sábado, 10 de dezembro de 2022

Administração Mikhail Gorbatchev (1985-1991)

A saída de antigos líderes do Partido e a renovação dos quadros dirigentes possibilitaram o fortalecimento político de Gorbatchev e de seu programa de mudanças. Em seu governo, ocorreram reformas nas Forças Armadas, na legislação eleitoral, na administração popular, na economia e na política externa, mas foi em 1985 que os planos mais amplos de transformações foram lançados – a Perestroika e a Glasnost. Gorbatchev acreditava que esses planos estabeleceriam um "socialismo humanitário".

As mudanças pretendidas por Gorbatchev

No plano político, Gorbatchev propôs a separação entre o Partido Comunista e o Estado, a desburocratização do Estado, com fusões ou extinção de ministérios e organismos, a reforma da legislação eleitoral e o retorno do poder para os sovietes. No plano econômico, defendeu o fim do planejamento rígido central e do sistema de preços ditado pelo governo; autogestão das empresas estatais e liberdade para competirem entre si no mercado; o fim da política de subsídios e a permissão para a existência de pequenos negócios privados.

Repercussões das reformas

Bem vistas no exterior, as reformas provocaram a reação da oposição conservadora (comunistas ortodoxos, burocratas do antigo modelo político e militares). Apesar das dificuldades, as mudanças caminhavam e, em 1988, Gorbatchev conseguiu ser eleito presidente. O fim do monopólio do Partido abriu as portas ao multipartidarismo e às eleições diretas, que só aconteceram no início dos anos 90. Os "ventos de liberdade" dessa política estimularam, nas repúblicas soviéticas, movimentos nacionalistas e separatistas, como os dos povos bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia).

Política externa

A Glasnost e a Perestroika colaboraram no avanço das relações entre Estados Unidos e União Soviética, levando à assinatura de novos acordos referentes à desativação de armas nucleares. Começava a mais abrangente fase de distensão de todo período da Guerra Fria, que poria fim ao bloco soviético, à bipolarização e à própria União Soviética.

A Glasnost foi a política de transparência, de abertura e de maior liberdade na política, economia e cultura. A Perestroika, o programa de reestruturação econômica para superar os entraves burocráticos.


Período Leonid Brejnev (1964-1982)

 

Retorno da burocratização, do centralismo político-administrativo e da repressão às dissidências – enfim, do velho modelo stalinista – foram características do período Brejnev. Essa política causou uma perda de competitividade tecnológica com o Ocidente, principalmente na produção de bens de consumo. O ritmo produtivo caiu, apresentando reduções nas taxas de crescimento industrial e agrícola, assim como na produtividade do trabalho.

Política externa 

O rigor também se fez presente nas relações da União Soviética com os países do seu bloco, sendo a Primavera de Praga o melhor exemplo dessa nova orientação na política externa. Os contatos com os Estados Unidos foram restabelecidos a partir de 1973 (período da Détente). A melhoria nas relações possibilitou o primeiro vôo espacial conjunto – Soiuz-Apolo, em 1975. 

Primavera de Praga 

Na então Tchecoslováquia, desde o início de 1968, reformas pretendiam modernizar a economia e transformar o papel do Estado. Com apoio de intelectuais, operários e estudantes, o presidente Dubcek buscou uma via própria e mais humanizada de socialismo. Esse reformismo encontrou seu maior opositor na União Soviética de Brejnev. A fim de manter sua hegemonia no Leste europeu, tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Tchecoslováquia. Dubcek e seus companheiros foram presos, extraditados para Moscou e expulsos do Partido. 

Invasão no Afeganistão 

Temendo que a Revolução Islâmica atingisse territórios estratégicos de seu interesse e procurando ajudar o governo afegão a sufocar uma rebelião muçulmana, a União Soviética ocupou militarmente o Afeganistão, em 27 de dezembro de 1979. Essa invasão atrapalhou as conversações sobre a limitação de armas nucleares. A retirada das tropas soviéticas só aconteceu em 1988. 

