Aspectos socioeconômicos do Japão e dos Tigres Asiáticos
O Japão, a partir do fim da Segunda Guerra Mundial, transformou-se em exemplo de crescimento econômico, aumentando sua participação no comércio internacional. A partir dos anos 1960, essa situação de crescimento econômico e comercial expressivo passou a ocorrer também nos Tigres Asiáticos.
Há, evidentemente, diferenças significativas entre esses países. O Japão é um país desenvolvido e forma, com os Estados Unidos, com a União Europeia e com a China, o principal eixo de poder econômico do mundo. O país é uma grande potência econômica, exportadora de mercadorias de alta tecnologia, sede de várias empresas transnacionais com filiais espalhadas pelo mundo, além de possuir diversos centros de desenvolvimento de tecnologia avançada. Constitui também um dos principais centros das finanças globais.
Tailândia, Indonésia, Malásia, Filipinas e Vietnã — considerados os novos Tigres Asiáticos, apresentam indicadores sociais bem inferiores aos do Japão e aos dos quatro Tigres. Esses cinco países vêm se industrializando recentemente, a partir dos anos 1980, e oferecem mão de obra extremamente barata. Suas economias passam por um processo de diversificação, com aumento significativo nas exportações de bens industrializados. Mas ainda é grande a porcentagem de mão de obra empregada em atividades primárias, principalmente no setor agrário. São economias dependentes dos investimentos estrangeiros, sobretudo de capitais japoneses e dos Tigres. Os Tigres apresentam indicadores sociais próximos aos dos países desenvolvidos e economia bastante diversificada, além de exportarem grandes quantidades de bens industrializados, inclusive equipamentos de alta tecnologia. A Coreia do Sul conta com importantes grupos empresariais transnacionais, que competem com grandes empresas transnacionais nos setores de eletroeletrônicos e de automóveis. No entanto, são economias dependentes de investimentos dos países centrais do sistema capitalista, especialmente do Japão.
Apesar da diversidade, esses países apresentam uma característica comum: a economia bastante orientada para o mercado externo, com grande capacidade de competição no mercado mundial. Isso se evidencia no grande volume de exportações. Outra característica comum importante no caso do Japão e dos Tigres é a forte presença do Estado na economia. Além de direcionar investimentos, o Estado desenvolve pesquisas e análises sobre o mercado internacional, elabora sistemas de organização empresarial, cria linhas de produtos e promove o desenvolvimento tecnológico, com o objetivo de apoiar as empresas privadas. Os sistemas de organização das empresas desses países, sobretudo do Japão, passaram a servir de modelo para programas de reestruturação de empresas do mundo inteiro. Embora os investimentos japoneses estejam distribuídos por todo o mundo, boa parte deles está concentrada no Sudeste e no Leste da Ásia. O capital japonês foi fundamental para o crescimento econômico desses países asiáticos. Coreia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong Kong recebem investimentos japoneses há mais de 40 anos.
Desde a década de 1980, as grandes empresas do Japão têm investido em países da região que se encontram em processo de industrialização, como Malásia, Indonésia, China, Tailândia e até mesmo Vietnã. A expansão desses investimentos faz parte do contexto da globalização, caracterizado por um aumento da concorrência internacional. Essas empresas japonesas buscam diminuir o custo de produção, utilizando mão de obra mais barata oferecida por diversos países do Leste e Sudeste Asiático.
Japão: grande potência industrial
Até 1868 o Japão era um país feudal (xogunato) e agrícola. A partir daquele ano (início da Era Meiji) foi restaurado o poder imperial, e teve início um rápido processo de desenvolvimento econômico e de transformações na sociedade japonesa. A industrialização, o combate ao analfabetismo e os investimentos em infraestrutura foram a base da modernização do país. Esse período durou até 1912. A Era Meiji concluiu o processo de ruptura com o passado feudal, estabelecendo uma estrutura de produção e relações sociais capitalistas. A partir dessas mudanças o Japão deu início a um período de expansionismo imperialista, que se estendeu até a Segunda Guerra Mundial. Ao final dessa guerra, o país, derrotado, estava com parte significativa de sua infraestrutura e capacidade produtiva desestruturadas. No entanto, graças a um conjunto de fatores, o Japão atingiu uma vigorosa recuperação econômica, que chegou a elevá-lo ao posto de segunda potência econômica mundial (em 2017, o país ocupava a terceira posição). Entre esses fatores, podemos destacar:
• a mão de obra barata e abundante, submetida a longas jornadas de trabalho;
• a valorização do trabalho em grupo;
• os fortes investimentos em educação, inclusive na qualificação de mão de obra;
• o amparo do Estado à economia, com forte apoio às empresas privadas;
• a adoção de uma política econômica protecionista, que mantinha (e, de certa forma, ainda mantém) impostos de importação elevados, com o objetivo de proteger a indústria nacional (proteção também presente no setor agrícola, especialmente no caso da produção de arroz);
• a enorme capacidade de poupança interna, que fez do país um dos maiores investidores nacionais;
• o auxílio financeiro-econômico dos Estados Unidos, que estavam preocupados com a possibilidade de um avanço do socialismo no Extremo Oriente.
