Cordados são definidos como
organismos animais eumetazoários, com simetria bilateral,
triploblásticos,celomados e deuterostômios, que possuem uma estrutura chamada
notocorda, ao menos durante alguma parte de seu desenvolvimento. A notocorda é
um eixo dorsal de sustentação que se estende ao longo do comprimento do corpo
quando é desenvolvida inteiramente; dorsal em relação ao intestino, mas ventral
em relação ao sistema nervoso central, enrijece o corpo e age para a
sustentação durante a locomoção. A notocorda é uma estrutura semelhante a um de
células contendo uma matriz gelatinosa envolvida por tecido conjuntivo fibroso,
presente pelo menos durante parte do ciclo de vida. A notocorda é a primeira
estrutura de sustentação do corpo de um cordado, formando-se no embrião acima
do intestino primitivo. Esta estrutura é flexível, mas rígida, sendo sobre ela
que os músculos locomotores atuam. Nos vertebrados acaba por ser substituída
pela coluna vertebral.
O Chordata é o filo animal com
que todos estão intimamente familiarizados, desde que inclui seres humanos e
outros vertebrados. Entretanto, nem todos os cordados são vertebrados. Todos os
cordados têm, além da notocorda, as seguintes características em algum ponto em
sua vida (no exemplo dos seres humanos e de muitos outros vertebrados, estas
características podem somente estar presentes somente no embrião): Fendas
branquiais na faringe: uma série das aberturas que conectam o interior da
"garganta" à parte externa da "garganta". Estas são, frequentemente,
mas não sempre, ligadas às brânquias. Cordão nervoso dorsal: um pacote de
fibras que conecta a cabeça à cauda. Conecta o cérebro com os músculos laterais
e outros órgãos.
Cauda post-anal: uma extensão do
corpo após a abertura anal. Os vertebrados, que incluem, entre outros, peixes,
répteis, anfíbios, aves e mamíferos, compartilham de uma coluna vertebral, ou
de uma corrente de elementos ósseos (vértebras) ao longo da superfície dorsal,
da cabeça à cauda, que dão forma à linha central esqueletal principal do corpo.
Durante o desenvolvimento embrionário a coluna vertebral substitui a notocorda
como o "reforçador principal" do corpo na locomoção. Portanto não
podemos utilizar a palavra cordados como sinônimo de Vertebrados.
Vertebrados são uma
subdivisão do filo dos Cordados
Cefalocordados
O cefalocordado mais conhecido é
o Branchiostoma ou "Anfioxo". É pequeno, os anfioxos adultos variam
em tamanho de 4 a 8 cm, encontrado em águas marinhas pouco profundas e quentes.
Apresenta uma notocorda que se estende ao longo do corpo e serve como eixo de
sustentação durante toda a sua vida. Possui um tubo nervoso dorsal oco e uma
cauda posterior ao ânus. O anfioxo é um invertebrado marinho que apresenta os
caracteres básicos dos cordados, sendo semelhantes as larvas de lampréias
(Petromyzontoidea). Os anfioxos não são ancestrais dos vertebrados, mas
provavelmente os organismos vivos mais relacionados a eles e, como tal,
fornecem evidências acerca da forma e organização funcional dos primeiros
vertebrados. Os cefalocordados são delgados, lateralmente comprimidos e
semelhantes a enguias em aparência e comportamento. O corpo é agudo em ambas as
extremidades, anterior e posterior, e é a partir dessa característica que se
cunhou o nome comum, anfioxo, que significa "pontas opostas". Em
vida, a maioria dos órgãos e tecidos internos pode ser observada através da
pele rosada e transparente. O corpo pode ser dividido em uma cabeça pouco
desenvolvida, um tronco e uma cauda. A cabeça termina em um focinho cego e curto
ou rostro, que ajuda o animal a empurrar a areia para o lado enquanto escava.
Imediatamente posterior ao rostro, a cabeça porta uma boca ventral circundada
por um véu de projeções sensoriais digitiformes, os cirros orais. O nome
genérico comum, Branchiostoma (que significa "boca com brânquias"),
foi dado com referência aos cirros orais, que se acreditava erroneamente serem
brânquias.
O sistema nervoso do anfioxo
consiste de um cordão longitudinal dorsal oco e de nervos sensoriais (e alguns
motores) segmentares, que deixam o cordão dorsalmente e inervam várias
estruturas, especialmente o rostro, os cirros orais, a vela e a cauda. O cordão
estende-se da base do rostro até quase a ponta da cauda.
Urocordados
Os urocordados adultos
(conhecidos como tunicados) assemelham-se pouco a outros cordados. A maioría
tem a forma de um barril e se fixam por uma de suas extremidades ao substrato.