O fim do governo Brejnev 

A morte de Brejnev, em 1982, levou ao poder líderes idosos e com problemas de saúde, da "ala tradicional" do Estado soviético: Iúri Andropov (1982-1984) e Konstantin Tchernenko (1984-1985).



Nikita Kruschev

 

Líder do Partido Comunista soviético de 1953 a 1964

Kruschev, bolchevique desde 1918, chegou em 1953 ao poder. As principais fases de sua carreira política foram:  primeiro-secretário do comitê do partido do território e cidade de Moscou, entre 1935 e 1938; primeiro-secretário do partido na Ucrânia entre 1938 e 1945 e, posteriormente, entre 1947 e 1949; membro do Politburo (desde 1952 do Presidium) entre 1939 e 1964; comissário político do Exército Vermelho entre 1941 e 1945; primeiro-secretário do comitê do PCUS em 1953; presidente do conselho de ministros e também primeiro-ministro, controlando os postos de poder na União Soviética impulsionado pela destituição de Nikolai Bulganin (1958). De 1953 a 1959, Kruschev dispensou os dirigentes de Stálin (exceto Anastasi I. Mikoyan, chefe do Estado de 1964 a 1965), substituindo-os por partidários seus. Seu discurso no XX Congresso do PCUS de 1956 provocou a ruptura definitiva do partido com Josef W. Stálin e iniciou um período de relativa liberalização: o terror stalinista foi condenado, o poder dos órgãos de segurança foi limitado e, em parte, o Estado de direito (desestalinização) foi restabelecido. A reforma econômica impulsionada por Kruschev pretendia melhorar o nível médio de vida e aumentar o comércio com o Ocidente. No entanto, continuou com a política hegemônica sobre os países situados na esfera soviética (em 1956, reprimiu o levante na Hungria). Enquanto a União Soviética se rearmava, Kruschev propunha a coexistência pacífica aos países ocidentais, mas estimulava os movimentos de libertação nos países do Terceiro Mundo, tentando integrá-los em sua estratégia imperialista. Com o lançamento do primeiro satélite soviético, o Sputnik (1957), a Rússia inaugurou, antes dos Estados Unidos, a era da exploração espacial, causando comoção no Ocidente. A fase de distensão acabou com a construção, em 1961, do Muro de Berlim e com a crise cubana de 1962 (Fidel Castro tentou instalar mísseis de médio alcance na ilha). O fracasso das reformas econômicas e o agravamento do conflito com a República Popular da China (1964) levaram Kruschev à demissão, substituído por Leonid I. Brejnev.



 

