quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Os animais

 

Os seres vivos apresentam uma diversidade muito grande; a cada ano, novas espécies vêm sendo descritas. Fica compreensível a necessidade de um sistema de classificação para a organização da diversidade das espécies. A Sistemática é a disciplina da Biologia Comparada que se ocupa de reconstruir relações de parentesco entre os seres vivos. A Taxonomia é a parte da Sistemática que se ocupa das regras e dos princípios a serem usados para a classificação. A classificação dos seres vivos, hoje mais aceita, deve considerar o grau de parentesco evolutivo entre os mesmos.

Nomenclatura - Grupos de classificação

Reinos – conjunto de filos

Filos – são grupos que reúnem classes semelhantes

Classes – são grupos que reúnem ordens semelhantes Ordens – são grupos que reúnem famílias semelhantes

Famílias – são grupos que reúnem gêneros semelhantes

Gêneros – são grupos que reúnem espécies semelhantes

- Regras de nomenclatura –

O nome do gênero e da espécie deve ser escrito em latim e destacado do texto; - Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação binominal, onde o primeiro termo indica o seu gênero a que ele pertence. Ex: Canis familiaris (cão); Musca doméstica (Mosca); - O nome relativo ao gênero deve ser escrito com inicial maiúscula. Ex.: Homo sapiens (Homem); - O segundo nome da espécie precisa ser escrito em letra minúscula.

Os seres vivos são classificados nos Reinos:

Monera: bactéria e cianobactéria

Protista: protozoário

Fungi: fungos

Plantae (Metaphyta): plantas

Animalia (Metazoa): animais

Quais são as semelhanças e as diferenças entre os animais?

O Reino Animalia compreende as seguintes categorias taxonômicas:

   Filo – Classe – Ordem – Família – Gênero - Espécie

Observe, abaixo, a classificação do gato:

 

 

REINO

Animalia


FILO

Chordata

 

SUBFILO

Vertebrata

 

CLASSE

Mamalia

 

ORDEM

Carnívoro

 

FAMÍLIA

Felidae

 


GÊNERO

Felis

 


ESPÉCIE

Felis catus

 

 

As tabelas seguintes apresentam os grandes filos (com mais de 4 a 5 mil espécies), suas características gerais e alguns dos seus representantes mais conhecidos. Elas têm apenas o objetivo de dar uma visão geral do Reino Animal.

Filo de Invertebrados

Poríferos: pluricelulares, mas não apresentam tecidos verdadeiros. Parede externa do animal apresenta poros para a entrada da água. São considerados parazoas : animais fora do padrão normal , sem órgãos , boca ou anus . Não possuem tecidos verdadeiros , as células formam um aglomerado trabalhando de forma integrada .  Ex.: Esponjas( animal séssil , que tem o corpo coberto de poros ) .

Celenterados: São os primeiros animais com cavidade digestiva. Podem ser pólipos ou medusas. Apresentam células urticantes, os cnidoblastos. Representantes: Hydrozoa: hidras e caravelas; Scyphozoa: águas-vivas; Anthozoa: corais e anêmonas do mar.

Platelmintos: apresentam o corpo achatado dorso-ventralmente. Não apresentam sistema respiratório nem circulatório. Nesse filo aparece um sistema digestivo incompleto que não apresenta ânus. Ex.: solitárias, planárias.

Asquelmintos: Vermes cilíndricos, tubo digestivo completo, presença de boca e ânus. Nesse filo aprece pela primeira vez um sistema digestivo completo. Não possuem sangue, sistema circulatório, nem sistema respiratório.

Anelídeos: Os anelídeos possuem uma divisão do corpo em anéis. Eles respiram pela pele e por isso possuem a pele úmida. Dentre os filos já estudados é o primeiro a apresentar sistema circulatório. Eles apresentam também sistemas digestivo, nervoso, reprodutor e excretor.

Moluscos:  recebem esse nome por apresentarem corpo mole, protegido por uma concha simples ou de duas peças: polvo (sem concha), lula (concha interna) e ostra (concha externa). Possuem corpo, que pode ser dividido em cabeça, massa visceral e pé. A alimentação pode ser por filtração em algumas espécies.

Artrópodos: Apresentam patas articuladas e esqueleto externo. Os artrópodes atuais vivem no fundo dos mares como camarão e lagosta, ou fixos, como as cracas. Há muitas espécies de água doce, especialmente os crustáceos e alguns insetos, mas o maior número delas é terrestres, bem adaptadas aos campos, desertos e matas tropicais. Classes dos Artrópodos: Crustáceos (camarões), Inseto (borboleta, barata), Aracnídeos (aranha, escorpião), Diplópodes (piolho-de-cobra) e Quilópodes (lacraia).

Equinodermos: são animais que apresentam o corpo coberto de espinhos. Os equinodermos não apresentam o sistema circulatório e o nervoso é pouco desenvolvido. O sistema digestivo é completo. São dioicos com desenvolvimento indireto. Possuem um sistema ambulacrário que permite desempenhar movimentação e transporte de substância. Ex.: Estrela-do-mar, serpente-do-mar, lírio-do-mar. São exclusivamente marinhos. 

Cordata

O Cordata é o filo animal com que todos estão intimamente familiarizados, desde que inclui seres humanos e outros vertebrados. Entretanto, nem todos os cordados são vertebrados. 

Neste reino estão incluídos todos os vertebrados e ainda um grupo mais primitivo : Os protocordados. Os cordados são animais triblásticos, segmentados , deuterostômios e de simetria bilateral . Protocordados : Animais cuja notocorda é persistente, assim não possuem coluna vertebral Ex. : anfioxo

Características Básicas:

Filo dos Cordados: fendas faríngeas, tubo nervoso dorsal e notocorda.

Protocordados: são os cordados primitivos, exclusivamente marinhos.

Subfilos Vertebrados: neste grupo, a notocorda é substituída pela coluna vertebral.

Cordados Vertebrados

Os cordados vertebrados são dotados de coluna vertebral que sustenta o corpo e protege os órgãos internos. Os vertebrados, que incluem, entre outros, peixes, répteis, anfíbios, aves e mamíferos, compartilham de uma coluna vertebral, ou de uma corrente de elementos ósseos (vértebras) ao longo da superfície dorsal, da cabeça à cauda, que dão forma à linha central esqueletal principal do corpo. Durante o desenvolvimento embrionário a coluna vertebral substitui a notocorda como o "reforçador principal" do corpo na locomoção. Portanto não podemos utilizar a palavra cordados como sinônimo de Vertebrados. Vertebrados são uma subdivisão do filo dos Cordados. Estão divididos em dois grandes grupos: Agnatha (sem mandíbula) e Gnathostomata (com mandíbula). Esses dois grupos são divididos em classes. 

Ciclostomados: Ausência de crânio, vértebra e mandíbulas. Ex.: lampreia. Assemelham-se muito aos peixes; presença de boca circular

Peixes: animais aquáticos; apresentam o corpo coberto de escamas e nadadeiras para locomoção. Podem ser cartilaginosos e ósseos.