O arquipélago japonês
O Japão é um arquipélago vulcânico, situado no oceano Pacífico (Extremo Oriente). Esse arquipélago compreende cerca de 3,4 mil ilhas de vários tamanhos, que se estendem paralelamente ao litoral oriental da Ásia na forma de um grande arco.
Quatro ilhas do arquipélago japonês apresentam grandes dimensões, correspondendo a 97% do território do país:
• Honshu, a maior delas (230.822 km2 ), abriga a capital do país, Tóquio;
• Hokkaido (83.519 km2 ) é a mais setentrional;
• Kyushu (42.030 km2 ) situa-se ao sul de Honshu;
• Shikoku, a menor dessas ilhas (18.780 km2 ), situa-se entre Honshu e Kyushu. De modo geral, suas ilhas são resultantes do vulcanismo ocorrido no fundo do oceano Pacífico em tempos geológicos recentes (há menos de 200 milhões de anos). O vulcanismo e o tectonismo continuam ativos no Japão, provocando, em algumas ocasiões, terremotos de grande intensidade e de graves consequências materiais e humanas, como o ocorrido em Kobe, em janeiro de 1995, que causou a morte de mais de 5 mil pessoas e atingiu 7,2 pontos na escala Richter, além do trágico terremoto seguido de tsunami ocorrido no dia 11 de março de 2011.
A questão demográfica
O Japão é um dos países mais populosos do mundo. Em 2018, contava cerca de 126 milhões de habitantes. Com uma pequena extensão territorial, sua densidade demográfica é, consequentemente, muito elevada (337 hab./km2 ). Na faixa compreendida entre Tóquio e Kobe (no centro-sul da ilha de Honshu) ocorre a maior aglomeração urbana do mundo, com mais de 70 milhões de habitantes. Nessa região estão as três principais áreas conurbadas do território japonês: Tóquio, com 38 milhões de habitantes (inclusive Yokohama); Nagoya, com 8 milhões; e Osaka, com 16 milhões (inclusive Kyoto e Kobe). Observe essa distribuição no mapa da figura 6. A partir de 2020, a população absoluta de Tóquio começa a reduzir e, segundo estimativas, a cidade permanecerá como a maior aglomeração do mundo em 2030, abrigando cerca de 37 milhões de habitantes.
A redução da natalidade e o envelhecimento populacional
Há décadas o Japão vem apresentando taxas de crescimento demográfico muito baixas e em declínio: 1,2% no período de 1965 a 1975; 0,8% no de 1975 a 1985; e 0,4% entre 1985 e 1995. Atualmente essa taxa está próxima de zero. Com uma taxa de fecundidade de apenas 1,39 filho por mulher, o governo japonês chegou a desenvolver campanhas de incentivo à natalidade, sem obter resultados satisfatórios. Para os casais jovens, os custos de moradia e educação dos filhos representam um peso econômico. A escassez de terras no Japão ocasionou uma grande elevação dos preços de imóveis, obrigando as famílias jovens a alugar ou comprar apartamentos minúsculos.
O envelhecimento da população japonesa é outro aspecto que preocupa as autoridades. Em 2015, a expectativa de vida no Japão era de aproximadamente 84 anos. Nesse mesmo ano, cerca de 25% da população tinha mais de 65 anos de idade. Em decorrência, há uma elevação dos gastos sociais, como previdência e saúde. Se a situação de baixa fecundidade persistir, o governo japonês estima que haverá uma redução de 14% no número de habitantes do país até 2050. No entanto, como a esperança de vida é alta, cerca de um terço dos japoneses terá, nesse mesmo ano, mais de 65 anos.