A larva (semelhante ao Branchiostoma), em forma de girino, apresenta as
características dos cordados, com a notocorda na cauda (:ura), um cordão
nervoso dorsal e tem vida livre durante curto tempo. Os tunicados abrangem três
classes: os Ascidiacea, os Thaliacea e os Larvacea. Os ascidiáceos contêm a
maioria das espécies e a maioria dos tunicados comuns. As outras duas classes
encontram-se adaptadas a uma existência planctônica (flutuante).
Vertebrados
Constitui o grupo mais conhecido
e maior entre os Cordados. Animais com simetría bilateral, corpo segmentado,
celoma desenvolvido e com três folhetos germinativos. A maioria apresenta uma
coluna vertebral ou espinha dorsal com função estrutural, ainda que as formas
mais primitivas não apresentem vértebras. A coluna vertebral é geralmente óssea
e desenvolve-se ao redor da notocorda, substituindo-a complementarmente. O
cérebro está encerrado e protegido por um crânio, com 10 a 12 pares de nervos
craniais. O tegumento está formado por uma epiderme externa, estratificada,
derivada da ectoderma e uma derme formada por tecido conjuntivo e derivada da
mesoderma. Modificações da pele: escamas, penas, cornos e pelos. Muitos
músculos relacionados com o esqueleto para o movimento. Os movimentos são
resultantes da ação de músculos unidos ao endosqueleto. Sistema digestivo
completo, ventral à coluna vertebral, com um fígado e pâncreas. Sistema
circulatório fechado, com um coração ventral composto por duas a quatro
câmaras. Sangue com os glóbulos vermelhos, que contém a hemoglobina, e glóbulos
brancos. Sistema excretor composto por um par de rins.
Geralmente sua sistemática
(classificação) é dividida em 7 classes:
Classe Agnatha (peixes sem
mandíbula)
Classe Chondrichthyes (peixes
cartilaginosos)
Classe Osteichthyes (peixes
ósseos)
Classe Amphibia (sapos,
salamandra e cobra-cega)
Classe Reptilia (cobras,
lagartos, crocodilos e tartarugas)
Classe Aves (todos os tipos de
aves)
Classe Mammalia (todos os tipos
de mamíferos)
Superclasse Agnatha: Os
Ciclostomados.
Na superclasse Agnatha temos
três grupos: os Ostracodermi, Myxinis e Cephalaspsidomorphi. Os Ostracodermi
são fósseis de Agnatha e já estavam extintos quando surgiram os agnatos atuais,
ou seja, não os originaram. Apresentavam como principal característica a
ausência de mandíbulas e maxilas e a ausência de nadadeiras pares. Na classe
Myxinis encontramos as feiticeiras. Na classe Cephalaspsidomorphi
encontramos as lampréias. As duas últimas classes podem ser reunidas em uma
única classe: Cyclostomata.
Os Agnatha são vertebrados
sem mandíbulas e a classe atual dos Cyclostomata (cyclos= redondo e
stomatos= boca) tem dois representantes típicos: a lampréia e a feiticeira. As
nadadeiras pares estão ausentes na maioria das espécies, as abas peitorais
estavam presentes em algumas formas extintas. As espécies primitivas tinham a
pele revestida por fortes escamas ósseas, que foram perdidas nas atuais. As
partes mais internas do esqueleto são cartilaginosas nas formas atuais e parece
que nas espécies extintas elas também não eram ossificadas.
As características
• São destituídos de mandíbulas e
de vértebras típicas.
• A caixa craniana e as vértebras
são cartilaginosas. Constituem-se nos mais primitivos vertebrados vivos, pois a
notocorda persiste durante toda a vida como esqueleto axial, que nada mais é um
cordão delgado gelatinoso envolvido por tecido conjuntivo rijo. Os outros
elementos do esqueleto são cartilaginosos.
• Vivem em água doce ou salgada.
Algumas espécies são migratórias, vivendo no mar e reproduzindo-se em rios e
lagos.
• Têm corpo alongado e
cilíndrico, sem escamas. A pele é rica em glândulas produtoras de muco. • A
boca, dotada de dentes córneos, é circular, adaptada à sucção e situada na
região ventral e anterior do corpo. A boca é fechada ou aberta pelo movimento
para trás e para a frente da língua, a qual também apresenta os pequenos dentes
córneos da ventosa, sendo usada para ferir a presa, principalmente nos indivíduos
parasitas. A faringe é utilizada na alimentação, por filtração, das larvas e
foi utilizada, com a mesma finalidade, nos adultos das espécies que estão
atualmente extintas. Apresentam uma válvula espiral no intestino chamada
tiflossole (também presente nos tubarões, que são peixes cartilaginosos). Não
existe estômago ou vesícula biliar associada ao fígado.
