sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Geografia da Paraíba

  Localização e Área Territorial da Paraíba    

A população paraibana chegou a 4.059.905 em 2021, segundo nova estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um crescimento de 0,5% na comparação com a população estimada em 2020 e, em número absolutos, a alta foi de 20,6 mil habitantes.

O estado da Paraíba ocupa 56.584.6 km² de área territorial brasileira englobando 223 municípios.

Até 1994, a Paraíba possuía 171 municípios. Em 1994/1995 foram criados mais 52, perfazendo um total de 223, com suas cidades-sede, vários distritos, vilas, e inúmeros povoados. Grande parte do seu território está situado no extremo leste da região Nordeste do Brasil. Tem 98% de seu território inserido no Polígono da Seca.



Localização: Região nordeste do Brasil

Limites:         Ao norte (Rio Grande o Norte)

                       Ao sul (Pernambuco)

                       O leste (Oceano Atlântico)

                       O oeste (Ceará)


Pontos extremos:

Ao norte (Serra do vale – Belém do Brejo do Cruz)

Ao sul (Serra Pau D’arco – São João do Tigre)

O leste (Ponta do Seixas – João Pessoa)

O oeste (Serra da Areia – Cachoeira dos Índios)

Na Paraíba se encontra o ponto mais oriental das Américas, conhecido como a Ponta do Seixasem João Pessoa, devido a sua localização geográfica privilegiada (extremo oriental das Américas), João Pessoa é conhecida turisticamente como "a cidade onde o sol nasce primeiro".

Capital: João Pessoa

Cidades principais: João Pessoa, Santa Rita, Guarabira, Campino Grande, Patos, Sousa, Cajazeiras, Cabedelo

Cidades mais populosas - João Pessoa (capital), Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux e Souza.

 Mesorregiões: Mata Paraibana - Agreste Paraibano - Borborema - Sertão Paraibano



Número de municípios: 223

Extensão territorial: 56.439 quilômetros quadrados ou 0,66% da área total do Brasil. É o 20º estado brasileiro e o 6º do nordeste.

Extensão do litoral: 138 quilômetros com 56 praias.

IBGE dividiu a Paraíba em 4 mesorregiões: Mata Paraibana, Agreste Paraibano, Borborema e Sertão.

Cada mesorregião divide-se em microrregiões, no estado existem 23 microrregiões.



Mesorregiões da Paraíba: 

  • Mata Paraibana – Faixa de clima úmido que acompanha o litoral. A mata que existia foi substituída pela cana-de-açúcar. É a parte mais povoada e mais urbanizada do estado. 
  • Agreste Paraibano – Região de transição entre a zona da mata e a tradicional região do sertão. O clima e semiárido, embora chova mais do que na Borborema e no sertão. Economia: cana-de-açúcar, algodão, sisal, pecuária. 
  • Borborema - Localiza-se no planalto da Borborema, entre o sertão e o agreste é a região onde as chuvas são mais escassas. Economia: Extração mineral, sisal, algodão, pecuária de caprinos. É principalmente na Borborema que ocorre o fenômeno das secas. 
  • Sertão – É a região da vegetação da caatinga, de clima menos seco que a Borborema, dos rios temporários, da pecuária extensiva de corte e do cultivo do algodão, principal produto cultivado na região.

Mesorregião Paraibana 

Mesorregião Zona da Mata Paraibana



      Compreendendo o litoral, a parte leste do Estado, onde predominam as planícies litorâneas e os tabuleiros, como principais formas de relevo. Possui um regime de chuvas abundantes, especialmente nos meses de março a julho, quando o inverno é regular. As terras são férteis e próprias para o cultivo da cana-de-açúcar.

O Litoral da Paraíba se estende por cerca de 133 quilômetros. Sua extensão vai da desembocadura do rio Goiana - ao sul, onde se limita com o estado de Pernambuco - até o estuário do rio Guaju - ao norte, na divisa com o Rio Grande do Norte.

O litoral paraibano divide-se em Litoral Norte e Litoral Sul. O limite entre esses dois seguimentos é representado pelo estuário do rio Paraíba. Os municípios que compõem o Litoral Norte são: Lucena, Rio Tinto, marcação, Mamanguape, Baia da Traição e Mataraca. O Litoral Sul abrange os territórios municipais de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Conde, Alhandra e Pitimbu.

O relevo é representado por três unidades morfológicas espacialmente desiguais: os baixos planaltos sedimentares ou tabuleiros, com falésias na fachada oceânica; a baixada litorânea, com suas dunas, restingas, lagoas e as planícies aluviais, fluvio-marinhas e estuarinas dos rios que deságuam no Atlântico.

Toda a região do litoral caracteriza-se por uma relativa diversidade econômica responsável pela organização do seu espaço: 

·     Agroindústria sucro-alcooleira; 

·     Extração mineral (ilmenita, titanita, zirconita, cianita, ao norte de Barra de Camaratuba, calcário, na grande João Pessoa; granito, em Mamanguape; 

·     Pesca da lagosta, em Pitimbu; 

·     Agricultura e pecuária; granjas e sítios; 

·     Loteamentos para residências secundárias. 

 Mesorregião do Agreste Paraibano

  

            

      Situada na parte intermediária do Estado, a mesorregião do Agreste que sucede ao litoral, na direção oeste, corresponde inicialmente a uma depressão, com 130m de altitude, formada por rochas cristalinas, e que logo dá lugar às escarpas abruptas da Borborema, cujas altitudes ultrapassam os 600m.

No agreste, permanece o binômio gado-policultura e ainda continua como região fornecedora de alimento. Possui solo muito rico e, pela umidade que apresenta, próprio para a policultura, ou seja, cultivo de várias espécies: feijão, milho, abacaxi, fumo, inhame, mandioca, frutas e legumes diversos, prestando-se também a criação de gado.

A diversificação de produção dessa área acontece, em razão da forte diferença das condições naturais. Nas áreas mais secas predominam as pastagens naturais que favorecem a presença da pecuária extensiva.

            Os rios, nesta zona, já são quase sempre temporários, pois reduzem suas águas ou secam completamente nos períodos de grande estiagem. Um fator marcante que determina esta condição são as chuvas que começam a diminuir tornando mais seco, o clima.

            Há uma transição no aspecto da vegetação desta mesorregião, vez que, ora ela apresenta características de uma mata úmida, parecida com a mata Atlântica, ora da caatinga que vai predominar nas outras áreas: Borborema e Sertão.