Anfíbios: Animais que dependem da água para fecundação e desenvolvimento larval (metamorfose). Na fase larval a respiração é branquial e na fase adulta, a respiração é pulmonar e cutânea.

Répteis: São os primeiros animais adaptados à vida terrestre. Apresentam a pele seca, sem glândulas, coberta por escamas. EX: lagarto, jacarés, jabutis, camaleões.

Aves: Animais com o corpo coberto de penas. Todas as espécies são ovíparas e homeotermos. EX: pássaros, galinha e emas.

Mamíferos: 

Apresentam glândulas mamárias, pelos e são homeotermos. 

Monotremados: Ornitorrinco 

Marsupiais: Canguru, gambá Placentários: roedores, primatas

Animais homeotermos apresentam a temperatura corpórea constante. EX: Aves e Mamíferos

Animais pecilotermos ou heterotermos apresentam a temperatura corpórea variável conforme a temperatura ambiente. Ex: peixes, anfíbios, répteis e invertebrados.

O estudo da digestão, da respiração, da circulação, etc... dos filos, dos animais será desenvolvida nas próximas aulas com mais detalhes. No quadro seguinte, podemos observar como os animais podem ser agrupados de acordo com o desenvolvimento embrionário.


Diblásticos são animais que apresentam dois folhetos embrionários: a ectoderme, (externo) e a endoderme, (interno).

Triblásticos são animais que apresentam três folhetos embrionários: endoderme, mesoderme e ectoderme.

Folhetos embrionários são os primeiros tecidos formados durante o desenvolvimento embrionário, e, por diferenciação, irão originar todos os tecidos do animal adulto.

Celomados são os animais que apresentam a cavidade geral do corpo delimitada pela mesoderme.

Pseudocelomado apresentam a cavidade geral do corpo revestida parcialmente pelo celoma

Acelomados não apresentam celoma.

Protostômios são os animais cujo blastóporo forma diretamente a boca.

Deuterostômios são os animais cujo blastóporo forma primeiramente o ânus e posteriormente a boca.

Blastóporo: poro que surge no desenvolvimento embrionário.




 

 

Os vegetais

 

O reino Plantae (ou Metaphyta) está representado por uma enorme diversidade de espécies, como algas, musgos, samambaias, pinheiros, mangueiras. São classificadas de acordo com a presença ou a ausência de determinadas estruturas, como vasos condutores, sementes, flores e frutos. Abaixo, os principais grupos vegetais com as principais características.

1 - Criptógamas

Briófitas e Pteridófitas são classificadas como criptógamas, isto é, plantas que não possuem flores e produzem os órgãos reprodutores microscópicos.

1.1- Briófitas

As briófitas são os musgos e as hepáticas de porte pequeno; vivem em locais úmidos. Apresentam rizoide, cauloide e filoide, estruturas que não possuem sistema vascular como nos outros vegetais e são semelhantes a caules, folhas e raízes. A água e os sais minerais são passados célula a célula por difusão. Não produzem flores, frutos e sementes. São plantas avasculares: não possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema). Essas plantas vivem em lugares úmidos devido à falta de vasos condutores e de uma efetiva proteção contra perda d`água. A reprodução dos musgos pode ser sexuada apresentando dois tipos de plantas: o gametófito que vive mais tempo e produz gametas e o esporófito que dura pouco e produz esporos, apresentando, portanto, alternância de gerações. Na reprodução assexuada parte do corpo do vegetal pode dar origem a uma nova planta.

1.2 - Pteridófitas

As Pteridófitas são representadas pelas espécies de avencas e samambaias; são os primeiros vegetais vasculares; possuem os vasos condutores de seiva (xilema e floema). Não produzem flores, frutos e sementes. Apresentam caules, folhas e raízes verdadeiras, que apresentam vascularização. Os vasos condutores além de distribuírem a seiva pela planta permitem maior sustentação, comparando com as briófitas. Sua reprodução pode ser sexuada ou assexuada. Na reprodução sexuada ocorre algo semelhante as briófitas, a alternância de gerações. A reprodução assexuada fica caracterizada quando as plantas se separam formando outras. Por dependerem da água para sua reprodução sexuada, como acontece nas briófitas, essas plantas vivem em lugares úmidos.

2 – Fanerógamas

Angiospermas e Gimnospermas são classificadas como fanerógamas, isto é, plantas que possuem flores, ou espermatófitos, plantas que produzem sementes.

Essas plantas apresentam uma independência da água para reprodução e possuem embrião protegido por uma semente. Essas características favoreceram o desenvolvimento dessas plantas no ambiente terrestre. Recebem o nome de fanerógamas por terem suas estruturas reprodutivas aparentes.

2.1 - Gimnospermas

As gimnospermas são reconhecidas por apresentarem sementes “nuas”, desprovidas de fruto para a sua proteção.

Possuem raízes, caule, folhas e são as primeiras plantas que produzem flores (pinhas) e sementes (pinhões), mas sem frutos. São vasculares, de grande porte, como, por exemplo, pinheiros, araucárias, ciprestes e sequoias.

2.2 - Angiospermas

Plantas que apresentam flores e frutos que protegem as sementes.

Possuem raízes, caule, folhas, flores, sementes e é o único grupo que produz o fruto. São vasculares; apresentam grande porte e uma grande diversidade de espécies.

2.3 – Funções dos órgãos vegetativos das angiospermas

Tronco: Sustentação e transporte de substâncias pelos vasos condutores.

Folhas: Realizam a fotossíntese, são responsáveis pelas trocas gasosas e participam da transpiração.

Raízes: Têm como função principal a absorção de água e sais minerais, mas também acumulam reservas nutritivas.



Filo Chordata

 

Cordados são definidos como organismos animais eumetazoários, com simetria bilateral, triploblásticos,celomados e deuterostômios, que possuem uma estrutura chamada notocorda, ao menos durante alguma parte de seu desenvolvimento. A notocorda é um eixo dorsal de sustentação que se estende ao longo do comprimento do corpo quando é desenvolvida inteiramente; dorsal em relação ao intestino, mas ventral em relação ao sistema nervoso central, enrijece o corpo e age para a sustentação durante a locomoção. A notocorda é uma estrutura semelhante a um de células contendo uma matriz gelatinosa envolvida por tecido conjuntivo fibroso, presente pelo menos durante parte do ciclo de vida. A notocorda é a primeira estrutura de sustentação do corpo de um cordado, formando-se no embrião acima do intestino primitivo. Esta estrutura é flexível, mas rígida, sendo sobre ela que os músculos locomotores atuam. Nos vertebrados acaba por ser substituída pela coluna vertebral.

