A maior parte dos alimentos que consumimos e das matérias-primas de que necessitamos para produzir os mais variados tipos de produtos é obtida por meio da agricultura e da pecuária. Essas atividades são desenvolvidas de modos muito diferentes nas mais diversas regiões do planeta.
Existem propriedades rurais pequenas, médias e grandes, que estão localizadas perto ou longe das cidades. Algumas delas empregam muitos trabalhadores, outras, poucos. Além disso, há diferença quanto à utilização de máquinas. Em alguns casos, por exemplo, as máquinas chegam a realizar quase todo o trabalho. Também há diferenças relacionadas às técnicas: algumas propriedades usam técnicas modernas, outras mantêm técnicas tradicionais, e há ainda aquelas que misturam ambas. As propriedades rurais podem dedicar-se ao cultivo de um ou mais produtos, à criação de animais ou às duas atividades ao mesmo tempo.
Todas essas características imprimem marcas diferentes em cada lugar. Portanto, o nível de desenvolvimento tecnológico, as condições socioeconômicas, os hábitos alimentares e os aspectos ambientais de cada lugar, entre outros fatores, influenciam a configuração das atividades agropecuárias no espaço geográfico.
Evolução da agricultura
O desenvolvimento da agricultura ocorreu de forma lenta ao longo da história. Uma das primeiras técnicas utilizadas nessa atividade foi o fogo. Os povos
nativos que viviam no território que hoje faz parte dos Estados Unidos utilizavam o fogo para controlar o crescimento de algumas espécies vegetais.
Novas ferramentas passaram a incorporar o trabalho no campo, sendo produzidas, a princípio, com ossos de animais e, posteriormente, evoluindo para o
uso de pedras, bronze e ferro.
A irrigação também trouxe grande salto para a expansão das terras agrícolas. Por volta de 5500 a.C., povos da Mesopotâmia passaram a canalizar água
de rios para as áreas agrícolas.
Os romanos também contribuíram com a agricultura, promovendo, sobretudo, uma evolução no sistema de irrigação baseado em aquedutos. Essas
construções permitiam transportar água por dezenas de quilômetros em estruturas sobre o solo ou por canais subterrâneos. Além de favorecerem a agricultura, os aquedutos serviam de mecanismo de abastecimento de água para
as cidades romanas
O início do desenvolvimento da agricultura e da pecuária O desenvolvimento da agricultura e da pecuária teve início há cerca de 10 mil anos. Até então, os grupos humanos não conheciam as técnicas de cultivo nem sabiam domesticar os animais, e viviam da caça e da coleta. Quando havia um inverno rigoroso ou períodos de seca muito prolongados, as pessoas se deslocavam para regiões onde as condições naturais fossem melhores para a obtenção de alimentos. Esses povos, portanto, não tinham habitação fixa, ou seja, eram nômades.
É provável que, com o passar do tempo, os seres humanos tenham observado que novas plantas cresciam onde caíam os frutos das árvores ou onde eram jogados os caroços das frutas e, a partir dessa observação, tenham começado a enterrar as sementes. Aos poucos, alguns grupos passaram a domesticar animais e a aumentar, em uma mesma área, a concentração de plantas que forneciam alimentos, começando, assim, a desenvolver a agricultura e a pecuária. Quando as condições naturais eram favoráveis, a produção de alimentos gerava um excedente que podia ser armazenado. Com isso, esses povos passaram a ter a possibilidade de se fixar permanentemente em um mesmo lugar, tornando-se sedentários. O desenvolvimento da agricultura, da pecuária e o aumento na produção de alimentos também permitiram a divisão de algumas tarefas: alguns plantavam, outros produziam ferramentas, roupas e utensílios; alguns eram comerciantes, outros eram sacerdotes, dirigentes, etc. Isso fez surgir os primeiros núcleos urbanos. Ao longo da história, os agricultores procuraram desenvolver novas técnicas para obter aumento de produção e, além disso, para que o cultivo não dependesse tanto das condições naturais. Foi assim que surgiram a utilização de animais para arar o solo (observe a imagem abaixo), a construção de canais de irrigação e inventos como arados, enxadas, carroças e moinhos, desenvolvidos lentamente no decorrer de séculos, até chegar às modernas máquinas utilizadas hoje em dia.
