quarta-feira, 18 de maio de 2022

Os blocos econômicos regionais

Outra característica da segunda metade do século XX foi a formação de blocos econômicos. O processo de globalização tende a transformar o mundo em um grande e único mercado e uniformizar as economias de todos os países segundo o modelo imposto pelo neoliberalismo. Para se fortalecer nesse mercado, várias nações têm procurado estabelecer acordos comerciais regionais, com o objetivo de formar blocos econômicos para facilitar o comércio entre os países do mundo. Entre outras vantagens, os blocos apresentam políticas alfandegarias unificadas e maior mercado consumidor.

Tipos de blocos – Os blocos econômicos classificam-se em zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. Na zona de livre comércio, há a redução ou a eliminação das taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. A união aduaneira, além de abrir mercados internos, regulamenta o comércio dos países membros com nações externas ao bloco. Já o mercado comum garante a livre circulação de pessoas, serviços e capitais.

O mais antigo desses blocos surgiu na Europa ocidental em 1957 com o nome de Mercado Comum Europeu (MCE) ou Comunidade Econômica Europeia (CEE). Tratava-se no início apenas de uma zona de livre comércio entre os países membros (isto é, sem taxas alfandegárias sobre as importações).

Em 1993, a CEE passou a se chamar União Europeia (UE) por decisão do Tratado de Maastricht, que ampliou os termos do acordo de 1957. A mudança, portanto, não só de nome. A União Europeia é hoje uma organização supranacional que permite a livre circulação de pessoas e mercadorias entre os países membros e conta com um Parlamento Europeu eleito por voto direto. Dela fazem parte 27 países, entre os quais França, Alemanha, Inglaterra, Bélgica, Bélgica, Itália, Holanda. Em 2002, foi criado o euro, moeda única adotada em 2002 por doze dos quinze países da União Europeia. Com exceção do Reino Unido, Dinamarca e Suécia. Para o controle cambial da nova moeda, foi criado o Banco Central Europeu, sediado em Frankfurt, na Alemanha. Atualmente, a União Europeia reúne 27 Estados-membros, principalmente na Europa Ocidental. Dezenove deles adotam a mesma moeda, o euro.

Nos últimos anos, os blocos econômicos começaram a ser avaliados de maneira negativa por grupos nacionalistas. Movimentos de extrema direita afirmam que esses blocos são prejudiciais para as economias nacionais, e defendem que os países endureçam as barreiras alfandegárias e abandonem os acordos de livre circulação. Além disso, apoiam medidas anti-imigração, estimulando, inclusive, a expulsão de imigrantes de certos países.

Um dos principais desdobramentos desse movimento contrário aos blocos econômicos deu-se em 2016, quando 52% dos eleitores britânicos decidiram que o Reino Unido deixasse a União Europeia. Em 31 de janeiro de 2020, ocorreu a saída formal do Reino Unido da União Europeia, após mais de três anos e meio do referendo do Brexit. Após a saída, iniciou-se um período de transição em que ambas as partes estão a negociar como será sua relação quando este período acabar, em 31 de dezembro de 2020. Na véspera de natal, antes do prazo, um acordo foi atingido entre a União Europeia e o Reino Unido, sendo posteriormente aprovado no parlamento britânico, e estando pendente de aprovação no parlamento europeu.

Celebração de grupos favoráveis ao brexit

O Brexit se dá no contexto da Crise migratória na Europa, sendo resultado de disputas políticas de longa data entre os britânicos, centralizadas na soberania política, controle migratório, e comércio com os países membros do bloco. Esse movimento ficou conhecido como Brexit, termo em inglês que combina as palavras Britain, que significa “Bretanha”, e exit, que significa “saída”.

Um segundo bloco é o acordo de Livre-comércio da América do Norte (Nafta, que integra as economias dos EUA, Canadá e México desde 1993. O Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), acordo que substituiu o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (Nafta), que é um tratado de livre comércio. Em contraste com a União Europeia, o Nafta não se propõe a unificar politicamente a região, nem mesmo a criar uma moeda única. Sua finalidade específica consiste em eliminar as barreiras alfandegárias entre os três países signatários do acordo.

Em 1991, foi instituído pelo Tratado de Assunção o Mercado Comum do Sul (Mercosul), formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, além de Chile e Bolívia como países associados. O Mercosul deu início à eliminação a longo prazo das tarifas aduaneiras na região. Tem por objetivo estreitar as relações comerciais entre os países membros e, no futuro, estabelecer tarifas únicas para o comércio do bloco com países de outras regiões e continentes.