• Apresentam respiração
branquial, possuindo de 6 a 14 pares de brânquias;
• A temperatura do corpo é
variável; são ectotérmicos;
• Possuem 10 pares de nervos
cranianos;
• Um olho pineal mediano e
fotossensível está presente;
• As espécies atuais, como a
maioria das extintas, apresentam uma narina única e mediana, localizada à
frente do olho;
• Ocorrem nas águas frias, tanto
no hemisfério norte como no sul. Os representantes mais conhecidos são as
lampreias e. as feiticeiras são peixes exclusivamente marinhos;
• As lampréias são dióicas, com
fecundação externa e desenvolvimento indireto;
• As feiticeiras são monóicas,
com fecundação externa e desenvolvimento direto;
• São animais parasitas.
- As lampréias são ectoparasitos
e as feiticeiras são endoparasitos;
Classe Chondrichthyes: os
peixes cartilaginosos.
Um esqueleto cartilaginoso,
mandíbulas bastante desenvolvidas, nadadeiras pares e ímpares; as nadadeiras
dorsal, ventral e caudal são ímpares, enquanto as laterais, peitorais e
pélvicas são pares. Narinas pares. Não possuem uma bexiga natatória
característica dos Ostheichthyes. O esqueleto dos tubarões e das raias é
cartilaginoso. Uma caixa craniana protege o encéfalo, e o esqueleto visceral
compreende as mandíbulas e os arcos branquiais que protegem as brânquias. A
cauda é heterocerca (com lobos assimétricos, pois a coluna vertebral penetra no
lobo dorsal maior). Nas raias e afins a cauda é longa e fina, podendo terminar
num espinho farpado com glândulas de peçonha, como forma de defesa. O sistema
nervoso é constituído por um encéfalo distinto e órgãos sensoriais muito
desenvolvidos, que lhes permitem localizar presas mesmo quando muito distantes
ou enterradas no lodo do fundo. Estes órgãos incluem:
• Narinas localizadas
ventralmente na extremidade arredondada da cabeça, capazes de detectar
moléculas dissolvidas na água em concentrações mínimas; as narinas não
comunicam com a cavidade bucal, mas com a faringe.
• Ouvidos com três canais
semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um
órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores).
• Olhos laterais e sem pálpebras,
cuja retina geralmente apenas contém bastonetes (fornecendo uma visão a preto-e-branco,
mas bem adaptada à baixa luminosidade).
• Linha lateral, um fino sulco ao
longo dos flancos contendo muitas pequenas aberturas, contém células nervosas
sensíveis à pressão (algo como um sentido do tacto à distância).
• Ampolas de Lorenzini,
localizadas na zona ventral da cabeça, são outros canais sensitivos ligados a
pequenas ampolas que contém eletrorreceptores capazes de detectar as correntes
elétricas dos músculos de outros organismos.
• No sistema digestivo a boca é
ventral com fileiras de dentes revestidos de esmalte (desenvolvidos a partir de
escamas placóides).
• Os dentes estão implantados na
carne e não na mandíbula, sendo substituídos continuamente a partir da parte
traseira da boca, à medida que são perdidos. A forma dos dentes revela os
hábitos alimentares dos animais, dentes pontiagudos e serrilhados nos tubarões,
que os usam para agarrar e cortar, e pequenos e em forma de ladrilho nas raias,
que os usam para partir as carapaças e conchas dos moluscos e crustáceos de que
se alimentam no fundo.
• O intestino apresenta válvula
em espiral (para aumentar a área de absorção) e fígado, grande e muito rico em
óleo o que confere grande flutuabilidade, chegando por vezes a compor 20% do
peso do corpo. No entanto, em algumas espécies tal não é suficiente, pois se pararem
de nadar, afundam. O ânus abre para a cloaca.
• Sistema respiratório é
constituído por brânquias; de 5 a 7 pares de sacos branquiais, cada um com uma
abertura individual em forma de fenda. As trocas gasosas se processam nas
brânquias. Os sacos branquiais podem contrair-se para expelir a água.
• Geralmente existe um par de
espiráculos atrás dos olhos, em ligação á faringe, que, nas espécies bentônicas
permitem a entrada de água sem detritos para as brânquias.
• O aparelho circulatório é
constituído por um coração, abaixo das brânquias, por artérias e veias. No
coração, com 2 câmaras (aurícula e ventrículo), só passa sangue venoso
(circulação simples e completa), não havendo, portanto, mistura de sangue
venoso com arterial na cavidade cardíaca.
