sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O populismo latino-americano

Em certos países latino-americanos surgiram então, a partir de 1930, regimes populistas: governos fortes e centralizados sob a direção de líderes reformistas, carismáticos, autoritários, com grande apoio popular. Os principais representantes do populismo foram Getúlio Vargas (1930-1945) no Brasil, Juan Domingo Perón (1946-1955) na Argentina e Lázaro Cárdenas (1934-1940) no México.
O Estado populista adotava uma política de conciliação de classes sociais, com o objetivo de alcançar um desenvolvimento econômico autônomo. Também defendia reformas sociais limitadas, para manter o apoio popular.
Durantes os governos populistas, o Estado investiu em indústria de base, com a finalidade de fornecer matéria-prima a energia a baixo custo, para o setor privado. “Mas a industrialização promovida pelo populismo tinha um limite. O mercado consumidor desses países era reduzido, em razão dos baixos salários. Nenhum desses governos procurou ampliar o mercado interno, mediante uma reforma agrária ou uma política de redistribuição de renda.
De qualquer forma, o populismo foi responsável por reformas importantes, como as leis trabalhistas no Brasil.

A crise do populismo

O Estado populista conheceu seu auge até o final da Segunda Guerra Mundial, que novamente beneficiou o desenvolvimento da indústria de substituição de importações na América Latina. Tal desenvolvimento favoreceu uma relativa estabilidade política.
Mas ao final da guerra as exportações latino-americanas de matérias-primas caíram outra vez. Por isso, faltaram divisas para continuar importando as máquinas e equipamento que se destinavam à expansão da indústria. A crise na zona rural, por sua vez, provocou a migração em massa de camponeses para as cidades, obrigando os governadores a fazer grandes despesas com obras de infraestrutura. Isso aumentou a dívida pública, gerando um processo inflacionário crônico, que demonstrou a incapacidade dos governos populistas em promover um desenvolvimento econômico autônomo.
Temendo a radicalização política das classes populares e o “perigo” socialista, as burguesias nacionais, até então beneficiárias dos projetos populistas de industrialização, aliaram-se às velhas oligarquias rurais. E estes dois setores convocaram as Forças Armadas para “manter a ordem”, permitindo que golpes militares liquidassem com o populismo.


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