Josef Stalin

Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e líder da União Soviética de 1922 a 1953. Seu verdadeiro nome era J. V. Dzhugachvili. Stalin personificou a história e o caráter da União Soviética. Com seu sistema de governo, o "stalinismo", que conduziu à prática generalizada do terror, não apenas assegurou seu domínio pessoal durante 30 anos na União Soviética e a conversão do país numa potência mundial como também estabeleceu as bases para a queda e a desintegração do comunismo. Filho de um sapateiro e de uma lavadeira, foi expulso do seminário ortodoxo em 1899, devido a suas atividades como membro do Partido Operário Social-Democrata Russo. Após a ruptura do partido em 1903, filiou-se à ala bolchevique liderada por Vladimir I. Lenin. Como revolucionário profissional, foi escalando posições até ingressar em 1912 no Comitê Central, quando adotou seu primeiro pseudônimo, "Koba", depois substituído por "Stalin". Foi um dos principais dirigentes responsáveis pela revolução de 1917 e, em 1922, alcançou o cargo de secretário-geral do PCUS. Quando da morte de Lenin, em 1924, impôs-se tanto a seus rivais de "esquerda", aglutinados em torno de Leon Trotski, Grigori Sinoviev e Lev Kamenev, como de "direita", agrupados em torno de Nicolai Bucharin e Alexei Rikov. Em 1929, havia conseguido alcançar o poder absoluto. Sob o lema "a construção do socialismo num só país", opôs-se em 1925 à ideia de revolução mundial proposta por Trotski.
Através do 1° Plano Quinquenal, promulgado em 1929, tornou realidade um gigantesco processo de modernização e industrialização da nação. O programa foi acompanhado pela coletivização obrigatória do campo a partir de 1928, concretizada na "liquidação dos Gulags", na deportação de numerosos camponeses e nas terríveis fomes que provocaram milhares de vítimas. A resistência interna começou a surgir com o triunfo de um sistema totalitário, que alcançou o ponto culminante nas grandes "depurações" de 1934-1938, aliadas ao sistema de campos de trabalho (Gulags) que se estendeu a todo o país. Sob a ameaça da Alemanha nacional-socialista, Stalin assinou o pacto de não-agressão com Hitler, em 1939, assegurando um futuro de paz a curto prazo para a União Soviética. Com a definição das respectivas esferas de influência, estabeleciam-se as bases para a divisão do Leste europeu: após o início da Segunda Guerra Mundial, foi ocupada a Polônia Oriental, conquistado o estreito de Carélia à Finlândia durante a campanha de Inverno (1939-1940) e finalmente anexadas, em 1939-1940, as Repúblicas Bálticas e a Bessarábia.
A invasão da União Soviética por tropas alemãs em 1941 obrigou Stalin a uma intervenção direta na Segunda Guerra Mundial. Ainda que a cúpula do Exército tivesse sido vítima em sua quase totalidade de suas "depurações", Stalin conseguiu apelar ao patriotismo russo para mobilizar o povo contra a invasão. A sangrenta vitória de Stalingrado (1942-1943) alterou o rumo da guerra. No entanto, o conflito custou à União Soviética 20 milhões de mortos. No auge de seu poder, participou nas conferências de Teerã (1943), Yalta (1945) e Potsdam (1945), exercendo uma grande influência na política europeia do pós-guerra e ampliando a hegemonia soviética, mais tarde daria origem à Guerra Fria. Assegurou o predomínio da União Soviética nos países do leste e do sul da Europa e na Ásia mediante o estabelecimento de democracias populares comunistas nos Estados-Satélite, ainda que não tenha podido impedir que Tito prosseguisse na Iugoslávia seu caminho para o socialismo. O Ocidente, sob a direção dos EUA, respondeu com a criação de seu sistema de defesa face à "cortina de aço soviética", por meio da OTAN (1949) e de diversas alianças.
A Guerra da Coréia (1950-1953) foi o primeiro confronto direto entre os blocos. Seu poder absoluto sobre o partido e o Estado era complementado com o culto a sua pessoa, que começou a desmoronar-se três anos depois de sua morte, com a "desestalinização", finalizada por Nikita Kruchev. Georgi Malenkov foi o sucessor à frente do conselho de ministros e como secretário-geral do PCUS, sendo substituído posteriormente por Kruchev.



