O artesanato
O artesanato, desenvolvido nos núcleos familiares, é a forma mais antiga de transformação dos recursos naturais em objetos para satisfazer as necessidades humanas. Inicialmente, destinava-se a abastecer a própria família, com a fabricação de panelas, jarros, canecas, roupas, instrumentos de trabalho, entre outros objetos. Com o passar do tempo, porém, permitiu que as famílias trocassem entre si os utensílios excedentes de sua produção. Com o crescimento da população urbana e, consequentemente, o aumento da procura por produtos ou objetos, o artesanato familiar tornou-se insuficiente. Diante disso, ao longo do século XIV, em algumas cidades europeias começaram a surgir oficinas de artesãos, que deram origem à manufatura.
A manufatura
Diante da procura crescente por mercadorias do artesanato, alguns artesãos decidiram expandir o negócio, contratando oficiais e aprendizes de ofício (sapateiros, alfaiates, ferreiros, entre outros). Assim, a nova forma de produzir mercadorias deixou de ser individual e passou a ser executada por várias pessoas contratadas, assumindo, a partir de então, a feição de empresa – a manufatura. A comercialização dos produtos, realizada pelos comerciantes, tornou-se intensa e rentável, levando ao rápido crescimento das manufaturas na Europa. Isso permitiu que muitos proprietários investissem na criação e no desenvolvimento de novas e avançadas técnicas de produção, capazes de aumentar ainda mais a oferta de produtos e o lucro. Desse processo surgiu a indústria.
A indústria
Dá-se o nome de indústria ao conjunto de atividades produtivas que transformam matérias-primas em mercadorias para uso ou consumo tanto doméstico como em todas as atividades econômicas, até mesmo em outras indústrias.
Da indústria moderna – que teve início no século XVIII – até os dias atuais, o desenvolvimento tecnológico foi tão intenso que desencadeou as chamadas “revoluções industriais”.
Primeira Revolução Industrial
Com o investimento em novas técnicas de produção, muitas invenções começaram a surgir por volta de 1750, principalmente na Inglaterra (atual Reino Unido) e, posteriormente, nos países que hoje conhecemos como França, Alemanha, Rússia, Bélgica, Itália, Japão e Estados Unidos. A invenção de máquinas possibilitou ao trabalhador produzir uma quantidade maior de mercadorias em menor tempo, comparando-se à produção da manufatura. Nasceu, assim, a indústria moderna, na qual a produção passou da manufatura para a maquinofatura. Segunda Revolução Industrial Entre as principais invenções desse período, que se estende da primeira metade do século XIX até meados do século XX, destacam-se a locomotiva a vapor; o motor de combustão interna, que permitiu o aparecimento do automóvel; o telefone; o rádio; o cinema; a televisão. Nesse período, também ocorreram a descoberta e o aproveitamento de novas fontes de energia, como o petróleo. Tudo isso revolucionou a produção industrial, os transportes e as comunicações.
Terceira Revolução Industrial
Para alguns estudiosos, a Terceira Revolução Industrial ou Revolução Científica e Tecnológica teve início quando a ciência descobriu a possibilidade de explorar a energia nuclear do átomo. Para outros, caracterizou-se pelas grandes conquistas da eletrônica, no início dos anos 1970, que permitiram os avanços da informática e de novas técnicas de produção, incluindo o uso de robôs (robótica). É importante lembrar que o processo de industrialização não se desenvolveu de forma semelhante em todos os países e espaços geográficos e que essa desigualdade ainda é observada atualmente.
