quarta-feira, 25 de maio de 2022

BIOLOGIA CELULAR

 

 Introdução a Biologia Celular

 

A Biologia Celular (antiga Citologia) é a parte da Biologia que estuda todas as organelas celulares e seus comportamentos. Procura diferenciar as células tanto animais como vegetais, observando também as grandes semelhanças.

Histórico

1590: Invenção do microscópio pelos holandeses Francis e Zacarias Janssen, fabricantes de óculos. Seu microscópio aumentava a imagem de 10 a 30 vezes e foi usado pela primeira vez para observar pulgas e insetos.

1665: Robert Hooke, em seu trabalho Microgafia, relatou pequenas cavidades ("cells") em cortes de cortiça, de onde se originou o termo célula.

1674: Leeuwenhoek observou diversas estruturas unicelulares: espermatozóides de peixes, hemácias. Um dos maiores colecionadores de lentes da época, foi o primeiro a observar os micróbios.

1831: Robert Bown pesquisando células de orquídeas, descreveu o núcleo celular.

1838 - 1839: Schwann emitiram a Teoria Celular: "Todos os seres vivos (animais e vegetais) são formados por células."

1858: Virchow emitiu o aforismo ominis cellula et cellula — toda célula provém de outra preexistente.

1962: Watson e Crick, estabeleceram o modelo da molécula do DNA, recebendo, em função disso, o prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia.

 Tamanho e formas das células

As dimensões das células variam de espécie, contudo a maioria tem tamanho inferior ao do poder de resolução do olho humano. Em geral, as células oscilam entre 0,1 mícron e 1mm.

 As células podem ser:

 - Microscópicas: a absoluta maioria.

 - Macroscópicas: Alga Nitella, fibras de algodão, células de urtiga, fibras de linho. Os exemplos são poucos numerosos. A forma é muito variada.

 Leis Celulares

 Lei da constância do volume celular ou lei de Driesch

O volume é constante para todas as células de um mesmo tecido, em todos os indivíduos da mesma espécie e mesmo grau de desenvolvimento (ou seja, mesma idade).

De acordo com essa lei, o volume celular independe do tamanho do indivíduo. De fato, analisando-se células hepáticas de um anão e de um gigante, pode-se verificar que, nos dois casos, o volume das células é o mesmo. Isso significa que a diferença no tamanho dos órgãos deve-se ao número de células que, no gigante, é muito maior. A lei de Driesch não se aplica às chamadas células permanentes.

 Lei de Spencer

Segundo Spencer, a superfície de uma célula varia de acordo com o quadrado da dimensão linear e o volume com o cubo da mesma.

Note-se, portanto, que enquanto a superfície aumentou 4 vezes, o volume aumentou 8 vezes. Esse aumento desproporcional do volume faz com que a célula tenha um excesso de citoplasma, que a força a entrar em divisão celular.

 A Lei de Spencer é um fator mitógeno (leva a célula à divisão).

 Classificação de Bizzozero

 Conforme a sua duração no organismo, as células podem ser classificadas em:

Células lábeis: células dotadas de ciclo vital curto. Continuamente produzidas pelo organismo, permitem o crescimento e a renovação constante dos tecidos onde ocorrem. Exemplos: glóbulos brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e células epiteliais (revestimento).

Células estáveis: células dotadas de ciclo vital médio ou longo, podendo durar meses ou anos. Produzidas durante o período de crescimento do organismo essas células só voltam a ser formadas em condições excepcionais, como na regeneração de tecidos (uma fratura óssea, por exemplo). Dentre as células estáveis, podemos citar: osteócitos (ósseas adultas), hepatócitos (células do fígado), células pancreáticas, musculares lisa etc.

Células permanentes: células de ciclo vital muito longo, coincidindo, geralmente, com o tempo de vida do indivíduo. São produzidas apenas durante o período embrionário. Na eventual morte dessas células, não há reposição, uma vez que o indivíduo nasce com o número completo e necessário de suas células permanentes. Essas células simplesmente aumentam de volume (exceção à lei de Driesch), acompanhando o crescimento do indivíduo. Como permanentes, podemos citar as células nervosas (neurônios) e as células musculares estriadas.

Observação de Células

Os instrumentos que permitem uma visualização da célula são ditos microscópios. Podemos observar as células:

- In vivo: observação de células em seu estado natural.

 - Supravital: observação da célula após tratamento com substâncias químicas que não decomponham as células, deixando-as vivas.

 - Post-mortem: observação de células fixadas, isto é, substâncias que provocam a morte da célula, sem perda de sua arquitetura normal.

Geralmente, após fixadas, as células são coradas.

 - Corantes: substâncias portadoras de grupos químicos coloridos, utilizados somente em microscopia óptica, que identificam determinada estrutura celular.

 Principais Corantes

- DNA - Feulgem

 - Verde Janus Beta - mitocôndrias

- Hematoxilina - centríolos, retículos endoplasmático

 - Sais de Ag+, Os, U - complexo de Golgi

 - Reativo de Schiff - polissacarídeos (técnica de PAS)

 - Sudam III - gorduras

 Níveis de organização celular

O surgimento da célula, como se a conhece, resulta de um processo de transformação que durou milhões de anos.

No início desse processo, estão os primeiros seres vivos, que passaram a desenvolver mecanismos, cada vez mais eficientes de captação, armazenamento e liberação de energia, para realizar suas atividades. Ainda há seres vivos formados por apenas uma célula e também alguns que não são formados por células, chamados vírus.

 Vírus

Não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação.

Não possuem enzimas e, portanto, nem metabolismo próprio, necessário à formação de novos vírus. Então, são parasitas intracelulares obrigatórios, formados apenas por um dos ácidos nucléicos (DNA e RNA), envolvido por um revestimento protéico.

Os vírus que atacam os animais não atacam as células vegetais e vice-versa. Os vírus das bactérias são chamados bacteriófagos ou, simplesmente, fagos.

Vírus (do latim — veneno): identificados em 1892 por Ivanovitch (botâncio russo) quando pesquisava folhas de fumo. Os vírus quando fora de organismos, possuem a forma de crisais (matéria, bruta). Voltam à atividade normal quando introduzidos em organismos.

Protocarontes (Reino Monera)

 (Sem envoltório - carioteca)

Pleuropneumonias ou micoplasma (PPLO)

Microrganismos unicelulares patogênicos são as menores e mais simples células conhecidas atualmente (0,125 a 0,150 mícrons de diâmetro). Apresentam metabolismo próprio e são agentes infecciosos de diversos animais.

