O elevado nível de desenvolvimento da Europa ocidental
O continente europeu, berço da Revolução Industrial, é formado por alguns dos países mais desenvolvidos do mundo. Segundo o relatório de 2017 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), que mede a qualidade de vida dos países do mundo, entre os 20 de mais alto IDH (desenvolvimento humano muito alto), 13 eram europeus, destacando-se Noruega (1o ), Suíça (2o ), Irlanda (4o ), Alemanha (5o ), Islândia (6o ), Suécia (7o ), Países Baixos (10o ) e Dinamarca (11o ). O Brasil ocupava o 79o lugar e estava entre os países considerados de alto desenvolvimento humano. Nos países de elevado nível de desenvolvimento da Europa ocidental estão localizadas várias empresas transnacionais, como a British Petroleum e a British American Tobacco, sediadas no Reino Unido; a Volkswagen, a Bayer e a Basf, com sedes na Alemanha; a Fiat, sediada na Itália; a Peugeot-Citröen, a Danone e a Renault, com sedes na França; a Shell e a Unilever (empresas transnacionais de capital inglês e holandês); a Philips, com sede nos Países Baixos (Holanda); a Ericsson, sediada na Suécia; a Nestlé, sediada na Suíça; entre outras. Os grandes grupos industriais europeus e mundiais fazem investimentos elevados em pesquisa e tecnologia, criando e desenvolvendo mercadorias, e modernizando e automatizando suas fábricas para alcançar um menor custo de produção e melhorar sua competitividade global. Os parques industriais da maioria dos países da Europa ocidental são bastante diversificados, com destaque para os ramos de produtos eletroeletrônicos, químicos, farmacêuticos, de telecomunicações, aviões, construção naval (figura 25), energia nuclear, siderurgia e automobilístico. O setor terciário desses países também é bastante diversificado, formado por grandes grupos de empresas transnacionais que atuam nas áreas comercial, como redes de hipermercados (o francês Carrefour); financeira, como bancos (o espanhol Santander, os britânicos Lloyd’s Bank e HSBC, o holandês ABN Amro Bank); de telefonia (a espanhola Telefonica, a italiana Tim).
Divisão do espaço europeu
Em nosso estudo do espaço europeu, adotamos a divisão do continente em Europa ocidental e Europa oriental, considerando o critério socioeconômico. A Europa ocidental engloba os países de elevado nível de desenvolvimento e economia diversificada: Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Suíça, Dinamarca, Espanha, Finlândia, Irlanda, Áustria, Noruega, Islândia, Grécia e Portugal. A Europa oriental compreende os países que já foram considerados “economias em transição”, que deixaram o socialismo no final do século XX e que apreentam diversidade em termos de nível de desenvolvimento socioeconômico, mas, comparativamente aos países da Europa ocidental, têm indicadores sociais geralmente inferiores. São eles: Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia, Rússia, Romênia, Sérvia, Montenegro, Macedônia, Bulgária, Albânia, Estônia, Letônia, Lituânia, Croácia, Ucrânia, Moldávia, Belarus, Bósnia-Herzegovina, Eslovênia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Entre os países da Europa oriental, há ainda alguns que se enquadram no grupo dos emergentes, como Rússia e Polônia. Como você constatou, para alguns países da Europa ocidental, como França, Itália e Espanha, a atividade turística é uma importante fonte de divisas. Alemanha e Reino Unido também ganham destaque como destinos turísticos no continente e no mundo. O mercado internacional da moda também movimenta um grande volume de capitais, sendo França e Itália os principais exportadores de produtos de alta-costura, além de abrigarem empresas que detêm patentes de importantes grifes. Esses países são os grandes centros europeus de eventos de divulgação do mundo da moda. Merecem destaque ainda os grandes centros universitários, sobretudo no Reino Unido, na França, na Itália, na Alemanha e na Espanha, que atraem pesquisadores e estudantes do mundo inteiro.
