Durante a Guerra Fria, o Japão se constituiu como potência econômica graças à parceria com os Estados Unidos e aos grandes investimentos no setor privado. No entanto, na década de 1990, o país passou por um período de recessão econômica gerado, em grande parte, pela especulação imobiliária e de ações das empresas nacionais. Como o PIB japonês baseava-se muito no setor privado, a crise foi intensa e, desde então, o país tem apresentado índices de crescimento modestos, apesar de manter-se entre as maiores economias do mundo.
Em 2011, os japoneses experimentaram outra crise, provocada por um fenômeno natural: no dia 11 de março desse ano, um terremoto de alta intensidade gerou um tsunami que atingiu a região nordeste do país e causou a morte de aproximadamente 18 mil pessoas. Para piorar a situação, o tsunami atingiu a Usina Nuclear de Fukushima, levando à morte mais de 3600 pessoas e causando o pior acidente nuclear do mundo desde Chernobyl. Diante do perigo de contaminação radioativa, 150 mil pessoas foram deslocadas da região e o episódio reacendeu os debates a respeito do perigo da utilização da energia nuclear.
O soft power
A Coreia do Sul tornou-se uma importante potência durante a Guerra Fria. No século XXI, sua indústria tecnológica ultrapassou a do Japão e a de Taiwan, o que tornou o país um polo de tecnologia da informação.A Península Coreana é dividida e até hoje as negociações a respeito de um acordo de paz da Coreia do Sul com a Coreia do Norte são difíceis. Elas foram retomadas no ano 2000, mas os testes nucleares conduzidos pelo governo norte-coreano dificultam um entendimento desse país com seu vizinho do sul e também com o Japão. Uma característica comum entre a Coreia do Sul e o Japão é o investimento na indústria cultural com o intuito de construir um soft power. Esse termo é usado para descrever o esforço de um país com a finalidade de promover sua imagem internacionalmente e, assim, obter poder de influência de forma sutil, por meio do convencimento.
Você já teve contato com algum mangá ou animê japonês ou com as séries sul-coreanas conhecidas como “doramas”, disponíveis em plataformas de streaming? Já ouviu falar de grupos musicais de K-pop? Essas produções culturais relacionadas com a cultura pop geram milhões de dólares para o Japão e a Coreia do Sul. Além disso, esses países investem na indústria cinematográfica, produzindo filmes que são sucesso de crítica e público e ajudam a construir a imagem deles internacionalmente.
A ascensão chinesa
A economia da China hoje é aberta a investimentos estrangeiros, e a população do país tem certa liberdade econômica, podendo conduzir os próprios negócios. Com a modernização de suas indústrias, a China se tornou uma das principais receptoras de investimentos estrangeiros. Muitas das grandes empresas globais fabricam parte de seus produtos e componentes nesse país por causa da grande disponibilidade e do baixo custo da mão de obra, dos baixos impostos, da facilidade de escoamento dos produtos e do fácil acesso a matérias-primas. Além da participação estrangeira na economia, a estrutura industrial da China se desenvolveu com uma estratégia de produção massificada de bens de consumo. Atualmente, as empresas do país investem em tecnologia de ponta e diversificam sua produção, que inclui mercadorias com alto valor agregado.
Com a economia em forte crescimento no início do século XXI, a China se reuniu ao Brasil, à Rússia, à Índia e à África do Sul, outras economias emergentes contemporâneas, para compor o Brics (sigla formada pelas iniciais do nome dos cinco países em inglês). O grupo se reúne anualmente desde 2006 para discutir estratégias de cooperação. A China, no entanto, desenvolveu-se economicamente muito mais que os outros países do Brics. Em 2010, alcançou o posto de segunda maior potência econômica do mundo, ultrapassando o Japão e ficando atrás somente dos Estados Unidos, seu principal parceiro econômico e com o qual passou a travar diversas disputas a partir de 2018. O desenvolvimento econômico da China, no entanto, não foi acompanhado de mudanças políticas. O país continua a ser governado pelo Partido Comunista, o único permitido, que tem o controle total dos meios de comunicação e reprime manifestações internas contra suas políticas.