O Chordata é o filo animal com que todos estão intimamente familiarizados, desde que inclui seres humanos e outros vertebrados. Entretanto, nem todos os cordados são vertebrados. Todos os cordados têm, além da notocorda, as seguintes características em algum ponto em sua vida (no exemplo dos seres humanos e de muitos outros vertebrados, estas características podem somente estar presentes somente no embrião): Fendas branquiais na faringe: uma série das aberturas que conectam o interior da "garganta" à parte externa da "garganta". Estas são, frequentemente, mas não sempre, ligadas às brânquias. Cordão nervoso dorsal: um pacote de fibras que conecta a cabeça à cauda. Conecta o cérebro com os músculos laterais e outros órgãos.

Cauda post-anal: uma extensão do corpo após a abertura anal. Os vertebrados, que incluem, entre outros, peixes, répteis, anfíbios, aves e mamíferos, compartilham de uma coluna vertebral, ou de uma corrente de elementos ósseos (vértebras) ao longo da superfície dorsal, da cabeça à cauda, que dão forma à linha central esqueletal principal do corpo. Durante o desenvolvimento embrionário a coluna vertebral substitui a notocorda como o "reforçador principal" do corpo na locomoção. Portanto não podemos utilizar a palavra cordados como sinônimo de Vertebrados.

Vertebrados são uma subdivisão do filo dos Cordados

Cefalocordados

O cefalocordado mais conhecido é o Branchiostoma ou "Anfioxo". É pequeno, os anfioxos adultos variam em tamanho de 4 a 8 cm, encontrado em águas marinhas pouco profundas e quentes. Apresenta uma notocorda que se estende ao longo do corpo e serve como eixo de sustentação durante toda a sua vida. Possui um tubo nervoso dorsal oco e uma cauda posterior ao ânus. O anfioxo é um invertebrado marinho que apresenta os caracteres básicos dos cordados, sendo semelhantes as larvas de lampréias (Petromyzontoidea). Os anfioxos não são ancestrais dos vertebrados, mas provavelmente os organismos vivos mais relacionados a eles e, como tal, fornecem evidências acerca da forma e organização funcional dos primeiros vertebrados. Os cefalocordados são delgados, lateralmente comprimidos e semelhantes a enguias em aparência e comportamento. O corpo é agudo em ambas as extremidades, anterior e posterior, e é a partir dessa característica que se cunhou o nome comum, anfioxo, que significa "pontas opostas". Em vida, a maioria dos órgãos e tecidos internos pode ser observada através da pele rosada e transparente. O corpo pode ser dividido em uma cabeça pouco desenvolvida, um tronco e uma cauda. A cabeça termina em um focinho cego e curto ou rostro, que ajuda o animal a empurrar a areia para o lado enquanto escava. Imediatamente posterior ao rostro, a cabeça porta uma boca ventral circundada por um véu de projeções sensoriais digitiformes, os cirros orais. O nome genérico comum, Branchiostoma (que significa "boca com brânquias"), foi dado com referência aos cirros orais, que se acreditava erroneamente serem brânquias.

O sistema nervoso do anfioxo consiste de um cordão longitudinal dorsal oco e de nervos sensoriais (e alguns motores) segmentares, que deixam o cordão dorsalmente e inervam várias estruturas, especialmente o rostro, os cirros orais, a vela e a cauda. O cordão estende-se da base do rostro até quase a ponta da cauda.

Urocordados

Os urocordados adultos (conhecidos como tunicados) assemelham-se pouco a outros cordados. A maioría tem a forma de um barril e se fixam por uma de suas extremidades ao substrato. A larva (semelhante ao Branchiostoma), em forma de girino, apresenta as características dos cordados, com a notocorda na cauda (:ura), um cordão nervoso dorsal e tem vida livre durante curto tempo. Os tunicados abrangem três classes: os Ascidiacea, os Thaliacea e os Larvacea. Os ascidiáceos contêm a maioria das espécies e a maioria dos tunicados comuns. As outras duas classes encontram-se adaptadas a uma existência planctônica (flutuante).

Vertebrados

Constitui o grupo mais conhecido e maior entre os Cordados. Animais com simetría bilateral, corpo segmentado, celoma desenvolvido e com três folhetos germinativos. A maioria apresenta uma coluna vertebral ou espinha dorsal com função estrutural, ainda que as formas mais primitivas não apresentem vértebras. A coluna vertebral é geralmente óssea e desenvolve-se ao redor da notocorda, substituindo-a complementarmente. O cérebro está encerrado e protegido por um crânio, com 10 a 12 pares de nervos craniais. O tegumento está formado por uma epiderme externa, estratificada, derivada da ectoderma e uma derme formada por tecido conjuntivo e derivada da mesoderma. Modificações da pele: escamas, penas, cornos e pelos. Muitos músculos relacionados com o esqueleto para o movimento. Os movimentos são resultantes da ação de músculos unidos ao endosqueleto. Sistema digestivo completo, ventral à coluna vertebral, com um fígado e pâncreas. Sistema circulatório fechado, com um coração ventral composto por duas a quatro câmaras. Sangue com os glóbulos vermelhos, que contém a hemoglobina, e glóbulos brancos. Sistema excretor composto por um par de rins.

Geralmente sua sistemática (classificação) é dividida em 7 classes:

Classe Agnatha (peixes sem mandíbula)

Classe Chondrichthyes (peixes cartilaginosos)

Classe Osteichthyes (peixes ósseos)

Classe Amphibia (sapos, salamandra e cobra-cega)

Classe Reptilia (cobras, lagartos, crocodilos e tartarugas)

Classe Aves (todos os tipos de aves)

Classe Mammalia (todos os tipos de mamíferos)

Superclasse Agnatha: Os Ciclostomados.

Na superclasse Agnatha temos três grupos: os Ostracodermi, Myxinis e Cephalaspsidomorphi. Os Ostracodermi são fósseis de Agnatha e já estavam extintos quando surgiram os agnatos atuais, ou seja, não os originaram. Apresentavam como principal característica a ausência de mandíbulas e maxilas e a ausência de nadadeiras pares. Na classe Myxinis encontramos as feiticeiras. Na classe Cephalaspsidomorphi encontramos as lampréias. As duas últimas classes podem ser reunidas em uma única classe: Cyclostomata.

Os Agnatha são vertebrados sem mandíbulas e a classe atual dos Cyclostomata (cyclos= redondo e stomatos= boca) tem dois representantes típicos: a lampréia e a feiticeira. As nadadeiras pares estão ausentes na maioria das espécies, as abas peitorais estavam presentes em algumas formas extintas. As espécies primitivas tinham a pele revestida por fortes escamas ósseas, que foram perdidas nas atuais. As partes mais internas do esqueleto são cartilaginosas nas formas atuais e parece que nas espécies extintas elas também não eram ossificadas.

As características

• São destituídos de mandíbulas e de vértebras típicas.

• A caixa craniana e as vértebras são cartilaginosas. Constituem-se nos mais primitivos vertebrados vivos, pois a notocorda persiste durante toda a vida como esqueleto axial, que nada mais é um cordão delgado gelatinoso envolvido por tecido conjuntivo rijo. Os outros elementos do esqueleto são cartilaginosos.

