerra do Vietnã nos Estados Unidos e as tentativas de democratização do regime comunista na Tchecoslováquia são exemplo das inquietações da época. “Fim da guerra” Nos E

A arte no século XX

  A arte moderna Homem amarelo, selim e guidão de bicicleta, relógios moles como pizzas, histórias em quadrinhos, letãs, urinóis embrulhados e esculturas com vários quilômetros de tamanho, palavras inventadas: tudo isso – e muito mais! – entrou na arte do século XX. Neste capítulo, vamos tentar compreender o que foi a arte do século XX e porque ela foi como foi. O pintor espanhol Pablo Picasso (1881-1973) disse certa vez: “Todos querem entender a arte. Porque não tentar entender o canto de um pássaro?”. Ele pretendia, assim, sugerir que a arte não pode ser inteiramente explicada com palavras. Se compararmos a arte do século XX com a do século XIX, uma das coisas que mais a atenção é que a realidade objetiva – a paisagem, a cidade, as pessoas – desaparece ou é distorcida, alterada, recriada. Nada de famílias posando para o pintor, nada de romances descrevendo cortiços ou minas de carvão, nada de esculturas de casal se beijando. O que aconteceu? É como se o artista tivesse perdido a funç