Tipos de agricultura
Desde o início do desenvolvimento da agricultura, diferentes modos de produção foram implementados. Considerando o tamanho da propriedade, o volume, o destino da produção e a mão de obra e técnicas utilizadas, pode-se dividir as praticas agrícolas em dois grandes grupos: agricultura de subsistência
e agricultura comercial.
Agricultura de subsistência
Nesse tipo de agricultura, o produtor utiliza pequena extensão de terra para
produzir alimentos, com o objetivo principal de sustento da própria família; os
excedentes da produção são destinados para comercialização. É baseado na
policultura (diversidade de culturas em uma mesma área) e na utilização de
ferramentas manuais, com a presença de máquinas, eventualmente.
Agricultura comercial
Nesse tipo de agricultura, que visa a comercialização da produção, são utilizados equipamentos e técnicas que buscam produzir grandes quantidades
de alimentos, como maquinários modernos, fertilizantes químicos e pesticidas.
A agricultura comercial é marcante nas grandes propriedades de terra e com
plantio de uma única cultura (monocultura). Essa prática geralmente permite
que o preço dos gêneros agrícolas fique mais barato, mas, como utiliza uma
grande quantidade de máquinas em praticamente todas as etapas de produção, o preço final pode sofrer oscilações devido ao valor dos combustíveis.
Na agricultura comercial, a tendência é a produção de gêneros agrícolas para
a venda no mercado internacional, sobretudo nas grandes propriedades. A produção nesse tipo de agricultura é também destinada às indústrias de processamento.
Toda a cadeia produtiva, passando pela produção dos gêneros agrícolas no espaço rural, pelos serviços e técnicas aplicadas, pelos equipamentos tecnológicos
utilizados e pelo sistema de venda em escala mundial, é chamada de agronegócio.
Sistemas agrícolas
É possível identificar diferentes formas de uso da terra para a agricultura. Os
conhecimentos adquiridos e acumulados desde o início da prática agrícola até
os dias de hoje foram transformados em métodos típicos em cada localidade,
sendo denominados sistemas agrícolas. Essa variedade de técnicas de plantio
depende de elementos como características naturais locais, acesso à tecnologia e capital, técnicas adotadas e também tradições regionais.
É comum que, em diversos países em desenvolvimento que não se industrializaram, os sistemas agrícolas tenham maior força humana de trabalho – agricultores envolvidos nas etapas de produção agrícola. Muitas vezes, são sistemas produtivos herdados do período colonial, caracterizados por latifúndios
monocultores com a produção destinada à exportação.
Em determinadas áreas do campo, podem ser encontrados trabalhadores
que realizam o plantio de forma itinerante, ou seja, mudam de local sempre que
percebem redução na produtividade. O sistema de agricultura itinerante ou
de roça, como costuma ser chamado, consiste no corte de parte da vegetação,
deixando-a sobre o solo até que o material seque com o calor do Sol. Em seguida, ateia-se fogo para eliminar troncos e galhos. Nessa técnica, o agricultor
é obrigado a trocar de local sempre que a produtividade agrícola for reduzida.
Nos países industrializados, é marcante a presença da agricultura mecanizada. Essa agricultura é realizada por um pequeno número de profissionais, que
têm conhecimentos e habilidades para o manuseio de equipamentos e maquinários de alta tecnologia.
Natureza e agricultura
As formas de relevo, o tipo de clima e de solo e a proximidade ou não dos rios são fatores naturais que estão relacionados ao surgimento de espécies de plantas e animais em todo o planeta. E como cada espécie é adaptada a seu ambiente natural, exige diferentes técnicas de cultivo e criação. A partir do século XV, com as Grandes Navegações, intensificou-se a troca de espécies animais e vegetais entre as mais diversas regiões e ecossistemas do planeta. Nessa época, a importação de plantas de ambientes diferentes só acontecia quando as condições de solo, clima e relevo eram parecidas com as do lugar de origem, para possibilitar a adaptação.