Na medida que nos afastamos do Litoral em direção ao interior, serras e vales férteis apresentam roteiros que unem história, natureza e diversão. Em Campina Grande, no Alto da Serra da Borborema, o “Maior São João do Mundo” atrai milhares de turistas para 30 dias de forró. Em Fagundes a famosa pedra de Santo Antonio, palco de peregrinações religiosas em homenagens ao “santo casamenteiro”, é hoje uma das mais procuradas áreas para a prática de Treking. Em Ingá encontraremos as Itacoatiara (pedras riscadas, em Tupi), a mais enigmática presença indígena no Nordeste.

Mesorregião da Borborema


        Área de domínio do Planalto da Borborema, que se constitui num conjunto de terras elevadas, estendendo-se desde o norte do Estado de Alagoas até o sul do Estado do Rio Grande do Norte, na direção SW-NE. Apresenta algumas serras, cujas altitudes variam de 500 a 600m. Entre elas, destaca-se a Serra do Teixeira, onde fica o Pico do Jabre, no Município de Maturéia, considerado o ponto mais elevado da Paraíba, com mais de 1000m de altitude. A parte leste da Borborema recebe chuvas vindas do litoral, o que vai influenciar no seu clima e vegetação – são os brejos úmidos. O restante da Borborema está sob o domínio do clima quente e seco.

O planalto é um importante divisor de águas porque os rios que ali nascem correm em direção leste e deságuam no oceano Atlântico, enquanto os, enquanto os rios da porção oeste, não conseguindo ultrapassar a Borborema correm em direção ao Estado do Rio Grande do Norte e de lá é que alcançam o Oceano.

Na Borborema, vão dominar pastagens plantadas (palma forrageira e capim) que permitirão e facilitarão a prática de uma pecuária extensiva, principalmente a de médio porte, e, em áreas de exceção, pontuais, ocorre a presença de outras culturas. Por exemplo, o tomate nas proximidades de Boqueirão. 

Em cidades como Prata, Sumé, Serra Branca, Boqueirão e Cabaceiras, a vida desafia a cinza vegetação da Caatinga e revela roteiros de extrema importância cientifica. No Lajedo de Pai Mateus, município de Cabaceiras, os turistas podem apreciar de perto todo o capricho da natureza. O lugar é hoje visitado por gente do mundo inteiro, todos curiosos em decifrar os enigmas escondidos nas rochas. O Lajedo ficou famoso ao servir de cenário para o filme o Auto da Compadecida, Pai Mateus na verdade foi o nome de um antigo ermitão que durante muitos anos residiu sobre as pedras. Muitos séculos antes, no entanto,

 Climas da Paraíba

A distribuição dos climas da Paraíba está relacionada com a localização geográfica, ou seja, quanto mais próximo do litoral, mas úmido será o clima; quanto mais longe, mais seco.

Três tipos climáticos ocorrem na Paraíba: o Clima tropical quente-úmido, com chuvas de outono-inverno (As'), o Clima semiárido quente (BSh) e o Clima quente semiúmido, com chuvas de verão (Aw'). O primeiro ocorre na baixada litorânea e no rebordo oriental da Borborema. As temperaturas médias anuais oscilam entre 24° C, na baixada, e 22° C no topo do planalto. A pluviosidade, de mais de 1.500mm junto à costa, no interior cai até 800mm, no rebordo do Borborema. Aí, em torno da cidade de Areia, volta a subir e chega a ir além de 1.400mm. O trecho mais úmido da Borborema, chamado Brejo, é uma das melhores áreas agrícolas do estado.

Essa variação climática do litoral para o interior reflete-se, também, na ocorrência de diferentes tipos de solo e vegetação do Estado. Verifica-se na Paraíba a ocorrência dos seguintes climas: 

Clima Tropical quente-úmido – Domina o litoral, a região da mata e parte do agreste. Com chuvas abundantes (média anual de 1.800 mm) e temperatura média anual de 26°C. Com essas características, esse tipo climático domina em todo o litoral. Nessa região aparecem os solos arenosos das praias e restingas.

No agreste há trechos quase tão úmidos quanto às áreas da mata e outros muitos secos. Por outro lado, em virtude da altitude em torno de 600 metros alguns municípios do Brejo, no agreste paraibano, possuem um dos climas mais agradáveis da Paraíba, com temperaturas variando de 20º a 24º.

A formação do Agreste ocorre em faixas entre o Brejo úmido e o Cariri semiárido, ou seja, em área de transição climática.

Clima semiárido – Com chuvas de verão, predomina no Cariri, no Seridó, em grande parte da Borborema e do sertão. Sua principal característica não é a ausência de chuvas, mas sua irregularidade. Depois do Brejo, em toda porção aplainada elevada da Borborema e nos vales que cortam, como os do rio Paraíba, Curimataú, Taperoá, Seridó, etc., a semiaridez do clima caracteriza a paisagem. Esse clima, quente e seco, com chuvas de verão, alcançam os índices mais baixos de precipitação do estado, com média anual de 500 mm e temperatura média anual é de 26°C. Os municípios de Barra de Santa Rosa e Cabaceiras apresentam índices inferiores a 300 mm, e constituem, juntamente com Acari - RN, o chamado "triângulo mais seco do Brasil". Sob essas condições, desenvolve-se a vegetação de caatinga das regiões do Cariri e Curimataú paraibanos;

Clima Tropical semiúmido – Chuvas de verão – outono, estende-se pela região do sertão. Chove mais do que na região semiárida, porém por conta das altas temperaturas e da evaporação a água disponível e insuficiente para o consumo. As chuvas de verão-outono alcançam, em média, 800 mm anuais determinadas pelas massas quentes úmidas oriundas da Amazônia. A temperatura média anual é de 27°C. Esse tipo de clima domina todo o Pediplano Sertanejo, embora com precipitações menos baixas que as do Cariri, também está sujeito ao fenômeno das secas, porque as suas chuvas são igualmente irregulares. A vegetação de caatinga foi sendo degradada ao longo do tempo para a ocupação do solo com o algodão, milho e ainda com o pasto para criação do gado, principal atividade econômica. 

 

Mesorregião do Sertão Paraibano

A mais extensa do Estado, conforme pode ser observado no mapa, o Sertão compreende uma extensa área formada de terras baixas (250 a 300m) em relação às elevações da Borborema e das serras situadas nas fronteiras com os Estados vizinhos, onde se faz presente um clima quente e semi-úmido. As chuvas são muito escassas, a vegetação pobre, não sendo o solo próprio para a agricultura, porém mais favorável à pecuária. A maioria das culturas agrícolas precisam ser irrigadas. No Sertão, a presença das pastagens permanece e constitui um forte indicativo da atividade pecuarista. Registrando-se ainda algodão, cana-de-açúcar, arroz, feijão, milho, cultivados em parte para subsistência em áreas onde solo e clima são favoráveis ocorrendo ou não irrigação.

Quando há inverno regular, é possível colher muito algodão, cultura que se desenvolve bem nas terras do Sertão.