A implementação da Alca, no entanto, não vingou, em virtude da oposição de diversos governos, entre eles o do Brasil.

Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec), criado em 1989. Na região conhecida como bacia do pacífico, está localizado um dos mais dinâmicos polos da economia capitalista. Composta por mais de vinte países da Ásia, Oceania e América, esse bloco é liderado pelo Japão, embora sua hegemonia seja ameaçada pela participação de países como os EUA e China. O bloco asiático não se constituiu como um processo de integração institucionalizado, tal como a União Europeia, mas sim um conjunto de economias articuladas que tendem a ser complementares.

Em 2021, entrou em vigor um novo bloco formado por 54 dos 55 países africanos, a Zona de Livre Comércio Continental Africana (AfCFTA, na sigla em inglês).

Estados Unidos da Europa?

A Europa ocidental já conta com uma moeda única, o euro, adotada por doze dos países membros (apenas Inglaterra, Suécia e Dinamarca ainda conservam suas moedas nacionais). Já conta igualmente com uma única instituição reguladora da política monetária de toda a União: o Banco Central Europeu. Além disso, dispõe do Parlamento Europeu como órgão consultivo de decisões políticas. Em maio de 2004, dez novos países se integraram à União Europeia e, em 2007, mas dois foram admitidos no Bloco, que passou a ter 27 membros e a totalizar 494 milhões de habitantes. A maioria dos novos integrantes é formada por países do Leste europeu, ex-satélites da extinta União Soviética, como República Tcheca, Polônia, Hungria e Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Letônia, Lituânia, Romênia e Bulgária.

A ampliação consolida o bloco europeu como potência econômica equivalente aos Estados Unidos. Segundo dados da Comissão Europeia, o produto Interno Bruto (PIB) da EU, em 2008, estaria em torno de 14,9 trilhões de dólares, contra 14,2 trilhões do PIB estadunidense.

Outro passo decisivo no processo de unificação da Europa foi dado em junho de 2004, quando os 25 chefes de Estado e de governo do Bloco, reunidos em Bruxelas, na Bélgica, aprovaram a Constituição da União Europeia.

Em dezembro de 2007, foi assinado o Tratado de Lisboa, pondo assim fim à vários anos de negociação sobre questões institucionais e consolidando a União Europeia. 

O Mercosul

No mesmo dia em que FHC iniciava seu primeiro mandato presidencial era oficialmente inaugurado o Mercado Comum do Sul (Mercosul), uma união aduaneira entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A partir desse momento, desapareceram as tarifas alfandegárias existentes até então no comércio entre esses países. Ao mesmo tempo, eles unificaram suas tarifas para o comércio com outras nações do mundo. Assim, por exemplo, uma camiseta exportada do Uruguai para o Brasil estaria sujeita a tarifa zero, enquanto uma camiseta exportada da França pagaria tarifa de 20% ao entrar tanto no Uruguai quanto no Brasil. Deve-se ressalvar que tarifas alfandegárias foram mantidas para alguns produtos, representando 5% do total de intercâmbio e devendo desaparecer com o tempo.

O Mercosul foi o resultado de um processo de integração econômica que teve início alguns anos antes, a partir de um acordo firmado entre Brasil e Argentina em julho de 1986. O passo seguinte foi a assinatura do Tratado de Assunção, em 26 de março de 1991, com a adesão do Uruguai e do Paraguai. Esse tratado fixou metas e prazos para levar a cabo o processo de integração econômica dos quatro países.

Desde 1996, cinco países sul-americanos se associaram ao Mercosul: Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador. E em 2006 a Venezuela aderiu ao bloco como membro afetivo.

 O nascimento da Opep 

Seguindo o princípio de que “a união faz a força” em 1960 alguns países exportadores de petróleo resolveram se unir e formaram a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). O objetivo da nova entidade era controlar a oferta do produto e, dessa, forma o aumento do seu preço no mercado internacional. Esse objetivo caracteriza um tipo de associação muito comum denominado cartel.

Hoje, a Opep é composta de treze países, entre os quais dois são sul-americanos (Venezuela e Equador), quatro são africanos  (Angola, Argélia, Líbia e Nigéria), um é asiático (Indonésia) e seis estão no Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes, Irã, Iraque, Kuwait e Qatar). 