GEORGE W. BUSH

George Walker Bush, politico norte-americano (New Haven, Connecticut, 1946). Eleito presidente dos Estados Unidos em 2000, pelo Partido Republicano. Filho do ex-presidente George Bush, foi governador do Texas. Disputou a presidência em 2000 e após longo e polêmico processo de contagem de votos, contestado judicialmente pelo adversário Al Gore, foi declarado presidente eleito e assumiu o cargo em janeiro de 2001. 
Ao assumir o poder, George W. Bush teve de enfrentar a desaceleração do crescimento econômico que caracterizou os dois mandatos de Bill Clinton. Houve queda na produção industrial e crescimento do desemprego, que em 2003 chegou a 6,1% da força de trabalho, ou 9 milhões de desempregados,, número alto para os Estados Unidos.
Bush tentou reverter a situação e promoveu o retorno da política neoliberal de Ronald Reagan. Assim, cortou impostos dos grupos mais ricos e diminuiu gastos do governo com previdência social.
Coerente com essa política, deu prioridade aos interesses das grandes corporação, em detrimento da defesa do meio ambiente. Assim, recusou-se a ratificar o Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução para a emissão de gases que causam o efeito estufa.
Perguntado sobre o fato de os Estados  Unidos, com apenas 5% da população mundial, produzirem metade da poluição mundial, respondeu: "Se necessário, poluiria a outra metade para manter nossas indústrias em expansão".
O maior foco de problemas para Bush, entretanto, estava no Oriente Médio. Durante anos, sucessivos governos estadunidenses apoiaram o Estado de Israel contra as legítimas aspirações do povo palestino de ter seu próprio Estado. Ao mesmo tempo, aliaram-se a governos corruptos e ditatoriais entre os países árabes, levados pelo seu interesse no petróleo da região.
Essa política gerou ressentimentos e ódio contra os Estados Unidos entre grupos militantes e, de forma difusa, em todo o mundo árabe. Nove meses depois de tomar posse na Presidência, Bush se deparou com a mais explosiva manifestação desses ressentimentos.  aviões sequestrados por terroristas da organização Al-Qaeda
Na manhã de 11 de setembro de 2001, quatro aviões com passageiros foram sequestrados nos Estados Unidos. Dois deles foram lançados contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e o terceiro contra o Pentágono, em Washington. O quarto avião caiu na zona rural do estado da Pensilvânia. O ataque terrorista deixou 3 mil mortos. Ninguém assumiu sua autoria. As investigações do governo norte-americano apontaram para a Al-Qaeda (A Base, em árabe), uma organização terrorista islâmica, liderada pelo saudita Osama bin Laden e instalada no Afeganistão, no Sudoeste da Ásia. 
Ainda em 2001, George W. Bush fez do combate ao terrorismo a prioridade de seu governo, e ordenou uma ofensiva contra o Afeganistão. O regime islâmico do Taliban, que protegia a Al-Qaeda, foi derrubado e substituído por um governo pró-ocidental. Bin Laden desapareceu. Em 2002, George W. Bush se voltou contra o Iraque, que acusava de desenvolver armas químicas, bacteriológicas e nucleares. Sob a ameaça de um ataque militar, obrigou esse país a aceitar um plano de inspeções e desarmamento da Organização das Nações Unidas (ONU). A política antiterror recebeu forte apoio nos Estados Unidos, mas enfrentou intensa oposição no exterior. No plano interno, a principal crítica foi a de que ignorou os problemas da economia norte-americana.



Bill Clinton: anos de prosperidade

Seu nome completo é William Jefferson Clinton (seu apelido foi, primeiramente, Blythe). É o segundo presidente mais jovem na história dos Estados Unidos, depois de John F. Kennedy.
Foi professor no Arkansas, tendo sido eleito em 1978, aos 32 anos de idade, governador de seu Estado natal. Foi reeleito sucessivamente para o cargo de 1983 a 1992.
Candidatou-se às eleições presidenciais de 1992, vencendo o presidente anterior, o republicano George Bush.
Em 3 de novembro de 1992, os norte-americanos elegeram o candidato do Partido Democrata, Bill Clinton, como o 42º presidente dos Estados Unidos.  Sua posse, em 20 de janeiro de 1993, foi revestida de um caráter de verdadeira celebração, após 12 anos de governos republicanos. 
Apesar de o Senado e a Câmara de Representantes terem passado também a ser dominados por seu partido, Clinton – primeiro democrata a ocupar a Presidência dos EUA após 12 anos de governos republicanos – foi incapaz de pôr em prática durante o primeiro mandato sua política social e econômica, deparando com a resistência de grupos de pressão organizados, além de ideologias políticas. Exemplos disso são a reforma da saúde, a segurança interna ou a redução da dívida pública.
Naquele momento, a situação econômica dos Estados Unidos já era melhor: havia crescimento econômico e o desemprego começava diminuir. Esse crescimento se deveu à orientação do governo Clinton e ao fato de os gastos militares terem diminuídos para 3% do PIB (Produto Interno Bruto), permitindo novos investimentos nos setores produtivos (antes de Clinton, os gastos militares chegaram a 6% do PIB).
Com a perda da maioria democrática em ambas as câmaras em 1994, que não foi recuperada nas eleições de 1996, sua política interna, em profunda divergência com a da oposição republicana, sofreu sérias restrições.
Na política externa, teve de enfrentar um número crescente de conflitos regionais. Contudo, depois de um começo titubeante, Clinton reafirmou o papel dos Estados Unidos como potência mundial, sempre sob a proteção da Otan, comandando o processo de paz no conflito da Bósnia (acordos de Dayton, 1995).
Sustentado por esse crescimento, em 1996 Clinton se reelegeu para um segundo mandato. Ao vencer as eleições presidenciais de 1996, tornou-se o primeiro presidente democrata a conseguir a reeleição depois de Franklin D. Roosevelt. Seus oito anos no poder seriam marcados pela prosperidade econômica.
Apesar disso, Clinton não conseguiu eleger seu sucessor: nas eleições de 2000, o candidato republicano George W. Bush (filho do ex-presidente George Bush) acabou vencendo Al Gore, vice-presidente no governo Clinton e candidato do Partido Democrata, em uma tumultuada apuração de votos.