Atividades econômicas
A agropecuária e a pesca
A política agrícola japonesa, apesar das pressões internacionais, é marcada pelos subsídios aos agricultores, por limitação das importações e pelas elevadas tarifas sobre produtos agrícolas importados. Apenas 16% do território japonês é apropriado para as práticas agrícolas. Apesar disso, o Japão consegue obter grandes colheitas de seu solo, com o auxílio de técnicas modernas, máquinas e fertilizantes. A agricultura é desenvolvida nas planícies, sendo também aproveitadas as encostas das montanhas, por meio da técnica do terraceamento. No espaço rural japonês predominam as pequenas propriedades, consequência da reforma agrária instituída logo após a Segunda Guerra Mundial (1946). O principal produto cultivado no Japão é o arroz, alimento básico da população. Sua cultura ocupa 45% das terras agrícolas (figura 8). O país é um dos maiores produtores de arroz do mundo, apresentando também o maior rendimento por hectare (cerca de 6.500 kg por hectare, enquanto a média mundial é de aproximadamente 3.800 kg por hectare). Além do arroz, cultivam-se o chá, o algodão, a soja, a cana-de-açúcar e o trigo.
Apesar da elevada produtividade, o Japão não é autossuficiente, dependendo da importação de diversos produtos como trigo, açúcar, milho e soja. O Japão é o primeiro produtor mundial de pescado, sendo considerado o país mais desenvolvido tecnologicamente no setor. Navios-fábricas percorrem milhares de quilômetros de mares em busca de pescado.
Extrativismo
Parte da cobertura vegetal do Japão é aproveitada para exploração da madeira (construção, fabricação de papel) e geração de energia. Essa exploração é controlada pelo governo, que incentiva o reflorestamento. Devido à intensa demanda interna, o Japão importa madeira de vários países do globo, especialmente da Indonésia e do Brasil, sendo um dos maiores importadores de madeira tropical do mundo. Quanto ao extrativismo mineral, seus recursos são escassos, necessitando importar praticamente todas as matérias-primas essenciais ao desenvolvimento de sua atividade industrial, tais como: petróleo, carvão, minério de ferro, cobre, níquel e bauxita.
Indústria e dinamismo econômico
Em 1868, o país começou a se modernizar, construindo os alicerces de seu processo de industrialização. Nessa ocasião, o governo estimulou a formação dos zaibatsus, grandes conglomerados industriais (familiares), verdadeiros impérios com elevado grau de competição. Logo após a Segunda Guerra Mundial, os zaibatsus, que haviam contribuído também para a grande concentração de riquezas nas mãos de poucos indivíduos, tiveram seu poder drasticamente reduzido; membros das famílias desses impérios e seus principais executivos perderam vez na vida pública, e a maior parte de suas propriedades passou para o domínio do governo. Entretanto, muitas das grandes companhias que compunham os zaibatsus continuaram a existir e tiveram um papel importante na reconstrução do país no pós-guerra.
As inovações no processo de fabricação também foram de grande importância para a transformação do Japão em uma potência industrial (figura 11). Com o objetivo de reduzir custos, ciclos de produção e prazos, priorizando a qualidade dos produtos, desenvolveu-se uma nova organização da produção: o toyotismo. Esse sistema teve origem em meados do século XX na indústria automobilística Toyota. No entanto, é preciso ressaltar os aspectos negativos, particularmente para os trabalhadores, nesse sistema, como o fato de as empresas subcontratadas pagarem salários mais baixos e exigirem mais horas de trabalho. As novas estratégias produtivas do Japão levaram esse país a se tornar uma potência industrial, disputando com os Estados Unidos a liderança na fabricação de produtos como automóveis, eletrônicos, máquinas industriais e robôs. O país obteve, principalmente nos anos 1980, um período de grande acúmulo de capitais, graças aos superavits (saldos positivos) de sua balança comercial e à poupança financeira expressiva de sua população, que transformou o país em uma poderosa fonte de investimento, uma potência financeira.