A OCDE

Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico  (OCDE);  é uma organização econômica intergovernamental com 38 países membros, fundada em 1961 para estimular o progresso econômico e o comércio mundial.

A OCDE constitui uma organização voltada ao desenvolvimento econômico e à busca do bem-estar social por meio da cooperação entre seus países-membros.

É um fórum de países que se descrevem comprometidos com a democracia e a economia de mercado, oferecendo uma plataforma para comparar experiências políticas, buscar respostas para problemas comuns, identificar boas práticas e coordenar as políticas domésticas e internacionais de seus membros. A maioria dos membros da OCDE é formada por economias de alta renda com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) muito alto e consideradas países desenvolvidos. Em 2017, os países membros da OCDE representavam coletivamente 62,2% do PIB nominal global (49,6 trilhões de dólares) e 42,8% do PIB global (54,2 trilhões de dólares internacionais) por paridade de poder de compra.  A organização é um observador oficial das Nações Unidas.

O que o Brasil precisa fazer para entrar na OCDE?

Segundo especialistas, ao menos três áreas devem ser desafios para o país: meio ambiente, combate à corrupção e sistema de impostos. Para de fato fazer parte da instituição, o Brasil precisa passar por um processo técnico e político. De um lado, é necessário que o país se adeque a políticas da OCDE em diversas áreas.


sábado, 14 de maio de 2022

O Turismo na Paraíba

O turismo é uma fonte de divisas que contribui para o desenvolvimento de uma região, de forma mais ou menos intensa, conforme sejam os recursos disponíveis, naturais e culturais, além da infraestrutura montada para este fim. Na Paraíba, esta atividade vem se desenvolvendo principalmente devido às suas potencialidades, pois ela apresenta uma diversidade de paisagem que varia desde praias de águas mornas e areias brancas, onde “o sol nasce primeiro” até as serras e depressões sertanejas. João Pessoa e Campina Grande já investem muito no setor de serviços e infraestrutura para o turismo: estrutura viária, hoteleira e de lazer. A construção do Hotel Tambaú, na década de 70, veio dar grande impulso ao turismo da capital, atraindo investimentos para esse setor e ampliando as possibilidades de desenvolvimento comercial na orla marítima.

Atualmente, esta prática vem sendo estendida para o restante do Estado, percebendo-se que alguns municípios já se preocupam em desenvolver o turismo, a exemplo de Cabaceiras, Areia, Monteiro, Sousa, Patos, Guarabira, etc., que aproveitam seus recursos naturais, artísticos, históricos e arquitetônicos para a exploração de forma racional pela a prática do turismo.

             O Ecoturismo e o turismo rural

 O ecoturismo é uma exploração econômica pouco destrutiva que objetiva gerar recursos conservando a natureza. Compatibiliza desenvolvimento econômico e conservação ambiental, enquanto o turismo rural é uma atividade fora das áreas intensamente urbanizadas.

O turismo rural ocorre quando o turista se hospeda no meio rural e participa dos trabalhos realizados nas fazendas ou sítios. O turismo rural vem sendo praticado em alguns engenhos do Brejo Paraibano. No sertão, em casas rústicas com características próprias do ambiente, explorando culinária regional e demais aspectos do panorama cultural.

Na Paraíba, e em todo o Brasil, discute-se a prática do ecoturismo a ser feita nas Unidades de Conservação. No Estado, foram criadas, pela coordenadoria de Estudos Ambientais, nove dessas unidades com dois parques, seis reservas ecológicas e um monumento natural

                                João Pessoa

 João Pessoa, além das belezas naturais, possui um acervo cultural dos mais importantes do país. São construções do séc. XVI ao XVIII como o Conjunto de São Francisco (Igreja, Convento/Claustro e Cruzeiro), mosteiro de São Bento, Igreja do Carmo, Casa da pólvora e outros, além de obras mais recentes, do final do século XIX e início do século XX – Teatro Santa Rosa, Palácio da Redenção, Palácio da Justiça e o Hotel Globo, local de grandes acontecimentos políticos e sociais da antiga João Pessoa.

Quem chega dos grandes centros urbanos, como é o caso da maioria dos turistas que visitam a capital paraibana, ficam encantados com a grande área de vegetação. É o caso do Jardim Botânico parque Arruda Câmara, mais conhecido por Bica, que ainda abriga árvores características da original Mata Atlântica.

O cartão-postal da cidade de João Pessoa, o Parque Solon de Lucena (Lagoa) também possui raras espécies de árvores e os jardins de Burle Marx. Como pode-se notar, o verde está espalhado por toda a cidade, proporcionando não só a beleza mas uma vida mais saudável aos seus habitantes e visitantes. 