GEORGE BUSH (1989-1993)

George Bush, político norte-americano. Foi o 41º presidente dos EUA, eleito pelo Partido Republicano (1989-1993), depois de servir como vice-presidente nos dois governos de Ronald Reagan (1981-1989).
O impacto causado pelo degelo das relações com a União Soviética facilitou a eleição do republicano George Bush, que assumiu o lugar de Ronald Reagan em 20 de janeiro de 1989. Bush comprometeu-se a dar sequência às medidas para sanear a economia norte-americana e continuar o diálogo com a União soviética.
As boas relações com a União Soviética foram mantidas. Quanto a recuperação econômica, porém, Bush enfrentou sérios problemas. O projeto para aumentar a arrecadação e assim resolver o déficit orçamentário foi responsável pela derrocada republicana na Câmara e no Senado nas eleições de 1990.
Em dezembro de 1989, Bush autorizou a invasão do Panamá, para depor o "homem forte" do governo, general Manoel Noriega, acusado no tráfico internacional de drogas. A intervenção norte americana foi alvo de duras críticas, principalmente por parte dos países latino-americanos. Temia-se a retomada da velha política do big stick, quando às vésperas da devolução ao Panamá do controle do canal, prevista para 1999.
O grande teste de Bush na política externa teve início em agosto de 1990, quando o ditador do Iraque, Saddam Hussein, invadiu o Kuwait. Bush imediatamente enviou tropas para o Golfo Pérsico e em Janeiro de 1991 iniciou os bombardeios sobre o Iraque, liderando uma coalizão de 28 países. A guerra contra o Iraque, que arrasou o país, só terminou no fim de fevereiro, com a retirada das forças iraquianas do Kuwait.
Com a vitória no conflito, a popularidade de Bush atingiu níveis elevados, indicando boas possibilidades para a sua reeleição. Mas esse favoritismo entrou em queda em 1992, um ano particularmente difícil para os Estados Unidos.
Na economia, a concorrência industrial dos japoneses, principalmente no setor automobilístico, aprofundou a recessão e aumentou os níveis de desemprego industrial. A crise atingiu duramente as camadas menos favorecidas da sociedade e seu descontentamento veio à tona em 29 de abril de 1992, na cidade de Los Angeles.
Nesse dia, um júri formado por doze brancos absolveu quatro policiais brancos que haviam agredido um negro, em 03/03/1991. A cena da brutal agressão, filmada por um cinegrafista amador, havia sido amplamente divulgada pela televisão. Daí a revolta que o veredicto provocou: 58 mortes, 1 200 prédios incendiados, 3 000 presos e 1 bilhão de dólares de prejuízos. Este foi o trágico saldo do conflito, que acabou se estendendo por mais treze cidades.
Análises isentas apontaram a conjuntura econômica e social, extremamente desfavorável à comunidade negra, como a causa principal desses violentos incidentes.


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