Recursos naturais: conceito e classificação
Recursos naturais são todos os bens produzidos pela natureza: a energia solar, o ar, a água, as rochas e os minerais, o solo e os vegetais, entre outros.
*Não renováveis. Constituem aqueles que, uma vez
esgotados, não mais se renovam, isto é, não podem mais ser repostos. Por
exemplo: o petróleo, o carvão mineral, o ferro, o ouro e o urânio.
O relacionamento homem-natureza
A natureza
é formada pelo conjunto dos recursos naturais, que constituem a base material
da existência do homem. A forma de relacionamento deste com a natureza depende
de vários fatores, tais como modo de produção, estágio socioeconômico e
tecnológico, etc. nas antigas sociedades comunitárias, por exemplo, onde a
dependência do homem com relação à natureza era praticamente total, o homem
retirava da natureza apenas o necessário para sua sobrevivência.
Com o
advento do capitalismo industrial, a exploração dos recursos naturais sofreu
profundas alterações em relação aos seus objetivos, volume e variedade. O
capitalismo estabeleceu uma relação homem-natureza do tipo predatória, isso
porque, sendo uma sociedade de consumo e fundamentada no lucro, na concorrência
e na produção em larga escala, para manter o crescimento da demanda em nível
compatível com o da produção acelerada, utiliza estratégias, tais como:
*Produtos cada vez menos duráveis,
exigindo freqüente substituição;
*Produtos cada vez mais sofisticados,
exigindo a substituição do antigo pelo novo parar se manter o status social;
*Grande incremento dos produtos
descartáveis para facilitar o uso e consumo.
Tudo isso leva a uma exploração excessiva e irracional dos recursos naturais, o que pode acarretar o precoce esgotamento dos não renováveis e até mesmo comprometer a renovação de outros (solo, vegetação, fauna, etc.).
Essa
realidade nos coloca no centro da importantíssima e preocupante questão de
conservacionismo dos recursos naturais. O que significa conservar um recurso
natural? Conservar um recurso natural não significa guardar ou apenas deixar de
utilizá-lo. Conservar é saber utilizá-lo, o melhor, é utilizá-lo racionalmente.
Se o homem pescar o ano inteiro, sem dar tempo aos peixes de se reproduzir,
eles acabarão se esgotando.
A realidade presente mostra, então, que o homem não atingiu a maturidade no seu relacionamento com a natureza. Ele ainda se considera o “rei” da natureza, e não parte integrante dela.
Extrativismo mineral
O extrativismo mineral, responsável em
grande parte pela degradação da natureza e aio mesmo tempo pela sustentação da
maior parte do desenvolvimento industrial e pelo progresso do bem-estar social,
é, sem dúvida, uma das mais importantes atividades do mundo atual.
Uma das
principais questões relacionadas ao extrativismo mineral diz respeito à
distribuição geográfica das jazidas e sua utilização: a distribuição é muito
irregular e nem sempre o país possuidor do minério é o principal beneficiado.
Desprovidos de
capital , de tecnologia e de indústrias de base, os países do Terceiro Mundo,
com raras exceções, são meros fornecedores de matérias-primas aos países
desenvolvidos. Vendemos as matérias-primas a baixos preços e as recebemos de
volta sob a forma de produtos industrializados a preços muito mais elevados.
Aliás, essa história já é bastante conhecida e muito antiga: a América Latina
abarrotou a Europa (Inglaterra especialmente) de ouro e prata e continua até
hoje fornecendo cobre, prata, estanho, ferro, manganês, ouro etc. Quem
enriqueceu?
Portanto,
podemos dizer que apenas possuir o minério nem sempre é o importante. De maior
importância é saber como aproveitá-lo e possuir os meios para tanto. Um bom
exemplo disso é o caso do Brasil e Japão: o primeiro é muito rico em quantidade
e variedade de recursos minerais e o segundo é muito pobre; no entanto, o
primeiro é um país economicamente pobre e o segundo, muito rico. O PNB e a
renda per capita do Japão são,
respectivamente sete e oito vezes maiores que os do Brasil.
Panorama mundial das matérias primas minerais
A questão da produção e do consumo das matérias-primas minerais é praticamente a mesma das matérias-primas agrícolas: os países de Terceiro Mundo são responsáveis por grande parte da produção mundial de recursos minerais, mas há quase totalidade desses produtos é adquirida, controlada consumida pelos países desenvolvidos.