A União Europeia (UE)
A União Europeia, que constitui o maior projeto de integração entre países já realizado. A primeira experiência de integração comercial entre países já havia sido elaborada um pouco antes do fim da Segunda Guerra Mundial. Bélgica, Países Baixos e Luxemburgo formaram, em 1944, o Benelux, que previa a criação de uma zona de livre-comércio entre seus membros. Entrou em funcionamento em 1948 e, dez anos depois, completaria o processo de unificação econômica. A experiência vem sendo seguida por vários grupos de países e é um dos elementos que caracterizam a ordem mundial nos dias atuais. Em 1952, foi criada a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (Ceca), reunindo os países do Benelux, a Alemanha, a França e a Itália. Estabelecia um mercado comum para produtos e matérias-primas ligados à indústria siderúrgica, como carvão, ferro e aço. Em 1957, os membros dessa comunidade criaram, pelo Tratado de Roma, a Comunidade Econômica Europeia (CEE), também chamada de Mercado Comum Europeu (MCE). Mais tarde, no decorrer dos anos 1970 e 1980, uma série de países foi incorporada à CEE. Os objetivos da CEE apontavam para a formação de um bloco que pudesse assegurar aos seus integrantes a livre circulação de mercadorias, pessoas, capitais e serviços, configurando-se, assim, um mercado comum pleno. A realização desses objetivos só seria conquistada com a unificação europeia em 1993, quando as fronteiras nacionais deixaram de ser um obstáculo à expansão capitalista e ao aumento das vendas e dos lucros das grandes empresas transnacionais. No início da década de 1990, os países da CEE resolveram ampliar a abrangência desse organismo, por causa da delineação de uma nova etapa das relações internacionais, marcada pela queda do Muro de Berlim, pelo fim da União Soviética, pela unificação alemã e pelo aumento da concorrência no âmbito comercial. Reunidos em dezembro de 1991, na cidade de Maastricht, nos Países Baixos, os dirigentes dos países da CEE decidiram eliminar, num curto espaço de tempo, todas as barreiras que impediam uma definitiva integração socioeconômica, implantando o mercado único. Uma das principais decisões foi definir o uso de uma nova e única moeda na Europa unificada, com a criação de um Banco Central Europeu.
O Tratado de Maastricht, que entrou em vigor em 1o de janeiro de 1993, substituiu o Tratado de Roma e transformou a CEE em UE (União Europeia), cujo projeto de integração foi além dos limites de um mercado único ou comum, pois passou a ter como objetivo a união econômica e monetária, além do estabelecimento de uma política externa comum, ampliando a capacidade de competição de suas mercadorias e empresas em nível global. Dessa forma, um passo importante foi dado em 1o de janeiro de 2002, com a união monetária, quando o euro entrou em circulação em doze países da União Europeia: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Países Baixos e Portugal. No entanto, em junho de 2016, após consulta popular, os demais integrantes do bloco na época – Reino Unido, Dinamarca e Suécia – optaram por não adotar essa moeda única. Apesar disso, nesses países (exceto no Reino Unido), o euro serve de referência em negócios privados e pode ser utilizado em outras relações comerciais, como na abertura de contas bancárias. A adoção do euro representou a criação de uma moeda forte, que facilita o comércio e os investimentos dentro do próprio continente. Os negócios antes feitos em dólar passaram a ser realizados em euro, contribuindo para reduzir a supremacia da moeda estadunidense. No entanto, a crise econômica deflagrada em 2008 e intensificada em 2011 demonstrou como a existência de uma moeda única pode gerar entraves para a solução de problemas financeiros em alguns países. Isso porque as decisões tomadas por um país afetam os demais integrantes da união monetária. Por exemplo, se a Grécia declarasse que não tinha condições de pagar toda a dívida pública que se formou, a suspensão do pagamento implicaria problemas para o euro. As soluções encontradas pelos líderes políticos da União Europeia passavam por cortes significativos dos gastos do governo, a fim de liberar recursos para pagar as dívidas, em boa parte, com bancos privados. Isso estava determinando aumento do desemprego e corte nos benefícios sociais, ocasionando, por sua vez, aumento da pobreza.