• Vivem em água doce ou salgada. Algumas espécies são migratórias, vivendo no mar e reproduzindo-se em rios e lagos.

• Têm corpo alongado e cilíndrico, sem escamas. A pele é rica em glândulas produtoras de muco. • A boca, dotada de dentes córneos, é circular, adaptada à sucção e situada na região ventral e anterior do corpo. A boca é fechada ou aberta pelo movimento para trás e para a frente da língua, a qual também apresenta os pequenos dentes córneos da ventosa, sendo usada para ferir a presa, principalmente nos indivíduos parasitas. A faringe é utilizada na alimentação, por filtração, das larvas e foi utilizada, com a mesma finalidade, nos adultos das espécies que estão atualmente extintas. Apresentam uma válvula espiral no intestino chamada tiflossole (também presente nos tubarões, que são peixes cartilaginosos). Não existe estômago ou vesícula biliar associada ao fígado.

• Apresentam respiração branquial, possuindo de 6 a 14 pares de brânquias;

• A temperatura do corpo é variável; são ectotérmicos;

• Possuem 10 pares de nervos cranianos;

• Um olho pineal mediano e fotossensível está presente;

• As espécies atuais, como a maioria das extintas, apresentam uma narina única e mediana, localizada à frente do olho;

• Ocorrem nas águas frias, tanto no hemisfério norte como no sul. Os representantes mais conhecidos são as lampreias e. as feiticeiras são peixes exclusivamente marinhos;

• As lampréias são dióicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto;

• As feiticeiras são monóicas, com fecundação externa e desenvolvimento direto;

• São animais parasitas.

- As lampréias são ectoparasitos e as feiticeiras são endoparasitos;

Classe Chondrichthyes: os peixes cartilaginosos.

Um esqueleto cartilaginoso, mandíbulas bastante desenvolvidas, nadadeiras pares e ímpares; as nadadeiras dorsal, ventral e caudal são ímpares, enquanto as laterais, peitorais e pélvicas são pares. Narinas pares. Não possuem uma bexiga natatória característica dos Ostheichthyes. O esqueleto dos tubarões e das raias é cartilaginoso. Uma caixa craniana protege o encéfalo, e o esqueleto visceral compreende as mandíbulas e os arcos branquiais que protegem as brânquias. A cauda é heterocerca (com lobos assimétricos, pois a coluna vertebral penetra no lobo dorsal maior). Nas raias e afins a cauda é longa e fina, podendo terminar num espinho farpado com glândulas de peçonha, como forma de defesa. O sistema nervoso é constituído por um encéfalo distinto e órgãos sensoriais muito desenvolvidos, que lhes permitem localizar presas mesmo quando muito distantes ou enterradas no lodo do fundo. Estes órgãos incluem:

• Narinas localizadas ventralmente na extremidade arredondada da cabeça, capazes de detectar moléculas dissolvidas na água em concentrações mínimas; as narinas não comunicam com a cavidade bucal, mas com a faringe.

• Ouvidos com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores).

• Olhos laterais e sem pálpebras, cuja retina geralmente apenas contém bastonetes (fornecendo uma visão a preto-e-branco, mas bem adaptada à baixa luminosidade).

• Linha lateral, um fino sulco ao longo dos flancos contendo muitas pequenas aberturas, contém células nervosas sensíveis à pressão (algo como um sentido do tacto à distância).

• Ampolas de Lorenzini, localizadas na zona ventral da cabeça, são outros canais sensitivos ligados a pequenas ampolas que contém eletrorreceptores capazes de detectar as correntes elétricas dos músculos de outros organismos.

• No sistema digestivo a boca é ventral com fileiras de dentes revestidos de esmalte (desenvolvidos a partir de escamas placóides).

• Os dentes estão implantados na carne e não na mandíbula, sendo substituídos continuamente a partir da parte traseira da boca, à medida que são perdidos. A forma dos dentes revela os hábitos alimentares dos animais, dentes pontiagudos e serrilhados nos tubarões, que os usam para agarrar e cortar, e pequenos e em forma de ladrilho nas raias, que os usam para partir as carapaças e conchas dos moluscos e crustáceos de que se alimentam no fundo.

• O intestino apresenta válvula em espiral (para aumentar a área de absorção) e fígado, grande e muito rico em óleo o que confere grande flutuabilidade, chegando por vezes a compor 20% do peso do corpo. No entanto, em algumas espécies tal não é suficiente, pois se pararem de nadar, afundam. O ânus abre para a cloaca.

• Sistema respiratório é constituído por brânquias; de 5 a 7 pares de sacos branquiais, cada um com uma abertura individual em forma de fenda. As trocas gasosas se processam nas brânquias. Os sacos branquiais podem contrair-se para expelir a água.

• Geralmente existe um par de espiráculos atrás dos olhos, em ligação á faringe, que, nas espécies bentônicas permitem a entrada de água sem detritos para as brânquias.

• O aparelho circulatório é constituído por um coração, abaixo das brânquias, por artérias e veias. No coração, com 2 câmaras (aurícula e ventrículo), só passa sangue venoso (circulação simples e completa), não havendo, portanto, mistura de sangue venoso com arterial na cavidade cardíaca.

• A excreção é realizada por intermédio de rins situados na parte posterior do corpo, abaixo da aorta dorsal. Os excretas são eliminados por uma paila urogenital.

• Não existe bexiga natatória. Peixes cartilaginosos apresentam escamas placóides, diferenciadas das observadas em peixes ósseos. Estas escamas são idênticas aos dentes em sua estrutura, sendo formadas por uma placa óssea posicionada na derme, apresentando uma porção distal projetada através da epiderme. As escamas placóides apresentam uma polpa vascularizada e um ou mais espinhos externamente, recobertos de dentina e dirigidos para a porção posterior do peixe. Assim como os dentes, as escamas também podem apresentar perda e substituição.

Classe Osteichthyes: os peixes ósseos

São craniados com maxilas e a maioria apresenta nadadeiras pares e ímpares e tem endoesqueleto e esqueleto dérmico ósseos. O esqueleto ósseo é formado por ossos verdadeiros, embora algumas espécies possam apresentar "ossos" cartilaginosos (esturjão, por exemplo), com numerosas vértebras distintas, embora seja freqüente a persistência de notocorda nos espaços intervertebrais. Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral. Possuem nadadeiras pares e ímpares, geralmente com raios ósseos ou cartilaginosos. A nadadeira caudal tem, normalmente, dois lobos simétricos, sendo classificada como homocerca. As barbatanas (nadadeiras) ímpares são duas dorsais e uma anal, bem como a caudal. A forma da barbatana caudal altera a forma de deslocamento do animal: barbatanas arredondadas aumentam a capacidade de manobra, mas geralmente a velocidade é baixa, enquanto barbatanas bifurcadas ou em forma de foice permitem grandes velocidades. A barbatana dorsal tem suporte esquelético e varia grandemente de forma, de acordo com os hábitos do animal. As barbatanas pares são as peitorais, logo atrás do opérculo, e as pélvicas. São várias as funções das barbatanas: a da cauda impulsiona o peixe; anal e a dorsal funcionam como leme; as peitorais e ventrais atuam como estabilizadores.