Ricketsias

Microorganismos patogênicos e agentes infecciosos intracelulares muito pequenos (0,3 a 0,5 mícrons de diâmetro), são causadores de várias doenças no homem.

 Semelhante às bactérias, considerados como intermediários entre os vírus e elas.

 Bactérias

Seres unicelulares microscópicos, isolados ou coloniais, encontradas em todos os ambientes: água, solo, ar e orgânico. A maioria de vida livre e heterotrófica, muitas exercem importante papel no ciclo do nitrogênio na natureza.

 Outras, no entanto, são agentes patogênicos, causando numerosas infecções no homem, com tuberculose, pneumonia, lepra, meningite, tétano e outras.

Eucariontes

Essas células têm duas partes bem distintas: o citoplasma, envolvido pela membrana plasmática, e o núcleo, envolvido pela carioteca.

 Membrana Plasmática

 Conceito

É uma fina película, invisível ao microscópio óptico (MO) e visível ao microscópio eletrônico. De contorno irregular, elástica e lipoprotéica, apresenta um caráter seletivo, isto é, atua "selecionando" as substâncias que entram ou saem da célula, de acordo com suas necessidades.

A membrana plasmática é conhecida também como citoplasmática, celular ou plasmalema.

 Características

 - Ocorre em todas as células animais e vegetais.

 - Tem 75 Angstron de espessura.

 - Visível apenas ao microscópio eletrônico.

 - Tem composição química lipoprotéica (predominante).

 - Possui capacidade de regeneração (sofrendo pequena lesão, é capaz de recompor a parte perdida antes que o citoplasma extravase).

 - Permeabilidade seletiva.

 Estrutura

 Em 1954, Dawson e Danielli criaram um modelo que sugere a existência de quatro camadas moleculares: duas externas, constituídas de proteínas, envolvendo duas camadas internas, formadas de lipídios.

Em 1972, Singer e Nicholson, baseados em informações acumuladas com as pesquisas de outros cientistas, elaboraram, para a estrutura da membrana, um novo model, chamado mosaico fluido, hoje aceito por todos os autores. Segundo esse modelo, três substâncias participam da estrutura da membrana: lipídios, proteínas e uma pequena fração de glicídios. Por isso, o nome mosaico. Os lipídios são principalmente fosfolipídios e colesterol; as proteínas são do tipo globular e os glicídios, pequenas cadeias com até quinze unidades de monossacarídeos. Algumas proteínas da membrana teriam papel enzimático, podendo, inclusive, alterar a sua forma e, assim, abrir ou fechar uma determinada passagem, de maneira a permitir ou impedir o fluxo de certas substâncias. Além do papel de "portões", exercido por algumas proteínas, as moléculas presentes na membrana estariam em constante deslocamento, conferindo à estrutura intenso dinamismo. Daí serem chamadas de mosaico fluido.

Observação: os modelos de membranas propostos são panas teóricos; o único fato que se tem certeza é que, ao ME, a membrana celular é trilaminar.

Ao microscópio eletrônico, em cortes extremamente finos, a membrana plasmática apresenta uma estrutura tríplice, sendo constituída por duas faixas densas, cada qual com aproximadamente 20 angstrons de espessura, e uma faixa central clara com 35 Angstrons de espessura. A essa estrutura tríplice deu-se o nome de unidade de membrana.

 

Unidade de membrana de Robertson

 A membrana celular também reveste estruturas celulares.

 - carioteca

 - lisossomos

 - complexo de golgi

 - cloroplasto

 - mitocôndria

 - retículo endoplasmático

 Todas as estruturas acima são formadas por membranas idênticas à membrana plasmática.

 Propriedades da membrana

 Decorrentes das proteínas:

 — baixa tensão superficial;

 — resistência mecânica;

 — elasticidade

 Decorrentes dos lipídios:

 — alta resistência elétrica;

 — alta permeabilidade a substâncias lipossolúveis.

 Especializações da membrana

Na membrana celular existem estruturas especializadas em aumentar a absorção de substância e a aderência entre as células ou para melhorar movimentos celulares. Algumas especializações são microvilosidades, desmossomos, interdigitações, cílios e flagelos.

Microvilosidades — dobras da membrana plasmática na superfície da célula, voltadas para a cavidade do intestino. Calcula-se que cada célula possua em média 3.000 microvilosidades.

Como consequência, há um aumento apreciável da superfície da membrana em contato com o alimento. Isso permite, por exemplo, uma absorção muito mais eficiente do alimento ingerido.

Desmossomas (Macula Adhaerens) — aparecem nas superfícies de contato das células que estão intimamente unidas. Têm a finalidade de aumentar a coesão do tecido, mantendo as células firmemente unidas.

Verificou-se ao microscópio eletrônico que, ao nível dos desmossomos, as membranas aparecem mais espessas, em forma de linhas densas escuras. No local desse espessamento no citoplasma de cada célula, há um acúmulo de material granuloso. Desse local, irradiam-se microfibrilas para o citoplasma, a curta distância. Essas microfibrilas, ou tonofibrilas, são compostas por tonofilamentos. Entre as microfibrilas das duas células. A metade de um desmossomo é chamado hemidesmossomo.

Interdigitações — nas células epiteliais, com as que revestem a nossa pele, a membrana apresenta conjuntos de saliências e reentrâncias, denominadas interdigitações, que possibilitam o encaixe entre elas.

 Parede celular

Na célula vegetal, existe, por fora da membrana plasmática, um reforço externo, formado, geralmente, por celulose. A parede celular não existe nas células dos animais. Nos fungos, a parede celular é formada de quitina.

 Observação: nas células animais encontramos um envoltório externo chamado glicocálix, formado pela presença de glicídios presos nas proteínas e nos lipídios, que se tornam glicoproteínas e glicolipídios, respectivamente. Essas coberturas recebem o nome de glicocálix e são responsáveis pela união de células e pelo reconhecimento de células estranhas ou microrganismos estranhos.

Transportes pela membrana

Transporte em massa

 

Endocitose

As endocitoses compreendem os processos através dos quais a célula adquire, do meio externo, partículas grandes ou macromoléculas que, normalmente, não seriam absorvidas através do processo de permeabilidade seletiva, com a seguir:

Nos processos de endocitose, a membrana plasmática deforma-se, projetando-se ou invaginando-se. Há dois tipos de endocitose: fagocitose e pinocitose.

 Fagocitose

Do grego phagein = comer e kytos = célula, corresponde à inclusão de partículas sólidas pela célula, através de emissão de pseudópodes.