O Litoral

 Para quem busca agitação, as praias urbanas de João Pessoa são a melhor opção. Além da estrutura de bares, restaurantes, e feiras de artesanato, o turismo encontra ainda passeio de barco até os recifes que acompanham quase toda a extensão da cidade. Um dos lugares mais visitados na capital é a Ponta do Seixas, o trecho de praia que mais se aproxima do continente africano em toda a América do Sul.

Os 37 quilômetros de praias de João Pessoa têm início no Cabo Branco, ponto extremo da América, onde se encontra o mirante e o farol em forma de carnaúba, planta nativa e antiga riqueza da região. Uma vista que permanece na lembrança de todo o visitante, onde se pode ver todo o litoral paraibano, a transparência das águas e sentir a brisa do mar batendo levemente em seu corpo.

À direita vê-se a Praia do Seixas, quase uma ilha nativa. Mais adiante estão as praias da Penha, Jacarapé, Praia do Sol e a última praia do município, Barra de Gramame, uma da mais desertas e onde desemboca o Rio Gramame, formando pequenas ilhas.

Já a esquerda da Praia do Cabo Branco está a parte mais movimentada da Orla, com hotéis de luxo, restaurantes que servem frutos do mar, suco de frutas tropicais e comidas regionais, bares, boates e mercado de artesanato, a arte da população local.

Logo após está a Praia de Tambaú, onde está situado o Mercado de Artesanato com 128 lojas, onde pode-se encontrar os mais variados "recuerdos" típicos. Parada obrigatória dos turistas.

Picãozinho

Picãozinho é um dos paraísos da cidade, onde encontramos uma formação de recifes com piscinas naturais que chegam a uma temperatura de 28ºC. Na lua cheia, os hotéis organizam serenatas sobre a água morna, uma integração perfeita do homem com a natureza.

Praia de Areia Vermelha

A Praia de Areia Vermelha é um dos passeios imperdíveis para fazer em João Pessoa. A praia é, na verdade, um banco de areia de coloração escura, que se forma na maré baixa, nas proximidades da Praia do Poço, no município de Cabedelo (vizinho de João Pessoa).


Detalhe do barroco tropicalista (único no Brasil) Fachada da Igreja da Guia (Lucena)

Ainda na mesorregião da Mata Paraibana, no município de Lucena, a Igreja da Guia é uma grande atração pela originalidade do barroco que apresenta, nos seus detalhes arquitetônicos, frutos tropicais, único exemplo de barroco Tropicalista do Brasil. 


Victory Resort - localizado em Lucena, marco moderno do turismo

No mesmo município, contrastando com o antigo, foi construído o Victory Marine Resort, na bonita praia do Holandês, com 162 Bangalôs e várias opções de lazer.

Além das praias, existem outras atrações turísticas na região.

No município de Cabedelo, ao norte de João Pessoa, encontramos o Mar do Macaco, a praia de Intermares onde está o parque aquático Intermares Water Park, bem como a praia do Poço. A praia do Jacaré é o local onde se pode ver o mais belo pôr-do-sol. 

Vista aérea da Fortaleza de Santa Catarina

Interior da Fortaleza de Santa Catarina

Ainda no município de Cabedelo, a Fortaleza de Santa Catarina (Forte de Cabedelo) é de grande importância histórica, o único existente dentre outros tantos construídos. Atualmente, serve de palco para apresentações folclóricas, peças de teatro, exposições etc.


Praia de Tambaba

No município do Conde, o destaque é para Tambaba, primeira praia naturista do Nordeste. Em Pitimbu encontram-se as famosas areias coloridas. O município de Conde é considerado uma vitrine tropical, com coqueiros, falésias e praias selvagens de areia branca. Já Pitimbu, volta-se à prática do eco-esportes - surf e mergulho -; suas areias são escuras, de faixa larga e uma extensão de 10 quilômetros.

No município de Baía da Traição, além das praias, existe um reduto indígena com aldeias.

O Interior do Estado

No agreste, a paisagem serrana e o clima ameno favorecem o desenvolvimento do turismo. O município de Campina Grande funciona como importante polo turístico com grandes eventos de repercussão nacional e internacional como; o Maior São João do Mundo, as feiras de Ciências e Tecnologia, o festival de Inverno, o Encontro da Nova Consciência, Além do Museu de Arte Assis Chateaubriand com um importante acervo, que atraem um grande número de turistas, acarretando um crescimento dos setores comercial e de serviços.