É um prato cheio para quem procura aventura e mistério. Religiosidade cultura e ciência se misturam em roteiros de grande beleza plástica. Achados paleontológicos de mais de 130 milhões de anos fazem do Vale dos Dinossauros, em Sousa, um lugar único no mundo. Ali, em meio ao solo rachado e transformado em pedra pelo tempo, centenas de pegadas registram a época em que os gigantes disputavam territórios. Em Vierópolis, cidadezinha a apenas 20 quilômetros de Sousa, sítios arqueológicos e trilhas pela Caatinga são boas dicas para quem busca um pouco mais de aventura. Outras opções interessantes na região são as águas termais de Brejo Das Freiras, as rochas que compõe a Serra de Teixeira – incluindo aí o ponto culminante do Estado – e o belo artesanato local, a exemplo das famosas redes de São Bento. Destaques para a Fazenda Acauã.

 Climas da Paraíba

A distribuição dos climas da Paraíba está relacionada com a localização geográfica, ou seja, quanto mais próximo do litoral, mas úmido será o clima; quanto mais longe, mais seco.

Três tipos climáticos ocorrem na Paraíba: o Clima tropical quente-úmido, com chuvas de outono-inverno (As'), o Clima semiárido quente (BSh) e o Clima quente semiúmido, com chuvas de verão (Aw'). O primeiro ocorre na baixada litorânea e no rebordo oriental da Borborema. As temperaturas médias anuais oscilam entre 24° C, na baixada, e 22° C no topo do planalto. A pluviosidade, de mais de 1.500mm junto à costa, no interior cai até 800mm, no rebordo do Borborema. Aí, em torno da cidade de Areia, volta a subir e chega a ir além de 1.400mm. O trecho mais úmido da Borborema, chamado Brejo, é uma das melhores áreas agrícolas do estado.

Essa variação climática do litoral para o interior reflete-se, também, na ocorrência de diferentes tipos de solo e vegetação do Estado. Verifica-se na Paraíba a ocorrência dos seguintes climas: 

Clima Tropical quente-úmido – Domina o litoral, a região da mata e parte do agreste. Com chuvas abundantes (média anual de 1.800 mm) e temperatura média anual de 26°C. Com essas características, esse tipo climático domina em todo o litoral. Nessa região aparecem os solos arenosos das praias e restingas.

No agreste há trechos quase tão úmidos quanto às áreas da mata e outros muitos secos. Por outro lado, em virtude da altitude em torno de 600 metros alguns municípios do Brejo, no agreste paraibano, possuem um dos climas mais agradáveis da Paraíba, com temperaturas variando de 20º a 24º.

A formação do Agreste ocorre em faixas entre o Brejo úmido e o Cariri semiárido, ou seja, em área de transição climática.

Clima semiárido – Com chuvas de verão, predomina no Cariri, no Seridó, em grande parte da Borborema e do sertão. Sua principal característica não é a ausência de chuvas, mas sua irregularidade. Depois do Brejo, em toda porção aplainada elevada da Borborema e nos vales que cortam, como os do rio Paraíba, Curimataú, Taperoá, Seridó, etc., a semiaridez do clima caracteriza a paisagem. Esse clima, quente e seco, com chuvas de verão, alcançam os índices mais baixos de precipitação do estado, com média anual de 500 mm e temperatura média anual é de 26°C. Os municípios de Barra de Santa Rosa e Cabaceiras apresentam índices inferiores a 300 mm, e constituem, juntamente com Acari - RN, o chamado "triângulo mais seco do Brasil". Sob essas condições, desenvolve-se a vegetação de caatinga das regiões do Cariri e Curimataú paraibanos;

Clima Tropical semiúmido – Chuvas de verão – outono, estende-se pela região do sertão. Chove mais do que na região semiárida, porém por conta das altas temperaturas e da evaporação a água disponível e insuficiente para o consumo. As chuvas de verão-outono alcançam, em média, 800 mm anuais determinadas pelas massas quentes úmidas oriundas da Amazônia. A temperatura média anual é de 27°C. Esse tipo de clima domina todo o Pediplano Sertanejo, embora com precipitações menos baixas que as do Cariri, também está sujeito ao fenômeno das secas, porque as suas chuvas são igualmente irregulares. A vegetação de caatinga foi sendo degradada ao longo do tempo para a ocupação do solo com o algodão, milho e ainda com o pasto para criação do gado, principal atividade econômica. 

 Vegetação paraibana


Destacam-se os seguintes tipos de vegetação: 

Vegetação litorânea – Localizada bem junto ao litoral, nas partes mais próximas às praias; caracterizam-se pela presença de mangues, dunas, tabuleiros, vegetação rasteira, arbusto e matas de restinga.

No litoral paraibano, destaca-se a vegetação típica das praias: pinheiro das praias, salsa da praia, coqueirais, entre outros. Em Cabedelo, há a mata de restinga. Nela encontramos árvore de porte médio, trocos com diâmetros pequenos, copas largas e irregulares. As espécies principais são o cajueiro, maçaranduba e aroeira da praia.

Na foz dos rios e até onde exista influência das marés, existem solos lamacentos, salinos e instáveis com alto teor de matéria orgânica em decomposição. Uma magnífica vegetação arbórea de mangue dá o devido destaque em algumas partes no litoral do Estado. As espécies dessa formação vegetal apresentam algumas características essenciais para essa adaptação ao meio, por exemplo, raízes suportes e respiratórias.

Algumas espécies como o mangue vermelho, mangue de botão, mangue branco e a siriúba vivem obrigatoriamente no setor pantanoso, e outras, como a samambaia-assu e a guaxuma, ocorrem nos setores marginais de solos, com características mais estáveis, só esporadicamente alcançados pelas marés.

Mata atlântica – Corresponde á área da zona da mata, os tabuleiros e as várzeas que antes eram ocupados pela vegetação da Mata Atlântica, hoje são ocupados pela cana-de-açúcar e pelas cidades. Encontrava-se nas várzeas e tabuleiros, estando bastante alterada ou mesmo inexistente na maior parte do litoral devido à expansão da monocultura canavieira.

Nas encostas orientais e nos vales úmidos que cortam o Baixo Planalto (Tabuleiro), aparecem os solos areno-argilosos e os solos férteis de várzeas. Ai predominava a chamada Mata Atlântica, infelizmente hoje reduzida a apenas 5% de sua área primitiva do Estado. Ainda existe atualmente “relíquias” desta mata, representada pela Mata do Buraquinho, Mata de Pacatuba entre outros. Nessa vegetação, encontram-se árvores altas, copas largas, troncos com grande diâmetro, folhas perenes, muitos cipós, orquídeas e bromélias. Já recobriu grande extensão do território paraibano; atualmente, quase toda devastada pelo homem ficando algumas reservas como Pau-Brasil, Jatobá e outros. 

