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Pré-história brasileira

1- As culturas do Pleistoceno (até 12 mil anos atrás)

Uma periodização da Pré-história brasileira muito aceita pelos arqueólogos leva em consideração principalmente os aspectos culturais dos grupos que habitavam o Brasil na Pré-história. Essa periodização, que adotaremos aqui, apresenta dois grandes períodos: cultura do Pleistoceno e culturas do Holoceno.

Na geologia, Pleistoceno é o nome dado ao período em que ocorreram as glaciações e que se estende de 1,8 milhão de anos até 12 mil anos atrás.

As culturas brasileiras do Pleistoceno correspondem às mais antigas do Brasil. São encontrados vestígios dessas culturas em Minas Gerais, goiás, Piauí, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Os grupos pleistocenos eram nômades e mais ou menos coesos, sendo formados por um número reduzido de membros. Viviam em cavernas e abrigos sob rochas no topo de colinas ou próximas a rios. Produziam ferramentas em pedras para abater os animais e retirar sua pele.

No período pleistoceno, o clima era mais frio e seco. A natureza oferecia fauna abundantes, fornecendo caça de pequeno e médio porte, que podia ser apanhada com porretes e armadilhas.

Nessa época também encontramos a chamada megafauna, composta por grandes animais, como o cliptodonte (tatu gigante) e a preguiça-gigante. A megafauna também era alvo da caça dos homens pré-históricos, mas em menor grau, tanto pela dificuldade na captura quanto pelo fato de esses animais competirem com os humanos os mesmos recursos.

O que dizem as evidencias

As pesquisas arqueológicas feitas em sítios do Pleistoceno descobriram ossadas humanas, artefatos de pedra (como seixos lascados, batedores e lascas) restos de fogueiras contendo detritos alimentares. Esses restos orgânicos mostram o consumo de carne de anta, capivara, veado, paca, tatu, tamanduá, lagarto, ema e peixe. Além de caça, esses grupos se alimentavam de frutos, raízes e tubérculos, que eram abundantes no período.

Os fósseis humanos mais antigos já encontrados no Brasil datam do pleistoceno. Eles foram encontrados no século XIX em uma caverna na região de Lagoa Santa, em Minas Gerais. No mesmo local, na década de 1970, foram encontrados ossos e o crânio de uma mulher, batizada pelos arqueólogos de Luzia, em referência a Lucy, o mais antigo fóssil humano encontrado na África.

A análise do crânio de Luzia indica que ela tem parentesco com grupos ligados às correntes migratórias da Austrália e do Pacífico do que com grupos das estepes asiáticas que vieram pelo Estreito de Bering, o que reforça o debate sobre a antiguidade do homem na América.

2-As culturas do Holoceno (de 12 mil anos atrás até o presente)

O Holoceno divide-se em duas fases, a pré-ceramista (entre 12mil e 5 mil anos atrás) e a ceramista (a partir de 5 mil anos atrás). Essa divisão tem como critério a produção de cerâmica, considerada uma evolução tecnológica muito importante em qualquer cultura.

Nesse período, com o domínio da agricultura, as populações pré-históricas tiveram um crescimento demográfico sensível e alguns grupos deixaram de ser nômades para se tornar sedentários. O cultivo da terra proporcionou uma mudança nas atividades econômicas e no nível tecnológico dessas populações pré-históricas, acarretando mudanças em todos os aspectos do seu modo de vida.

As culturas pré-ceramistas

Por volta de 12 mil anos atrás, ocorreu uma mudança climática global, que marcou o fim da era glacial. O aumento da temperatura e o derretimento da camada de gelo que cobria grande parte da superfície terrestre levaram a destruição de muitas savanas, que eram o habitat dos grandes animais, e a formação de amplas florestas. Na América, a destruição das savanas levou a extinção de muitos animais, como o mamute, o mastodonte e a preguiça-gigante.

Nas regiões Centro-Oeste e Nordeste do Brasil, as culturas pré-ceramistas ainda são pouco conhecidas, mas se sabe que no cerrado e na caatinga havia uma concentração forte de caçadores-coletores em sítios a céu aberto e abrigos sob rochas. Os instrumentos em pedra desses grupos, utilizados para raspar couro ou madeira, eram lascados em apenas uma das faces, dentro da tradição Itaparica. Mais tarde, a partir de 8 mil anos atrás, esses instrumentos em pedra foram substituídos por lascas simples.