As escamas são mesodérmicas (ciclóides, ctenóides ou ganóides). Pele recobre todo o corpo e contém inúmeras glândulas mucosas, cuja secreção facilita o deslizar através da água e protege contra infecções.

Algumas espécies não apresentem escamas ou estas podem ser revestidas de esmalte. As escamas são finas, arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais.

A boca dos Osteichthyes é terminal e frontal e possuem, de cada lado da cabeça, uma só fenda branquial externa, situada atrás do opérculo, placa óssea móvel de acordo com o teor de CO2 na circulação, que a reveste. Têm maxilas, geralmente com muitos dentes.

• Possuem um encéfalo e órgãos dos sentidos desenvolvidos, nomeadamente:

Os Olhos são grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objetos próximos mas que percebem movimentos distantes, incluindo os acima da superfície da água;

Os Ouvidos apresentam três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores);

As Narinas estão localizadas na parte dorsal do focinho e comunicam-se com uma cavidade coberta de células sensíveis a moléculas dissolvidas na água;

A Linha lateral está localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas.

A maioria das espécies possui um órgão com função hidrostática, a bexiga natatória, que permite modificar a capacidade de flutuação e adaptar-se à profundidade em que se encontra.

Reprodução com sexos separados, dióicos, gônadas geralmente pares, grande maioria ovíparos com fecundação externa. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários, mas com quantidade de vitelo muito variável. O desenvolvimento é indireto com larvas denominados alevinos.

Classe Amphibia

São vertebrados gnatostomados (com mandíbulas), tetrápodos, com uma fase larval aquática (por exemplo, os girinos) - com respiração branquial - e uma fase adulta terrestre, mas dependentes da água para a reprodução e a respiração.

Pele úmida e glandular: o revestimento corporal é fino e sem escamas (Anura e Urodela), o que tornaria estes animais pequenos demasiado expostos a predadores. Por esse motivo, numerosas glândulas secretoras de substâncias tóxicas ou alucinógenas tornam-se um fator seletivo importante, e os sobreviventes à seleção natural as apresentam em numerosas espécies. Apresentam a pele úmida e com pouca queratina (proteína impermeabilizante), e por isso necessitam viver em locais úmidos. A pele dos anfíbios é rica em glândulas mucosas, que a mantém sempre úmida e permeável. Ela não possui pêlos, penas ou escamas epidermais (escamas dermais na maioria dos Gymnophiona).

Esqueleto: predominantemente ossificado, crânio com dois côndilos occipitais, costelas (quando presentes) não ligadas ao esterno.

Sistema digestivo: um par de orifícios (narinas) em comunicação com a cavidade bucal, fechadas por válvulas que impedem a entrada de água e por onde se realiza a percepção química. A boca geralmente apresenta dentes finos e língua protrátil, cuja base frontal é fixa.

Órgãos dos sentidos: os olhos estão protegidos por pálpebras móveis e glândulas lacrimais (protegendo o olho num meio seco e cheio de partículas estranhas como é o terrestre). Possuem bastonetes verdes (células visuais especiais, na retina, com função desconhecida). Os ouvidos se adaptaram a captar sons no ambiente terrestre - com o surgimento do ouvido médio com columela ou estribo, tímpano e membrana timpânica - desenvolvidos a partir de ossos mandibulares dos peixes. Graças ao tímpano externo (sapos e rãs), ampliam os fracos sons transmitidos pelo ar.

Sistema circulatório: coração com três câmaras (duas aurículas e um ventrículo), glóbulos vermelhos ovais e nucleados; a circulação é fechada, dupla e incompleta.

Sistema respiratório: brânquias (pelo menos em algum estágio da vida), pulmões, pele, mucosa bucal - separadamente ou em combinação, dependendo da etapa da vida do animal. Surgimento dos pulmões (porém simples e insuficientes para as necessidades respiratórias). A respiração cutânea também é fundamental para esses animais. Algumas espécies de salamandras não apresentam pulmões, dependendo totalmente da pele e da cavidade bucal para a absorção de oxigênio.

Sistema excretor: rins mesonéfricos; a principal substância nitrogenada excretada é a uréia. Regulação da temperatura: ectotérmicos.

Reprodução: o ciclo de vida dos anfíbios apresenta geralmente três fases: ovo, larva e adulto, ocorrendo uma metamorfose radical na passagem de larva aquática a adulto. Existem, portanto, apenas 3 ordens viventes, com cerca de 4.680 espécies atuais; no conjunto, igualam os mamíferos em número de espécies.

Ordem Gymnophiona (Apoda):

Caracterizam-se por não possuírem patas e cauda. O corpo é vermiforme, e todos têm hábitos subterrâneos ou aquáticos, com distribuição tropical e meridional. Existem 165 espécies. Como exemplos temos as cecilias e as cobras-cegas.

Ordem Anura:

 Vulgarmente chamados sapos, rãs e pererecas. Caracterizam-se pela presença de dois pares de patas adaptados a locomoção por saltos e ausência de caudas nos adultos; possuem o corpo dotado para saltar com as patas posteriores muito alongadas.

Ordem Caudata (Urodelos) ou Lacertiforme:

Algumas espécies vivem o tempo todo na água, respirando por brânquias. Caracterizam-se por possuírem dois pares de patas na fase adulta, com cauda bem desenvolvida.

Classe Reptilia.

Esta classe inclui quatro ordens: as tartarugas, cágados e jabotis (Ordem Chelonia), lagartos, cobras, serpentes e anfisbenas, também chamadas de cobras-de-duas-cabeças (Ordem Squamata), crocodilos, jacarés e gaviais (Ordem Crocodilia) e a tuatara da Nova Zelândia (Ordem Rhynchocephalia).

• Pele seca e cornificada: o corpo do réptil é coberto por uma pele não mucosa (com poucas glândulas superficiais pois a pele perde a função de órgão respiratório que apresentava nos anfíbios), geralmente com escamas epidérmicas (em filas transversais e longitudinais) ou escudos córneos, o que os torna capazes de viver em meios secos. A pele é composta por duas camadas principais: epiderme e derme. As escamas são produzidas pela epiderme e são compostas por queratina; a queratina, presente também em mamíferos e aves, impermeabiliza a epiderme, a protege contra o atrito e serve como barreira à penetração de microorganismos. Ao contrário das escamas dos peixes, não podem ser removidas individualmente e devem ser substituídas regularmente, pela muda, permitindo o crescimento e eliminando o desgaste. As cobras substituem a pele toda de uma vez só, como se retirassem uma meia, mas os restantes grupos de répteis soltam-na em pedaços.