Os
principais problemas enfrentados pelos países subdesenvolvidos nesse setor são:
*Fatores ocasionais ou cíclicos, como as
quedas de produção, as variações cambiais etc.;
*Fatores estruturais, como o
protecionismo e a política de preços mínimos impostos pelos países compradores,
o avanço tecnológico, reduzindo ou substituindo a utilização de certas
matérias-primas por outras, o grau de desenvolvimento do setor terciário
(finanças, seguros etc.) nos países desenvolvidos;
*Inexistência de organizações eficientes e representativas por parte dos países produtores de matérias-primas, como já ocorre com o petróleo (Opep).
Classificação dos minerais
As duas classificações mais utilizadas referem-se à quantidade e aos tipos de minerais.
No primeiro
caso, os minerais costumam ser classificados em abundantes (ferro, manganês etc.) e escassos (ouro, prata etc.). É claro que essa classificação deve
ser vista com ressalvas, pois um minério que hoje é abundante poderá daqui a
algum tempo tornar-se escasso, ao passo que um minério hoje escasso poderá
tornar-se abundante caso ocorra a descoberta de novas e grandes jazidas.
No segundo
caso, os minerais são classificados em dois tipos principais e gerais:
*Minerais
metálicos, como ferro, manganês, alumínio, cobre, chumbo e ouro;
*Minerais não-metálicos, como petróleo e carvão (combustíveis fósseis), areia, argila e cascalho (materiais de construção), sais, nitratos, fosfatos, enxofre e potássio (minerais da indústria química e fertilizantes).
Estudo de alguns minerais:
Pelas vantagens que apresenta e pela abundância em que ocorre na natureza, o ferro é um dos metais mais utilizados em todo o mundo. Conhecido desde aproximadamente 2000 a.C. tornou-se a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, o metal mais importante da civilização moderna.
Seu processo de fundição é relativamente simples, requerendo poucas condições para tal: existência do minério, carvão (coque ou lenha), calcário e calor.
Os principais minérios de ferro são a magnetita (Fe3O), com 72,4% de Fe; a hematita (Fe2O3), com 70% de Fe; a limonita e a siderita.
Matéria-prima da siderurgia, após seu processamento (barras e chapas, por exemplo), o ferro é utilizado em inúmeros setores (construção civil, de ferramentas etc.). dos cinco maiores produtores de minério de ferro, apenas dois se incluem entre os cinco maiores produtores de aço. O aço é uma liga de fero e carbono, ou seja, é o minério de ferro já processado industrialmente.
O manganês é também um dos metais mais importantes da atualidade. É utilizado de forma geral pela indústria siderúrgica, sendo essencial na composição do aço.
O mundo
conta com grandes jazidas de manganês, cujo principal minério é a pirolusita. O
Brasil é um dos primeiros do mundo em reservas e na produção mundial de ferro e
manganês. A maior parte da produção destina-se aos países desenvolvidos.
Bauxita
(minério de alumínio)
Produzido a partir da bauxita, o alumínio é um metal cujas características (leve, não-corrosivo e de alta condutibilidade) e relativa abundância o tornaram um dos metais mais utilizados do mundo, apesar de o seu uso ser relativamente recente.
A produção
do alumínio é complexa e muito dispendiosa (elevadíssimo consumo de energia,
etc.), razão pela qual está quase totalmente concentrada (96%) nos países
desenvolvidos. Para o metal ser produzido, o minério passa primeiro por um
complexo processo de purificação para se obter a alumina (óxido de alumínio) e
finalmente o alumínio.
Essa
atividade é controlada por poucas multinacionais (Alcan, Alcoa, Kaiser,
Reynolds e Pechiney), as quais dominam 57% da produção de bauxita e 70% da
produção de alumínio. Os países subdesenvolvidos detêm 66% das reservas
mundiais de bauxita, mas só produzem 4% do alumínio. Os EUA possuem menos de 3%
das reservas mundiais de bauxita, mas produzem 40% do alumínio mundial. No
Brasil, apesar de ser o quarto produtor mundial de bauxita e o quinto de alumínio,
a produção é quase totalmente controlada por multinacionais.
Cobre
Utilizado a muito tempo pelo homem em seu estado puro ou combinado ao estanho para formar o bronze, o cobre é atual mente o terceiro metal mais consumido no mundo, após o aço (ferro) e o alumínio.
Empregado
largamente na indústria elétrica (cabos e fios) devido a condutibilidade. As
atuais reservas conhecidas poderão estar esgotadas dentro de quinze a vinte
anos, caso sua produção mantenha o nível atual.
O terceiro
Mundo é responsável por quase 70% das exportações mundiais de cobre, sendo que
para alguns países representa a base das exportações. Por exemplo: Zâmbia, 85%;
Chile, 48%; e Zaire, 35%.
Os
principais minerais do cobre são a calcopirita e cuprita. O Brasil dispõe de
boas reservas, mas a produção é pequena.
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