É preciso ressaltar que uma das causas da crise está diretamente relacionada à enorme expansão da especulação financeira em nível global neste início de século, com uma escalada de empréstimos e com a comercialização de títulos sem garantias, o que ocasionou a falência de bancos e empresas. Muitos desses bancos e empresas foram socorridos, com ajudas financeiras, por governos dos países desenvolvidos. Isso provocou uma ampliação expressiva das dívidas públicas em muitos países. Conforme entendimentos iniciados nos anos 1990, a União Europeia, principal compradora das mercadorias brasileiras, e o Mercosul estão buscando um caminho para se integrarem, por meio da criação de uma zona de livre-comércio.
Expressiva ampliação do bloco
Em 1o de maio de 2004, a entrada de dez novos países na União Europeia, sendo oito oriundos do antigo bloco socialista, colocou fim à tradicional divisão do continente em ocidental e oriental. Chipre e Malta também foram admitidos na organização nessa data. Romênia e Bulgária ingressaram em 2007 e a Croácia, em 2013, quando a UE passou a ser formada por 28 países. Em 2007, a Eslovênia tornou-se o 13o país a adotar o euro. Posteriormente, outros países entraram para a zona do euro: Malta (14o ), Chipre (15o ), Eslováquia (16o ), Estônia (17o ), Letônia (18o ) e, em 2015, a Lituânia. Veja a figura 29. Os novos países-membros apresentam um nível de desenvolvimento inferior ao dos demais, infraestrutura defasada e atraso tecnológico. Comparativamente, sua contribuição ao bloco é menor do que os investimentos que devem receber. Assim, equilibrar interesses e possibilidades dos antigos e dos novos membros é um desafio para a União Europeia. Esses países, no entanto, recebem menos benefícios do que os oferecidos aos que entraram anteriormente, como subsídios agrícolas e ajuda econômica ao desenvolvimento.
Os países da Europa oriental
Os países da Europa oriental apresentam um nível de desenvolvimento socioeconômico diferente dos países da Europa ocidental. Esse conjunto é ainda marcado por uma diversidade socioeconômica e espacial que remonta ao período da Guerra Fria, quando fazia parte da zona de influência do bloco soviético. Nessa região, após a Segunda Guerra Mundial, a atividade da indústria desenvolveu-se com base no planejamento estatal, destacando-se a República Tcheca, na indústria metalúrgica, e a Polônia, na construção naval e na metalurgia. Com o surgimento do modelo industrial baseado nas novas tecnologias, o parque industrial dos antigos países socialistas ficou em grande defasagem tecnológica. A transição para a economia capitalista, a partir do início dos anos 1990, promoveu uma reestruturação industrial com a abertura dos mercados, os cortes de subsídios às empresas estatais e a liberalização dos preços, o que acarretou um surto inflacionário. Muitas dessas empresas faliram, e os países sofreram queda de produção e dos níveis de emprego. Nos últimos anos, os países de maior tradição industrial, como a República Tcheca, a Polônia e a Hungria, iniciaram uma recuperação econômica, marcada pelo aumento dos investimentos estrangeiros e pela instalação de várias empresas transnacionais. Esses três países apresentaram maior nível de industrialização e uma economia mais diversificada e, em 2017, contavam com indicadores sociais próximos aos dos países da Europa ocidental – República Tcheca, IDH 0,888 (27a posição); Hungria, IDH 0,838 (45a posição); Polônia, IDH 0,865 (33a posição). A Eslovênia (IDH 0,896 – 25a posição), a Eslováquia (IDH 0,855 – 38a posição) e a Croácia (IDH 0,831 – 46a posição), apesar de não apresentarem os mesmos níveis de industrialização e de diversificação econômica dos outros três países, contam com bons indicadores sociais.
Todos esses países enquadram-se na classificação de “desenvolvimento humano muito alto”, com IDH superior a 0,800, assim como Estônia (IDH 0,871 – 30a posição), Lituânia (IDH 0,858 – 35a posição) e Letônia (IDH 0,847 – 41a posição), que faziam parte da extinta União Soviética e são denominados países bálticos. Os demais países da Europa oriental, como Bulgária, Romênia, Bósnia-Herzegovina, Albânia e Macedônia, apresentam níveis de industrialização e de diversificação econômica inferiores aos da Polônia, da República Tcheca e da Hungria. Com o avanço do capitalismo, os países da Europa oriental, de modo geral, tornaram-se área de influência da União Europeia, principalmente por meio das relações comerciais e dos investimentos que a Alemanha passou a fazer na região.