• A excreção é realizada por
intermédio de rins situados na parte posterior do corpo, abaixo da aorta
dorsal. Os excretas são eliminados por uma paila urogenital.
• Não existe bexiga natatória.
Peixes cartilaginosos apresentam escamas placóides, diferenciadas das observadas
em peixes ósseos. Estas escamas são idênticas aos dentes em sua estrutura,
sendo formadas por uma placa óssea posicionada na derme, apresentando uma
porção distal projetada através da epiderme. As escamas placóides apresentam
uma polpa vascularizada e um ou mais espinhos externamente, recobertos de
dentina e dirigidos para a porção posterior do peixe. Assim como os dentes, as
escamas também podem apresentar perda e substituição.
Classe Osteichthyes: os peixes
ósseos
São craniados com maxilas e a
maioria apresenta nadadeiras pares e ímpares e tem endoesqueleto e esqueleto
dérmico ósseos. O esqueleto ósseo é formado por ossos verdadeiros, embora
algumas espécies possam apresentar "ossos" cartilaginosos (esturjão,
por exemplo), com numerosas vértebras distintas, embora seja freqüente a
persistência de notocorda nos espaços intervertebrais. Da coluna vertebral
partem as costelas e a cintura peitoral. Possuem nadadeiras pares e ímpares,
geralmente com raios ósseos ou cartilaginosos. A nadadeira caudal tem,
normalmente, dois lobos simétricos, sendo classificada como homocerca. As
barbatanas (nadadeiras) ímpares são duas dorsais e uma anal, bem como a caudal.
A forma da barbatana caudal altera a forma de deslocamento do animal:
barbatanas arredondadas aumentam a capacidade de manobra, mas geralmente a
velocidade é baixa, enquanto barbatanas bifurcadas ou em forma de foice
permitem grandes velocidades. A barbatana dorsal tem suporte esquelético e
varia grandemente de forma, de acordo com os hábitos do animal. As barbatanas
pares são as peitorais, logo atrás do opérculo, e as pélvicas. São várias as
funções das barbatanas: a da cauda impulsiona o peixe; anal e a dorsal
funcionam como leme; as peitorais e ventrais atuam como estabilizadores.
As escamas são mesodérmicas
(ciclóides, ctenóides ou ganóides). Pele recobre todo o corpo e contém inúmeras
glândulas mucosas, cuja secreção facilita o deslizar através da água e protege
contra infecções.
Algumas espécies não apresentem
escamas ou estas podem ser revestidas de esmalte. As escamas são finas,
arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais.
A boca dos Osteichthyes é
terminal e frontal e possuem, de cada lado da cabeça, uma só fenda branquial
externa, situada atrás do opérculo, placa óssea móvel de acordo com o teor de
CO2 na circulação, que a reveste. Têm maxilas, geralmente com muitos dentes.
• Possuem um encéfalo e órgãos
dos sentidos desenvolvidos, nomeadamente:
Os Olhos são grandes, laterais e
sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objetos
próximos mas que percebem movimentos distantes, incluindo os acima da
superfície da água;
Os Ouvidos apresentam três canais
semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um
órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores);
As Narinas estão localizadas na
parte dorsal do focinho e comunicam-se com uma cavidade coberta de células
sensíveis a moléculas dissolvidas na água;
A Linha lateral está localizada
longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira de
pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas.
A maioria das espécies possui um
órgão com função hidrostática, a bexiga natatória, que permite modificar
a capacidade de flutuação e adaptar-se à profundidade em que se encontra.
Reprodução com sexos separados,
dióicos, gônadas geralmente pares, grande maioria ovíparos com fecundação
externa. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários, mas com quantidade de
vitelo muito variável. O desenvolvimento é indireto com larvas denominados
alevinos.
Classe Amphibia
São vertebrados gnatostomados
(com mandíbulas), tetrápodos, com uma fase larval aquática (por exemplo, os
girinos) - com respiração branquial - e uma fase adulta terrestre, mas
dependentes da água para a reprodução e a respiração.
Pele úmida e glandular: o
revestimento corporal é fino e sem escamas (Anura e Urodela), o que tornaria
estes animais pequenos demasiado expostos a predadores. Por esse motivo,
numerosas glândulas secretoras de substâncias tóxicas ou alucinógenas tornam-se
um fator seletivo importante, e os sobreviventes à seleção natural as
apresentam em numerosas espécies. Apresentam a pele úmida e com pouca queratina
(proteína impermeabilizante), e por isso necessitam viver em locais úmidos. A
pele dos anfíbios é rica em glândulas mucosas, que a mantém sempre úmida e
permeável. Ela não possui pêlos, penas ou escamas epidermais (escamas dermais
na maioria dos Gymnophiona).