Esse processo é importante, não só para a nutrição da célula, com também para a defesa. Os protozoários, por serem unicelulares, nutrem-se por esse processo. Um exemplo de fagocitose destinada à defesa são os glóbulos brancos (ou leucócitos), que fagocitam bactérias ou elementos prejudiciais ao organismo. Quando os leucócitos ou glóbulos brancos morrem, no local onde combatem as bactérias, forma-se o pus.

 Pinocitose

Do grego, pinos = beber ou sorver e kytos = célula, é o processo mais comum de ingestão de substâncias alimentares muito pequenas ou gotículas de líquidos. Ocorre com invaginação da membrana plasmática de célula. Quando a membrana "estrangula" essa invaginação, forma-se uma vesícula no interior da célula chamada pinossomo.

Cromopexia

Fenômeno pelo qual certas células englobam moléculas coloridas, como a hemoglobina, que é vermelha.

 Exocitose ou clasmatose

Processo de eliminação de produtos para o exterior da célula. São produtos que estão no interior de vesículas, que se desfazem na superfície da membrana, por um mecanismo inverso ao da endocitose. Corresponde à defecação celular.

 Transportes por permeabilidade

 A célula encontra-se em constante troca de substâncias entre o seu meio externo e interno. Apenas as substâncias necessárias devem entrar, enquanto as substâncias necessárias devem entrar, enquanto as substâncias indesejáveis devem sair. Esse controle ou seleção é feito pela membrana que, dentro de certos limites, colabora para manter constante a composição química da célula. Por isso, costuma-se dizer que a membrana possui permeabilidade seletiva.

 As características da pereabilidade seletiva é:

 Não passam através da membrana:

 - proteínas

 - polissacarídeos

 - lipídeos complexos

 Passam através da membrana

 - água

- sais minerais

 - álcool

 - glicose

 - aminoácidos

 - O2 e CO2

 As substâncias que passam através da membrana celular sofrem dois tipos principais de passagem: transporte passivo e transporte ativo.

 Transporte passivo

 O transporte passivo pode ser feito, principalmente, através de duas formas: transporte passivo por difusão e transporte passivo por osmose.

Difusão passiva: quando duas soluções que apresentam concentrações diferentes de soluto encontram-se separadas por membrana idêntica à membrana plasmática, observa-se uma passagem de substâncias do meio mais para o menos concentrado, até que as concentrações se igualem. Essa passagem de soluto ou até de solventes no sentido de igualar as concentrações denomina-se difusão. No caso da célula, várias substâncias entram e saem por difusão. A concentração de oxigênio no interior da célula, por exemplo, é sempre menor do que no meio externo, pois o oxigênio é continuamente gasto no processo de respiração celular. Esse mesmo processo produz gás carbônico, de forma que a concentração desse gás no interior da célula é maior do que do lado de fora. É fácil concluir que, por difusão, Oxigênio está sempre entrando na célula e Gás Carbônico, saindo. Difusão é o movimento das moléculas do soluto e do solvente a favor de um gradiente de concentração, no sentido de igualar suas concentrações.

Por osmose: a osmose é um caso especial de difusão. Nesse processo, ocorre um fluxo espontâneo apenas de solvente, do meio menos concentrado em soluto (hipotônico) para o meio mais concentrado em soluto (hipertônico).

Portanto, na osmose, o solvente desloca-se de node existe em maior quantidade para onde existe em menor quantidade. Uma vez estabelecido o equilíbrio, passará a mesma quantidade de água nos dois sentidos. Se a membrana for permeável também aos solutos, sua passagem obedecerá ao mesmo princípio.

 Classificação das soluções

 — Isotônica: a solução tem a mesma concentração que outra.

— Hipotônica: a solução é menos concentrada do que outra.

— Hipertônica: a solução é mais concentrada do que outra.

Efeitos da osmose em células animais e vegetais

 Glóbulos vermelhos colocados em solução de baixa concentração (hipotônica) ganham água e acabam por romper a membrana plasmática (hemólise). Se colocada em solução hipertônica, perde água por osmose e murcha, ficando com a superfície enrugada ou crenada: o fenômeno é chamado crenação.

As células vegetais, quando imersas em soluções fortemente hipertônicas, perdem tanta água que a membrana plasmática se afasta da parede celular, acompanhando a redução do volume interno. Esse fenômeno é denominado plasmólise e as células nesse estado são chamadas de plasmolisadas. Se for mergulhada a célula em meio hipotônico, ela volta a absorver água, recuperando, assim a turgescência (torna-se novamente túrgida — cheia de água), fenômeno denominado deplasmólise. A existência da parede celular geralmente impede o rompimento da membrana plasmática da célula.

 Transporte ativo

Transporte ativo é o processo pelo qual uma substância desloca-se contra um gradiente, gastando energia da célula. O sódio e o potássio sofrem esse tipo de transporte.

Tipos

Bomba de sódio: nesse tipo de transporte, a célula desloca o sódio do líquido intracelular para o líquido extracelular, no intuito de manter sua integridade. Uma célula normal mantém uma tonicidade compatível com a vida, se tiver energia para bombear o sódio para fora do líquido intracelular. Se faltar energia, a célula acumula sódio no líquido intracelular, há entrada de água e consequentemente edema intracelular.

Bomba de potássio: uma célula saída precisa captar potássio parado líquido extracelular para o líquido intracelular e, nesse processo, gasta energia contra o gradiente de concentração.

 Hialoplasma ou citoplasma fundamental

Também chamado de matriz citoplasmática, é um material viscoso, amorfo, no qual estão mergulhados os orgânulos. Quimicamente, o hialoplasma é constituído por água e moléculas de proteína, formando um coloide.

Observação: chamamos de citoplasma todo material compreendido entre a membrana plasmática e a carioteca. A abundância de água no hialoplasma facilita a distribuição de substâncias por difusão, como também a ocorrência de inúmeras reações químicas.

Componentes do Hialoplasma

Em observações ao ME, o hialoplasma é um meio heterogêneo que apresenta filamentos, estruturas granulares e microtúbulos.

 Estruturas filamentosas

 Tonofilamentos: filamentos constituídos de queratina, participando na formação dos desmossomos.

 Miofilamentos: filamentos característicos de células contráteis. Apresentam 60 angstrons de diâmetro, com capacidade contrátil, auxiliando em movimentos ameboidais. Ex.: actina e miosina.

 Estruturas granulares

Grânulos de glicogênio e gotículas de gordura são encontrados em células animais.

 Microtúbulos

 De constituição química proteica. Quando a célula entra em divisão celular, os microtúbulos agrupam-se, formando o fuso mitótico ou acromático, que desloca os cromossomos para os polos celulares.