Atividades agropecuária e extrativa na Europa
Uma importante característica da agropecuária do espaço europeu são os subsídios (figura 31) concedidos pelos governos aos agricultores, como empréstimos a juros baixos e pagamento a longo prazo, principalmente nos países que fazem parte da União Europeia. A criação, em 1962, da Política Agrícola Comum (PAC) foi uma forma de os governos europeus protegerem seus agricultores da concorrência externa, visando à manutenção da renda e do emprego nas áreas agrícolas e à estabilidade nos preços dos alimentos. Esse apoio dado à agropecuária levou a Europa a tornar-se praticamente autossuficiente nos principais produtos alimentares, mas não resolveu problemas como as disparidades entre regiões e países europeus. Essa política agrícola também é alvo de críticas internacionais, principalmente de instituições como a Organização Mundial do Comércio, dos Estados Unidos e de diversos países emergentes, entre eles o Brasil, que exercem forte pressão para que se reduza o protecionismo agrícola, pois ele bloqueia a entrada de produtos estrangeiros no mercado europeu.
A produção agrícola
A Europa apresenta importante e diversificada produção agrícola, com grande aproveitamento de seus solos, geralmente férteis, com técnicas adequadas e modernas, que proporcionam elevada produtividade. A cultura de cereais é predominante, destacando-se o trigo, produto mais importante. Sua principal área produtora é a região de solos negros da Ucrânia (tchernoziom). Os outros países que se destacam na produção de trigo são Itália, França, Alemanha e Rússia. Outros cereais cultivados são centeio, aveia e cevada — produtos agrícolas das áreas temperadas. A batata é outro importante produto da agricultura europeia. Seus principais produtores são: Alemanha, França, Países Baixos, Polônia, Reino Unido e Rússia.
Nas regiões europeias de clima Mediterrâneo, destaca-se o cultivo da oliveira, destinada à produção de azeitonas e de azeite. Portugal, Espanha, França e Itália são seus maiores produtores mundiais, cujos produtos são reconhecidos como os de melhor qualidade internacional. O cultivo da videira, destinada à produção de vinhos, também se destaca. Alguns tipos de vinho e de azeite só podem ser produzidos nesses países, em virtude das condições especiais do solo e do clima. Em razão desses aspectos geográficos, os países da Europa mediterrânea dispõem de condições especiais de mercado, uma vez que outras nações não conseguem produzir mercadorias com características similares. Nos países europeus, em particular nos da Europa ocidental, vem crescendo a prática da agricultura orgânica, que utiliza, por exemplo, métodos naturais para a correção do solo e o controle de pragas.
Atividade extrativa Na atividade extrativa, os produtos mais importantes do continente europeu são petróleo, carvão, ferro e manganês. O petróleo é explorado no continente e no oceano. Além da Rússia (parte europeia) e do Azerbaijão, outra região rica em petróleo é o mar do Norte, onde a exploração é controlada pelo Reino Unido e pela Noruega. No entanto, em razão do elevado consumo, a maior parte dos países europeus também importa o produto. Os países da Europa dependem muito do gás natural retirado dos países da Ásia central (Usbequistão e Casaquistão), que mantêm fortes relações políticas e econômicas com a Rússia, uma vez que esse gás chega ao continente europeu através de gasodutos que passam por território russo. O carvão é extraído em maior quantidade na Ucrânia, no Reino Unido, na Alemanha e na Polônia. A descoberta de sua utilidade como fonte energética e como componente para a produção de aço permitiu, no século XVIII, o desenvolvimento da atividade industrial. O ferro é explorado principalmente na parte europeia da Rússia (grande produtor mundial), na França e na Suécia. O manganês tem como principais produtores a Rússia e a Ucrânia, além da Romênia e da Hungria. Na Estônia há importantes reservas de xisto betuminoso, bastante aproveitado para a geração de energia depois de ser transformado em óleo de xisto. Em virtude do elevado grau de industrialização e das características geológicas do território, os países europeus são dependentes de uma série de minerais essenciais à atividade industrial. A maior parte importa minerais metálicos (ferro, manganês, bauxita e estanho), necessários às atividades metalúrgicas e siderúrgicas e, consequentemente, à produção de uma série de mercadorias de bens de consumo duráveis, de máquinas e de equipamentos industriais.