Na região Sul do país destacam-se outras duas tradições: a umbu e a humaitá. A tradição umbu é associada à presença de caçadores-coletores das regiões de planalto, que se espalharam mais tarde pelos vales. Seus utensílios em pedra, principalmente pontas de flechas e lascas, tinham como característica serem adornados em ambos os lados, sendo produzidos a partir de vários tipos de pedras.

Da tradição umbu à tradição humaitá

Existem indícios claros de que os grupos da tradição umbu sepultavam seus mortos, colocando-os sobre cinzas de fogueiras e enterrando o corpo com alguns objetos, como colares e conchas. Além de utilizarem pedras e conchas, essa tradição também produzia objetos com ossos (furadores retocados, agulhas e anzóis curvos) e adornos de dentes de tubarão.

Pouco mais tarde, percebemos que a tradição umbu desapareceu em algumas regiões, dando lugar à tradição humaitá, correspondente a grupos que habitavam os barrancos e terraços próximos a rios, tendo uma economia baseada ainda na coleta de vegetais e na pesca. Seus instrumentos de pedra eram mais pesados, compostos por machados bifaces e pedras com lascamento simples, mais sem ponta de flecha.

A cultura dos sambaquis

Um traço comum da ocupação do litoral marítimo e fluvial brasileiro são elevações formadas por areia, conchas e moluscos, por vezes de grandes dimensões. Essas elevações são conhecidas como sambaquis, palavra que em tupi significa “amontoado de conchas”.

Os sambaquis são encontrados em boa parte do Sul e do Sudeste do país (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo), bem como em alguns estados do Nordeste (Maranhão, Bahia e Rio Grande do Norte). A formação dos sambaquis se deve à presença de grupos coletores marinhos que viveram no litoral entre 8 mil anos atrás, e que se alimentavam de moluscos e peixes, abundante nas costas brasileiras. Os sambaquis eram morros artificiais erguidos por esses grupos, com finalidade ainda não definida pelos estudiosos. Suas dimensões variavam de dois a dez metros de altura, mas existem alguns em Santa Catarina que chegam a atingir 70 metros de altura.

Os povos dos sambaquis baseavam seu sustento principalmente da coleta de moluscos, que eram abundantes nas lagoas do litoral do Brasil. Alguns arqueólogos consideram que os sambaquis podiam servir de área de acampamento, pela quantidade de restos de caça e de alimentação escavados.

Nos sambaquis são encontradas esculturas de pedra e ossos que sugerem algum tipo de organização social rígida. Algumas sepulturas mostram também quantidades de objetos e cuidados diferenciados com os corpos, o que indicaria certa diferenciação social.

Os sambaquis sofreram por muito tempo danos causados pelo vandalismo e pela exploração econômica do material, rico em cálcio, utilizado na produção de cal. Outros ainda foram destruídos pata construção de rodovias ou por imobiliárias. Essa depredação só foi interrompida na década de 1960, quando os sambaquis foram reconhecidos como sítios arqueológicos a serem preservados pela Constituição Federal.

As culturas ceramistas

Por volta de 5 mil anos atrás, boa parte dos grupos que habitavam o Brasil passou a cultivar produtos agrícolas, especialmente a mandioca e o milho. A cerâmica tornou-se importante para esses grupos porque permitiu a preservação dos alimentos, a criação de novas técnicas de preparação de alimentos cozidos em panelas, sem ter de coloca-los diretamente sobre o fogo. Além disso, ela passou a ser usada por alguns povos como urna para enterrar os mortos.

Uma das maiores culturas agrícolas desse período foi a tupi-guarani, formada pela associação de dois ramos diferentes de povos, os tupinambás e os guaranis. Os tupi-guaranis eram povos agricultores e ceramistas que, por volta de 2mil anos atrás, se espalharam por boa parte do território brasileiro, acompanhando principalmente o litoral, estendendo-se também por países vizinhos, como o Paraguai.

