Ao longo do tempo, as atividades produtivas, no Brasil, se tornaram mais diversificadas. O setor industrial passou a produzir diversos tipos de mercadoria durante o século XX, desde máquinas que são usadas em outras fábricas até alimentos e produtos eletrônicos.
O Produto Interno Bruto
Uma forma de comparar a produção de cada setor da economia é por meio
do Produto Interno Bruto (PIB), que corresponde à soma dos valores de todos os
serviços e mercadorias finais produzidos em determinado local e período (trimestre, semestre, ano, etc.). Ele indica, por exemplo, se a economia está em crescimento – quando o valor do PIB de um país cresce de um ano para o outro – ou se
está em crise – quando o valor do PIB diminui.
Esse dado permite, ainda, verificar o desempenho da economia mundial,
comparar setores econômicos de diferentes países saber quanto caberia a
cada pessoa se a riqueza produzida em um local fosse distribuída igualmente
entre todos os habitantes. Nesse último caso, divide-se o valor do PIB pelo número de habitantes e obtém-se o PIB per capita (por indivíduo).
O PIB per capita é uma média utilizada como
referência para estudos e comparações, pois
os valores obtidos na produção de mercadorias
e serviços em um país nunca são distribuídos
igualmente entre a população. Em 2021, o PIB
do Brasil, por exemplo, foi de R$ 8,7 trilhões de
reais e o valor do PIB per capita, R$ 40 688.
Os setores da economia e o PIB
O cálculo do PIB abrange grande diversidade
de atividades. Nesse cálculo são considerados
apenas os valores dos bens e serviços finais,
ou seja, aqueles que chegam ao consumidor final, pois o valor das matérias-primas ou da mão
de obra envolvida nas etapas de produção está
embutido no preço final de uma mercadoria.
De modo geral, os produtos agropecuários
apresentam baixo valor de mercado, enquanto os serviços são bastante diversificados. Por
essa razão, a participação do setor terciário no
PIB tende a ser maior que a dos demais setores
da economia.
O Brasil está se desindustrializando?
Atualmente, tem-se discutido o risco da desindustrialização no Brasil.
Isso significa que a participação do setor industrial no conjunto da economia está diminuindo e que, futuramente, a indústria brasileira pode enfrentar maiores dificuldades de recuperação.
Ao analisar a participação de cada setor da economia no PIB brasileiro
nas últimas décadas, observa-se uma queda da participação industrial.
Na década de 1990, houve maior integração do país à economia internacional. O governo federal reduziu a restrição à importação de produtos
industrializados, e essa abertura comercial resultou em maior competição entre bens nacionais e produtos estrangeiros.
As indústrias brasileiras viram a necessidade e o desafio de se tornarem mais produtivas e inovadoras. Esse desafio ainda está posto, o que
torna estratégicos para o Brasil os investimentos em pesquisa científica
e desenvolvimento de inovações voltadas para os processos produtivos.
Fuga de empresas
O encerramento de atividades das multinacionais no Brasil é uma preocupação para os governos municipais, estaduais e federal. Nos últimos anos,
indústrias de automóveis e eletroeletrônicos deixaram o país ou reduziram o
número de fábricas.
A queda do consumo interno em períodos de crise econômica e o aumento dos custos de produção são algumas das causas para esse encolhimento das multinacionais, o que resulta no aumento do desemprego,
no enfraquecimento de outras atividades locais e na queda de receita
dos municípios pela interrupção na coleta de impostos.
Ampliação do setor terciário
O aumento de pessoas vivendo em cidades e o desenvolvimento tecnológico impulsionaram o setor de serviços em todo o mundo. Os meios
de comunicação e os serviços de transporte, educação, saúde, entre outros, são cada vez mais requisitados e necessitam de muita mão de obra.
Mas, no Brasil, esse fato é motivo de alerta, visto que a redução da participação industrial apresenta ritmo mais acelerado do que o verificado em
outros países. Esse setor tem capacidade de gerar grande número de empregos e estimula outras atividades econômicas, enquanto grande parte
das vagas de trabalho no setor de serviços apresenta baixa remuneração.
Outro parâmetro comumente utilizado para verificar a relevância da indústria na economia é a parcela de pessoas empregadas no setor. Esse
dado apresentou pouca variação nos últimos anos, mantendo-se próximo a 13%. O setor terciário, que abrange o comércio e os serviços, é o
que emprega maior número de pessoas, sendo responsável por cerca de
70% das ocupações no Brasil.