Esqueleto: predominantemente
ossificado, crânio com dois côndilos occipitais, costelas (quando presentes)
não ligadas ao esterno.
Sistema digestivo: um par
de orifícios (narinas) em comunicação com a cavidade bucal, fechadas por
válvulas que impedem a entrada de água e por onde se realiza a percepção
química. A boca geralmente apresenta dentes finos e língua protrátil, cuja base
frontal é fixa.
Órgãos dos sentidos: os
olhos estão protegidos por pálpebras móveis e glândulas lacrimais (protegendo o
olho num meio seco e cheio de partículas estranhas como é o terrestre). Possuem
bastonetes verdes (células visuais especiais, na retina, com função
desconhecida). Os ouvidos se adaptaram a captar sons no ambiente terrestre -
com o surgimento do ouvido médio com columela ou estribo, tímpano e membrana
timpânica - desenvolvidos a partir de ossos mandibulares dos peixes. Graças ao
tímpano externo (sapos e rãs), ampliam os fracos sons transmitidos pelo ar.
Sistema circulatório:
coração com três câmaras (duas aurículas e um ventrículo), glóbulos vermelhos
ovais e nucleados; a circulação é fechada, dupla e incompleta.
Sistema respiratório:
brânquias (pelo menos em algum estágio da vida), pulmões, pele, mucosa bucal -
separadamente ou em combinação, dependendo da etapa da vida do animal.
Surgimento dos pulmões (porém simples e insuficientes para as necessidades
respiratórias). A respiração cutânea também é fundamental para esses animais.
Algumas espécies de salamandras não apresentam pulmões, dependendo totalmente
da pele e da cavidade bucal para a absorção de oxigênio.
Sistema excretor: rins
mesonéfricos; a principal substância nitrogenada excretada é a uréia. Regulação
da temperatura: ectotérmicos.
Reprodução: o ciclo de
vida dos anfíbios apresenta geralmente três fases: ovo, larva e adulto,
ocorrendo uma metamorfose radical na passagem de larva aquática a adulto.
Existem, portanto, apenas 3 ordens viventes, com cerca de 4.680 espécies atuais;
no conjunto, igualam os mamíferos em número de espécies.
Ordem Gymnophiona (Apoda):
Caracterizam-se por não possuírem
patas e cauda. O corpo é vermiforme, e todos têm hábitos subterrâneos ou
aquáticos, com distribuição tropical e meridional. Existem 165 espécies. Como
exemplos temos as cecilias e as cobras-cegas.
Ordem Anura:
Vulgarmente chamados sapos, rãs e pererecas.
Caracterizam-se pela presença de dois pares de patas adaptados a locomoção por
saltos e ausência de caudas nos adultos; possuem o corpo dotado para saltar com
as patas posteriores muito alongadas.
Ordem Caudata (Urodelos)
ou Lacertiforme:
Algumas espécies vivem o tempo
todo na água, respirando por brânquias. Caracterizam-se por possuírem dois
pares de patas na fase adulta, com cauda bem desenvolvida.
Classe Reptilia.
Esta classe inclui quatro ordens:
as tartarugas, cágados e jabotis (Ordem Chelonia), lagartos, cobras, serpentes
e anfisbenas, também chamadas de cobras-de-duas-cabeças (Ordem Squamata),
crocodilos, jacarés e gaviais (Ordem Crocodilia) e a tuatara da Nova Zelândia
(Ordem Rhynchocephalia).
• Pele seca e cornificada:
o corpo do réptil é coberto por uma pele não mucosa (com poucas glândulas
superficiais pois a pele perde a função de órgão respiratório que apresentava
nos anfíbios), geralmente com escamas epidérmicas (em filas transversais e
longitudinais) ou escudos córneos, o que os torna capazes de viver em meios
secos. A pele é composta por duas camadas principais: epiderme e derme. As
escamas são produzidas pela epiderme e são compostas por queratina; a
queratina, presente também em mamíferos e aves, impermeabiliza a epiderme, a
protege contra o atrito e serve como barreira à penetração de microorganismos. Ao
contrário das escamas dos peixes, não podem ser removidas individualmente e
devem ser substituídas regularmente, pela muda, permitindo o crescimento e
eliminando o desgaste. As cobras substituem a pele toda de uma vez só, como se
retirassem uma meia, mas os restantes grupos de répteis soltam-na em pedaços.