Transportes
A Europa é o continente que conta com a melhor rede de transportes do mundo. O transporte hidroviário é altamente utilizado, movimentando grande quantidade de cargas anualmente. Os portos fluviais europeus estão entre os mais importantes do mundo. Quanto aos portos marítimos, o mais importante é o de Roterdã, que se destaca mundialmente. Outros de intenso movimento são o de Londres, na Inglaterra; o de Antuérpia, na Bélgica; o de São Petersburgo, na Rússia; e o de Hamburgo, na Alemanha. As rodovias europeias, como as dos Estados Unidos, são consideradas as mais modernas do mundo, com destaque para as autoestradas, que contam com diversos viadutos e túneis.
Os países mais industrializados Entre os países europeus de elevado nível de desenvolvimento e economia diversificada, destacamos grandes exportadores de produtos industrializados, especialmente de bens de alta tecnologia, como Reino Unido, Alemanha, Itália, França, Países Baixos, Bélgica, Luxemburgo, Suécia, Suíça, Dinamarca, Espanha e Finlândia. O setor das tecnologias ambientais merece destaque, crescendo cerca de 8% ao ano na última década. Portugal e Grécia, países também desenvolvidos, não têm a mesma expressividade em termos de produção e diversificação da atividade industrial do que os listados no parágrafo anterior. Reino Unido: onde a atividade industrial teve início O Reino Unido é o mais antigo país industrializado do mundo. Com a Revolução Industrial, passou por transformações que o elevaram à condição de mais importante potência mundial no século XIX, detentora de vasto império colonial. No entanto, principalmente a partir do início do século XX, a economia britânica passou a enfrentar a concorrência de outros países que se industrializaram, como Estados Unidos, Alemanha, França, Itália e Japão. Desde os anos 1980/1990, para tentar se manter entre as principais potências do mundo, o Reino Unido vem procurando modernizar seu parque industrial. Para isso, tem se associado a outros países, buscando novos ramos industriais, principalmente de tecnologia de ponta, a fim de criar condições de competir com grandes potências, como Estados Unidos, Japão e Alemanha. Londres, capital da Inglaterra e do Reino Unido, é considerada a cidade mais importante da Europa e a terceira do mundo, superada apenas por Nova York e Tóquio — sedes de grandes empresas multinacionais e de grandes instituições financeiras.
Essa cidade reúne à sua volta o mais importante parque industrial do Reino Unido, como também o principal centro comercial, financeiro e portuário do território. O país vem se especializando em atividades ligadas ao setor terciário, em particular aos setores financeiro, de turismo e de entretenimento, com destaque para a música pop (um dos principais itens da pauta de exportações britânicas), o cinema e os jogos de computador.
Alemanha: a grande potência econômica da Europa
A Alemanha apresenta a maior economia da Europa, mas os gastos consideráveis (1 trilhão de dólares no decorrer dos anos 1990) com a unificação elevaram o déficit público e as taxas de juros. No entanto, no início do século XXI, a porção oriental da Alemanha já dava sinais de que começava a sair da crise, com um grupo de empresas “sobreviventes” bastante competitivas e uma população com formação cultural sólida. Aos poucos, o país se fortaleceu com a unificação, aumentando sua influência sobre os países do Leste Europeu, que se tornaram mercados importantes para os produtos alemães. A Alemanha abriga hoje um dos maiores complexos industriais do mundo. É na região do Ruhr e do Reno, também chamada de região renana, em que estão situados importantes centros industriais, como Dortmund, Essen, Düsseldorf e Duisburg. A região do vale do Ruhr vem passando por importantes transformações espaciais. Muitos prédios industriais foram reestruturados com a alteração de sua função e de seus usos: abrigam, agora, locais para lazer e atividades culturais, o que contribuiu para a ampliação da atividade turística na região.