Maior São João do Mundo - Campina Grande

Pedra da Boca

Nos contrafortes da Serra da Confusão, entre os municípios de Araruna e Tacima, está a Pedra da Boca, cuja configuração lembra um sapo gigante prestes a abocanhar um colossal pirilampo. Lá é praticado o alpinismo, salto de pára-quedas e asa-delta.


A Pedra do Ingá com suas famosas inscrições rupestres

Ainda no Agreste, no município de Ingá, encontra-se as itaquatiaras (pedras do Ingá) na fazenda de Pedra Lavrada, considerada uma das inscrições pré-históricas mais importantes da terra, objeto de estudo para cientistas do país e exterior.

No município de Areia, o museu Pedro Américo é de grande importância turística, por conter quadros e desenhos do grande pintor filho da terra.

A Mesorregião da Borborema é rica em artesanato de couro, bordados e renda renascença, além de relíquias arqueológicas com inscrições rupestres.

Uma grande atração dessa região é o Sítio de Pai Mateus, lajedo moldado pela ação dos ventos e das chuvas (escassas) entre os municípios de Boa Vista e Cabaceiras. Outros atrativos: o banho do Rabo do Pavão no Congo; as tradicionais águas magnesianas em Monteiro, o famoso São João da cidade de Santa Luzia.

Rabo do Pavão, atração turística do Congo

No sertão, o turista além de desfrutar da fantástica paisagem bucólica, poderá visitar, em Souza, a Estação Termal de brejo das Freiras, usufruindo dos benefícios das águas magnesianas ali existentes. Ainda, no município de Sousa, tem-se uma espetacular atração: o Vale dos Dinossauros, sítio paleontológico mundialmente conhecido. 


Pegadas do dinossauros - sertanejo no vale dos dinossauros

Um dos pontos turístico religioso mais importante do interior da Paraíba é o Memorial Frei Damião, localizado na Serra da Jurema em Guarabira (Piemonte da Borborema). A estátua com cerca de 35 metros de altura é considerada a segunda maior do Brasil

O Santuário de Frei Damião, situado em Guarabira é um projeto arquitetônico composto de um museu e uma estátua, em homenagem ao frade capuchinho Frei Damião de Bozzano, um missionário do Nordeste brasileiro. Atualmente é considerada a segunda maior estátua do Brasil.

Fonte: PARAÌBA: Desenvolvimento econômico e a questão ambiental - Antonio Sérgio Tavares de Melo/Janete Lins Rodrigues; Grafiset 2003.

Atlas Escolar Paraíba - Espaço Geo-Histórico e Cultural; Grafiset - 3ª Edição.


Aspectos da Geografia da Paraíba

 Localização e Área Territorial da Paraíba    

A população paraibana chegou a 4.059.905 em 2021, segundo nova estimativa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número representa um crescimento de 0,5% na comparação com a população estimada em 2020 e, em número absolutos, a alta foi de 20,6 mil habitantes.

O estado da Paraíba ocupa 56.584.6 km² de área territorial brasileira englobando 223 municípios.

Até 1994, a Paraíba possuía 171 municípios. Em 1994/1995 foram criados mais 52, perfazendo um total de 223, com suas cidades-sede, vários distritos, vilas, e inúmeros povoados. Grande parte do seu território está situado no extremo leste da região Nordeste do Brasil. Tem 98% de seu território inserido no Polígono da Seca.



Localização: Região nordeste do Brasil

Limites:         Ao norte (Rio Grande o Norte)

                       Ao sul (Pernambuco)

                       O leste (Oceano Atlântico)

                       O oeste (Ceará)


Pontos extremos:

Ao norte (Serra do vale – Belém do Brejo do Cruz)

Ao sul (Serra Pau D’arco – São João do Tigre)

O leste (Ponta do Seixas – João Pessoa)

O oeste (Serra da Areia – Cachoeira dos Índios)

Na Paraíba se encontra o ponto mais oriental das Américas, conhecido como a Ponta do Seixas, em João Pessoa, devido a sua localização geográfica privilegiada (extremo oriental das Américas), João Pessoa é conhecida turisticamente como "a cidade onde o sol nasce primeiro".