Esqueleto: esqueleto é
totalmente ósseo, crânio com um côndilo occipital, limitado ventralmente por um
palato, que separa as passagens respiratórias e digestivas. Formado por
elementos ósseos, fornece uma sustentação adequada à vida em meio terrestre, ao
contrário do dos anfíbios. Com exceção dos crocodilianos, os répteis têm as
patas para os lados e não por baixo do corpo, o que os obriga a deslocarem-se
rastejando. Em muitos répteis o crescimento ósseo não termina com a maturidade
sexual, o que permite a muitos exemplares atingirem tamanho gigantesco. Órgãos
dos sentidos: os répteis apresentam órgãos dos sentidos muito mais
desenvolvidos que os anfíbios, e alguns apresentam sentidos únicos no reino
animal. Os olhos são grandes e apresentam geralmente (lagartos, crocodilos e
tartarugas) pálpebras superior, inferior e membrana nictitante, exceto nas
cobras onde são cobertos por uma cutícula transparente que é mudada junto com a
pele. Muitas vezes apenas têm percepção do movimento, como em algumas cobras ou
lagartos escavadores, mas geralmente a visão é muito apurada.
• Sistema digestivo: a
boca é marginada por dentes tipicamente cónicos e implantados em alvéolos
• Sistema circulatório: o
coração está incompletamente dividido em 4 câmaras (duas aurículas e um
ventrículo parcialmente dividido), exceto crocodilianos onde o septo
ventricular é completo. Este fato permite uma maior separação do sangue
arterial e venoso. Glóbulos vermelhos biconvexos e nucleados.
• Sistema respiratório: a
respiração é exclusivamente pulmonar, nunca existem brânquias. Cordas vocais na
laringe. Em algumas tartarugas aquáticas pode ocorrer respiração faríngea ou cloacal.
• Sistema excretor: os rins são metanéfricos, o que reduz grandemente a perda
de água pela urina, fundamental em meio seco.
• Controle da temperatura:
os répteis não geram calor interno, pelo que têm que controlar cuidadosamente a
sua temperatura. Não são capazes de controlar a temperatura de seu corpo por
processos internos, portanto precisam de adaptações comportamentais para manter
sua temperatura em níveis adequados à atividade (são animais de sangue frio ou
pecilotérmicos).
• Reprodução: fecundação
interna, geralmente com órgãos copuladores (pênis nos crocodilianos ou
hemipênis nos lagartos e cobras, permitindo a transferência direta do esperma
para o interior do corpo da fêmea).
Classe Aves.
Triploblásticos, de simetria
bilateral, celomados, deuterostômios, cordados, vertebrados, craniados,
amniotas, alantoidianos, bípedes, homeotérmicos e possuem penas. São os únicos
vertebrados que apresentam penas que revestem e isolam o corpo, o que facilita
regular a temperatura e auxilia no voo. São tetrápodas, com o par anterior
transformado em asas; o posterior adaptado para empoleirar, andar ou nadar. A
capacidade de voar permite às aves ocupar alguns habitats impossíveis para
outros animais.
Sistema tegumentar: a pele
é seca, sem glândulas, com exceção da glândula uropigiana que existe em algumas
espécies. Apenas algumas aves possuem, na região caudal, glândulas uropigiais
que produzem uma secreção oleosa, usada na lubrificação e impermeabilização das
penas e do bico. A sua secreção permite que as penas repilam a água, e
considera-se também de grande importância para a formação da vitamina D, a
partir da ação dos raios solares sobre o ergosterol por ela segregado.
Sistema de sustentação:
para que consigam voar facilmente as aves têm que ser leves. O seu corpo é
aerodinâmico oferecendo pouca resistência ao ar favorecendo o voo. Têm músculos
fortes. A maioria dos ossos são ocos ou esponjosos e acumulam ar (ossos
pneumáticos) fazendo com que as aves sejam leves.
Sistema digestivo: é do
tipo completo. As aves possuem bico e língua córneos; não há dentes. As aves
granívoras (que se alimentam de grãos) apresentam moela e papo, que são pouco
desenvolvidos ou mesmo ausentes nas aves carnívoras e frugívoras (aqueles que
se alimentam de carnes e frutas). No papo o alimento é amolecido. Daí o
alimento vai para o proventrículo (estômago químico), passando a seguir para a
moela (estômago mecânico), que é muito musculosa e substitui a falta de dentes
nas aves. Após a trituração, o alimento dirige-se para o intestino delgado,
onde ocorre a absorção dos produtos úteis, sendo o restante eliminado através
da cloaca. A cloaca é uma bolsa onde são lançadas as fezes, a urina e os gametas,
portanto constitui o final de vários aparelhos e sistemas. Como glândulas
anexas ao sistema digestivo, existe no fígado e o pâncreas.