Atualmente, grandes grupos alemães se associaram a outras empresas e a grandes grupos estrangeiros. Como exemplos, citamos a aquisição de 23% da fábrica de veículos Skoda, da República Tcheca, pela Volkswagen, e a aquisição, em 1998, da estadunidense Chrysler pela Daimler-Benz, que se tornou uma das maiores montadoras da Europa.
Entre os recursos naturais que serviram de base para o desenvolvimento industrial alemão, destacam-se as jazidas de carvão mineral (regiões do Ruhr e do Sarre) e de gás natural (regiões de Munique e Hannover). A Alemanha é uma das maiores potências comerciais do globo. O valor de suas exportações supera o das importações, e a maior parte do comércio é feita com os demais países da União Europeia. São excelentes ainda as hidrovias, interligadas por inúmeros canais. Entre elas destaca-se a do rio Reno, onde se localiza o porto fluvial de Duisburg, o mais movimentado do mundo.
A principal concentração industrial do país encontra-se no vale do rio Pó, região que apresenta grande diversidade de atividades industriais e abriga os setores mais dinâmicos, como o automobilístico, de máquinas, de equipamentos industriais e o siderúrgico. Na região do porto de Nápoles, centro industrial do sul, desenvolvem-se a indústria têxtil e a de construção naval.
França
Um dos países pioneiros na atividade industrial, a França é uma das mais importantes nações da Europa ocidental e está entre as maiores economias mundiais. Para atender às suas necessidades e competir com os demais países do continente e do mundo, a França tem passado por grandes modificações no setor industrial. Desde a década de 1960, vem sendo adotada uma política de descentralização econômica no território francês, visando diminuir a elevada concentração do poder econômico de Paris. Além disso, o país tem intensificado a produção de energia hidrelétrica, obtida principalmente dos rios que descem das áreas mais elevadas dos Alpes, bem como de energia nuclear, solar e da força das marés. A França obtém mais de 50% de sua energia elétrica de centrais ou usinas termonucleares. Somados a isso, há maciços investimentos em tecnologia de ponta. Entre os setores industriais mais importantes do país, destacam-se:
• o automobilístico, concentrado na região de Paris;
• o siderúrgico, cujo principal centro é a região de Lorena — onde se encontra a cidade de Metz —, em razão da presença de minério de ferro;
• o têxtil, localizado na parte norte do país, em Lille, importante produtora de fibras sintéticas.
No setor têxtil também merece destaque a cidade de Lyon, que durante muitos anos foi a capital mundial das indústrias de seda natural. Apesar de sua decadência, em virtude da introdução das fibras sintéticas, como o náilon e o raiom, ainda é uma notável área industrial. Em Lyon desenvolvem-se também outras atividades, como as indústrias química, metalúrgica e eletrônica. O setor ferroviário dispõe de cerca de 30 mil quilômetros de ferrovias. Um dos trens mais velozes do mundo é o TGV francês, que atinge uma velocidade de cerca de 300 km/h e cujas linhas estão se estendendo para todas as direções do país.
Outros países fortemente industrializados da Europa
Países Baixos Atualmente, o porto mais movimentado do mundo é o de Roterdã, nos Países Baixos, considerado, por seu volume de tráfego, a porta de entrada e saída comercial do continente europeu. Os Países Baixos têm grandes grupos de empresas multinacionais, como:
• a Royal Dutch Shell, que atua no setor petrolífero, possui capital misto (holandês e britânico) e é uma das dez maiores empresas do mundo;
• a Unilever, também de capital misto (holandês e britânico), que é uma das maiores empresas no ramo de alimentos e produtos de higiene e limpeza do mundo;
• a Philips, que atua no ramo de eletrônicos e eletrodomésticos. A agricultura holandesa é bastante mecanizada, o que lhe garante os mais altos índices de produtividade da Europa.
