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O movimento pelos direitos civis

Nos Estados Unidos, o movimento negro dedicava-se à luta contra o racismo, institucionalizado por diversas leis de segregação racial em estados do sul do país. Essas leis burlavam a décima quarta emenda da Constituição, adotada em 1868, que estabelecia a igualdade de direitos sem distinções entre os cidadãos (exceto para mulheres e indígenas).

Na década de 1960, muitas dessas leis ainda estavam em vigor. O lema “separado, mas igual” se tornou símbolo da segregação imposta por lei. Na prática, direitos fundamentais, como o de votar, eram negados às pessoas negras. Em diversos estados do sul dos Estados Unidos, além da segregação em escolas e outros espaços públicos, homens e mulheres negros eram obrigados por lei a ocupar um espaço menor dentro do transporte público e até a ceder seu assento a pessoas brancas em caso de lotação.

Episódios de resistência negra, como o ocorrido em 1955, quando a costureira Rosa Parks se recusou a ceder seu lugar para um branco em um ônibus e foi presa em razão disso, e o aumento de ataques de supremacistas brancos com o ressurgimento, a partir de 1950, da Ku Klux Klan (KKK) – que pregava o ódio e a violência contra os negros – inflamaram a sociedade estadunidense.

O movimento pelos direitos civis ganhou força nesse contexto. Em uma sociedade em que os negros eram discriminados, segregados institucionalmente e, na prática, condenados à pobreza, o movimento reuniu milhares de pessoas defendendo a igualdade não só de direitos, mas também de oportunidades.

As vertentes do movimento

O movimento pelos direitos civis nos Estados Unidos tinha diferentes orientações políticas e modos de atuação. Entre suas principais lideranças destacaram-se o ativista islâmico Malcolm X, o grupo dos Panteras Negras (Black Panther Party) e o reverendo batista Martin Luther King Junior.
Malcolm X, ativista do nacionalismo negro, defendia o orgulho e a autossuficiência dos afro-americanos. A princípio, não acreditava na união entre brancos e negros, sendo favorável à autodefesa. Em 1965, foi assassinado na sede de sua organização em Nova York.
Já os Panteras Negras tinham como missão inicial a autoproteção armada da comunidade negra, a denúncia de seus opressores e, principalmente, da brutalidade policial.
Martin Luther King Junior, por sua vez, inspirou-se nos ensinamentos do líder indiano Mahatma Gandhi a respeito da desobediência civil e da não violência, reunindo milhares de pessoas em marchas e protestos pacíficos pelo reconhecimento dos direitos das pessoas negras, como as Marchas de Selma a Montgomery, realizadas em 1965.
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz em 1964, King abordava em seus discursos temas como a exploração econômica e a pobreza e se declarou contrário à participação dos Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Foi assassinado em 1968 em Memphis, enquanto se preparava para uma marcha em apoio à greve dos trabalhadores da limpeza pública da cidade.
O movimento pelos direitos civis foi um dos mais importantes da história dos Estados Unidos. Entre suas conquistas, estão a formulação de diversas leis que proibiram a discriminação racial nos setores públicos, no mercado de trabalho e nas eleições.

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