Sistema excretor: os rins
são metanefros, com dois uréteres que desembocam na cloaca, pois não possuem
bexiga urinária e a sua excreção é rica em ácido úrico (ureotélicos).
Sistema respiratório: A
respiração é pulmonar. Os pulmões são do tipo parenquimatoso, com vários canais
de arejamento, ligados a cinco pares de sacos aéreos, ligados às cavidades dos
ossos pneumáticos. Dentro dos pulmões, os condutos aéreos não terminam em
vesículas pulmonares, continuando por um sistema capilar contínuo.
Sistema circulatório: a
circulação é fechada, dupla e completa; o sangue venoso não se mistura com o
sangue arterial. As hemácias são nucleadas e ovais. O coração tem 4 cavidades,
que são conhecidos como os dois átrios ou aurículas e os dois ventrículos. O
arco aórtico, em contraste com o dos mamíferos, é o voltado para o lado
direito. Sistema nervoso: o cérebro das aves é mais desenvolvidos que o dos
répteis; apresentam sistema nervoso central e periférico com doze pares de
nervos cranianos. O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois
necessitam de muito equilíbrio para o voo.
Reprodução: são animais
dióicos, ovíparos, com casca calcária. A reprodução é sexuada, com fecundação
interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da clara e
casca do ovo.
Classe Mammalia
Os mamíferos formam o grupo mais
importante dos vertebrados e ocupam o lugar mais elevado da escala de evolução
zoológica. A classe dos mamíferos é também a mais conhecida pois inclui o homem
e possui 4600 espécies diferentes. Normalmente, os mamíferos utilizam quatro
membros para se deslocarem, têm o corpo coberto de pêlos, que mudam
periodicamente, uma epiderme queratinizada que protege contra o atrito,
impermeabiliza e é uma barreira contra microorganismos, e a temperatura
corporal é constante (homeotermos). Por ser o grupo mais complexo, onde o homem
está presente, a característica que marca este grupo é a presença de glândulas
mamárias para a alimentação de seus filhotes, possuindo outras glândulas tais
como: sebáceas (produção de gordura para lubrificar), sudoríparas (produzem
suor para manter a temperatura do corpo constante), odoríferas (produzem cheiro
para afugentar os inimigos). Todos os mamíferos, sem exceção, possuem pêlos
(as baleias, que não tem pêlos quando adultas, nascem com eles; as escamas do
pangolim são pêlos modificados, etc.). O esqueleto se caracteriza por ter a
coluna vertebral dividida em várias partes diferenciadas: região caudal, que
pode terminar numa cauda, regiões lombar, dorsal e cervical. O nariz pode ser
proeminente. No nariz está alojado o sentido do olfato que se encontra muito
desenvolvido em algumas espécies de mamíferos. Possuem quatro extremidades, tipicamente
terminadas em cinco dedos providos de unhas córneas, garras ou cascos (ainda que,
em alguns casos, as extremidades podem estar mais ou menos atrofiadas como
observamos em Cetáceos, baleias e golfinhos, ou em Sirenídeos). Frequentemente
o número de dedos é menor que cinco. Apresentam adaptações para andar, correr,
trepar, voar, nadar ou escavar. Os membros, muito modificados nos cetáceos (os
braços se tornam nadadeiras), se localizam quase sempre, nos mamíferos
terrestres, na face ventral do corpo. Isto permite ao animal andar ou correr.