Propriedades do Hialoplasma

Sendo um colóide, a consistência do hialoplasma pode variar, passando de gel ou bastante denso a muito fluido ou sol.

Em muitas células, a porção mais periférica do hialoplasma, o ectoplasma, fica no estado gel (plasmagel). Já a porção mais interna, o endoplasma, fica no estado sol (plasmassol).

Tixotropismo - mudança de sol para gel ou vice-versa.

O citoplasma é meio tixotrófico no qual as transformações de sol para gel permitem que determinadas células possuam movimentos conhecidos com ameboidais.

Em certas células, como macrófagos, leucócitos e amebas, observa-se um movimento do hialoplasma (plasmassol) em determinada direção; logo em seguida, o ectoplasma, que é gel (plasmagel), muda para plasmassol, dando origem ao pseudópodo. Na sequência, esse ectoplasma volta ao estado gel, dando consistência ao pseudópodo formado.

 Movimento Browniano

 Micelas são as partículas coloidais em dimensões entre 0,1 e 0,001 um de diâmetro. Devido a choques com moléculas de água e à própria repulsão provocada por cargas elétricas idênticas, adquirem movimento desordenado, dando estabilidade ao colóide onde estão contidas.

Ciclose

A ciclose é um movimento do hialoplasma, principalmente em estado de sol, de maneira a formar uma corrente que carrega os diversos orgânulos e a distribuir substâncias ao longo do citoplasma. Nesse movimento, são arrastados os cloroplastos para um local de maior intensidade luminosa da célula. A ciclose pode ser bem observada no endoplasma de muitas células vegetais.

 Efeito Tyndall

 Fazendo-se passar um feixe de luz através do hialoplasma, com a ajuda de um microscópio eletrônico, pode-se observar um desvio dos raios da luz (difração), devido ao batimento dos raios nas partículas de micelas que apresentam movimento desordenado.

 Cílios e Flagelos

 Cílios e flagelos são estruturas móveis encontradas tanto em unicelulares como em organismos mais complexos (homem). Os cílios são, geralmente, curtos e numerosos; os flagelos, longos, existindo apenas um ou poucos em cada célula. Essas formações vibráteis têm um papel fundamental: permitir a locomoção da célula ou do organismo no meio líquido.

Exemplos: protozoários e larvas de invertebrados movimentam-se através de cílios; espermatozoides, algas unicelulares e alguns protozoários locomovem-se por flagelos.

Proteção

Em determinados órgãos, como a traqueia de mamíferos, existe um epitélio ciliado lubrificado por muco, que é empurrado para a garganta pelos cílios. O muco tem um papel protetor, já que muitas impurezas do ar inspirado ficam aderidas a ele. O batimento ciliar permite, então, a remoção do muco e, com ele, as partículas estranhas.

O uso do cigarro inibe a ação dos cílios do epitélio traqueal, dificultando, assim, a remoção das impurezas do ar.

 Estrutura de cílios e flagelados

Em função de sua origem em centríolos , tais orgânulos apresentam, em certa extensão do seu eixo central, nove conjuntos de trincas de microtúbulos proteicos. Mais adiante, ao longo de seu trajeto, apresenta nove conjuntos de duplos microtúbulos, como um par central.

 Na base do cílio ou flagelo, encontra-se a organela que lhes dá origem, denominada corpo basal ou cinetossomo (antigo centríolo)


Biologia - Sistemas de classificação

 

 

Sistemas de classificação

 Na Antiguidade, os chineses e hindus descobrem que podem modificar plantas para obter remédios. Os babilônios identificam substâncias medicinais e estudam a estrutura dos animais que são sacrificados aos deuses.

 CLASSIFICAÇÃO ARISTOTÉLICA

A obra do filósofo grego Aristóteles é considerada a maior referência sobre os fenômenos biológicos na Grécia Clássica. Classifica os animais em duas categorias: inferiores e superiores. Os superiores (aves, peixes, mamíferos) são os que nascem de seus semelhantes. São dotados de matéria, forma, movimento, sensibilidade e potencialidade receptiva. O homem é colocado no vértice da pirâmide porque é inteligente e perfeito. Os animais inferiores (insetos, crustáceos, moluscos) surgem por geração espontânea. O grau de perfeição de cada animal, diz Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), está ligado à quantidade de calor que ele possui.

 CLASSIFICAÇÃO VÉDICA

  Em relação aos animais, a literatura védica classifica mais de 260 mamíferos, pássaros, répteis, peixes e insetos. No século V d.C., Prasastapata estabelece o critério de classificação dos animais segundo o tipo de reprodução (sexuada e não).

 CLASSIFICAÇÕES ÁRABES

 Os árabes estudam detalhadamente os animais domesticados, base da vida das tribos nômades. Os mutazilita, teólogos islâmicos, procuram mostrar como o mundo animal dá provas da sabedoria de Deus. Classificam cerca de 350 animais segundo o modo de se movimentar. No século XIII, Al Kawini faz uma nova classificação segundo os meios de defesa de cada animal. Um século depois, Kamal al-Din al-Farisi escreve O grande livro sobre a vida dos animais, o mais importante trabalho mulçulmano de zoologia.

 CLASSIFICAÇÃO BINÁRIA

  É o sistema de classificação desenvolvido no século XVIII pelo naturalista sueco Carl von Linné, mais conhecido como Lineu. Usa como critério órgãos e estruturas morfológicas comuns e estruturas reprodutivas de animais e plantas. É um sistema simples que substitui as longas denominações de espécies, às vezes com dezenas de nomes, que vigoravam na Europa até então. Lineu é o principal nome entre os sistematas, naturalistas que no século XVII procuram estabelecer critérios mais objetivos para classificação de animais e plantas e lançam as bases da biologia moderna.

Nomenclatura binária - Lineu propõe a classificação dos seres vivos por dois nomes em latim. Um nome para o gênero ou característica geral e outro para a espécie. O cão, por exemplo, recebe o nome genérico de Canis, a espécie lobo é chamada de Canis lupus e o cão doméstico, Canis familiaris. Seu sistema de identificação é apresentado nos livros Systema naturae (1735) e Genera plantarum (1737). Lineu classifica 5.897 espécies e suas descrições ainda hoje servem de referência.