A população tupi-guarani se difundiu de tal maneira que no século XVI chegava a um milhão de indivíduos, sendo até hoje uma das populações indígenas mais significativas no país. Por ser uma cultura que ainda estava presente na época da chegada dos europeus, há diversos relatos de cronistas estrangeiros que tiveram contato com esses grupos e descreveram suas crenças e costumes.

Na Amazônia podemos encontrar vários indícios de culturas expressivas da pré-história brasileira. Desde o período pré-ceramista, por volta de 12 mil anos atrás, há sinais de ocupação da Bacia Amazônica por populações de caçadores, pescadores e coletores. As culturas mais marcantes dessa região são a marajoara e a tapajônica, associadas a duas tradições ceramistas.

A cultura marajoara está ligada à tradição policroma, ou seja, que utilizava uma gama de diferentes cores em suas peças. Essa tradição surgiu na ilha de Marajó, criada pelo povo que ali habitava por volta de 3,5 mil anos atrás. A cerâmica marajoara possuía uma decoração composta por sinais padronizados que expressava mitos desse povo.

A cultura tapajônica está associada à tradição inciso-ponteada, da qual a cerâmica tapajônica é apenas a representante mais destacada. Ela é composta de vasos com figuras humanas e de animais bem modeladas e bastante estabilizadas, dos quais os vasos de cariátides (com suportes em forma de figura humana e de animal) e os de gargalo são os exemplos mais famosos.

3- As descobertas arqueológicas no Brasil

Desde o século XIX são realizadas pesquisas arqueológicas no brasil. Entre 1834 e 1846, o dinamarquês Peter Lund, pesquisando na região de Lagoa Santa, no interior de Minas Gerais, encontrou vestígios de grupos de caçadores que viveram no local há milhares de anos.

No século XX, as pesquisas se multiplicaram. Em 1975, no sítio arqueológico de Lapa Vermelha, próximo a Lagoa Santa, foi encontrado o esqueleto mais antigo da América. Com 11 500, esse esqueleto pertence a uma mulher de mais ou menos 20 anos e 1,50 m. Com traços negroides, ela ganhou o nome de Luzia.

As pesquisas na região de Lagoa Santa permitiram conhecer os hábitos dos povos que habitavam a região há milhares de anos. Esses povos são conhecidos como Homens de Lagoa Santa.

Hoje existem muitos outros sítios arqueológicos sendo estudados. Vamos conhecer com mais detalhes os de São Raimundo Nonato e Pedra Pintada, dois dos principais sítios arqueológicos do país.

Vestígios arqueológicos no Brasil

No Brasil, os mais antigos vestígios desses povos datam do período paleolítico: sambaquis, utensílios primitivos e pinturas rupestres. O conjunto de vestígios encontrados em determinada região é chamado de sítio arqueológico, e sua análise cabe à Arqueologia, a ciência que estuda os povos pré-históricos. Através desse estudo desenvolveu-se o conhecimento do período anterior à chegada de Cabral ao Brasil, em 1500.

Sambaquis são volumosos montes de conchas e esqueletos de peixes, associados a objetos de pedra, às vezes com mais de 10 metros de altura. Distribuídos por todo o litoral brasileiro, destacadamente no Sul, atestam que ali viveram grupos humanos que se alimentavam de animais marinhos há mais de 10 000 anos.

Utensílios primitivos também foram encontrados em diversos pontos do litoral e do interior do Brasil: pontas de flechas, machados e outros instrumentos, além de potes de barro, alguns decorados e usados como urna para os mortos, dentro dos quais foram achados esqueletos.

Pinturas rupestres, compostas de desenhos de figuras humanas e de animais, cenas de caça e pesca, foram encontradas nas paredes de grutas e cavernas e em lajes de pedras em lugares abertos. São famosas as pinturas rupestres de cavernas em Minas Gerais e em São Raimundo Nonato, no Piauí.

O Homem de Lagoa Santa

Desde o século XIX são realizadas pesquisas arqueológicas no Brasil. Muitos artistas e estudiosos europeus vinham pesquisar a natureza exótica do Brasil. Entre eles, o dinamarquês Peter Lund, que veio estudar nossas plantas e animais tropicais.