No Brasil, desde o início do período colonial, foram introduzidas diversas espécies de animais e vegetais que até então não existiam nesta parte do planeta. Por isso, mesmo alimentos que são muito comuns no Brasil não são originários daqui, como os alimentos da refeição descrita acima. Além deles, alho, louro, hortelã, alface, manga, coco, cana-de-açúcar, galinhas, porcos, vacas e cabras são exemplos de vegetais e animais utilizados como alimento em nosso país, mas que foram trazidos de outras terras e se adaptaram bem às condições naturais do Brasil.
Outra imposição da natureza sobre a agricultura era a necessidade de plantar e colher em determinadas épocas. Embora existam plantas que dependem de uma quantidade menor de água que outras, se não houver irrigação, não adianta preparar o solo e semear um produto na estação seca, porque as sementes precisam de água para germinar. Com o passar do tempo, no entanto, foram desenvolvidos meios de adaptar as plantas a climas diferentes daqueles onde se originaram. Aos poucos, os seres humanos têm desenvolvido tecnologias para tratar o solo, utilizado sistemas de irrigação e modificado sementes em laboratório com o objetivo de produzir vegetais mais adaptados a certas condições do ambiente. É por isso que a oferta e os preços das frutas em feiras e supermercados mudam ao longo do ano. A “fruta da época” é sempre a mais abundante e a mais barata, porque não pode ser armazenada por longos períodos e porque, em geral, exige menos tecnologia em sua produção. Já os cereais podem ser estocados, e sua oferta costuma ser constante o ano inteiro.
Embora hoje exista a tecnologia necessária para driblar as limitações que a natureza impõe ao cultivo de alimentos e à criação de animais, será que todos têm acesso igual a esses recursos? O fato de a tecnologia existir não significa que ela esteja disponível para todos. O desenvolvimento e a aplicação de técnicas avançadas requerem altos investimentos em pesquisa e equipamentos. E para tornar essas técnicas mais acessíveis à população são necessários empréstimos e financiamentos para pesquisar e comprar materiais, além de redução do preço de equipamentos e estímulo à troca de informações entre os países e entre as regiões de um país.
A mecanização agrícola
A mecanização da agricultura iniciou-se nos Estados Unidos, entre o fim do século XIX, com pesadas máquinas a vapor, e as primeiras décadas do século XX, com os tratores equipados com motores que utilizavam gasolina ou óleo diesel. Essas máquinas foram desenvolvidas para realizar alguns dos trabalhos que eram executados por animais e pelos agricultores. A utilização de máquinas foi um importante fator de desenvolvimento da agropecuária: permitiu que a preparação do solo, o plantio e a colheita fossem realizados em áreas cada vez maiores, utilizando cada vez menos mão de obra. Desse modo, a mecanização da agricultura propiciou um grande aumento da produtividade e da produção. Aos poucos, a s máquinas usadas no campo foram aperfeiçoadas e passaram a ser usadas em diferentes países e regiões do planeta. Isso ocorreu de forma diferenciada nos vários lugares e gerou diferentes consequências, de acordo com a situação de cada um deles.
Em países e regiões onde setores da economia como indústrias, comércio e serviços recebiam investimentos – portanto, estavam em crescimento – os empregos nas áreas urbanas aumentaram, e muitos trabalhadores dos setores agrícolas passaram a viver nas cidades. Na América do Norte, por exemplo, a mecanização supriu a falta de trabalhadores na agricultura. No Brasil, uma das principais consequências da mecanização foi a diminuição dos postos de trabalho nas áreas rurais. O desemprego no campo obrigou muitas pessoas a migrar para as cidades. No entanto, a maioria dos trabalhadores agrícolas que se dirigiam às cidades não encontrava emprego. Eles tentavam sobreviver com um subemprego e, em geral, suas condições de moradia eram precárias. Esse movimento de migração do campo para a cidade intensificou-se no Brasil principalmente entre 1970 e 1990, quando alguns produtores rurais passaram a utilizar também sistemas de irrigação e seleção de sementes, entre outras técnicas modernas de produção.