Capital: João Pessoa

Cidades principais: João Pessoa, Santa Rita, Guarabira, Campino Grande, Patos, Sousa, Cajazeiras, Cabedelo

Cidades mais populosas - João Pessoa (capital), Campina Grande, Santa Rita, Patos, Bayeux e Souza.

 Mesorregiões: Mata Paraibana - Agreste Paraibano - Borborema - Sertão Paraibano



Número de municípios: 223

Extensão territorial: 56.439 quilômetros quadrados ou 0,66% da área total do Brasil. É o 20º estado brasileiro e o 6º do nordeste.

Extensão do litoral: 138 quilômetros com 56 praias.

O IBGE dividiu a Paraíba em 4 mesorregiões: Mata Paraibana, Agreste Paraibano, Borborema e Sertão.

Cada mesorregião divide-se em microrregiões, no estado existem 23 microrregiões.



Mesorregiões da Paraíba: 

  • Mata Paraibana – Faixa de clima úmido que acompanha o litoral. A mata que existia foi substituída pela cana-de-açúcar. É a parte mais povoada e mais urbanizada do estado. 
  • Agreste Paraibano – Região de transição entre a zona da mata e a tradicional região do sertão. O clima e semiárido, embora chova mais do que na Borborema e no sertão. Economia: cana-de-açúcar, algodão, sisal, pecuária. 
  • Borborema - Localiza-se no planalto da Borborema, entre o sertão e o agreste é a região onde as chuvas são mais escassas. Economia: Extração mineral, sisal, algodão, pecuária de caprinos. É principalmente na Borborema que ocorre o fenômeno das secas. 
  • Sertão – É a região da vegetação da caatinga, de clima menos seco que a Borborema, dos rios temporários, da pecuária extensiva de corte e do cultivo do algodão, principal produto cultivado na região.

Mesorregião Paraibana 

Mesorregião Zona da Mata Paraibana



      Compreendendo o litoral, a parte leste do Estado, onde predominam as planícies litorâneas e os tabuleiros, como principais formas de relevo. Possui um regime de chuvas abundantes, especialmente nos meses de março a julho, quando o inverno é regular. As terras são férteis e próprias para o cultivo da cana-de-açúcar.

O Litoral da Paraíba se estende por cerca de 133 quilômetros. Sua extensão vai da desembocadura do rio Goiana - ao sul, onde se limita com o estado de Pernambuco - até o estuário do rio Guaju - ao norte, na divisa com o Rio Grande do Norte.

O litoral paraibano divide-se em Litoral Norte e Litoral Sul. O limite entre esses dois seguimentos é representado pelo estuário do rio Paraíba. Os municípios que compõem o Litoral Norte são: Lucena, Rio Tinto, marcação, Mamanguape, Baia da Traição e Mataraca. O Litoral Sul abrange os territórios municipais de João Pessoa, Cabedelo, Bayeux, Santa Rita, Conde, Alhandra e Pitimbu.

O relevo é representado por três unidades morfológicas espacialmente desiguais: os baixos planaltos sedimentares ou tabuleiros, com falésias na fachada oceânica; a baixada litorânea, com suas dunas, restingas, lagoas e as planícies aluviais, fluvio-marinhas e estuarinas dos rios que deságuam no Atlântico.

Toda a região do litoral caracteriza-se por uma relativa diversidade econômica responsável pela organização do seu espaço: 

·     Agroindústria sucro-alcooleira; 

·     Extração mineral (ilmenita, titanita, zirconita, cianita, ao norte de Barra de Camaratuba, calcário, na grande João Pessoa; granito, em Mamanguape; 

·     Pesca da lagosta, em Pitimbu; 

·     Agricultura e pecuária; granjas e sítios; 

·     Loteamentos para residências secundárias. 

 Mesorregião do Agreste Paraibano

  

            

      Situada na parte intermediária do Estado, a mesorregião do Agreste que sucede ao litoral, na direção oeste, corresponde inicialmente a uma depressão, com 130m de altitude, formada por rochas cristalinas, e que logo dá lugar às escarpas abruptas da Borborema, cujas altitudes ultrapassam os 600m.

No agreste, permanece o binômio gado-policultura e ainda continua como região fornecedora de alimento. Possui solo muito rico e, pela umidade que apresenta, próprio para a policultura, ou seja, cultivo de várias espécies: feijão, milho, abacaxi, fumo, inhame, mandioca, frutas e legumes diversos, prestando-se também a criação de gado.

A diversificação de produção dessa área acontece, em razão da forte diferença das condições naturais. Nas áreas mais secas predominam as pastagens naturais que favorecem a presença da pecuária extensiva.

