Angiospermas são vegetais cujos óvulos estão encerrados no interior do ovário e que, consequentemente tem suas sementes encerradas no interior dos frutos (angios=vasos e sperma=semente). O fruto contribui para a dispersão da semente, o que explica o sucesso do grupo das angiospermas.
São plantas de portes variados, encontradas em praticamente todos os ambientes. Os principais representantes são terrestres embora existam espécies dulcícolas e marinhas (emersas ou submersas). São Cormófitos, ou seja, possuem órgãos vegetativos (Raiz, caule e folhas) bem definidos. São Vasculares ou Traqueófitas possuindo canais ou vasos condutores de água e nutrientes orgânicos ou inorgânicos (seivas). São Fanerógamos por possuírem flores e espermáfitos por produzirem sementes. São Embriófitos, ou seja, formam embriões. 0 ovário, após a fecundação, desenvolve-se num envoltório de proteção e dispersão: o fruto.
São plantas extremamente importantes, principais produtores dos ecossistemas terrestres, servindo para alimentação (cenoura, alface, mamão, feijão), aplicações industriais (jacarandá, algodão), ornamentação (orquídea) e fabricação de produtos farmacêuticos (camomila).
O processo reprodutivo das angiospermas é algo mais elaborado do que o das coníferas. A planta adulta representa a geração esporofítica. A flor contém pistilo e estames, que produzem os esporos que, germinando, originarão aos gametófitos masculinos e femininos. O esporo que originará ao gametófito masculino é produzido na antera, que fica na extremidade superior do estame. Este esporo desenvolve-se formando o grão de pólen. O pistilo é composto de três partes: o estigma (extremidade superior), estilo ou estilete e o ovário. No interior do ovário localizam-se os óvulos que abrigam a oosfera.
A flor, portanto, é um conjunto de esporófilos, isto é, de folhas diferenciadas que elaboram esporos. É formada de:
• Pedúnculo ou haste
• Perianto é formado pelos verticilos de proteção : o Cálice – formado de sépalas. a Corola – formada de pétalas.
• Androceu – formado por estames ou microsporófilos.
• Gineceu ou pistilo – formado por carpelos ou macrosporófilos. As sépalas em geral são verdes, apresentando a mesma estrutura das folhas. As pétalas apresentam cores variadas, de acordo com a natureza de seus pigmentos e comumente elaboram matérias açucaradas (o néctar), que atraem insetos e pássaros, indispensáveis a polinização. Lembrando que quando as pétalas não se diferenciam das sépalas as chamamos de tépalas e utilizamos para o conjunto de cálice e corola o nome de perigônio, calicíneo se for verde e corolíneo, se a cor única for diferente do verde.
As angiospermas podem ser divididas nestes dois grupos dependendo de quantos cotilédones suas sementes apresentam. Para um cotilédone, monocotiledônea. Para dois, dicotiledônea. Estes dois grupos se diferenciam por:
Monocotiledôneas
Os principais exemplos são os cereais (trigo, milho, centeio, cevada, etc.), vegetais cujo fruto é um grão ou cariopse, panificável. Cada grão apresenta uma única semente aderida em toda a sua extensão a um pericarpo reduzido e, geralmente, transparente. Os grãos formam infrutescências, as espigas.
- Um cotilédone na semente
- Feixes vasculares espalhados pelo caule
- Raiz fasciculada - Nervuras das folhas paralelas
- Folhas invaginantes
- Flores trímeras
- Frutos com 3 lojas (ou múltiplos).
Dicotiledôneas
Os principais exemplos pertencem ao grupo das leguminosas (feijão, soja, amendoim, ervilha, etc.), plantas cujo fruto é um legume ou vagem. Este fruto é deiscente, abre-se naturalmente, deixando cair as várias sementes que apresenta no seu interior.
- Dois cotilédones em cada semente
- Feixes vasculares dispostos em torno de um cilindro central
- Raiz pivotante ou axial
- Nervuras das folhas reticuladas
- Folhas pecioladas - Flores dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras.
- Frutos com 2 ou 5 lojas (ou múltiplos).
Reprodução
A reprodução da uma angiosperma obedece ao seguinte ciclo: nas anteras, parte do androceu, ocorre a microsporanogênese ou seja, formação de micrósporos e no ovário, parte do gineceu ocorre a macrosporanogênese, formação de macrospóros. Após a polinização que pode ocorrer pelo vento ou pelos animais o grão de pólen atinge o estigma da flor. Então o pólen germina e forma-se o tubo polínico que cresce e penetra no estilete em direção ao ovário. Por este tubo polínico o núcleo da célula vegetativa e os núcleos espermáticos ou anterozoides (originados da célula geradora presente dentro do grão de pólen) são transportados até o óvulo. Ocorre então a dupla fecundação que dará origem a um núcleo diploide e um triploide. O primeiro dará origem ao embrião e o segundo ao endosperma ou albúmen.
Com o desenvolvimento do embrião os tecidos do óvulo desidratam e os envoltórios do óvulo tornam-se impermeáveis, a partir deste ponto a estrutura toda passa a ser chamada de semente. Dependendo de quando o embrião digere o endosperma as sementes podem ser divididas em: com ou sem albúmen.
A principal característica das angiospermas é a presença de uma série de peças, não raro muito vistosas, que compõem a corola e o cálice (o chamado perianto) e circundam os órgãos reprodutores propriamente ditos. Além disso, os óvulos ou células femininas não se encontram a descoberto, tal como ocorre nas coníferas e demais gimnospermas, mas acham-se protegidos pelos chamados carpelos, folhas modificadas que se fecham sobre si mesmas para guardar as células incumbidas da reprodução. As angiospermas compreendem grande diversidade de árvores, arbustos e espécies herbáceas, rasteiras e aquáticas. Distribuem-se por todo o mundo e ocupam os habitats mais distintos, do Ártico aos trópicos, passando por matas, desertos, estepes, montanhas, ilhas, águas continentais e oceânicas. Sua importância econômica é fundamental, já que as angiospermas incluem a maioria das espécies arbóreas utilizadas pelo homem, todas as plantas hortícolas, as ervas produtoras de essências, especiarias e extratos medicinais, as flores, os cereais e uma grande quantidade de espécies das quais são obtidos numerosos produtos de interesse industrial.
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