As principais produções contemporâneas em Portugal e no Brasil.
Agustina Bessa-Luís é considerada pela crítica uma das grandes
revelações da moderna Literatura Portuguesa. Ficou conhecida no meio literário
a partir de sua vitória num concurso promovido por um importante editora
portuguesa, seu livro foi escolhido por unanimidade entre mais de trinta outros
concorrentes.
O livro A Sibila conta a história
de três gerações da família Teixeira, com destaque para as figuras femininas da
casa, em especial para Quina, uma mulher forte e decidida. A palavra sibila do
título refere-se à Quina e significa, pessoa com inquietação espiritual, uma
espécie de feiticeira.
Veja a imagem de José Saramago, outro importante autor português
contemporâneo:
Nos últimos tempos, José Saramago é um dos escritores
portugueses mais lidos e traduzidos para outras línguas, tanto que em 1999,
ganhou o Prêmio Nobel de Literatura. Entre suas principais obras estão: O
evangelho segundo Jesus Cristo e Memorial do Convento.
Veja as principais
Vanguardas da poesia modernista no Brasil:
VANGUARDAS MODERNISTAS
Concretismo
Poesia-Práxis
Poesia Social
Poesia Marginal
A poesia concreta, acreditando que o verso tradicional já estava ultrapassado, propôs uma poesia voltada para os aspectos materiais da palavra, ou seja, para seus recursos gráficos. Nessa concepção a palavra é tida como objeto, como coisa concreta.
Veja os três
representantes dessa poesia:
Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos.
O poema de Décio Pignatari
transforma, a partir do jogo de palavras e significados, uma das mais
conhecidas propagandas do mundo numa antipropaganda.
A poesia-práxis surgiu em consequência de alguns desentendimentos
entre os concretistas. Alguns poetas abandonaram o grupo e voltaram-se para a
força energética da palavra. Segundo eles, a palavra era capaz de gerar outras
palavras e significados. Nessa concepção a palavra é tida como energia, como um
corpo vivo. O termo práxis vem do grego
e significa ação.
Mário “Chami” foi o principal representante da poesia- práxis, veja um de seus textos:
Agiotagem
um
dois
três
o juro: o prazo
o pôr / o cento/ o mês/ o ágiop o r c e n t á
g i o.
dez
cem mil
o lucro: o dízimoo ágio/ a moral/ a monta em
péssimo e m p r é s t i m o.
muito nada
tudo
a quebra: a sobra
a monta/ o pé/ o cento/ a quota h a j a n o t a agiota.
Mário Chamie
Os poetas que
se dedicaram à poesia social,
contrários aos exageros formais do concretismo, buscaram um retorno ao verso
mais tradicional, à linguagem simples e às questões sociais da época.
Veja o poema Não há vagas, de Ferreira Gullar.
Não há vagas
O preço do feijão não
cabe no poema. O preço
do arroz não cabe no
poema. Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação do leite da
carne do açúcar do pão.
O funcionário público
não cabe no poema com seu salário de fome sua vida fechada em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de
aço e carvão
nas oficinas escuras - porque o poema, senhores, está fechado: “não
há vagas” Só cabe no poema o homem sem estômago a mulher de nuvens a fruta sem
preço
O poema, senhores, não
fede nem cheira.
Ferreira Gullar
A poesia marginal
recebe essa denominação porque não era publicada pelas grandes editoras, ou
seja, estava à margem delas. Na maioria das vezes os próprios poetas produziam
as cópias para serem distribuídas em locais públicos. Com o passar do tempo
muitos dos chamados poetas marginais tiveram suas obras aceitas pelas mesmas
editoras que no passado recusavam-nas.
Veja o poema O assassino era o escriba, de Paulo Leminski, um ex-marginal:
O assassino era o escriba
Meu professor de
análise sintática era do tipo sujeito inexistente.
Um pleonasmo, o
principal predicado da sua vida, regular com paradigma da 1ª conjugação.
Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial, ele não tinha
dívidas: sempre achava um jeito assindético de nos torturar com um aposto.
Casou com a regência.
Foi infeliz.
Era possessivo como um
pronome.
E ela era bitransitiva.
Tentou ir para os EUA.
Não deu.
Acharam um artigo
indefinido em sua bagagem.
A interjeição do bigode
declinava partículas expletivas, conectivos e agentes da passiva, o tempo todo.
Um dia, matei-o com um
objeto direto na cabeça.
Paulo Leminski
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