 1- CLASSIFICAÇÃO ATUAL DOS SERES VIVOS

 Até a metade do século XX, os seres vivos são classificados em apenas duas categorias: reino animal e reino vegetal. Com o progresso da biologia, a classificação se amplia para incluir organismos primitivos que não têm características específicas só de animais ou de vegetais. A partir da década de 60, o critério internacionalmente aceito divide os organismos em cinco reinos:

                                                                               Reino Monera

 O Reino Monera é formado por organismos procariontes, representados pelas bactérias e algas azuis (cianofíceas ou cianobactérias). São unicelulares ou coloniais. Possuem célula procariótica, onde não encontramos organelas citoplasmáticas delimitadas por membranas e o material nuclear não está envolto pela carioteca.  Nessas células encontramos somente os ribossomos, responsáveis pela síntese de proteína. O material hereditário é constituído por ácido nucléico no citoplasma.

 Reino Protista

  São representados pelos protozoários - como amebas e paramécios - e certas algas unicelulares - como euglenofíceas, pirrofíceas e crisofíceas. Apresentam célula eucariótica, ou seja, com núcleo envolvido pela carioteca e organelas citoplasmáticas envolvidas por membranas. Seu material genético está organizado nos cromossomos, dentro do núcleo.

 Reino Fungi

 Os fungos são organismos eucariontes, heterótrofos e, em sua maioria, multicelulares. Suas células apresentam reforço celulósico externo, como nas algas e vegetais, porém é comum a presença de depósitos de quitina, substância característica dos animais. Os fungos executam nutrição externa (são heterótrofos por absorção), ou seja, vertem enzimas sobre o alimento (substrato) e absorvem as partículas previamente digeridas.

 

Reino Plantae

 Os seres vivos incluídos no reino Plantae ou Metaphyta são os vegetais verdadeiros, pluricelulares, autotróficos fotossintéticos, com cloroplastos e parede celular composta essencialmente de celulose, um polímero de glicose. A substância de reserva característica é o amido, outro polímero de glicose.

 Reino Animalia

 Organismos eucariontes, multicelulares e heterótrofos. Nutrem-se primariamente por ingestão. Algumas poucas formas alimentam-se por absorção. Este reino compreende os animais, desde as esponjas marinhas até o homem, cujo nome científico é Homo sapiens.

 Obs.: Os vírus não constam nessa classificação porque não são células, mas por possuírem material genético e capacidade de se reproduzir, mesmo que dependendo de outro organismo, são considerados seres vivos por alguns cientistas.

  2 - Reino Animalia (os invertebrados)

  2.1 - Poríferos

 Os poríferos ou espongiários (esponjas) são multicelulares, mas não apresentam ainda tecidos. A sua constituição é muito simples. Os poríferos não possuem sistemas (digestivo, respiratório, circulatório, nervoso ou reprodutor). Eles realizam a digestão intracelular. A respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as sua células. Alimentam-se através da filtração.

 Possuem células especializadas como:

 -os porócitos        = responsáveis pela passagem de água do meio externo.

 -os amebócitos     =dão origem aos gametas masculinos e femininos

 -as espículas         = fazem parte do esqueleto de sustentação das esponjas

 -os coanócito        =promovem movimentação ciliar e fazem a digestão intracelular.

A reprodução assexuada ocorre por brotamento, onde se formam pequenos brotos laterais que se desenvolvem em novos indivíduos, originando as formas coloniais. Na reprodução sexuada os gametas, que se formam a partir de amebócitos, são lançados no átrio, onde ocorre a fecundação. O desenvolvimento é indireto (larva anfiblástula). A larva fixa-se ao substrato e desenvolve um novo indivíduo. As espojas também possuem grande poder de regeneração.

  2.2 – Cnidários ou Celenterados

 Nesse filo se enquadram os animais que já possuem tecidos bem definidos com alguma organização de sistemas. Eles possuem sistema nervoso difuso (uma rede de células nervosas pelo corpo) e gônadas, isto é, órgãos produtores de gametas. Os celenterados realizam digestão intracelular e extracelular. Eles ainda não apresentam sistemas respiratório, circulatório e digestivo. Sua respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as suas células

Os celenterados ou cnidários podem ser vistos como pólipos ou como medusas. Estas últimas têm aspecto de cúpula transparente, são flutuantes e se deslocam mais facilmente. Muitas espécies de cnidários reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações, passando por uma fase sexuada de medusa e por uma fase assexuada de pólipo. Outros só se reproduzem sexuadamente. E outros, ainda, nunca passam pela fase de medusa, só existindo na forma de pólipos como os corais e a anêmona-do-mar.

Uma característica comum ao filo é a presença de cnidócitos, ou cnidoblastos, que são células especializadas na defesa e captura de alimentos. Essas células apresentam uma cápsula, chamada nematocisto, que ao ser tocada, libera um filamento capaz de injetar uma toxina na pele da sua presa.

Na reprodução com alternância de gerações, a forma polipóide produz assexuadamente pequenas medusas que, após um período de desenvolvimento, produzem gametas de cuja fusão resulta o zigoto. Nas espécies que apresentam apenas forma de pólipo, eles se reproduzem sexuadamente originando novos pólipos. Após algum tempo a larva se fixa ao substrato dando origem a um novo organismo (pólipo). Portanto, a fecundação é externa e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto (larva plânula).

  2.3 – Platelmintos

Os platelmintos apresentam o corpo achatado dorso-ventralmente. Não apresentam sistema respiratório nem circulatório. Nesse filo aparece um sistema digestivo incompleto que não apresenta ânus. A excreção é realizada por células-flama.

Sobre a reprodução sexuada, podemos dizer que a maioria é hermafrodita, podendo ou não fazer a autofecundação. A planária apresenta reprodução assexuada e tem capacidade de regeneração.

O filo dos platelmintos é dividido em três classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoidea.

A classe dos turbelários corresponde ao modelo mais típico do filo. São todos platelmintos de vida livre e têm como representante a conhecida planária, habitante da água doce.

Os trematódeos são vermes parasitas de carneiros, de outros animais vertebrados e do próprio homem. Possuem ventosas com as quais se fixam a certas estruturas do hospedeiro, podendo ou não se alimentar por elas. Ex: Esquistossomo.

Os cestóides ou cestódios são vermes platelmintos de corpo alongado em forma de fita. Podem medir de alguns milímetros a muitos metros de comprimento. Ex: Taenia saginata e Taenia solium.

 Doenças causadas por platelmintos

Teníase

 Teníase é uma doença provocada por um parasita que vive no intestino humano, a Tênia ou solitária. O ciclo da Tênia tem um hospedeiro definitivo, o homem, e um hospedeiro intermediário, o porco (Taenia solium) ou boi (Taenia saginata). Em lugares onde não existem instalações sanitárias os ovos contaminam os vegetais, que podem ser ingeridas pelo porco ou boi. Os ovos transformam-se em larvas que se alojam na musculatura dos animais. Ao ingerir carne contaminada, mal cozida ou crua, a larva atinge o intestino do homem e se desenvolve.