Esqueleto: esqueleto é totalmente ósseo, crânio com um côndilo occipital, limitado ventralmente por um palato, que separa as passagens respiratórias e digestivas. Formado por elementos ósseos, fornece uma sustentação adequada à vida em meio terrestre, ao contrário do dos anfíbios. Com exceção dos crocodilianos, os répteis têm as patas para os lados e não por baixo do corpo, o que os obriga a deslocarem-se rastejando. Em muitos répteis o crescimento ósseo não termina com a maturidade sexual, o que permite a muitos exemplares atingirem tamanho gigantesco. Órgãos dos sentidos: os répteis apresentam órgãos dos sentidos muito mais desenvolvidos que os anfíbios, e alguns apresentam sentidos únicos no reino animal. Os olhos são grandes e apresentam geralmente (lagartos, crocodilos e tartarugas) pálpebras superior, inferior e membrana nictitante, exceto nas cobras onde são cobertos por uma cutícula transparente que é mudada junto com a pele. Muitas vezes apenas têm percepção do movimento, como em algumas cobras ou lagartos escavadores, mas geralmente a visão é muito apurada.

Sistema digestivo: a boca é marginada por dentes tipicamente cónicos e implantados em alvéolos

• Sistema circulatório: o coração está incompletamente dividido em 4 câmaras (duas aurículas e um ventrículo parcialmente dividido), exceto crocodilianos onde o septo ventricular é completo. Este fato permite uma maior separação do sangue arterial e venoso. Glóbulos vermelhos biconvexos e nucleados.

• Sistema respiratório: a respiração é exclusivamente pulmonar, nunca existem brânquias. Cordas vocais na laringe. Em algumas tartarugas aquáticas pode ocorrer respiração faríngea ou cloacal. • Sistema excretor: os rins são metanéfricos, o que reduz grandemente a perda de água pela urina, fundamental em meio seco.

• Controle da temperatura: os répteis não geram calor interno, pelo que têm que controlar cuidadosamente a sua temperatura. Não são capazes de controlar a temperatura de seu corpo por processos internos, portanto precisam de adaptações comportamentais para manter sua temperatura em níveis adequados à atividade (são animais de sangue frio ou pecilotérmicos).

• Reprodução: fecundação interna, geralmente com órgãos copuladores (pênis nos crocodilianos ou hemipênis nos lagartos e cobras, permitindo a transferência direta do esperma para o interior do corpo da fêmea).

Classe Aves.

Triploblásticos, de simetria bilateral, celomados, deuterostômios, cordados, vertebrados, craniados, amniotas, alantoidianos, bípedes, homeotérmicos e possuem penas. São os únicos vertebrados que apresentam penas que revestem e isolam o corpo, o que facilita regular a temperatura e auxilia no voo. São tetrápodas, com o par anterior transformado em asas; o posterior adaptado para empoleirar, andar ou nadar. A capacidade de voar permite às aves ocupar alguns habitats impossíveis para outros animais.

Sistema tegumentar: a pele é seca, sem glândulas, com exceção da glândula uropigiana que existe em algumas espécies. Apenas algumas aves possuem, na região caudal, glândulas uropigiais que produzem uma secreção oleosa, usada na lubrificação e impermeabilização das penas e do bico. A sua secreção permite que as penas repilam a água, e considera-se também de grande importância para a formação da vitamina D, a partir da ação dos raios solares sobre o ergosterol por ela segregado.

Sistema de sustentação: para que consigam voar facilmente as aves têm que ser leves. O seu corpo é aerodinâmico oferecendo pouca resistência ao ar favorecendo o voo. Têm músculos fortes. A maioria dos ossos são ocos ou esponjosos e acumulam ar (ossos pneumáticos) fazendo com que as aves sejam leves.

Sistema digestivo: é do tipo completo. As aves possuem bico e língua córneos; não há dentes. As aves granívoras (que se alimentam de grãos) apresentam moela e papo, que são pouco desenvolvidos ou mesmo ausentes nas aves carnívoras e frugívoras (aqueles que se alimentam de carnes e frutas). No papo o alimento é amolecido. Daí o alimento vai para o proventrículo (estômago químico), passando a seguir para a moela (estômago mecânico), que é muito musculosa e substitui a falta de dentes nas aves. Após a trituração, o alimento dirige-se para o intestino delgado, onde ocorre a absorção dos produtos úteis, sendo o restante eliminado através da cloaca. A cloaca é uma bolsa onde são lançadas as fezes, a urina e os gametas, portanto constitui o final de vários aparelhos e sistemas. Como glândulas anexas ao sistema digestivo, existe no fígado e o pâncreas.

Sistema excretor: os rins são metanefros, com dois uréteres que desembocam na cloaca, pois não possuem bexiga urinária e a sua excreção é rica em ácido úrico (ureotélicos).

Sistema respiratório: A respiração é pulmonar. Os pulmões são do tipo parenquimatoso, com vários canais de arejamento, ligados a cinco pares de sacos aéreos, ligados às cavidades dos ossos pneumáticos. Dentro dos pulmões, os condutos aéreos não terminam em vesículas pulmonares, continuando por um sistema capilar contínuo.

Sistema circulatório: a circulação é fechada, dupla e completa; o sangue venoso não se mistura com o sangue arterial. As hemácias são nucleadas e ovais. O coração tem 4 cavidades, que são conhecidos como os dois átrios ou aurículas e os dois ventrículos. O arco aórtico, em contraste com o dos mamíferos, é o voltado para o lado direito. Sistema nervoso: o cérebro das aves é mais desenvolvidos que o dos répteis; apresentam sistema nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos. O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o voo.

Reprodução: são animais dióicos, ovíparos, com casca calcária. A reprodução é sexuada, com fecundação interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da clara e casca do ovo.

Classe Mammalia

Os mamíferos formam o grupo mais importante dos vertebrados e ocupam o lugar mais elevado da escala de evolução zoológica. A classe dos mamíferos é também a mais conhecida pois inclui o homem e possui 4600 espécies diferentes. Normalmente, os mamíferos utilizam quatro membros para se deslocarem, têm o corpo coberto de pêlos, que mudam periodicamente, uma epiderme queratinizada que protege contra o atrito, impermeabiliza e é uma barreira contra microorganismos, e a temperatura corporal é constante (homeotermos). Por ser o grupo mais complexo, onde o homem está presente, a característica que marca este grupo é a presença de glândulas mamárias para a alimentação de seus filhotes, possuindo outras glândulas tais como: sebáceas (produção de gordura para lubrificar), sudoríparas (produzem suor para manter a temperatura do corpo constante), odoríferas (produzem cheiro para afugentar os inimigos). Todos os mamíferos, sem exceção, possuem pêlos (as baleias, que não tem pêlos quando adultas, nascem com eles; as escamas do pangolim são pêlos modificados, etc.). O esqueleto se caracteriza por ter a coluna vertebral dividida em várias partes diferenciadas: região caudal, que pode terminar numa cauda, regiões lombar, dorsal e cervical. O nariz pode ser proeminente. No nariz está alojado o sentido do olfato que se encontra muito desenvolvido em algumas espécies de mamíferos. Possuem quatro extremidades, tipicamente terminadas em cinco dedos providos de unhas córneas, garras ou cascos (ainda que, em alguns casos, as extremidades podem estar mais ou menos atrofiadas como observamos em Cetáceos, baleias e golfinhos, ou em Sirenídeos). Frequentemente o número de dedos é menor que cinco. Apresentam adaptações para andar, correr, trepar, voar, nadar ou escavar. Os membros, muito modificados nos cetáceos (os braços se tornam nadadeiras), se localizam quase sempre, nos mamíferos terrestres, na face ventral do corpo. Isto permite ao animal andar ou correr. Os membros podem ser terminados em quatro pés (quadrúpedes), dois pés e duas mãos (no homem) ou quatro mãos (nos macacos). Nos ungulados (búfalos), as unhas ficam em contato com o chão e se transformam em cascos. Em geral podemos dizer que temos nos mamíferos terrestres três formas de extremidades para caminhar:

