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GOVERNO RODRIGUES ALVES (1902-1906)

Rodrigues Alves servira à monarquia como Presidente de sua província natal e fora ministro da Fazendo no governo de Floriano Peixoto. Eleito senador duas vezes (em 1897 e 1916) pelo Estado de São Paulo, como representante do Partido Republicano Paulista. Foi eleito Presidente duas vezes, cumpriu o primeiro mandato (1902 a 1906), mas faleceu antes de assumir o segundo (que deveria se estender de 1918 a 1922).
Rodrigues Alves 
Rodrigues Alves foi o negociador da consolidação dos empréstimos externos com os banqueiros ingleses Rotschild. Durante seu governo modificou-se o aspecto acanhado e provinciano do Rio de Janeiro, O engenheiro Pereira Passos foi nomeado prefeito da cidade do Rio de Janeiro, com plenos poderes para a implementação das reformas de modernização. O porto foi ampliado, os antigos quarteirões com seus cortiços foram demolidos e os moradores transferidos para a periferia, abrindo espaço para o alargamento de ruas e a construção de novas avenidas, entre elas a avenida Central, atual avenida Rio Branco.
Alargaram-se praças, destruíram-se pardieiros, modernizou-se a capital da República. É de se assinalar, todavia, que tais obras acarretaram a expulsão, com enorme violência, da população carente para a periferia da cidade ou para os morros. A modernização era benéfica apenas para a elite econômica que controlava o governo.
Durante o governo de Rodrigues Alves libertou-se o Rio da febre amarela, que todos os verões ceifavam vidas. O grande plano de erradicação do terrível mal foi executado pelo médico e cientista brasileiro Osvaldo Cruz. Aperfeiçoando os processos usados pelos americanos em Cuba e nas Filipinas, Osvaldo Cruz conseguiu em1906, praticamente, livrar a cidade da doença, muito embora mais uma vez fossem utilizados métodos opressivos contra a população.
Revolta da Vacina (1904) - Houve também, durante o Governo de Rodrigues Alves, uma campanha pela obrigatoriedade da vacina de varíola. A população, manipulada pela oposição, revoltou-se contra a lei da vacinação obrigatória proposta por Osvaldo Cruz. Na verdade, a revolta deveu-se muito mais à desinformação da população e ao medo que esta tinha do governo, uma vez que estava acostumada a ser sempre agredida. Pensou-se que, em vez de vacina, o governo estaria injetando um vírus ou uma bactéria com o fito de matar os miseráveis. O governo, contudo, ao invés de esclarecer tais fatos, preferiu atacar violentamente os líderes do movimento.
A política exterior - A maior figura do ministério escolhido pelo presidente Rodrigues Alves foi, sem dúvida, José Maria Silva Paranhos Jr., o célebre Barão de Rio Branco. Filho do visconde de Rio Branco, já exercia a diplomacia quando sobreveio a República, a quem serviu, não obstante sua indisfarçada preferência pela monarquia.
A atuação de Rio Branco na Pasta das Relações Exteriores foi marcada, principalmente pela solução de uma grave pendência relativa à fronteira Brasil-Bolívia, compreendendo a vasta região do Acre. A região, pertencente à Bolívia foi ocupada por trabalhadores brasileiros durante o "Ciclo da Borracha". Nesse período atingiu o apogeu a exportação de borracha. O território acreano praticamente só continha brasileiros, vez que a região havia permanecido desabitada pelos bolivianos. Pelo Tratado de Petrópolis, assinado a 17 de novembro de 1903, foi incorporada definitivamente ao nosso país a região acreana. O Brasil pagou uma indenização à Bolívia, mas que poderia recuperar em alguns anos, com a cobrança de impostos regulares na região.
Em seu governo, foi também solucionada a Questão Pirara, lide surgida contra a Inglaterra. O arbitramento foi feito pela Itália, e o embaixador brasileiro responsável foi mais uma vez o Barão de Rio Branco.
Disparidades Regionais - Embora algumas obras fossem iniciadas em Belém, Recife e Salvador, estas cidades não conseguiram acompanhar o surto do progresso sulino. O eixo econômico e político deslocara-se completamente para o sul. Em 1872 ainda se equilibravam as populações das duas grandes zonas geográficas. Em 1900 haviam triplicado as populações de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, contando a população meridional com uma diferença de 3 milhões de habitantes sobre a população setentrional.