No fim dos anos 1990, a economia japonesa entrou em recessão, isto é, diminuiu seu ritmo por causa do colapso de alguns bancos (que emprestaram dinheiro de retorno duvidoso para muitas empresas), da elevação do deficit (saldo negativo) do orçamento do governo e da queda na rentabilidade das empresas mais fracas, fato que contribuiu para o aumento do desemprego no país. Ainda no início do século XXI, com a migração de fábricas globais para países que ofereciam mão de obra mais barata, a estagnação do consumo interno, o elevado deficit público e as dificuldades para dinamizar setores ligados ao setor terciário mais moderno (consultoria, produção de software, publicidade, atividades ligadas à internet), entre outros motivos, o Japão passou por outro período de recessão em sua economia. Em junho de 2002, o Japão havia ratificado o Protocolo de Kyoto, acordo entre países para diminuir a emissão de gases na atmosfera e, em 2017, ratificou o Acordo de Paris. O país é responsável pelo lançamento de 7,5% dos gases de efeito estufa do planeta.
Diversificação e distribuição espacial da indústria No Japão, onde o parque industrial é amplamente diversificado, destacam-se as seguintes indústrias:
• siderúrgica e metalúrgica, com grandes estabelecimentos localizados próximo da zona carbonífera de Kyushu; embora importem matérias-primas, superam a produção de aço de vários países europeus;
• de construção naval (primeiro produtor mundial), com grandes e modernos estaleiros situados em Nagasaki e ao redor do porto de Kobe;
• têxtil, cujo principal produto é a seda (primeiro produtor mundial), seguida pelas fibras artificiais e sintéticas;
• eletroeletrônica, que é competitiva e das mais modernas do mundo, respondendo por cerca da metade das exportações de produtos eletrônicos e eletrodomésticos do mundo (fornos de micro-ondas, televisores, etc.);
• automobilística, cujos veículos, produzidos a baixo custo, são modernos e conquistaram parte dos mercados estadunidense e europeu, além de diversos países da própria Ásia e da América Latina. A robotização da atividade industrial atinge no Japão o índice mais elevado do mundo.
Tigres Asiáticos
Entre os anos 1960 e meados da década de 1990, nenhum local do mundo teve crescimento econômico tão expressivo como o apresentado por alguns países do Leste e Sudeste da Ásia. Na liderança desse crescimento estavam Taiwan, Cingapura, Coreia do Sul e Hong Kong — os quatro Tigres Asiáticos. Em suas pautas de exportações predominam os produtos eletroeletrônicos (televisores, DVDs, aparelhos de som, fornos de micro-ondas), equipamentos para computadores e para telecomunicações, tecidos sintéticos, roupas, plásticos e veículos. O crescimento econômico dos Tigres Asiáticos foi alicerçado no estreito relacionamento entre as empresas privadas e o governo, que oferecia proteção ao mercado interno, por meio de impostos elevadíssimos para os produtos importados. Além disso, o governo ofereceu grandes incentivos às exportações, adotou estratégias para atrair investimentos externos, investiu maciçamente na educação e na qualificação da mão de obra. A mão de obra barata, se comparada à dos países desenvolvidos, foi um grande atrativo para que empresas transnacionais, principalmente japonesas, se instalassem nesses países. O processo de desenvolvimento dos Tigres Asiáticos ocorreu sob regimes políticos ditatoriais, com exceção de Hong Kong. Assim, liberdade de imprensa e de expressão e eleições para governantes não faziam parte do dia a dia dos habitantes desses países.
Crise e retomada do crescimento
Após apresentarem uma relativa desaceleração no crescimento econômico no início dos anos 1990, os Tigres acabaram mergulhando em uma profunda crise na segunda metade da década de 1990. Apesar disso, não se deve desprezar o espetacular crescimento dessas economias. Foram mais de 30 anos (desde meados da década de 1960 a 1997) de conquistas de mercados mundiais que promoveram um aumento em torno de 700% do PIB dos Tigres. A ocorrência da crise é explicada por uma série de fatores, entre eles o crescimento do endividamento de curto prazo dos países e das empresas; o aumento crescente e irreal do preço dos imóveis; a desaceleração da economia global em 1996, que provocou queda nas exportações e levou as indústrias a reduzir bastante sua produção. No entanto, já no fim do século XX, os Tigres retomaram um ritmo de crescimento mais acelerado.