Seu aparelho respiratório é formado pelos seguintes órgãos: vias aéreas, as narinas, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e por último os pulmões. Por isso apresentam respiração pulmonar. Os pulmões apoiam-se no músculo diafragma que auxilia nos movimentos respiratórios (inspiração, que é a entrada de ar, com a cavidade toráxica ampliada, e expiração, com a contração da cavidade toráxica, que é a saída do ar rico em gás carbônico). O diafragma separa o tórax do abdome. O aparelho circulatório faz o sangue circular pelo corpo com ajuda dos vasos sanguíneos e do coração.  O coração é igual ao das aves e crocodilianos, formados por duas aurículas e dois ventrículos, onde do lado direito circula o sangue venenoso e do lado esquerdo o sangue arterial. transformação e o aproveitamento dos alimentos, os mamíferos apresentam aparelho digestivo formado por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso e ânus. Na boca têm os dentes, diferentes segundo sua utilização, apresentam dentes incisivos para cortar, caninos para desgarrar e pré-molares e molares para triturar. Não há cloaca, como nas aves, nos placentários. O tubo digestivo é muito variado segundo se trate de carnívoro e omnívoros que o podem apresentar mais curto e simples que o dos herbívoros . O aparelho excretor tem por finalidade a eliminação dos resíduos líquidos do organismo. Esse aparelho é formado por dois rins (que produzem a urina), dois bacinetes, dois ureteres, uma bexiga que irá armazenar temporariamente a urina, que em seguida será eliminada pela uretra. O principal resíduo nitrogenado é a ureia. Nos Répteis, Aves e Mamíferos os rins são chamados Metanefros, que são rins com muitos glomérulos situados na parte posterior do corpo.

Os mamíferos dispõem de cinco órgãos dos sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. Eles são utilizados para caçar, perceber a presença do inimigo, procurar alimentos, encontrar a fêmea para o acasalamento, proteção, etc. Alguns órgãos dos sentidos são mais apurados em certos animais do que em outros. Olfato bem desenvolvido - no cão, no leão, no elefante, etc., boa visão tem o lince, ótima audição tem o morcego, olfato o gato, tem através de suas vibrissas. O sistema nervoso é bem desenvolvido, com cérebro e cerebelo grandes e aperfeiçoados. Eles possuem o maior cérebro entre os vertebrados, sendo particularmente bem desenvolvida a camada superficial, o córtex, responsável pela inteligência e memória. Isto dá aos mamíferos uma capacidade maior de aprendizagem que a dos outros vertebrados. Tal capacidade se reflete em variados e complexos padrões de comportamento, como a corte, a defesa de território, a vida em sociedade e a procura de alimento. Graças a eles, fica garantida a sobrevivência. Os hemisférios cerebrais, que são planos nos mamíferos inferiores, cresceram tanto nos superiores que apresentam pregas para entrar no crânio. (chamam-se circunvoluções).

O aparelho reprodutor dos mamíferos é formado das seguintes partes: o feminino é constituído por dois ovários que produzem óvulos, dois ovidutos, um útero, corpo do útero, vagina e abertura urogenital com a presença do clitóris. O reprodutor masculino é assim formado: dentro do escroto estão os testículos que produzem espermatozoides que serão armazenados nos epidídimos, duto deferente, canal inguinal, as glândulas próstata e Cowper fornecem secreção para que o espermatozoide possa nadar e sair pela uretra no meio do órgão copulador, que é o pênis.

A reprodução sempre é precedida de acasalamento verdadeiro. Os mamíferos são vivíparos (os filhotes se desenvolvem dentro do organismo da mãe), exceção feita aos Monotremados. Os monotremados, como o ornitorrinco e o equidna, são ovíparos. Nos marsupiais (canguru, koala), que possuem uma placenta vestigial e o desenvolvimento embrionário subdividido, inicialmente no útero e depois no marsúpio, dobra da epiderme do abdome onde se alojam as glândulas mamárias, a fêmea dá à luz um filhote embrionário que termina seu desenvolvimento na bolsa ventral materna; nestes mamíferos com placenta rudimentar, a bolsa marsupial substitui a placenta.

Taxonomia ou Sistemática:

Os mamíferos são agrupados de acordo com suas semelhanças e separados conforme suas diferenças. Com base nesses procedimentos, os cientistas procuraram dividir os mamíferos em subclasses e várias ordens, entre as quais se destacam:

Subclasse Prototheria, ordem dos Monotremados. Um único orifício para os sistemas digestivo, reprodutor e excretor, a cloaca. Sobrevivem hoje 2 famílias e 3 espécies; são os mamíferos mais primitivos que existem, pois botam ovos, apresentam bico e patas semelhantes aos patos e os membros anteriores transformados em nadadeiras. O ornitorrinco e equidna.

Subclasse Theria: inclui os demais mamíferos.

Subclasse Theria, infraclasse Metatheria, ordem dos Marsupiais: são mamíferos que apresentam no ventre (em sua barriga) uma bolsa chamada marsúpio, onde estão as glândulas mamárias.


 

quarta-feira, 31 de agosto de 2022

Artrópodes

 

Apresentam patas articuladas e esqueleto externo. Classes dos Artrópodos: Crustáceos (camarões), Inseto (borboleta, barata), Aracnídeos (aranha, escorpião), Diplópodos (piolho-de-cobra) e Quilópodos (lacraia).

Os artrópodes são os mais numerosos dentre os animais. A quantidade de artrópodes supera a soma de todos os outros animais juntos. Apresentam esqueleto externo (exoesqueleto) e têm corpo segmentado como os anelídeos, mas alguns segmentos se fundiram formando a cabeça, o tórax e o abdome, como nos insetos, ou cabeça e cefalotórax, presentes nas aranhas e caranguejos. Ainda podemos encontrar como nos piolhos-de-cobra ou a Lacraia segmentos menos fundidas (cabeça e tronco). O crescimento dos artrópodes, devido ao seu exoesqueleto, é realizado através de mudas periódicas. Após a muda o seu corpo cresce e um novo exoesqueleto é fabricado.

