Na década de 1990, as políticas neoliberais de Thatcher e Reagan tornaram-se regra para vários governos do mundo: o Estado deixou de regulamentar as relações econômicas, permitindo que as empresas agissem livremente no mercado. Empresas estatais foram privatizadas. Os governos controlavam suas despesas, reduzindo investimentos nas áreas de saúde e educação. Essas foram algumas regras econômicas que se tornaram dominantes na Nova Ordem Mundial.
Ocorre que, em 2008, o projeto neoliberal entrou em crise. Naquele ano, muitas empresas estadunidenses anunciavam prejuízos, particularmente os bancos. Bancos especializados em financiamento de imóveis quebraram e um dos mais importantes bancos de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers, declarou falência, além de outros bancos e empresas de seguros.
A crise era gravíssima. Bancos, seguradoras e empresas que até então haviam mostrado solidez no mercado estavam falindo. A Bolsa de Valores de Nova York teve violenta queda – uma das maiores de sua história.
Os governos de George
W. Bush e de seu sucessor
Barack Obama (1961-) tomaram medidas que, até então, os economistas neoliberais consideravam negativas
para a economia: emprestaram milhões de dólares para
que bancos, seguradoras e
empresas não fechassem as
portas. A seguradora AIG e a
fábrica de automóveis General Motors foram estatizadas
para evitar falência.
Os efeitos da crise
Com a economia globalizada, a crise logo chegou aos países europeus. Falências de empresas geravam o desemprego de trabalhadores.
Sem salários, não havia como comprar mercadorias. Os que estavam
empregados, com receio, não gastavam seu dinheiro. Isso provocou
queda no consumo e, por consequência, mais falências de empresas e
mais trabalhadores desempregados.
No Brasil, para combater os efeitos da crise, o governo reduziu impostos sobre produtos industrializados e, com o aumento da renda vivido
pela população brasileira, o consumo interno cresceu. O Brasil foi pouco
atingido pela crise de 2008.
No entanto, alguns países que integram a União Europeia já estavam com grandes problemas antes da crise de 2008. Grécia, Portugal,
Espanha e Irlanda tinham dívidas elevadíssimas e viram as dificuldades crescerem.
As medidas de austeridade
O resultado da grave crise econômica e social na Grécia, em Portugal,
na Espanha e na Irlanda levou a um altíssimo número de desempregados.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu
(BCE) exigiram a redução de direitos e benefícios sociais dos trabalhadores, o reajuste dos impostos e dos preços da energia elétrica e dos
combustíveis e, por fim, o aumento do tempo de trabalho exigido para
a aposentadoria.
Na Grécia, na Espanha e em Portugal, ocorreram grandes protestos
contra as medidas impopulares. Em 2012, em Portugal, uma das manifestações reuniu 1 milhão de portugueses