            Os rios, nesta zona, já são quase sempre temporários, pois reduzem suas águas ou secam completamente nos períodos de grande estiagem. Um fator marcante que determina esta condição são as chuvas que começam a diminuir tornando mais seco, o clima.

            Há uma transição no aspecto da vegetação desta mesorregião, vez que, ora ela apresenta características de uma mata úmida, parecida com a mata Atlântica, ora da caatinga que vai predominar nas outras áreas: Borborema e Sertão.

Na medida que nos afastamos do Litoral em direção ao interior, serras e vales férteis apresentam roteiros que unem história, natureza e diversão. Em Campina Grande, no Alto da Serra da Borborema, o “Maior São João do Mundo” atrai milhares de turistas para 30 dias de forró. Em Fagundes a famosa pedra de Santo Antonio, palco de peregrinações religiosas em homenagens ao “santo casamenteiro”, é hoje uma das mais procuradas áreas para a prática de Treking. Em Ingá encontraremos as Itacoatiara (pedras riscadas, em Tupi), a mais enigmática presença indígena no Nordeste.

Mesorregião da Borborema


        Área de domínio do Planalto da Borborema, que se constitui num conjunto de terras elevadas, estendendo-se desde o norte do Estado de Alagoas até o sul do Estado do Rio Grande do Norte, na direção SW-NE. Apresenta algumas serras, cujas altitudes variam de 500 a 600m. Entre elas, destaca-se a Serra do Teixeira, onde fica o Pico do Jabre, no Município de Maturéia, considerado o ponto mais elevado da Paraíba, com mais de 1000m de altitude. A parte leste da Borborema recebe chuvas vindas do litoral, o que vai influenciar no seu clima e vegetação – são os brejos úmidos. O restante da Borborema está sob o domínio do clima quente e seco.

O planalto é um importante divisor de águas porque os rios que ali nascem correm em direção leste e deságuam no oceano Atlântico, enquanto os, enquanto os rios da porção oeste, não conseguindo ultrapassar a Borborema correm em direção ao Estado do Rio Grande do Norte e de lá é que alcançam o Oceano.

Na Borborema, vão dominar pastagens plantadas (palma forrageira e capim) que permitirão e facilitarão a prática de uma pecuária extensiva, principalmente a de médio porte, e, em áreas de exceção, pontuais, ocorre a presença de outras culturas. Por exemplo, o tomate nas proximidades de Boqueirão. 

Em cidades como Prata, Sumé, Serra Branca, Boqueirão e Cabaceiras, a vida desafia a cinza vegetação da Caatinga e revela roteiros de extrema importância cientifica. No Lajedo de Pai Mateus, município de Cabaceiras, os turistas podem apreciar de perto todo o capricho da natureza. O lugar é hoje visitado por gente do mundo inteiro, todos curiosos em decifrar os enigmas escondidos nas rochas. O Lajedo ficou famoso ao servir de cenário para o filme o Auto da Compadecida, Pai Mateus na verdade foi o nome de um antigo ermitão que durante muitos anos residiu sobre as pedras. Muitos séculos antes, no entanto, índios já haviam deixado suas marcas por ali. 

Mesorregião do Sertão Paraibano

A mais extensa do Estado, conforme pode ser observado no mapa, o Sertão compreende uma extensa área formada de terras baixas (250 a 300m) em relação às elevações da Borborema e das serras situadas nas fronteiras com os Estados vizinhos, onde se faz presente um clima quente e semi-úmido. As chuvas são muito escassas, a vegetação pobre, não sendo o solo próprio para a agricultura, porém mais favorável à pecuária. A maioria das culturas agrícolas precisam ser irrigadas. No Sertão, a presença das pastagens permanece e constitui um forte indicativo da atividade pecuarista. Registrando-se ainda algodão, cana-de-açúcar, arroz, feijão, milho, cultivados em parte para subsistência em áreas onde solo e clima são favoráveis ocorrendo ou não irrigação.

Quando há inverno regular, é possível colher muito algodão, cultura que se desenvolve bem nas terras do Sertão.

