A expressão Revolução Tecnológica compreende as mudanças
profundas e radicais que estão ocorrendo aceleradamente, nos modernos sistemas
de produção de bens e serviços.
Para muitos historiadores, a Revolução Tecnológica teve início
logo após a Segunda Guerra Mundial. Ela está intimamente ligada à invenção do
computador e ao desenvolvimento científico, aliados às aplicações práticas de
novos conhecimentos, particularmente ao desenvolvimento da indústria química.
Com ela, surgiram os materiais sintéticos, propiciando novos
produtos e aperfeiçoando outros, dando-lhe mais resistência, maior
durabilidade, economia de energia e outras qualidades mais. É o caso, por
exemplo, das fibras, colas e resinas sintéticas, que encontram aplicações nos
mais variados setores, do esporte à Medicina, da Odontologia à indústria têxtil;
ou dos materiais plásticos, que tomam o lugar de produtos metálicos, transformando
inteiramente o setor industrial; ou, ainda, o caso da petroquímica,
revolucionando as embalagens, os cosméticos e inúmeros outros setores.
Como acontecia na Revolução Industrial, e numa escala muito maior
cada novo invento da Revolução Tecnológica estimula o surgimento de outros, num
ritmo acelerado e em campos diversificados. Novos materiais e produtos são
criados e desenvolvidos rapidamente, gerando novos produtos e novas indústrias,
capazes de repetir o mesmo ciclo, indefinida vezes. Como exemplos, podem ser
lembradas as indústrias de semicondutores e de circuitos impressos, que
viabilizam a indústria de informática, a qual, por sua vez, deu origem a
robótica. Ou a indústria de vidros metálicos, ligada ao surgimento da fibra
ótica. Com tanta mudança tecnológica, não é de admirar que, segundo pesquisas
efetuadas em países mais desenvolvidos, cerca de 80% dos produtos utilizados
hoje eram desconhecidos no início do século XX.
O desenvolvimento da eletrônica e a miniaturização de
componentes eletrônicos originaram uma nova indústria: a microeletrônica. Graças
a ela foi possível criar máquinas que multiplicaram as capacidades do cérebro
humano de maneira fantástica.
Para se ter uma ideia do que representou a miniaturização, convém
recordar alguns marcos da história da informática. O primeiro computador digno
desse nome, ou seja, o primeiro a utilizar o sistema binário, em
cálculos integrados, foi o Electronic Numeric Integrator and Computer
(Eniac), desenvolvido nos Estados Unidos, como arma de guerra, para fazer
cálculos de tabelas balísticas no fim da Segunda Guerra Mundial. Analisando suas
características, é difícil considerar que aquele foi o “avô” das máquinas
modernas, cada vez mais poderosas. O Eniac ocupava 96 m², ou seja, a área de um
apartamento médio de três quartos. Para funcionar, precisava de 17 mil válvulas
e exigia três ou quatro operadores.
Com o desenvolvimento da eletrônica, as coisas mudaram rapidamente,
a partir da invenção do transistor que substituía as válvulas com grande
vantagem. O segundo avanço veio com a invenção do circuito integrado, que
conseguiu reunir vantajosamente, numa pequena placa, diversos transistores,
resistências e outros componentes, com ligações entre eles.
A realidade virtual, que já existe como diversão, promete
façanhas incríveis, que poderão resultar em grandes progressos, por exemplo,
nos campos de Engenharia, Educação e Medicina.
E os computadores continuam evoluindo, no sentido de se
tornarem de uso mais simples, serem mais baratos, terem memórias mais possantes
e combinarem diferentes funções num único equipamento, que pode funcionar como
computador, telefone, vídeo telefone e fax.
Problemas à vista
A capacidade extraordinária de armazenamento de informações,
de manipulação de dados e de efetuação rápida de complicados cálculos explica o
interesse despertado pelos computadores e sua rápida difusão em inúmeras
atividades. Em trabalhos de escritório, por exemplo, um computador bem operado
pode substituir vários trabalhadores, efetuando registros, buscando informações,
realizando cálculos, transcrevendo dados, atualizando informações…
No comando de outras máquinas, os computadores podem realizar
atividades diversas, desde a exploração submarina às tarefas de linha de
produção ou à realização de atividades perigosas, como desativação de bombas.
Essa versatilidade e a capacidade de produção, aliadas às
economias que o computador proporciona, explicam a ampla difusão dessas
máquinas. Não é de estranhar que, cada vez mais, ocupem o lugar de
trabalhadores, nos mais diversos setores de atividades.
Eles têm suprimido postos de trabalho e vão continuar fazendo
isso, à medida que são automatizados os processos fabris, simplificadas e
agilizadas as tarefas de vários serviços. Estarão, também, tornando
ultrapassado inúmeros trabalhadores, desde operários não especializados até
altos administradores.
Por outro lado, é preciso reconhecer que os computadores
criam numerosos empregos nos vários campos de sua atuação, na produção e
manutenção de equipamentos, na criação de programas, na comercialização, na
operação de equipamentos.
Uma rede de informações
A presença do
computador no mundo atual torna-se ainda mais evidente através da Internet. A palavra
inglesa net significa rede. No mundo da informática, diz respeito à
interligação de computadores, para que um possa compartilhar dados com outro,
trocar informações, acessar equipamentos comuns, como banco de dados,
impressoras, etc. Esse tipo de ligação existe desde a década de 60.
Em 1969, uma agência do governo dos Estados Unidos interligou
os computadores de vários centros de pesquisa, que já funcionavam como redes locais.
Criou-se, assim, uma rede entre redes, que foi subdividida, mais tarde, em
segmentos: um voltado para o uso militar (Milnet) e outro para a pesquisa científica
(Arpanet). A interligação criada entre essas redes é que se chamou Internet, e
que seria mais tarde, ampliada para uma rede mundial, servindo às comunicações
de todos os tipos, não apenas às pesquisas científicas.
Hoje, a internet tornou-se uma super-rede, envolvendo países
de todos os continentes. Na internet, circulam informações sobre os mais
diversos assuntos, desde discussões filosóficas e religiosas até jogos, lazer,
carnaval, receitas culinárias, etc., etc., etc.
A utilização depende do interesse de cada um dos milhões de
usuários. Pode-se conversar sobre inúmeros temas, compartilhar jogos, visitar
museus, fazer roteiros turísticos, estudar, atualizar-se em conhecimentos
profissionais, e por aí afora.
Na interminável lista de possibilidades oferecidas pela Internet,
uma das mais importantes é a atuação em prol da cidadania. Associações, grupos
e pessoas estão cada vez mais fazendo da rede mundial um instrumento poderoso
de defesa da cidadania, comunicando-se com autoridades e órgãos governamentais,
trocando informações, relatando experiências, promovendo campanhas, denunciando
crimes., etc.
O poder da informação
A Guerra do Golfo usou maciçamente as novas tecnologias de
informação. Com computadores participaram de inúmeras operações de guerra,
desde o recrutamento de soldados até o lançamento de mísseis, passando pelo
planejamento de munições e de alimentos, o atendimento a feridos e outras
atividades estratégicas. Ao final, ficou bem claro que possui informação,
associada ao conhecimento científico e ao domínio de tecnologia, é ter poder.
Fonte: Gleuso Damasceno Duarte – Jornada Para o Nosso Tempo;
Editora Lê.