Cerrados – Tipo de vegetação campestre, é formado por árvores e arbustos distanciados entre si, com árvores tortuosas e tufos de capim encontrados nos tabuleiros. Localizam-se nos baixos planaltos costeiros, onde predominam a mangaba, a lixeira, o cajuí e o batiputá, entre outros. 

Agreste – Na faixa de transição entre o clima tropical úmido e o clima semiárido, surge o agreste. Trata-se de uma vegetação intermediária entre a caatinga e a floresta, com espécies das duas formações.

Vegetação acaatingada com espécies de mata atlântica vegetação de transição, observa-se a presença de plantas tanto dos tabuleiros quanto dos sertões. Sua vegetação é constituída por espécies que se misturam, floresta tropical e caatinga (cactos, pequenas árvores e arbustos).

A formação do Agreste também vai ocorrer em faixas entre o brejo úmido e o Cariri semiárido, ou seja, em área de transição climática. Algumas espécies que não ocorrem ou são raras na depressão aparecem no chamado Agreste da Borborema, como umbuzeiro, catingueira, aroeira, facheiro, etc.

Mata Serrana – Vegetação das encostas úmidas das serras isoladas da região semiárida e semiúmida (Serra do Teixeira, Monte Horebe, Araruna, Santa Luzia, Cuité entre outros. São formadas por espécies de mata úmida e arbustos da caatinga.

Desenvolveram-se nessas serras, uma formação vegetal classificada como Mata Serrana, com espécies arbóreas e arbustivas da caatinga (baraúna, angico, jurema) e algumas espécies de Mata úmida como pau-d’óleo, praíba. Ocorrem ainda a tatajuba, violeta, etc.

Caatinga – Área de domínio do clima semi-árido, isto é, no Sertão, Cariri, Curimataú, Seridó, recobrindo em 65% o território.

Vegetação dominante, formada por xerófilas, cactáceas, caducifólias e aciculifoliadas. Pode ser dividida em hiperxerófila – áreas mais secas (Cariri, Seridó e Curimataú) ou hipoxerófila (proximidades do Agreste e no Sertão).

É formado por xiquexique, mandacaru, macambira, baraúnas, aroeira, angico, umbuzeiro, juazeiros e outros.

Os solos são rasos e pedregosos. A vegetação da caatinga, com muitas baraúnas, angicos e aroeiras, primitivamente arbustivo-arbórea, foi sendo degradada, ao longo do tempo, para a ocupação do solo com o algodão, milho e ainda com o pasto para a criação do gado, principal atividade econômica. A caatinga ocorre atualmente, quase como uma formação do tipo arbustiva esparsa, com predomínio de favela, marmeleiro, pereiro, jurema preta, macambira, mandacaru, xique-xique, etc. somente ao longo de alguns rios aparecem oiticicas, craibeiras e carnaúbas, testemunhando antigas matas ciliares. 

Algumas áreas protegidas por iniciativa do IBAMA, SUDEMA e grupos ambientalistas. 

  • Reserva Biológica Guariba - (4.321 hectares) nos municípios de Mamanguape e Rio Tinto. 
  • Área de Proteção Ambiental - (APA 14.640 hectares) da Barra do Rio Mamanguape nos municípios de Rio Tinto e Lucena. 
  • Reserva Florestal Mata do Amém – (103.370 hectares) no município de Cabedelo, última reserva de Mata Alta de Restinga. 
  • Parque Estadual Mapa do Pau – Ferro (600 hectares) no município de Areia. 
  • Monumento Natural Vale dos Dinossauros (40 hectares) nos Municípios de Souza. 
  • O Porquê Estadual Pico do Jabre (400 hectares) nos Municípios de Matureia de Mãe D’Água. 
  • Jardim Botânico – João Pessoa (500 hectares) – É considerado a maior área verde em ambiente urbano dos pais.

A Paraíba só possui 0,7% de área preservada. Como continua o processo desmatamento nas regiões do Cariri e do Sertão a caatinga paraibana segue com certeza o caminho da desertificação.

                                       Hidrografia paraibana                                                                            

    Os rios dependem muito do relevo e do clima. Por isso existem os rios perenes e temporários de planície ou encachoeirados.


A mais forte característica dos rios paraibanos é o fato de a maioria serem temporários, ou seja, diminuem bastante de volume ou mesmo secam nos períodos de saca, principalmente no sertão, o que complica a agricultura na região.

As principais bacias hidrográficas da Paraíba estão representadas pelos rios Piranhas, Paraíba e Mamanguape. Nas bacias do litoral estão os rios Camaratuba, Miriri e Gramame. Finalmente na Bacia da Borborema Setentrional, podemos encontrar o Rio Curimataú.

Na hidrografia da Paraíba, os rios fazem parte de dois grupos, Rios Litorâneos e Rios Sertanejos.

Grupo dos Rios Litorâneos - são rios que nascem na Serra da Borborema e vão em busca do litoral paraibano, para desaguar no Oceano Atlântico. Entre estes tipos de rios podemos destacar: o Rio Paraíba, que nasce no alto da Serra de Jabitacá, no município de Monteiro, com uma extensão de 360 km de curso d'água, correndo com seus afluentes em direção ao mar, constituindo na maior “bacia hidrográfica” do Estado. Também na porção oriental podemos destacar outras bacias, a do Rio Curimataú, que continua no Rio Grande do Norte, Camaratuba e Mamanguape, entre outros.

Grupo dos Rios Sertanejos - são rios que vão em direção ao norte em busca de terras baixas e desaguando no litoral do Rio Grande do Norte. O rio mais importante deste grupo é o Rio Piranhas, que nasce na Serra de Bongá, perto da divisa com o estado do Ceará. Esse rio é muito importante para Sertão da Paraíba, pois através desse rio é feita a irrigação de grandes extensões de terras no sertão. Tem ainda outros rios, como o Rio do Peixe, Rio Piancó e o Rio Espinhara, todos afluentes do Rio Piranhas.

         Os rios da Paraíba estão inseridos na Bacia do Atlântico Nordeste Oriental e apenas os rios que nascem na Serra da Borborema e na Planície Litorânea são perenes. Os outros rios são temporários e correm em direção ao norte, desaguando no litoral do Rio Grande do Norte.

  Relevo Paraibano 

O revelo da Paraíba apresenta 5 áreas distintos: A baixada litorânea, os tabuleiros, a depressão sub-litorânea. O Planalto da Borborema e a Depressão Sertaneja.