Insetos

Os insetos apresentam três pares de patas, corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Tem todos os sistemas formados. Sua respiração e traqueal e sua excreção por túbulos de Malphigi, que jogam os excretos diretamente, como uma pasta, no final do tubo digestivo. A sua reprodução é sexuada e seu desenvolvimento pode ser de três tipos: direta (sem metamorfose), com metamorfose incompleta e com metamorfose completa. No quadro abaixo vamos esquematizar esses tipos de desenvolvimento.

Aracnídeos

Os aracnídeos não possuem antenas e apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome, quatro pares de pernas. Seus representantes são os carrapatos, os ácaros, as aranhas e os escorpiões. Podem apresentar estruturas capazes de injetar peçonha como as quelíceras ou no caso do escorpião através de um ferrão na cauda. Respiram através de Pulmões foliáceos ou traqueias. Seu desenvolvimento é direto.

Crustáceos

O exoesqueleto dos crustáceos além da quitina apresenta impregnação por calcário ou carbonato de cálcio. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdome e apresentam dois pares de antenas. Possui um número variável de cinco a sete patas dependendo da espécie. A respiração é branquial, a maioria é dióica e apresentam desenvolvimento indireto. Exemplos: Camarão, caranguejo, siri, lagosta.

Quilópodes e Diplópodes

Apresentam o corpo segmentado e muitos pares de patas e um par de antenas. Para diferencias os dois grupos devemos observar a quantidade de patas por segmento. Nos Quilópodes (Ex.: Lacraias) encontramos um par por segmento e nos Diplópodes (Ex.: Piolhos-de-cobra), dois pares. Além disso, as lacrais apresentam uma estrutura no final do corpo, chamada forcípula, que é capaz de injetar peçonha.



 

Poríferos

 

Porífera é um filo do reino Animalia, sub-reino Parazoa, onde se enquadram os animais conhecidos como esponjas. Os poríferos ou espongiários (esponjas) são multicelulares, mas não apresentam ainda tecidos. A sua constituição é muito simples. Os poríferos não possuem sistemas (digestivo, respiratório, circulatório, nervoso ou reprodutor). Eles realizam a digestão intracelular. A respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as suas células. Alimentam-se através da filtração.

Estes organismos são sésseis, sua grande maioria é marinha, alimentam-se por filtração, bombeando a água através das paredes do corpo e retendo as partículas de alimento nas suas células. As esponjas estão entre os animais mais simples, com tecidos parcialmente diferenciados, porém sem músculos, sistema nervoso, nem órgãos internos. Eles são muito próximos a uma colônia celular, pois cada célula alimenta-se por si própria. Existem mais de 15.000 espécies modernas de esponjas conhecidas, e muitas outras são descobertas a cada dia.

A estrutura de uma esponja é simples: tem a forma de um tubo ou saco, muitas vezes ramificado, com a extremidade fechada presa ao substrato. A extremidade aberta é chamada ósculo, (em zoologia, chama-se ósculo à abertura principal do esponjocélio, na extremidade livre do corpo dos animais do filo Porífera - as esponjas).

A estrutura de uma esponja é simples: tem a forma de um tubo ou saco, muitas vezes ramificado, com a extremidade fechada presa ao substrato. A extremidade aberta é chamada ósculo, (em zoologia, chama-se ósculo à abertura principal do esponjocélio, na extremidade livre do corpo dos animais do filo Porífera - as esponjas).

Como uma estrutura muito simples, as esponjas alimentam-se e respiram por filtração: a água entra no esponjocélio através de orifícios na parede do corpo (os óstia) e sai pelo ósculo. A parede do esponjocele é forrada por células flageladas (os coanócitos) que, juntamente com as contrações da parede, criam a corrente de renovação da água.) A cavidade interior é a esponjocele. As paredes são perfuradas por buracos microscópicos, chamados óstios, para permitir que a água flua para dentro da esponjocele trazendo oxigênio e alimento.

A parede das esponjas é formada por duas camadas de células, com o interior formado pela matriz extracelular que, neste grupo, se denomina mesênquima.

Possuem células especializadas como:

- Pinacócitos, que são as células da epiderme exterior - são finas, coriáceas e estreitamente ligadas.

- Coanócitos, também chamadas “células de colarinho” porque têm um flagelo rodeado por uma coroa de cílios, revestem o esponjocele e funcionam como uma espécie de sistema digestivo e sistema respiratório combinados, uma vez que os flagelos criam uma corrente que renova a água que as cobre, da qual elas retiram o oxigênio e as partículas de alimento. Promovem movimentação ciliar e fazem a digestão intracelular.

- Porócitos, que são as células que revestem os poros da parede e podem contrair-se, formando uma espécie de tecido muscular. Responsáveis pela passagem de água do meio externo.

- Archaeócitos, que se deslocam no mesênquima, realizando muitas das funções vitais do animal, como a digestão das partículas de alimento, o transporte de nutrientes e a produção de gametas.

- Os amebócitos, dão origem aos gametas masculinos e femininos

- Esclerócitos, que são as células responsáveis pela secreção das espículas.

- Espongócitos, que são as células responsáveis pela secreção da espongina, nas espécies em que é este o “esqueleto” do animal.

As esponjas desenvolvem-se em três padrões:

- asconóide, que é o tipo mais simples - um simples tubo.

- siconóide, em que o tubo se dobra sobre si mesmo, permitindo o crescimento do animal.

- leuconóide, o caso mais complexo, em que a parede se dobra várias vezes, formando um sistema de canais.

O “esqueleto” das esponjas pode ser formado por espículas calcáreas ou siliciosas, por fibras de espongina ou por placas calcáreas. Algumas esponjas, na antiguidade, eram usadas pelos gregos, por serem mais resistentes, para polir ferro e metais. Já outras eram utilizadas pelos romanos para tomar banho ou para tomar vinho. Embebia-se a esponja no vinho e espremia na boca.

Classificação das esponjas A divisão do filo Porífera em classes é feita com base no tipo de espículas que apresentam:

- Classe Calcarea - espículas compactas de carbonato de cálcio.

- Classe Hexactenellida - espículas de sílica.

- Classe Demospongiae - “esqueleto” de fibras de espongina.

Reprodução

As esponjas podem reproduzir-se sexuada ou assexuadamente, conforme as condições ambientais. Quanto à reprodução sexuada a maior parte das esponjas é monoica, porém observa-se espécies dióicas. Seus gametas serão produzidos por uma diferenciação dos amebócitos e serão lançados no ambiente aquático, onde a fecundação pode ocorrer de forma externa ou interna, porém sempre o desenvolvimento se processa de forma externa do tipo indireto, pois observa-se a presença de uma larva chamada de anfiblástula. Em relação à reprodução assexuada, as esponjas apresentam um alto grau de regeneração, podendo se reproduzir por meio de brotamento, regeneração ou gemulação/ gemação (exclusivo das esponjas de água doce).



 

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