Se uma pessoa ingerir ovos da Tênia desenvolvem uma doença chamada cisticercose. Essa doença é provocada pela formação de cisticercos em seus músculos, cérebro, coração olhos e outros órgãos.

 Esquistossomose

 esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O hospedeiro definitivo é o homem sendo a partir das fezes e urina que os ovos são disseminados na natureza. Possui ainda um hospedeiros intermediários que são os caramujos. Os ovos no ambiente passam à forma larvária miracídio, que se aloja no caramujo dando origem à larva cercária. Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele. No homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.

 2.4 – Nematóides

  O filo nematóide é um dos maiores filos da Zoologia em número de indivíduos viventes. Existem espécies parasitas, mas a maioria é de vida livre. Nesse filo aprece pela primeira vez um sistema digestivo completo. Os nematódeos não possuem sangue, sistema circulatório, nem sistema respiratório.

  Doenças causadas por nematóides

 Ascaridíase

 A infecção ocorre quando há ingestão dos ovos do parasita (Ascaris lumbicoides), que se encontram no solo, água ou alimentos contaminados pelas fezes. O único reservatório é o homem, pois o verme habita o intestino. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos.

 As medidas preventivas são medidas de saneamento básico: lavagem das mãos após uso do sanitário, lavagem de frutas e verduras com água corrente e higiene pessoal, principalmente. É necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença.

  Ancilostomíase

  É uma doença causada pelo ancilóstomo (Ancilóstomo duodenale) ou o necátor (Necator americanus). Essa doença é conhecida como amarelão.

   O ciclo do parasita se inicia quando os ovos são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A infecção mais comum é por penetração da larva pela pele humana, mas pode ocorrer penetração por mucosas (boca). A infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. A larva atinge a circulação linfática ou vasos sanguíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). As larvas se instalam no intestino e atinge desenvolvem até o estágio adulto.

          Uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos são medidas preventivas.

  2.5 – Anelídeos

 Os anelídeos possuem uma divisão do corpo em anéis. Eles respiram pela pele e por isso possuem a pele úmida. Dentre os filos já estudados é o primeiro a apresentar sistema circulatório.

 Eles apresentam também sistemas digestivo, nervoso, reprodutor e excretor.

Os anelídeos são classificados em Poliquetos (Poliquetas), Oligoquetos (Ex: minhocas) e Hidrudíneos (Ex: as sanguessugas). Essa classificação é baseada na quantidade de cerdas: o primeiro tem muitas cerdas, segundo poucas e os hidrudíneos não têm cerdas.

 A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, podendo ser tanto assexuada como sexuada. Embora as minhocas sejam animais hermafroditas, fazem fecundação cruzada. O desenvolvimento é direto.

As minhocas têm papel muito importante para a aeração e adubação do solo.

 2.6 – Moluscos

Os moluscos recebem esse nome por apresentarem corpo mole, eles podem apresentar concha e possuem corpo pode ser dividido em cabeça, massa visceral e pé. A alimentação pode ser por filtração em algumas espécies.

Nos moluscos encontramos sistemas digestivo, nervoso, reprodutor e excretor, além do sistema circulatório já presente nos Anelídeo.

Os moluscos são divididos em Gastrópodes (Ex: Caramujo), Bivalves (Ex: Mexilhão) e Cefalópodes (Ex: Lulas e polvos)

Existem moluscos dióicos ou monóicos (“hermafroditas”), mas esses não fazem autofecundação (realizam fecundação cruzada). O desenvolvimento pode ser direto ou indireto.

  2.7 – Artrópodes

 Os artrópodes são os mais numerosos dentre os animais. A quantidade de artrópodes supera a soma de todos os outros animais juntos. Apresentam esqueleto externo (exoesqueleto) e têm corpo segmentado como os anelídeos, mas alguns segmentos se fundiram formando a cabeça, o tórax e o abdome, como nos insetos, ou cabeça e cefalotórax, presentes nas aranhas e caranguejos. Ainda podemos encontrar como nos piolhos-de-cobra ou a Lacraia segmentos menos fundidas (cabeça e tronco).

O crescimento dos artrópodes, devido ao seu exoesqueleto, é realizado através de mudas periódicas. Após a muda o seu corpo cresce e um novo exoesqueleto é fabricado.

 2.7.1 – Insetos

 Os insetos apresentam três pares de patas, corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Tem todos os sistemas formados. Sua respiração e traqueal e sua excreção por túbulos de Malphigi, que jogam os excretos diretamente, como uma pasta, no final do tubo digestivo.

A sua reprodução é sexuada e seu desenvolvimento pode ser de três tipos: direta (sem metamorfose), com metamorfose incompleta e com metamorfose completa. No quadro abaixo vamos esquematizar esses tipos de desenvolvimento.

 2.7.2 – Aracnídeos

 Os aracnídeos não possuem antenas e apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome, quatro pares de pernas. Seus representantes são os carrapatos, os ácaros, as aranhas e os escorpiões. Podem apresentar estruturas capazes de injetar peçonha como as quelíceras ou no caso do escorpião através de um ferrão na cauda.

 Respiram através de Pulmões foliáceos ou traquéias. Seu desenvolvimento é direto.

  2.7.3 – Quilópodes e Diplopodes

 Apresentam o corpo segmentado e muitos pares de patas e um par de antenas. Para diferencias os dois grupos devemos observar a quantidade de patas por segmento. Nos Quilópodes (Ex: Lacraias) encontramos um par por segmento e nos Diplópodes (Ex: Piolhos-decobra), dois pares. Além disso, as lacrais apresentam uma estrutura no final do corpo, chamada forcípula, que é capaz de injetar peçonha.

  2.7.4 – Crustáceos

 O exoesqueleto dos crustáceos além da quitina apresenta impregnação por calcário ou carbonato de cálcio. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdome e apresentam dois pares de antenas. Possui um número variável de cinco a sete patas dependendo da espécie.

                  A respiração é branquial, a maioria é dióica e apresentam desenvolvimento indireto.

 Exemplos: Camarão, caranguejo, siri, lagosta.

 2..8 – Equinodermos

Os equinodermos não apresentam o sistema circulatório e o nervoso é pouco desenvolvido. O sistema digestivo é completo. São dióicos com desenvolvimento indireto. Possuem um sistema ambulacrário que permite desempenhar movimentação e transporte de substância. Ex: Estrela-do-mar, serpente-do-mar, lírio-do-mar.