É um prato cheio para quem procura aventura e mistério. Religiosidade cultura e ciência se misturam em roteiros de grande beleza plástica. Achados paleontológicos de mais de 130 milhões de anos fazem do Vale dos Dinossauros, em Sousa, um lugar único no mundo. Ali, em meio ao solo rachado e transformado em pedra pelo tempo, centenas de pegadas registram a época em que os gigantes disputavam territórios. Em Vierópolis, cidadezinha a apenas 20 quilômetros de Sousa, sítios arqueológicos e trilhas pela Caatinga são boas dicas para quem busca um pouco mais de aventura. Outras opções interessantes na região são as águas termais de Brejo Das Freiras, as rochas que compõe a Serra de Teixeira – incluindo aí o ponto culminante do Estado – e o belo artesanato local, a exemplo das famosas redes de São Bento. Destaques para a Fazenda Acauã.


 


Climas da Paraíba

 Climas da Paraíba

A distribuição dos climas da Paraíba está relacionada com a localização geográfica, ou seja, quanto mais próximo do litoral, mas úmido será o clima; quanto mais longe, mais seco.

Três tipos climáticos ocorrem na Paraíba: o Clima tropical quente-úmido, com chuvas de outono-inverno (As'), o Clima semiárido quente (BSh) e o Clima quente semiúmido, com chuvas de verão (Aw'). O primeiro ocorre na baixada litorânea e no rebordo oriental da Borborema. As temperaturas médias anuais oscilam entre 24° C, na baixada, e 22° C no topo do planalto. A pluviosidade, de mais de 1.500mm junto à costa, no interior cai até 800mm, no rebordo do Borborema. Aí, em torno da cidade de Areia, volta a subir e chega a ir além de 1.400mm. O trecho mais úmido da Borborema, chamado Brejo, é uma das melhores áreas agrícolas do estado.

Essa variação climática do litoral para o interior reflete-se, também, na ocorrência de diferentes tipos de solo e vegetação do Estado. Verifica-se na Paraíba a ocorrência dos seguintes climas: 

Clima Tropical quente-úmido – Domina o litoral, a região da mata e parte do agreste. Com chuvas abundantes (média anual de 1.800 mm) e temperatura média anual de 26°C. Com essas características, esse tipo climático domina em todo o litoral. Nessa região aparecem os solos arenosos das praias e restingas.

No agreste há trechos quase tão úmidos quanto às áreas da mata e outros muitos secos. Por outro lado, em virtude da altitude em torno de 600 metros alguns municípios do Brejo, no agreste paraibano, possuem um dos climas mais agradáveis da Paraíba, com temperaturas variando de 20º a 24º.

A formação do Agreste ocorre em faixas entre o Brejo úmido e o Cariri semiárido, ou seja, em área de transição climática.

Clima semiárido – Com chuvas de verão, predomina no Cariri, no Seridó, em grande parte da Borborema e do sertão. Sua principal característica não é a ausência de chuvas, mas sua irregularidade. Depois do Brejo, em toda porção aplainada elevada da Borborema e nos vales que cortam, como os do rio Paraíba, Curimataú, Taperoá, Seridó, etc., a semiaridez do clima caracteriza a paisagem. Esse clima, quente e seco, com chuvas de verão, alcançam os índices mais baixos de precipitação do estado, com média anual de 500 mm e temperatura média anual é de 26°C. Os municípios de Barra de Santa Rosa e Cabaceiras apresentam índices inferiores a 300 mm, e constituem, juntamente com Acari - RN, o chamado "triângulo mais seco do Brasil". Sob essas condições, desenvolve-se a vegetação de caatinga das regiões do Cariri e Curimataú paraibanos;

Clima Tropical semiúmido – Chuvas de verão – outono, estende-se pela região do sertão. Chove mais do que na região semiárida, porém por conta das altas temperaturas e da evaporação a água disponível e insuficiente para o consumo. As chuvas de verão-outono alcançam, em média, 800 mm anuais determinadas pelas massas quentes úmidas oriundas da Amazônia. A temperatura média anual é de 27°C. Esse tipo de clima domina todo o Pediplano Sertanejo, embora com precipitações menos baixas que as do Cariri, também está sujeito ao fenômeno das secas, porque as suas chuvas são igualmente irregulares. A vegetação de caatinga foi sendo degradada ao longo do tempo para a ocupação do solo com o algodão, milho e ainda com o pasto para criação do gado, principal atividade econômica. 

Referências: 

Paraíba: Desenvolvimento econômico e a questão ambiental / Antônio Sérgio Tavares de Melo, Janete Lins Rodriguez – João Pessoa , Grafset,  2003

Atlas Escolar da Paraíba / Coordenadora : Janete Lins Rodrigues – João Pessoa, Grafset,  2002

 


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