segunda-feira, 5 de agosto de 2024

O nível das águas dos rios

A variação no volume das águas de um rio ao longo do ano é chamada de regime. O regime de um rio recebe um nome específico conforme a origem da água que o abastece:
■ quando o volume das águas de um rio aumenta por causa da chuva, dizemos que ele apresenta um regime pluvial;
■ quando as águas de um rio vêm da neve de montanhas ou de geleiras que derreteram, dizemos que ele apresenta um regime nival ou glacial, respectivamente;
■ quando um rio é abastecido por águas de duas ou mais origens diferentes, como pelas chuvas e pelo derretimento de neve, dizemos que seu regime é misto. Além disso, os rios podem ser perenes ou temporários, também conhecidos como intermitentes. Os rios perenes são aqueles que nunca secam. Já os temporários ficam completamente secos em períodos de estiagem.
A maior parte dos rios brasileiros tem regime pluvial. No entanto, alguns rios da bacia do Amazonas têm regime misto, porque, além de serem abastecidos com água da chuva, recebem água proveniente do derretimento de neve na cordilheira dos Andes – porém, essa água representa uma parte muito pequena de seu volume total.
O volume de água no leito dos rios sofre variação ao longo do ano em razão dos períodos de cheias e de vazantes (período mais seco). No Brasil, o período das cheias coincide com o de maior quantidade de chuvas. Em áreas planas, durante as cheias, as águas de um rio podem ocupar dezenas de metros para além do canal do rio. Essas áreas são chamadas de várzeas ou de leito maior.

No período das cheias, grande parte dos nutrientes que estavam em suspensão ou dissolvidos na água deposita-se sobre os solos da área inundada, tornando-os muito férteis.

Intervenções humanas nos rios

Nas cidades, os córregos e os rios costumam sofrer várias interferências humanas que agravam o problema das enchentes. Grande parte da superfície das cidades é revestida de cimento e asfalto, que impedem a infiltração de água no solo e aumentam a velocidade de seu escoamento. Por isso, quando chove, o volume de água de rios e córregos aumenta muito rapidamente e a superfície inundada é maior. A construção de residências, avenidas e outras obras próximas ao leito dos rios e em suas várzeas provoca transtornos à população no período das cheias. As residências e os comércios são invadidos pelas águas. As ruas e avenidas ficam interditadas, pontes são destruídas e algumas vezes a força das águas é tão grande que provoca a morte de pessoas que são arrastadas pela correnteza. Quando a água dos rios fica barrenta, em consequência da erosão dos solos, ou poluída, porque recebeu esgoto e lixo, parte desse material deposita-se perto das margens e no fundo dos rios, provocando o assoreamento – Isso agrava o problema das enchentes, porque a quantidade de água que o rio consegue escoar diminui, e parte da água passa a correr acima do seu nível normal, provocando ou intensificando o problema, tanto nas cidades quanto na zona rural.

A importância das matas ciliares para os rios 

A vegetação que cresce às margens dos rios e também de nascentes, lagos, córregos e represas, chamada de mata ciliar ou mata galeria, é fundamental para diminuir a erosão das margens dos rios e, consequentemente, a quantidade de sedimentos que chegam em seu leito. Além disso, as matas ciliares ajudam a garantir a qualidade e a quantidade de água disponível nos rios. Em função de sua importância, as matas ciliares são protegidas por uma lei criada em 2012. De acordo com essa lei, devem ser preservados 30 metros de vegetação ao lado de cada margem de rios que têm até 10 metros de largura; nos rios com largura superior a 10 metros, a área a ser preservada é maior, proporcional ao seu tamanho, e as nascentes devem ter pelo menos 50 metros ao seu redor.

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