Quarta Revolução Industrial
Nessa fase, as indústrias caracterizam-se por empregar elevado nível de automação obtido por meio de uma combinação de recursos tecnológicos, por exemplo, a inteligência artificial, a robótica avançada, a conectividade entre equipamentos e dispositivos (internet das coisas), as redes informacionais, entre outros. Desse modo, a produção industrial torna-se mais autônoma, ágil e competitiva. Da mesma forma que o processo de industrialização não ocorreu de maneira semelhante em todos os países do mundo, o mesmo vem acontecendo com a Indústria 4.0. Países como Alemanha, Finlândia, Estados Unidos e Israel estão na dianteira desse tipo de indústria. Essa fase da revolução industrial exige mão de obra altamente especializada e qualificada. E aí está o desafio: ou os países em desenvolvimento ou menos desenvolvidos superam esse obstáculo ou ficarão na rabeira do desenvolvimento científico-tecnológico e dependentes dos centros mais avançados. Percebe-se, assim, a importância de investimentos nos setores de educação e pesquisas científico-tecnológicas para a formação de profissionais tecnicamente cada vez mais capacitados para o trabalho nesse tipo de indústria.
Tipos de indústria
▪ Classificação de acordo com o destino da produção
Com base no destino dos bens produzidos, as indústrias se classificam em: indústrias de bens de consumo, indústrias de bens intermediários e indústrias de bens de produção. As indústrias de bens de consumo produzem para consumo ou uso pela população. Abrangem:
• Indústria de bens de consumo não duráveis: produz bens usados ou consumidos apenas uma vez ou por pouco tempo, como calçados, roupas, alimentos etc.
• Indústria de bens de consumo duráveis: produz bens usados por um período relativamente longo, como móveis, eletrodomésticos, computadores, automóveis etc.
As indústrias de bens intermediários produzem matérias-primas para outros segmentos industriais. É o caso da indústria de extração e transformação de minérios, que produz matéria-prima para as indústrias automobilísticas e químicas, por exemplo.
As indústrias de bens de produção, também chamadas de base ou de bens de capital, produzem máquinas e equipamentos destinados a outras indústrias, como as de máquinas têxteis, as de motores e, até mesmo, as usinas de energia elétrica etc.
Classificação de acordo com a tecnologia empregada
Em relação à tecnologia que empregam, distinguem-se dois tipos de indústria: a tradicional ou de trabalho intensivo e a moderna ou de tecnologia avançada.
Nas indústrias tradicionais, empregam-se tecnologias antigas e mão de obra numerosa. Esse tipo de indústria é encontrado em vários ramos (bebida, metalurgia, confecção etc.) e em empresas que, por diversas razões, não investiram na modernização.
Nas indústrias modernas, os progressos científicos e tecnológicos são intensamente aplicados à produção industrial. A mão de obra é altamente especializada, com produção e produtividade elevadas, destacando-se as indústrias de informática, de telecomunicação, aeroespacial e automobilística com o uso de robôs.
Trabalho humano e produtos
Um produto é o resultado da atividade humana, física ou mental, isto
é, o que fazemos, criamos ou construímos por meio de nosso trabalho.
Para que algo seja um produto, no sentido econômico do termo, é
necessário que as pessoas atribuam valor a ele e o comprem para uso
ou consumo. Podemos afirmar, portanto, que consumo é o uso de um
bem ou serviço por uma pessoa ou por uma empresa. Assim, o objetivo
da produção humana é fornecer produtos ou serviços ao mercado de
consumo. Conheça alguns exemplos de produtos a seguir.
Quando o ser humano prepara a terra, planta e colhe vegetais, obtém
como resultado produtos agrícolas: cana-de-açúcar, milho, arroz, feijão,
soja etc. Assim, dizemos que os produtos agrícolas são o resultado da
atividade humana, ou seja, do trabalho do ser humano na agricultura.
Os operários que participam da produção de um automóvel trabalham em diferentes tipos de indústria que fornecem produtos para as
montadoras de automóveis. O automóvel é, então, um produto resultante do trabalho humano em diferentes indústrias.
O poeta também realiza um trabalho. O resultado de seu trabalho
são os poemas; eles são o produto do trabalho intelectual do poeta.
No entanto, esse trabalho só se torna um produto de valor econômico quando, por exemplo, os poemas são publicados em livros, que são
distribuídos às livrarias para consumo dos leitores.
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