Além disso, nessa mesma época, aumentou a concentração de terras, ou seja, as grandes propriedades ficaram ainda maiores e muitos pequenos agricultores perderam suas propriedades. Alguns deles mudaram-se para lugares mais distantes na própria zona rural, mas a maioria foi para as cidades. Essa intensa migração do campo para as cidades, ocorrida num intervalo de tempo pequeno, chama-se êxodo rural. Observe, na tabela ao lado, o crescimento da população urbana entre 1970 e 2017. O crescente uso de máquinas na agricultura, no entanto, não levou à extinção das técnicas de cultivo tradicionais. Muitos agricultores preferem manter seus métodos de cultivo, entre outros motivos, porque eles permitem usar adubos e insumos de modo reduzido. Além disso, alguns grupos também preservam suas técnicas de cultivo como forma de manter sua cultura e suas tradições.
Nas regiões agrícolas onde as técnicas tradicionais ainda são utilizadas, é necessário empregar uma grande quantidade de trabalhadores. A principal consequência dessa situação é uma produção em pequena quantidade, com produtividade muito inferior à das regiões agrícolas que utilizam técnicas modernas. No caso de regiões onde há mais terras disponíveis para a agricultura, é possível aumentar a produção ampliando a área cultivada, o que gera mais empregos. Mas se não há muitas terras disponíveis e é preciso aumentar a produção, a única saída é aumentar a produtividade por área cultivada, com a modernização, ou seja, a utilização de tratores, de sistemas de irrigação e de sementes selecionadas, o combate a pragas e a adubação.
Essa mudança diminui o número de empregos ligados à produção agrícola, mas gera outros em indústrias e empresas de prestação de serviços, que exigem maior qualificação dos trabalhadores.
A AGRICULTURA E O AMBIENTE
A mudança dos seres humanos de uma situação nômade para sedentária foi possível por causa do desenvolvimento do cultivo agrícola e da domesticação de animais. Essas práticas iniciaram no período Neolítico e possibilitaram produzir os alimentos no mesmo lugar, mudando as atividades cotidianas e provocando uma grande transformação cultural. Ao longo dos séculos, para que os seres humanos pudessem desenvolver e ampliar a produção agrícola, foi preciso desmatar áreas de vegetação nativa, que originalmente eram hábitats de diferentes espécies animais e vegetais. Assim, a sociedade organizou os espaços de distintas formas, tornando-se um dos principais agentes transformadores da natureza.
A PRODUÇÃO AGRÍCOLA E AS PAISAGENS
Atualmente, com a grande demanda por matéria-prima decorrente do consumo e da produção industrial, extensas áreas agrícolas de monocultura – cultivo de uma única espécie vegetal – utilizam alta tecnologia de maquinários e de monitoração, além de outros insumos agrícolas e sementes modificadas geneticamente com o objetivo de aumentar a produtividade e elevar os lucros. No entanto, esse tipo de produção agrícola apresenta consequências socioambientais negativas, como redução de biodiversidade, empobrecimento do solo, contaminação dos cursos de água, diminuição da demanda de mão de obra e, consequentemente, aumento do desemprego, ampliação da concentração de terras nas mãos de poucas pessoas, entre outras. A policultura pode ser entendida como o cultivo de diversas espécies em uma área. Geralmente, ela é desenvolvida em pequenas propriedades e emprega mão de obra familiar, ou seja, os pequenos proprietários trabalham na produção, contando apenas com o trabalho da família, sem contratar pessoas. Para aumentar a produtividade, mantendo a fertilidade e evitando a perda do solo por processos erosivos, foram resgatadas algumas técnicas agrícolas tradicionais e outras foram desenvolvidas. O rodízio de cultivos agrícolas em uma mesma área, por exemplo, dificulta a disseminação de pragas, mantém a fertilidade do solo e, dessa forma, aumenta a produtividade.
Um exemplo de técnica agrícola tradicional é a rotação de culturas. Essa técnica consiste em alternar sazonalmente espécies vegetais em uma mesma área agrícola, deixando o terreno ficar em pousio durante um período para recuperar os nutrientes. Esse sistema de rodízio é utilizado na Europa desde o período Neolítico, assim como na América, pelos povos indígenas, antes da chegada dos colonizadores europeus. Analise o esquema a seguir, que mostra um exemplo de rotação de três culturas em um período de quatro anos.
Outra técnica tradicional que possui elevada produtividade é a de terraceamento. Essa técnica desenvolve o plantio em curva de nível, uma construção em estruturas que considera a altitude do relevo e contribui para a infiltração da água, evitando a erosão e o esgotamento dos solos.