Rodrigues Alves servira à monarquia como Presidente de sua província natal e fora ministro da Fazendo no governo de Floriano Peixoto. Durante seu governo modificou-se o aspecto acanhado e provinciano do Rio de Janeiro, construiu-se a grande Avenida Central (hoje Av. Rio Branco) paralelamente ao início das obras do porto. Alargaram-se praças, destruíram-se pardieiros, modernizou-se a capital da República. É de se assinalar, todavia, que tais obras acarretaram a expulsão, com enorme violência, da população carente para a periferia da cidade ou para os morros. A modernização era benéfica apenas para a elite econômica que controlava o governo.
O governo Rodrigues Alves enfrentou a primeira greve geral na capital da República em 15 de agosto de 1903, iniciada pelos operários da indústria têxtil que reivindicavam aumento de salários e jornada diária de oito horas para todas as categorias de trabalhadores.
Durante o governo de Rodrigues Alves libertou-se o Rio da febre amarela, que muitas ceifavam vidas. O grande plano de erradicação do terrível mal foi executado pelo médico e cientista brasileiro Osvaldo Cruz, que até então dirigira o Instituto Manguinhos, foi nomeado diretor-geral de Saúde Pública, implementando o combate às epidemias, como a peste bubônica e a febre amarela. Aperfeiçoando os processos usados pelos americanos em Cuba e nas Filipinas, Osvaldo Cruz conseguiu em1906, praticamente, livrar a cidade da doença, muito embora mais uma vez fossem utilizados métodos opressivos contra a população. Em 1904, a obrigatoriedade de vacinação contra a varíola levou a população carioca ao protesto nas ruas, no dia 10 de fevereiro, movimento que ficou conhecido como a Revolta da Vacina.
Revolta da Vacina (1904) - Houve também, durante o Governo de Rodrigues Alves, uma campanha pela obrigatoriedade da vacina de varíola. A população, manipulada pela oposição, revoltou-se contra a lei da vacinação obrigatória proposta por Osvaldo Cruz. Na verdade, a revolta deveu-se muito mais à desinformação da população e ao medo que esta tinha do governo, uma vez que estava acostumada a ser sempre agredida. Pensou-se que, em vez de vacina, o governo estaria injetando um vírus ou uma bactéria com o fito de matar os miseráveis. O governo, contudo, ao invés de esclarecer tais fatos, preferiu atacar violentamente os líderes do movimento.
A política exterior - A maior figura do ministério escolhido pelo presidente Rodrigues Alves foi, sem dúvida, José Maria Silva Paranhos Jr., o célebre Barão de Rio Branco. Filho do visconde de Rio Branco, já exercia a diplomacia quando sobreveio a República, a quem serviu, não obstante sua indisfarçada preferência pela monarquia.
A atuação de Rio Branco na Pasta das Relações Exteriores foi marcada, principalmente pela solução de uma grave pendência relativa à fronteira Brasil-Bolívia, compreendendo a vasta região do Acre. A região, pertencente à Bolívia foi ocupada por trabalhadores brasileiros durante o "Ciclo da Borracha". Nesse período atingiu o apogeu a exportação de borracha. O território acreano praticamente só continha brasileiros, vez que a região havia permanecido desabitada pelos bolivianos. Pelo Tratado de Petrópolis, assinado a 17 de novembro de 1903, foi incorporada definitivamente ao nosso país a região acreana. O Brasil pagou uma indenização à Bolívia, mas que poderia recuperar em alguns anos, com a cobrança de impostos regulares na região.
Em seu governo, foi também solucionada a Questão Pirara, lide surgida contra a Inglaterra. O arbitramento foi feito pela Itália, e o embaixador brasileiro responsável foi mais uma vez o Barão de Rio Branco.
Disparidades Regionais - Embora algumas obras fossem iniciadas em Belém, Recife e Salvador, estas cidades não conseguiram acompanhar o surto do progresso sulino. O eixo econômico e político deslocara-se completamente para o sul. Em 1872 ainda se equilibravam as populações das duas grandes zonas geográficas. Em 1900 haviam triplicado as populações de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, contando a população meridional com uma diferença de 3 milhões de habitantes sobre a população setentrional.
No último ano de governo, apesar da oposição de Rodrigues Alves, foi concluído o Convênio de Taubaté, com apoio do Congresso Nacional. Assinado pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, o convênio instituiu a estabilização cambial e a proteção aos cafeicultores, cabendo ao governo central comprar as safras com recursos financeiros externos e estocá-las para vendê-las no momento oportuno.
Eleito, pela segunda vez, presidente da República em 1918, não tomou posse por motivo de saúde. Faleceu no Rio de janeiro, em 16 de janeiro de 1919.

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