         
  • Baixada litorânea – Corresponde a área mais plana baixa do relevo paraibano. Nela encontramos as praias, as restingas e os mangues. Está presente ao longo da costa formando uma faixa com cerca de 80 a 90km de largura, com altitudes que variam entre 0 e 10 metros. 
    • Tabuleiros – Compreendem os baixos planaltos costeiros. Seus limites com a baixada litorânea são as falésias viva ou mortas. 
    • Planalto da Borborema – É o acidente de releve mais importante da Paraíba. As maiores altitudes estão na divisa com Pernambuco. O ponto mais alto do relevo paraibano está na Serra do Teixeira no município de Matureia, o Pico do Jabre com 1197metros de altitude.


    • Depressão Sertaneja – Localiza-se no oeste da Paraíba e constitui uma área de terras baixas onde predomina o solo pedregoso em extensões aplainadas. Em alguns locais essas superfícies são interrompidas por morros isolados.

       

    No Agreste, temos algumas depressões que ficam entre os tabuleiros e o Planalto da Borborema, onde se encontram muitas serras, como a Serra de Araruna, a Serra de Cuité e a Serra de Teixeira. Encontra-se no município de Araruna a Pedra da Boca.

    No sertão, temos uma depressão sertaneja que se estende do município de Patos até após a Serra da Viração.

    O Planalto da Borborema ou Chapada da Borborema é o mais marcante acidente do relevo do estado. Na Paraíba ele tem um papel fundamental no conjunto do relevo, rede hidrográfica e nos climas. As serras e chapadas atingem altitudes que variam de 300 a 800 metros de altitude.

    Serra do Jatobá é uma grande rocha de cor branca (que pode ser vista até do espaço), predominando sobre a caatinga e que forma em seu redor área permanentemente verde em função do solo arenoso e a presença de umidade, mesmo nos períodos de seca. O local tem tudo para o turismo, possibilitando voos de asa delta. A Serra do Jatobá, é apenas um pedaço (o maior), o qual se vê claramente que é uma única pedra, de uma grande região de pedras que pertencem ao município de Serra Branca. É considerada como maior batólito das Américas do Sul e Central.

    Serra de Teixeira é uma das mais conhecidas, com uma altitude média de 700 metros, onde se encontra o ponto culminante da Paraíba, a saliência do Pico do Jabre, que tem uma altitude de 1.197 metros acima do nível do mar, e fica localizado no município de Maturéia.


    Referências: 

    Paraíba: Desenvolvimento econômico e a questão ambiental / Antônio Sérgio Tavares de Melo, Janete Lins Rodriguez – João Pessoa , Grafset,  2003

    Atlas Escolar da Paraíba / Coordenadora : Janete Lins Rodrigues – João Pessoa, Grafset,  2002

     



     


    Mundo atual

    Com o fim da Guerra Fria e do mundo bipolar, uma Nova Ordem Mundial teve início. Dois conceitos são muito usados para explicar o complexo mundo atual: o realismo e o multilateralismo. Muitas vezes eles são vistos como antagônicos e contraditórios, mas, na verdade, são complementares. O realismo se manifesta de forma bastante clara quando os países impõem sua vontade por meio da força militar. Por isso, alguns autores afirmam que vivemos em um mundo unipolar, dado o grande poderio militar dos Estados Unidos, uma superpotência capaz de influenciar os demais. Mas eles também apontam novos países ativos no debate das questões mundiais. Mesmo sem ameaçarem o poderio militar estadunidense, tornam o mundo multidimensional, ou seja, composto de diferentes pontos de vista, ainda que o dos Estados Unidos tenha certa predominância. O multilateralismo se expressa na busca do diálogo entre países, empresas e movimentos sociais para solucionar problemas. Seus críticos dizem que esse método é demorado e pouco eficaz. Seus defensores argumentam que é mais democrático e permite aumentar a colaboração entre os países. Nos últimos anos, alguns países se juntaram em ações multilaterais para tentar aumentar sua influência no mundo, o que fortalece as organizações internacionais.

    O mundo unipolar e multidimensional


    Na Guerra Fria, dois países dominavam o mundo. Com o término da União Soviética, em 1991, apenas uma superpotência militar se manteve. Porém, outros países, como China, Índia e Rússia, passaram a se destacar no contexto das relações internacionais no século XXI, criando uma ordem multidimensional. Algumas potências passaram a influenciar as decisões mundiais, embora em menor escala se comparadas à superpotência estadunidense. No jogo de forças das relações internacionais, há ainda as potências regionais, dominantes em suas respectivas regiões. Atualmente, o número de países que influenciam as decisões mundiais é bem maior. Isso produz um intenso movimento na geografia política contemporânea em escala internacional, porque, ao aumentar os interessados pelo poder, crescem também as disputas mundiais. Para alguns estudiosos, a ordem que se estabelece no mundo atual é multidimensional e unipolar: as potências mundiais e regionais buscam participar e atuar nas decisões, isto é, um número maior de países influencia o cenário mundial, mas permanece a ampla vantagem militar dos Estados Unidos, conquistada e mantida desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Enquanto as potências regionais se ocupam em influenciar política e economicamente uma quantidade cada vez maior de países, essa superpotência mantém liderança isolada no campo militar

    O sistema internacional

    Integram o sistema internacional países e organizações internacionais. Também estão presentes as organizações não governamentais e os movimentos sociais, além das empresas transnacionais, que buscam influenciar as leis dos países e as organizações internacionais. Vamos conhecer mais esse conjunto de atores globais.

    Organizações internacionais


    Os objetivos das organizações internacionais são discutir problemas que afetam os países e buscar soluções para eles. Cada organização, por meio de seus países-membros, define um conjunto de normas que deve ser seguido por todos. Após ingressar, aquele que não seguir as regras estabelecidas pode ser punido. As despesas são cobertas por meio de contribuição dos países.

    A Organização das Nações Unidas (ONU)

    A Organização das Nações Unidas (ONU) surgiu quando 51 países se reuniram em São Francisco, nos Estados Unidos, entre abril e junho de 1945, para participar da Conferência das Nações Unidas para a Organização Internacional. Essa conferência ocorreu antes do fim da Segunda Guerra Mundial e foi financiada por Estados Unidos, China, Reino Unido e União Soviética. A Declaração das Nações Unidas foi produzida em janeiro de 1942. Naquele ano, 26 países, incluindo os quatro citados, aderiram à expressão “Nações Unidas” usada pelo presidente dos Estados Unidos à época, Franklin Roosevelt (1882-1945), para se referir aos aliados contra o autoritarismo. A principal missão da ONU é promover a paz e a cooperação entre os países. A organização promove reuniões anuais para discutir assuntos de interesse geral, como meio ambiente, fome, direitos humanos, entre outros. Para cumprir os objetivos da ONU, foram criados quatro fóruns de decisão: a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, a Corte Internacional de Justiça e o Conselho Econômico SPUTNIK/Agência France-Presse e Social.