Coreia do Sul
Os principais produtos exportados pela Coreia do Sul são: veículos, calçados, roupas, tecidos, chapas de aço e produtos eletrônicos. Algumas grandes empresas sul-coreanas (chaebols) constituem atualmente poderosas transnacionais: a Hyundai, que fabrica veículos e navios (os veículos Hyundai tiveram, na década de 1980, suas vendas aumentadas em 400% nos Estados Unidos); a Samsung e a LG, que produzem equipamentos eletroeletrônicos e computadores; e a Daewoo, que fabrica veículos. Com a crise, alguns desses grandes grupos industriais coreanos faliram ou tiveram de fundir-se, sendo comprados também por outros grupos. A Hyundai, por exemplo, comprou a Kia e a Asia Motors.
Taiwan
Em 1949, com a formação da República Popular da China, o líder do partido Kuo-Min-Tang, Chiang Kai-shek, acompanhado de várias divisões do exército nacionalista, atravessou o estreito de Formosa e estabeleceu-se na ilha de Taiwan a República da China Nacionalista. A política posta em prática fundamentou-se na distribuição equilibrada da riqueza, na melhor utilização da terra e em melhores condições para o povo.
A China considera Taiwan uma província rebelde, não a reconhece como Estado-nação (país) e defende uma “reunificação pacífica”. As hostilidades entre ambas existem desde a Revolução Socialista na China continental. A entrada de Taiwan na Organização Mundial do Comércio, em novembro de 2001, deu-se como território, não como país. Apesar de haver ingressado na OMC, esse país ainda luta pelo seu reconhecimento internacional como Estado-nação, uma vez que foi obrigado a se retirar da ONU em 1971, com a entrada da República Popular da China na organização. Em 2014 ocorreram manifestações no país contra um acordo comercial firmado naquele ano que poderia significar uma possível invasão econômica da China no país.
Cingapura
Situado entre o estreito de Málaca (oeste) e o estreito de Cingapura (sudeste), que ligam os oceanos Índico e Pacífico, o país situa-se em uma área geográfica estratégica, pois está no percurso de rotas marítimas que ligam a Europa ao Extremo Oriente, à Indonésia e à Austrália. Sua localização tornou-se ainda mais importante a partir do fim do século XIX, com a abertura do canal de Suez, no Egito. Atualmente, Cingapura é uma república parlamentarista, mas há apenas um partido político no país. Seu sistema político é extremamente fechado. O comércio exterior de Cingapura é muito expressivo. Seus produtos de exportação são basicamente derivados de petróleo, borracha natural e maquinaria elétrica. Seu porto é o maior da Ásia e um dos mais movimentados do mundo.
Hong Kong
Hong Kong, território chinês que permaneceu entre 1842 e 1997 sob a administração colonial do Reino Unido, tem o status de Região Administrativa Especial da China. Suas características socioeconômicas atuais são resultado de um processo histórico marcado pelo desenvolvimento da economia de mercado, com uma integração muito forte ao sistema capitalista internacional, notadamente no Leste e Sudeste da Ásia. O sistema socioeconômico capitalista de Hong Kong está previsto para ser mantido até 2047, conforme acordo de devolução firmado entre Reino Unido e China. Atualmente, Hong Kong é um dos maiores centros financeiros do mundo, contando com cerca de 140 grandes bancos e sedes de várias empresas transnacionais. Esse setor é responsável por 80% de toda a renda gerada no território. O porto de Hong Kong é um dos maiores do mundo.
Os Novos Tigres
Os Novos Tigres, como vêm sendo chamados Malásia, Tailândia, Indonésia, Filipinas e Vietnã, oferecem, além da mão de obra barata, outros atrativos às empresas transnacionais: isenção de impostos, concessão de terrenos, investimento em infraestrutura (energia, meios de transporte, portos, comunicações) e grandes incentivos às exportações. Muitas empresas que empregam relativa quantidade de mão de obra na montagem de produtos, como televisores, rádios, brinquedos, aparelhos de som, computadores, e também empresas do setor têxtil, consideram altos os salários pagos nos quatro Tigres. Por esse motivo, buscam a mão de obra extremamente barata dos Novos Tigres e da China. No Vietnã, por exemplo, foram instalados 50 bancos estrangeiros; empresas multinacionais dos mais diversos ramos (alimentício, tecnologia, automobilístico, etc.). Outro aspecto interessante nesse processo de transformação dos Novos Tigres é o grande volume de investimentos proveniente dos quatro Tigres. Nos anos 1990, na liderança dos investimentos no Vietnã estavam Taiwan, Hong Kong, Cingapura e Coreia do Sul.
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