A produção agrícola e o solo Com base na observação e na experimentação, os seres humanos perceberam que algumas áreas eram mais favoráveis a determinados plantios do que outras. Essas condições variam de acordo com o regime de chuva, a insolação e as características dos solos, por exemplo. Conhecer essas áreas permitiu aos seres humanos encontrar as características mais adequadas a cada plantio e, dessa forma, aumentar a produção de alimentos. Desde o século passado, as preocupações com os impactos da agricultura no ambiente aumentaram. Por isso, é preciso avaliar, antes da implementação de um cultivo, as fragilidades e os potenciais das características físicas naturais de cada local de cultivo. O solo é um dos recursos naturais mais importantes para a agricultura e passa por diferentes etapas: de solo jovem a solo maduro, em razão do desenvolvimento das linhas dos horizontes. Os horizontes são as camadas dos solos que resultam da interação das rochas tanto com os processos de intemperismo e sedimentação quanto com a presença de matéria orgânica.
A correção do solo para o plantio
O solo pode ser um elemento potencializador da produção agrícola. Por isso, ao estudá-lo e classificá-lo, pode-se descobrir a capacidade de produção e sua fertilidade para um ou outro tipo de produto agrícola e, com isso, estabelecer a melhor maneira de utilizá-lo. Alguns locais não possuem solos adequados para o cultivo agrícola, sendo necessário adicionar produtos naturais ou químicos para corrigi-los. É o que ocorre, por exemplo, quando o solo é muito ácido – nessas situações, é comum a aplicação de calcário, que reduz a acidez do solo, aumentando a produtividade agrícola.
A expansão da agropecuária, com o uso intensivo do solo, tem acarretado diversos problemas ambientais, como o desmatamento, a perda de diversidade, a erosão e a desertificação. O uso inadequado do solo pode inviabilizar novos cultivos e, também, impossibilitar a criação de animais, colocando em risco o desenvolvimento da agropecuária. O solo é um recurso de difícil recuperação e pode levar anos para que seja corrigido. Um exemplo de processo erosivo bastante agressivo, a voçoroca, provocado pela infiltração profunda de água em solos sem cobertura vegetal adequada, chegando a atingir lençóis freáticos.
A agricultura também pode contribuir para acelerar o processo erosivo, como na
aração da terra, que fragmenta o solo e elimina sua resistência natural, e no uso de
maquinário pesado, que compacta a camada superficial do solo, deixando-o exposto ao
impacto das chuvas e provocando a perda de matéria orgânica. A compactação do solo faz
com que as raízes fiquem restritas às camadas mais superficiais do terreno, prejudicando
a absorção de nutrientes e de água. Outro problema é o aquecimento da parte superior
do solo, o que também impede a absorção de água e de nutrientes pelas raízes.
Já o processo de desertificação ocorre apenas em áreas de climas quentes e secos
(nas regiões áridas e semiáridas). Esse processo de degradação dos solos é resultado da
ação antrópica, que, por meio do desmatamento, causa impactos no regime das chuvas,
intensifica os processos erosivos, altera a fertilidade do solo e pode promover a extinção
de espécies da fauna e da flora da área afetada (podendo causar a perda total ou parcial
do potencial biológico da terra).
Os efeitos da desertificação são muito graves e variados: a biodiversidade local da
fauna e da flora são afetadas, há redução da produção de alimentos e das atividades
econômicas locais, há maior vulnerabilidade para o surgimento de novas doenças e ocorre
uma redução das reservas de água.
No mundo, existem algumas áreas com risco de sofrer com o processo de desertificação, por causa da vulnerabilidade de diferentes origens. Identifique, no mapa a seguir,
quais são essas áreas e o porquê da sua vulnerabilidade.
A AGRICULTURA SUSTENTÁVEL
A atividade agrícola realizada sem planejamento adequado pode causar desequilíbrios ao
ambiente. O excesso de agrotóxicos e o desmatamento, por exemplo, provocam poluição dos
corpos de água, erosão do solo e migração
forçada de espécies de animais.
De maneira geral, uma alternativa para
reduzir os impactos no solo e no ambiente
é a agricultura orgânica, pois esse processo
produtivo integra melhor a produção, as
características do ambiente e as técnicas
menos nocivas.