Bélgica
A capital da Bélgica (Bruxelas) é sede dos seguintes organismos internacionais:
• UE – União Europeia;
• Euratom – Comunidade Europeia de Energia Atômica;
• Otan – Organização do Tratado do Atlântico Norte.
Os principais setores industriais da Bélgica são o siderúrgico, o têxtil, o químico e o de lapidação de diamantes. As indústrias siderúrgicas estão localizadas na bacia carbonífera do rio Mosa. A indústria têxtil belga situa-se na região de Flandres, no noroeste do país.
Luxemburgo
Esse pequeno país em área territorial (2.586 quilômetros quadrados), independente desde 1867, está localizado entre a Alemanha, a Bélgica e a França. A siderurgia, sua principal atividade industrial, já teve maior destaque na economia do país. Desde a década de 1980, outros setores industriais vêm alcançando maior projeção, como é o caso da indústria química.
Suécia
A Suécia, país da Europa nórdica, conta com um parque industrial altamente evoluído e diversificado. Suas indústrias são conhecidas mundialmente, pois possuem filiais em vários países. Alguns exemplos são: a Volvo, fabricante de veículos; a Ericsson, um dos maiores fabricantes de centrais telefônicas e artigos elétricos do mundo; a SKF, de produtos metálicos (rolamentos); e a Saab-Scania, que fabrica automóveis, caminhões, aviões e instalações petrolíferas.
Suíça
A indústria suíça tem por base os setores químico, farmacêutico, relojoeiro, de laticínios e de aparelhos de precisão. Lá se situam as sedes de grandes empresas multinacionais, das quais a mais importante é a Nestlé, conhecida em todo o mundo. Sua capital é Berna, mas Zurique — importante centro financeiro europeu e global — é a cidade mais populosa. Genebra é sede de vários organismos internacionais, como a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Cruz Vermelha e a Organização Mundial do Comércio (OMC).
Dinamarca
Situa-se na península da Jutlândia, ao norte da Alemanha, mas também fazem parte de seu território algumas ilhas localizadas na península Escandinava. As indústrias de alimentos, maquinaria, equipamentos de escritório, produtos químicos são as mais importantes da Dinamarca. A exportação de produtos industrializados é a principal fonte de divisas do país, que possui escassos recursos minerais e de matérias-primas. A capital dinamarquesa é Copenhague, que abriga aproximadamente 20% da população do país.
Espanha
A partir de seu ingresso no Mercado Comum Europeu, atual União Europeia, com a injeção de capitais e a ajuda econômica visando à melhoria do padrão socioeconômico de sua população, em um curto espaço de tempo a Espanha teve um processo de crescimento econômico, que modernizou a agricultura e diversificou suas atividades industriais. O país está entre os 15 maiores produtores mundiais de aço. A partir de 1983, sua indústria automobilística ultrapassou a do Reino Unido, ficando entre as oito maiores do mundo. A produção energética espanhola aumentou consideravelmente, sobretudo a nuclear — a terceira maior produtora de urânio da Europa. Nos anos 1990, em decorrência dos processos de privatização e abertura econômica na América Latina, principalmente no Brasil e na Argentina, houve uma expressiva participação de capitais de empresas espanholas, que passaram a atuar nesses países. O país foi um dos mais fortemente afetados pela crise econômica de 2008 e, em 2014, o desemprego atingia praticamente 1/4 da população economicamente ativa, mas apresentou sinais de recuperação, atingindo uma taxa de desemprego de 15% no ano de 2018.
Finlândia
O território da Finlândia, país da Europa nórdica, é pontuado por lagos — cerca de 187 mil. A presença da floresta de coníferas possibilita o desenvolvimento da atividade extrativa madeireira e da fabricação de celulose e papel. O país era grande parceiro comercial da ex-URSS. Com o colapso da economia soviética, a economia finlandesa enfrentou sérias dificuldades. Desde então, os investimentos na economia passaram a priorizar os setores de tecnologia de ponta, particularmente o de telefonia celular. A finlandesa Nokia é uma das maiores empresas fabricantes de telefones celulares do mundo.
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