A descobertas dos primeiros fósseis humanos no Brasil se deve às pesquisas do naturalista dinamarquês Peter Lund. Considerado o pioneiro da paleontologia brasileira. Lund trabalhou nas grutas de Lagoa Santa, em Minas Gerais, entre 1835 e 1845. Lund, ficou fascinado com as pinturas rupestres que viu no município de Lagoa Santa. Essas pinturas retratavam animais já extintos. Escavando no interior das cavernas de Lagoa Santa, encontrou fósseis de tigres-dente-de-sabre, de megatérios e de outros animais desaparecidos há muito tempo.

Em 1840, Lund fez sua maior descoberta: desenterrou as ossadas de trinta pessoas. Junto estavam ossos de animais, machados, pontas de flecha, furadores e outros instrumentos de pedra lascada. Esses achados foram datados em cerca de 11 mil anos e ficaram conhecidos como os fósseis do Homem de Lagoa Santa.

As pesquisas permitiram conhecer os hábitos dos povos que viveram na região de Lagoa Santa, há milhares de anos. Hoje existem muitos outros sítios arqueológicos sendo estudados. Em 1975, no sítio arqueológico de Lapa Vermelha, próximo a Lagoa Santa, foi encontrado o esqueleto mais antigo da América, com 11500 anos. Esse esqueleto pertenceu a uma mulher (de mais ou menos 20 anos e 1m50cm de altura), com traços negroides, que recebeu o nome de Luzia.

O Sítio Arqueológico de Pedra Furada

A serra da Capivara, localizada no município de São Raimundo Nonato, no Piauí, é considerada um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil.

As descobertas arqueológicas nessa região motivaram a criação do Parque Nacional da Serra da Capivara e a Fundação Museu do Homem Americano. Em 1991, a UNESCO tombou o parque como patrimônio da humanidade.

O sítio de Pedra Furada, foi encontrado na década de 1960. Vem sendo estudado desde o início da década de 1970, por uma equipe de estudiosos coordenada por Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira.

A equipe de arqueólogos, pesquisa supostos vestígios da presença humana, que teriam entre 48 mil e 40 mil anos. No local, foram encontrados além de pinturas rupestres, instrumentos de pedras lascadas, vestígios de fogueiras e cacos de cerâmicas de diferentes épocas. Submetidos ao Carbono 14, esses indícios foram datados em até 50 mil anos. Portanto, as pesquisas arqueológicas dirigidas por Niède Guidon, sugerem que os homens pré-históricos habitavam o Brasil há, aproximadamente, 50 mil anos.

Entretanto, existem dúvidas em relação aos vestígios encontrados em Pedra Furada. Como não encontraram fósseis humanos da mesma época, alguns críticos alegam que as pedras lascadas e as fogueiras podem ser resultados de causas naturais (consequência de raios, por exemplo). Caso sejam comprovadas essas estimativas sobre a antiguidade da presença humana no local, feitas pela equipe de Niède Guidon, será preciso rever as teorias sobre as rotas de imigração e de datação da presença humana no continente americano.

Povos do litoral

Por volta de 6 mil anos atrás, parte do litoral brasileiro (do Espirito Santo ao Rio Grande do Sul) foi habitada por povos seminômades, com certa unidade cultural em função da adaptação ao ambiente litorâneo. Deixaram como vestígios de sua presença os sambaquis, palavra de origem tupi que significa “monte de mariscos”.

Os sambaquis foram utilizados para enterrar os mortos com seus objetos pessoais (enfeites, utensílios e armas), o que indica uma provável preocupação religiosa com a morte.

Os estudos dos sambaquis revelam aspectos da cultura dos povos litorâneos de nossa Pré-história. Esses povos formavam aldeias com cerca de 100 a 150 habitantes em média. Viviam da coleta, da caça e principalmente da pesca. Utilizavam instrumentos feitos de pedra (enfeites, facas, flechas, machados) e de ossos (arpões, agulhas, anzóis). Tinham o domínio do fogo e assavam os alimentos, que eram divididos entre os membros do grupo.

Durante cerca de 5 mil anos, os povos do sambaquis expandiram-se com brilho e vigor. Sofreram, por fim, o ataque dos índios tupi-guaranis, vindos do interior do território brasileiro.


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