Os membros podem ser terminados em quatro pés (quadrúpedes), dois pés e duas
mãos (no homem) ou quatro mãos (nos macacos). Nos ungulados (búfalos), as unhas
ficam em contato com o chão e se transformam em cascos. Em geral podemos dizer
que temos nos mamíferos terrestres três formas de extremidades para caminhar:
Seu aparelho respiratório é
formado pelos seguintes órgãos: vias aéreas, as narinas, a faringe, a laringe,
a traqueia, os brônquios e por último os pulmões. Por isso apresentam
respiração pulmonar. Os pulmões apoiam-se no músculo diafragma que auxilia nos movimentos
respiratórios (inspiração, que é a entrada de ar, com a cavidade toráxica
ampliada, e expiração, com a contração da cavidade toráxica, que é a saída do
ar rico em gás carbônico). O diafragma separa o tórax do abdome. O aparelho
circulatório faz o sangue circular pelo corpo com ajuda dos vasos sanguíneos e
do coração. O coração é igual ao das
aves e crocodilianos, formados por duas aurículas e dois ventrículos, onde do
lado direito circula o sangue venenoso e do lado esquerdo o sangue arterial. transformação
e o aproveitamento dos alimentos, os mamíferos apresentam aparelho digestivo
formado por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino
grosso e ânus. Na boca têm os dentes, diferentes segundo sua utilização,
apresentam dentes incisivos para cortar, caninos para desgarrar e pré-molares e
molares para triturar. Não há cloaca, como nas aves, nos placentários. O tubo
digestivo é muito variado segundo se trate de carnívoro e omnívoros que o podem
apresentar mais curto e simples que o dos herbívoros . O aparelho excretor tem
por finalidade a eliminação dos resíduos líquidos do organismo. Esse aparelho é
formado por dois rins (que produzem a urina), dois bacinetes, dois ureteres,
uma bexiga que irá armazenar temporariamente a urina, que em seguida será
eliminada pela uretra. O principal resíduo nitrogenado é a ureia. Nos Répteis,
Aves e Mamíferos os rins são chamados Metanefros, que são rins com
muitos glomérulos situados na parte posterior do corpo.
Os mamíferos dispõem de cinco
órgãos dos sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. Eles são
utilizados para caçar, perceber a presença do inimigo, procurar alimentos,
encontrar a fêmea para o acasalamento, proteção, etc. Alguns órgãos dos
sentidos são mais apurados em certos animais do que em outros. Olfato bem
desenvolvido - no cão, no leão, no elefante, etc., boa visão tem o lince, ótima
audição tem o morcego, olfato o gato, tem através de suas vibrissas. O
sistema nervoso é bem desenvolvido, com cérebro e cerebelo grandes e
aperfeiçoados. Eles possuem o maior cérebro entre os vertebrados, sendo
particularmente bem desenvolvida a camada superficial, o córtex, responsável
pela inteligência e memória. Isto dá aos mamíferos uma capacidade maior de
aprendizagem que a dos outros vertebrados. Tal capacidade se reflete em
variados e complexos padrões de comportamento, como a corte, a defesa de
território, a vida em sociedade e a procura de alimento. Graças a eles, fica
garantida a sobrevivência. Os hemisférios cerebrais, que são planos nos
mamíferos inferiores, cresceram tanto nos superiores que apresentam pregas para
entrar no crânio. (chamam-se circunvoluções).
O aparelho reprodutor dos
mamíferos é formado das seguintes partes: o feminino é constituído por dois
ovários que produzem óvulos, dois ovidutos, um útero, corpo do útero, vagina e
abertura urogenital com a presença do clitóris. O reprodutor masculino é assim
formado: dentro do escroto estão os testículos que produzem espermatozoides que
serão armazenados nos epidídimos, duto deferente, canal inguinal, as glândulas
próstata e Cowper fornecem secreção para que o espermatozoide possa nadar e
sair pela uretra no meio do órgão copulador, que é o pênis.
A reprodução sempre é
precedida de acasalamento verdadeiro. Os mamíferos são vivíparos (os
filhotes se desenvolvem dentro do organismo da mãe), exceção feita aos Monotremados.
Os monotremados, como o ornitorrinco e o equidna, são ovíparos. Nos marsupiais
(canguru, koala), que possuem uma placenta vestigial e o desenvolvimento
embrionário subdividido, inicialmente no útero e depois no marsúpio, dobra da
epiderme do abdome onde se alojam as glândulas mamárias, a fêmea dá à luz um
filhote embrionário que termina seu desenvolvimento na bolsa ventral materna;
nestes mamíferos com placenta rudimentar, a bolsa marsupial substitui a
placenta.
Taxonomia ou Sistemática:
Os mamíferos são agrupados de
acordo com suas semelhanças e separados conforme suas diferenças. Com base
nesses procedimentos, os cientistas procuraram dividir os mamíferos em
subclasses e várias ordens, entre as quais se destacam:
Subclasse Prototheria, ordem
dos Monotremados. Um único orifício para os sistemas digestivo, reprodutor
e excretor, a cloaca. Sobrevivem hoje 2 famílias e 3 espécies; são os mamíferos
mais primitivos que existem, pois botam ovos, apresentam bico e patas
semelhantes aos patos e os membros anteriores transformados em nadadeiras. O
ornitorrinco e equidna.
Subclasse Theria: inclui
os demais mamíferos.
Subclasse Theria, infraclasse
Metatheria, ordem dos Marsupiais: são mamíferos que apresentam no
ventre (em sua barriga) uma bolsa chamada marsúpio, onde estão as
glândulas mamárias.