    Assembleia Geral


    A Assembleia Geral da ONU ocorre anualmente (figura 5). Em 2018, integravam a ONU 193 países, segundo o site da instituição. Esses países podem enviar representantes, que têm direito de voto e de manifestação. Não importa o tamanho do país, nem de sua população, nem a capacidade militar ou econômica; todos têm o mesmo peso e importância. Cabe à Assembleia discutir temas que envolvem a segurança mundial e a paz, a adesão de novos países, a localização das reuniões temáticas que ela decide apoiar, entre outros assuntos. A Assembleia pode criar grupos de trabalho e comissões especiais que trabalham temporariamente a fim de gerar estudos e pesquisas que auxiliam os países a tomar decisões.

    Conselho de Segurança


    Ainda que nos documentos de criação da ONU a Assembleia Geral seja indicada como o principal fórum de decisão, cabe ao Conselho de Segurança tratar dos assuntos mais importantes. Um dos temas decididos pelo Conselho é o envio de tropas das Forças de Paz para atender países em situação de conflito em que a população esteja em risco. Também são discutidas as resoluções de paz, que resultam de propostas dos países-membros e que são aceitas pelos países em conflito. Por fim, outra decisão importante que cabe ao Conselho de Segurança é o bloqueio econômico, medida punitiva que proíbe todo e qualquer tipo de comércio com determinado país. Para as decisões, o Conselho conta com uma estrutura muito pequena. Ele é formado por apenas 15 países, que se reúnem pelo menos duas vezes por mês, ou extraordinariamente, quando surge um problema emergencial. Há cinco membros permanentes, que estão no Conselho desde a sua fundação e têm o poder de vetar uma decisão: China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia (anteriormente, União Soviética) ou seja, os países que venceram a Segunda Guerra Mundial. Os membros permanentes devem estar de acordo nas decisões; basta um deles votar contra para a decisão não ser aceita. Os demais dez membros são eleitos na Assembleia Geral, com mandato de dois anos. Há um acordo entre o grupo africano e o asiático para que, alternadamente, exista sempre um representante de um país árabe.

    A Corte Internacional de Justiça


    Corte Internacional de Justiça foi criada em 1945 e começou a funcionar em 1946. Diferentemente dos outros órgãos, que têm sede em Nova York, nos Estados Unidos, a Corte se localiza em Haia, nos Países Baixos, a Corte tem como principal objetivo estabelecer regras jurídicas que podem ser aplicadas nas relações entre os países-membros da ONU. Ela também atua para que as decisões de outros órgãos da ONU tenham efeito jurídico entre os países-membros.

    Conselho Econômico e Social


    O Conselho Econômico e Social da ONU (figura 8) também foi criado em 1945 e sempre teve um papel de menor destaque no sistema de decisões. Isso começou a mudar em 2006, quando a Assembleia Geral decidiu que ele deveria promover uma reunião anual de ministros para avaliar se as decisões das Conferências da ONU estavam sendo adotadas. Além disso, foi aprovado nesse mesmo ano que caberia ao Conselho Econômico e Social promover uma agenda de cooperação para o desenvolvimento. Desde 2005, ficou estabelecido que ele seria composto de 54 países, eleitos pela Assembleia Geral a cada três anos, segundo critérios geográficos: 14 da África, 11 da Ásia, 6 da Europa Oriental, 10 da América Latina e do Caribe e 13 da Europa Ocidental.

    Além desses órgãos, também foram criadas a Secretaria Geral e as Forças de Paz. Ao longo dos anos, outros órgãos foram surgindo para tratar de assuntos específicos, como desenvolvimento, infância e adolescência e meio ambiente

    Conferência da ONU


    Reunião de chefes de Estado, ou de seus representantes, para tratar de temas específicos, como meio ambiente, moradia, crescimento populacional, entre outros. Esses eventos podem ou não gerar convenções internacionais que obrigam os países signatários a adotar as medidas decididas.

    Críticas à ONU


    Entre as críticas que a ONU recebe, a maior é a de favorecer os Estados Unidos, seu maior financiador. Como a sede principal está em Nova York (Estados Unidos), existe muita pressão do governo estadunidense para que seus interesses sejam contemplados nas decisões da organização. Outro ponto muito criticado é a demora na tomada de decisões, que devem ser por consenso, o que exige tempo para que seja elaborado um texto em que todos estejam de acordo. Aqui aparece a terceira crítica. Para serem aceitos por países tão distintos e com interesses tão diferentes, os textos das decisões acabam sendo genéricos, o que diminui sua eficácia.

    O Fundo Monetário Internacional (FMI)


    Com o objetivo de regular a movimentação financeira no mundo, o Fundo Monetário Internacional (FMI) foi criado, em 1944, na Conferência de Bretton Woods. Leia mais sobre essa conferência na seção Olhar interdisciplinar. Em 2018, o FMI contava com 189 países-membros. Sua sede fica em Washington D.C. (Estados Unidos). Monitorar a economia de seus países-membros é uma das funções do FMI, que recebe informações e gera anualmente um relatório em que avalia os pontos fortes e fracos da economia de uma nação e os compara com os dos demais integrantes. Mas sua maior missão é manter a estabilidade financeira internacional, garantindo que os pagamentos entre bancos e demais empresas financeiras dos países possam ocorrer sem dificuldade. Quando um dos sócios do fundo necessita de recursos, ele recebe uma visita de técnicos do FMI, que levantam informações sobre a economia do país. Nem sempre eles são bem recebidos. Nesse processo, investiga-se o valor que o país deve, quando deve pagar as dívidas e avaliam-se suas reservas monetárias internacionais para, então, decidir a quantia a emprestar e de que forma isso será feito. Os recursos para o empréstimo vêm da contribuição de uma parcela do PIB de cada país-membro, que forma uma espécie de poupança que pode ser sacada por um país em dificuldades para honrar seus compromissos financeiros.

    É nesse ponto que surgem os problemas. Para pedir empréstimo ao FMI, os países devem obedecer a regras muito rígidas, que em geral afetam sua economia. Uma das exigências é o controle do aumento de preços e maior equilíbrio nas contas do governo (que deve gastar e investir de acordo com a quantidade de dinheiro arrecadado por meio de impostos, taxas e multas). Geralmente, essas medidas provocam diminuição da atividade econômica, já que o Estado investe menos recursos em obras e em serviços de saúde e educação, por exemplo, o que resulta em menos empregos, menos dinheiro circulando pelo país e menor amparo social. Esse quadro dificulta a vida da população mais carente, que em geral tem acesso a serviços de pouca qualidade, em condições piores do que as anteriores à crise. Dada a série de crises financeiras enfrentadas por muitos países nos últimos anos, pode-se dizer que o FMI não é uma organização bem-sucedida.