 3– Vertebrados

Os vertebrados são dotados de coluna vertebral que sustenta o corpo e protege os órgãos internos. O estudo dos vertebrados vai ser realizado através de comparações entre seus sistemas.

A variação da temperatura do corpo tem dois tipos de denominação. Os vertebrados podem ser considerados:

 Pecilotérmicos     = Têm temperatura do corpo variável.

Homeotérmicos = Têm temperatura do corpo constante.

Ectotérmicos         = Se aquecem com a temperatura externa.

Endotérmicos      = Produzem seu próprio calor.

  Sendo assim quem é pecilotérmico acaba sendo ectotérmico e quem é hometérmico, endotérmico. No primeiro grupo encontramos os peixes, os anfíbios e os répteis, e no segundo, mamíferos e aves.

  4 – Plantas

  4.1 - Criptógamas

 4.1.1 - Briófitas

  As briófitas (Ex: Musgos) apresentam caulóide, filóide e rizóde, estruturas que não possuem sistema vascular como nos outros vegetais e são semelhantes a caules, folhas e raízes. A água e os sais minerais são passados célula a célula por difusão. Essas plantas vivem em lugares úmidos devido a falta de vasos condutores e de uma efetiva proteção contra perda d`água.  A reprodução dos musgos pode ser sexuada apresentando dois tipos de plantas: o gametófito que vive mais tempo e produz gametas e o esporófito que dura pouco e produz esporos, apresentando, portanto, alternância de gerações.

                 Na reprodução assexuada parte do corpo do vegetal pode dar origem a uma nova planta.

  4.1.2 - Pteridófitas

  As Pteridófitas (Ex: Samambaias e avencas). Apresentam caules, folhas e raízes verdadeiras, que apresentam vascularização. Os vasos condutores além de distribuírem a seiva pela planta permitem maior sustentação, comparando com as briófitas.

  Sua reprodução pode ser sexuada ou assexuada. Na reprodução sexuada ocorre algo semelhante as briófitas, a alternância de gerações. A reprodução assexuada fica caracterizada quando as plantas se separam formando outras.

  Por dependerem da água para sua reprodução sexuada, como acontece nas briófitas, essas plantas vivem em lugares úmidos.

  4.2 – Fanerógamas

 Essas plantas apresentam uma independência da água para reprodução e possuem embrião protegido por uma semente. Essas características favoreceram o desenvolvimento dessas plantas no ambiente terrestre. Recebem o nome de fanerógamas por terem suas estruturas reprodutivas aparentes.

  4.2.1 - Gimnospermas

  As gimnospermas são reconhecidas por apresentarem sementes “nuas”, desprovidas de fruto para a sua proteção.

  4.2.2 - Angiospermas

 4.2.3 – Funções dos órgãos vegetativos das angiospermas

  Tronco    =Sustentação e transporte de substâncias pelos vasos condutores.

  Folhas =Realizam a fotossíntese, são responsáveis pelas trocas gasosas e participam da transpiração.

  Raízes =Têm como função principal a absorção de água e sais minerais, mas também acumulam reservas nutritivas.

                                                                                 5. Bactérias

 Compreendem os seres do Reino Monera (unicelulares procariontes) que não possuem clorofilas vegetal (caso das cianofíceas).

 Podem ser:

  Heterótrofos: 

-Aeróbios

-Anaeróbios (fermentantes)

-Saprófitos (decompositores)  

 Autótrofos:

-Fotossintetizantes

-Quimiossintetizantes

 

Estrutura

 Parede celular - envoltório extracelular rígido responsável pela forma da bactéria constituída por um complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) com a função de proteger a célula contra agressões físicas do ambiente.

 Obs.: Não possui celulose como as das células vegetais.

      Cápsula - camada de consistência mucosa ou viscosa formada por polissacarídeos que reveste a parede celular em algumas bactérias. É encontrada principalmente nas bactérias patogênicas, protegendo-as contra a fagocitose.

       Membrana Plasmática - mesma estrutura e função das células eucariontes.

 Obs.: Nas bactérias ocorrem invaginações na membrana plasmática que concentram as enzimas respiratórias: os mesossomos.

       Citoplasma - formado pelo Hialoplasma e pelos Ribossomos. Ausência de organelas membranosas.

       Nucleóide - é a região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula circular de DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou envoltório nuclear. Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas adicionais de DNA, chamadas Plasmídios ou Epissomas.

       Flagelos - apêndices filiformes usados na locomoção.

       Fímbrias - apêndices filamentares, de natureza proteica, mais finos e curtos que os flagelos. Nas bactérias que sofrem conjugação, as fímbrias funcionam como pontes citoplasmáticas permitindo a passagem do material genético.

  Reprodução

 1-Assexuada

       1.1-Bipartição ou Cissiparidade

 Nesse processo a célula bacteriana duplica seu cromossomo e se divide ao meio, apoiado no mesossomo, originando duas novas bactérias idênticas à original.

       2-Sexuada ou Transmissão Genética

       2.1-Conjugação

 Consiste na passagem (ou troca) de material genético entre duas bactérias através de uma ponte citoplasmática formada pelas fímbrias.

       2.2-Transformação

 A bactéria absorve moléculas de DNA disperso no meio. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas.

       2.3-Transdução

 As moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores.

 6 - Vírus

  Os vírus são seres diminutos, visíveis apenas ao microscópio eletrônico, constituídos por apenas duas classes de substâncias químicas: ácido nucléico, que pode ser DNA ou RNA, e proteína.

 O que diferencia os vírus de todos os outros seres vivos é que eles são acelulares, ou seja, não possuem estrutura celular. Assim, não têm a complexa maquinaria bioquímica necessária para fazer funcionar seu programa genético e precisam de células que os hospedem. Todos os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios.

Atuando como um "pirata"celular, um vírus invade uma célula e assume o comando, fazendo com que ela trabalhe quase que exclusivamente para produzir novos vírus. A infecção viral geralmente causa profundas alterações no metabolismo celular, podendo levar à morte das células infectadas. Vírus causam doenças em plantas e em animais, incluindo o homem. Exemplos de doenças humanas comuns por vírus são o sarampo, a varíola e diversos tipos de gripe.

 Fora da célula hospedeira, os vírus não manifestam nenhuma atividade vital: não crescem, não degradam nem fabricam substâncias e não reagem a estímulos. No entanto, se houver células hospedeiras compatíveis à sua disposição, um único vírus é capaz de originar. em cerca de 20 minutos, centenas de novos vírus. 