    Conferência de Bretton Woods


    Muitos autores acreditam que a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, que ficou conhecida como Conferência de Bretton Woods, de 1944, foi o começo da criação das organizações internacionais. Em Bretton Woods, em New Hampshire, nos Estados Unidos, 44 países se reuniram para definir o funcionamento da economia do pós-guerra. Foram discutidos, pela primeira vez na história, formas de controlar a circulação do dinheiro no mundo e meios de garantir as trocas cambiais entre os países. Nessa reunião foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI), responsável por orientar o desenvolvimento econômico dos países integrantes, e o Banco Mundial (a princípio denominado Bird – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento), para promover a reconstrução dos países arrasados pela Segunda Guerra.

    O Banco Mundial


    Financiar países em prol de seu desenvolvimento: essa era inicialmente a missão do Banco Mundial, criado em 1944. Em 2018, havia 189 países-membros dessa organização, que reúne várias instituições financeiras. Entre elas, a mais importante é o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), cuja atuação teve destaque no final da Segunda Guerra Mundial, quando financiou a reconstrução dos países europeus. Depois dessa ação, o Bird começou a financiar outros países. O foco das ações passou a ser o apoio ao desenvolvimento. Porém, surgiram muitas críticas ao financiamento que fornecia aos governos, pois ele não se preocupava, por exemplo, com os impactos ambientais resultantes do modelo de desenvolvimento adotado. Também surgiram algumas denúncias de desvios do dinheiro proveniente do Bird. As críticas influenciaram o Bird, que passou a ser mais exigente em relação à gestão dos empréstimos, o que dificultou a corrupção, mas não a eliminou. Em relação aos impactos ambientais, os projetos financiados tiveram de demonstrar como afetariam o ambiente e quais medidas seriam adotadas para evitar danos sociais e ambientais. Não se pode dizer que as ações financiadas pelo Bird deixaram de causar impactos ambientais, mas alguma melhoria pôde ser notada. No entanto, a principal crítica que se costuma fazer ao Bird está no uso de tecnologia de países ricos. Argumenta-se que os projetos, para serem aprovados, necessitam empregar tecnologias de países ricos. Ou seja, o Bird só financiaria projetos que, de algum modo, repassassem dinheiro a países ricos, seus maiores contribuintes, por meio do pagamento pelo uso dessas tecnologias.

    A Organização Mundial do Comércio (OMC)


    A Organização Mundial do Comércio (OMC) surgiu da alteração do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio (AGTC) ou GATT (General Agreement on Tariffs and Trade), instituído em 1947. Esse acordo visava constituir a Organização Internacional do Comércio, um órgão especial da ONU. A principal função seria regulamentar a cobrança das taxas de importação e exportação dos países para facilitar o comércio mundial. Entretanto, essa iniciativa não foi implementada e o GATT deixou de existir em 1995, quando surgiu a Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem sede em Genebra, na Suíça. Em 2018, a instituição contava com 164 países-membros. Todos os anos, ministros dos países-membros da OMC se reúnem para discutir mecanismos de facilitação do comércio entre eles. Mas as negociações não são simples. Em geral, os países mais ricos desejam que os países pobres não cobrem taxas para a exportação de seus produtos, mas mantêm taxas para importação de produtos oriundos de países mais pobres, em especial os artigos agrícolas e extrativistas. Além disso, a OMC é o foro de discussão de divergências comerciais entre países-membros. Essas discussões ocorrem no Conselho Geral. Um exemplo é o caso entre Brasil e Estados Unidos, iniciado em 2008, no qual o Brasil questionou ações adotadas pelo outro país que restringiam a importação de suco de laranja. Depois de três anos de discussões, a OMC reconheceu que os Estados Unidos não poderiam impor tais regras. Em 2011, os dois países apresentaram um documento à OMC no qual expressaram estar mutuamente satisfeitos com a decisão.

    ONGs e movimentos sociais


    Organizações internacionais atuam em muitos assuntos de interesse geral. Nelas, as Organizações Não Governamentais (ONGs), os movimentos sociais e os países podem se manifestar. Porém, só os países podem votar. Isso não quer dizer que as ONGs e os movimentos sociais não tenham funções importantes. Na verdade, eles conseguem realizar o que os países, em geral, não querem fazer: mobilizar a opinião pública para discutir os problemas. As ONGs são organizações que dependem de dinheiro de doações de voluntários, de empresas, organizações internacionais e de países. Elas funcionam muitas vezes de modo complementar aos governos, promovendo ações que eles não conseguem fazer ou não são prioritárias. Os movimentos sociais resultam da organização da sociedade na luta por amplas mudanças sociais. Suas origens não estão vinculadas à captação financeira e sim à conquista de direitos com o Estado, por isso são diferentes das ONGs. Como exemplo, podemos citar o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), movimento composto de trabalhadores urbanos em torno de uma série de reivindicações comuns, sendo a principal delas o direito à moradia. Outro exemplo, é o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), movimento de ativismo político que tem como bandeiras principais a realização de uma ampla reforma agrária e a conquista de melhores condições para os pequenos agricultores. Povos indígenas também estão organizados na escala internacional. Eles se reúnem para discutir assuntos de seu interesse, como seu papel no desenvolvimento de novas tecnologias.

    O movimento feminista é outro que atua em escala nacional e internacional. Uma das bandeiras das mulheres é receber salários iguais aos dos homens quando exercem a mesma função. Na maioria dos países, isso ainda não ocorre, por isso a luta é internacional. Mas ela também é nacional, porque as leis que definem o trabalho são diferentes em cada país. Para tratar de assuntos de escala internacional, como emprego, ambiente e direitos das mulheres, foi criado o Fórum Social Mundial.

    Fórum Social Mundial


    Discutir problemas e buscar alternativas para resolvê-los foi a maior razão pela qual inúmeras ONGs e movimentos sociais organizaram o primeiro Fórum Social Mundial. O primeiro ocorreu em 2001, em Porto Alegre, e desde então ele acontece com regularidade em outras cidades do mundo, embora a maior parte dos encontros tenha sido na capital do Rio Grande do Sul. O Fórum Social Mundial tem um Conselho Internacional que organiza as reuniões com participação de ONGs e movimentos sociais nacionais e internacionais. Nos últimos anos, aconteceram vários Fóruns Sociais Regionais. Entre os temas mais discutidos estão os efeitos que as mudanças no mundo atual trazem para trabalhadores, mulheres e crianças, incluindo os impactos ambientais. Além disso, as reuniões do Fórum Social Mundial costumam produzir muitos documentos e uma declaração, que é enviada aos líderes mundiais e às organizações internacionais que tratam do assunto em questão. Mas nelas também ocorrem muitas manifestações políticas e culturais, indicando que “um outro mundo é possível”, o principal lema do Fórum.

    G20 financeiro e comercial

    A sigla G20 identifica dois grupos.

    O primeiro (G20 financeiro) reúne os países mais ricos e os que estão aumentando sua influência no mundo, desde 1999. Em 2018, era composto de 19 países mais a União Europeia. Trata-se de uma ampliação do antigo G8, que tinha apenas representantes dos oito países mais ricos do mundo. O maior foco das ações do G20 financeiro é na área econômica e financeira, por isso os representantes dos países são os ministros financeiros e os presidentes dos Bancos Centrais, que controlam a quantidade de dinheiro que circula em cada país.

    O outro grupo, G20 comercial, foi criado em 2003 e atua com destaque na OMC em assuntos relacionados à agricultura. Em 2018, era composto de 23 países. O grupo critica os países mais ricos do mundo e sua principal meta é combater medidas que protegem os agricultores desses países e dificultam a compra de produtos agrícolas de países pobres.

    O Japão

    O Japão é um país insular, com 377 800 km2 (figura 10) e 126,9 milhões de habitantes em 2016, segundo o Relatório do Banco Mundial de 2017. A estrutura de produção japonesa e a divisão da riqueza entre a população levam o país a excelentes indicadores sociais. Sua expectativa de vida está entre as maiores do mundo. Em 2015, era de 83,7 anos, segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano de 2016. A taxa de mortalidade infantil era de apenas 5 por mil. Além disso, a média de anos de estudo era de 12,5 anos. Toda a população tinha completado o Ensino Médio, e cerca de 60%, o Ensino Superior, mostrando que o índice educacional do Japão é um dos mais elevados do mundo.

    Por conta do território reduzido, o país tem cidades com elevada concentração populacional. Na região metropolitana de Tóquio, onde fica a capital do país, em 2018 viviam mais de 37 milhões de habitantes, segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas. Outra aglomeração urbana importante é Osaka-Kobe, com cerca de 11 milhões de habitantes. A concentração populacional no Japão formou uma megalópole, ou seja, um conjunto de metrópoles próximas umas das outras e muito articuladas entre si.

    Os elevados índices econômicos e sociais do Japão impressionam se lembrarmos que o país esteve sob regime feudal até o século XIX. Porém, de 1868 a 1912, passou por uma grande mudança iniciada pelo imperador Mutsuhito (1852-1912), que ficou conhecido como Meiji. Esse imperador promoveu alterações radicais na estrutura econômica e política japonesa. O imperador combateu o xogunato, sistema político baseado no domínio militar, e estabeleceu o ensino obrigatório na Constituição. Mas a mudança mais significativa foi a criação de um sistema de organização empresarial, conhecido como zaibatsu.

    Economia japonesa

    Os zaibatsus foram criados para permitir o surgimento de grandes empresas no Japão. O governo ajudou famílias importantes a concentrar atividades bancárias e industriais, o que lhes conferiu muito poder econômico. Foi dessa forma que surgiram empresas que existem até hoje, atuando nos setores de produção automobilística, mineração, telecomunicações, seguros, entre outros. A partir da industrialização, ocorrida no final do século XIX, o Japão adotou a estratégia de conquistar novos territórios.

    Essa postura expansionista levou a conflitos com a China, a Coreia e a Rússia, que só foram resolvidos com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial. Como já foi estudado, o Japão se rendeu na Segunda Guerra Mundial apenas após o lançamento das bombas atômicas em Hiroxima e Nagasáqui. Logo depois se iniciou o período da Guerra Fria e o Japão passou a ser um território importante do ponto de vista estratégico para os Estados Unidos por causa de sua proximidade com a União Soviética e a China. Esse motivo levou os Estados Unidos a realizar grandes investimentos para a reconstrução do país, impulsionando a economia japonesa, que registrou o maior crescimento entre 1950 e 1980.

    Paralelamente ao crescimento econômico, o Japão conseguiu desenvolver tecnologia de ponta, em especial nas áreas de eletrônica, computação e telecomunicações. O país se tornou um grande exportador de produtos industrializados, inclusive de carros. Esse conjunto de fatores propiciou o aumento da renda da população, uma das mais ricas do mundo. Apesar da forte concentração industrial e do espaço físico limitado, no Japão também se desenvolvem atividades agrícolas. O país é grande produtor de arroz para consumo interno.

    Comércio internacional Com relação aos produtos exportados, o Japão está entre os principais fornecedores de carros, máquinas e navios. O país também aparece com destaque na produção de eletroeletrônicos. Porém, é um importador de alimentos e de recursos naturais. O principal parceiro comercial do país são os Estados Unidos, seguido pela China.

    Os países europeus também estabelecem um comércio importante com o Japão, mas os países asiáticos e os do Oriente Médio apresentam um volume maior de negócios. A movimentação de navios é intensa nos portos japoneses, e o de Yokohama é o principal do país. De acordo com a administração desse porto, por ele passaram 35 677 navios em 2016, que transportaram cerca de 291,7 milhões de toneladas. Desse volume, 30 mi de toneladas foram destinadas para outras partes do país.

    Influência do Japão

    O Japão aparece como importante centro de produção tecnológica; entretanto, seu papel vai além. Empresas e grupos financeiros japoneses estão entre os maiores do mundo. Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão, sob ocupação dos Estados Unidos, promulgou a Constituição de 1947, na qual estabelece a renúncia “para sempre” à guerra, atribuindo às forças armadas a função de defender seu território e não atacar outros. Em 1967, na Guerra Fria, o governo proibiu a exportação de armas a países comunistas e, em 1976, aos demais países. Apesar dessas restrições, desenvolveu tecnologias para produtos que também podem ser usados para fins militares. Esse fato o tornou um produtor potencial de armamentos.

    Desde o início da década de 1990, o Japão passou a investir em defesa e, nos últimos anos, tem exportado equipamentos e tecnologia destinados à produção armamentista. Em 2014, o governo japonês decidiu retomar as vendas de armas a países vizinhos. Segundo o Ranking de Força Militar 2018, em 2018, as forças armadas do Japão contavam com mais de 310 mil militares, sendo que 80% deles estavam na ativa. O orçamento de defesa foi de 44 bilhões de dólares. Esse grande volume de recursos aplicados na área militar indica que as intenções japonesas não são apenas de defesa, mas de ampliar sua influência no mundo. Prova disso é a aspiração japonesa, expressa várias vezes, de integrar o Conselho de Segurança da ONU como membro permanente, caso ele venha a ser alterado.

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