Diagnose dos vírus - Seres acelulares, constituídos por um ácido nucléico (DNA ou RNA) e proteínas. Parasitas intracelulares obrigatórios.

Onde encontrar os vírus? - Os vírus são visíveis apenas ao microscópio eletrônico. Podem ser detectados pelas doenças que causam em outros seres vivos (plantas, animais, bactérias etc.) e a melhor maneira de achá-los é procurar no organismo que apresenta os sintomas de infecção viral.

      Classificação - Os vírus, pelo fato de não serem constituídos de células, não são incluídos em nenhum dos cinco reinos de seres vivos.

       Reprodução - Multiplicam-se apenas no interior de células hospedeiras. Um único vírion (partícula viral) pode originar centenas de outros em curto intervalo de tempo. 

  Estrutura

     •Capsídio - O envoltório dos vírus, formado por proteínas, é denominado capsídio. Além de proteger o ácido nucléico viral, o capsídio tem a capacidade de se combinar quimicamente com substâncias presentes na superfície das células, o que permite ao vírus reconhecer e atacar o tipo de célula adequado a hospedá-lo. Alguns vírus podem, ainda, apresentar um envoltório lipídico, proveniente da menbrana da célula onde se originaram.

    •Material Genético - O material genético dos vírus pode ser DNA ou RNA, onde estão inscritas as informações para a produção de novos vírus. Cada espécie viral possu um único tipo de ácido nucléico: há, portanto, vírus de DNA e vírus de RNA.

    •O vírion - A partícula viral, quando fora da célula hospedeira, é genericamente denominada vírion. Cada espécie de vírus apresenta vírions de formato característico.

 6 - Algas

As algas pertencem ao grupo das talófitas - plantas que possuem o corpo em forma de talo, sem diferenciação de tecidos e protistas clorofilados. Em vista disso, esses organismos não possuem raízes, flores ou sementes.

 

             Existe uma grande variedade de organismos considerados como algas, que podem ser encontradas nas seguintes divisões:

              Euglenophyta

              Pyrrophyta

              Chrysophyta

              Chlorophyta

              Charophyta

              Phaeophyta

              Rhodophyta

Existem tanto algas unicelulares como pluricelulares, com tecidos adaptados para diversas funções. O tamanho também é variável: há algas microscópicas com apenas alguns mícrons de diâmetro e também organismos de dezenas de metros de comprimento, encontrados no oceano Antártico. Muitas algas se assemelham aos protozoários devido à sua mobilidade.

Os mecanismos de reprodução também são variados, envolvendo mecanismos vegetativos assexuados e sexuados. Nas divisões Euglenophyta, Pyrrophyta, Chrysophyta, Chlorophyta, podemos encontrar algas unicelulares que se reproduzem por simples divisão longitudinal do organismo. Nas Euglenophyta e Pyrrophyta a reprodução sexuada é muito rara. No caso das Chrysophyta e Chlolorophyta é possível encontrar a sexuada, através da formação de gametas.

A distribuição das algas é universal podendo ser encontrada em todos os tipos de solo, ambientes úmidos como árvores e rochas, no gelo, na neve e principalmente nas águas que cobrem a maior porção da superfície terrestre (rios, lagos, lagoas, empoçados e pântanos).

Apenas não são encontradas em regiões arenosas desérticas. Muitas espécies ocorrem em todas as partes do mundo, numa variedade de ambientes, enquanto outras restringem-se a ambientes específicos. As algas vermelhas e pardas são frequentemente encontradas em habitat marinho, apenas alguns poucos gêneros dessa divisão são encontrados em água doce. Entretanto as algas verdes ocorrem com mais frequência em água doce, podendo ser encontrados gêneros dessa divisão também em água salgada.

As algas são os principais organismos fotossintetizantes nos ecossistemas aquáticos, constitui em base nutritiva que garante a manutenção de praticamente todas as cadeias alimentares desses ambientes

O início do cultivo de microalgas de águas continentais no Brasil é muito recente. Alguns pesquisadores praticaram cultivos, porém não com o objetivo de estudar esses organismos. As finalidades eram obter biomassa, em pequena escala, para a alimentação de animais aquáticos, ou relacionadas a estudos taxonômicos.

Há culturas em instituições de pesquisa e universidades brasileiras com objetivos de produzir biomassa para ração animal; estudar as diferentes espécies (comportamento em diferentes meios de cultura, relações entre temperatura e crescimento, produção primária, intensidade luminosa, influência de substâncias húmicas); realizar trabalhos sobre a fixação do nitrogênio elementar; utilizá-las em bioensaios com despejos de indústrias; e a alimentação de larvas.

 

7- Fungos

Os fungos são um grande grupo de organismos que vivem como parasitas, alimentando-se de outros organismos vivos, ou como saprófitas, alimentando-se de matéria morta. Nesta última forma, juntamente com os seus parentes próximos, as bactérias, são muito importantes na decomposição da matéria orgânica formando compostos mais simples, inorgânicos; de outro modo, o mundo ficaria coberto com os restos de animais e plantas mortas que não seriam reciclados. Alguns anos atrás, os cientistas consideravam os fungos como plantas não verdes dentro do Reino Vegetal. Entretanto, apresentam uma parede celular rica em quitina, substância presente no exoesqueleto dos artrópodos, e acumulam glicogênio como substância de reserva, duas características tipicamente animais. Atualmente este grupo é classificado num Reino separado, o Reino Fungi.

Os fungos não possuem o pigmento clorofila necessária à fotossíntese. O corpo do fungo consiste em delicadas estruturas filamentosas chamadas hifas, as quais, quando em conjunto compacto, se dá o nome de micélio. Alguns fungos não produzem um micélio e consistem numa única célula (leveduras) ou grupos de células.

Os fungos podem-se reproduzir assexuadamente a partir de fragmentos do micélio ou através de estruturas microscópicas chamadas esporos, cuja função é equivalente à das sementes nas plantas superiores. Existem várias maneiras para que os esporos sejam libertados para o exterior quando atingem a maturidade; devido ao seu tamanho ser muito pequeno, eles são facilmente transportados por correntes de ar. O seu tamanho, forma e ornamentação são extremamente variadas e estão certamente relacionados com o seu método de distribuição. Os fungos também podem reproduzir-se sexuadamente através da formação de células sexuais especiais chamadas gametas. Nos fungos inferiores, os esporos e gametas possuem frequentemente flagelos, o que lhes permite deslocar-se dentro de água; neste aspecto assemelham-se às algas, das quais se pensa terem sido originados. Os esporos e a maneira como estes são formados são usados como a base principal para a classificação dos fungos.

 

 

 


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