sexta-feira, 2 de setembro de 2022

Gimnospermas

Fanerógamas de óvulos nus, desprovidas de um perianto (cálice e corola) e de ovário por não haver enrolamento dos macrosporófilos durante o seu desenvolvimento. Apresentam as seguintes inovações evolutivas: formação de grãos de pólen, de óvulos formados sobre macrosporófilos ou estruturas análogas e produção de sementes

As flores (em conjuntos, por isto chamados estróbilos) são formadas apenas de microsporófilos (folhas modificadas que originarão esporos que ao germinarem originarão estruturas masculinas) ou estames reunidos em inflorescências ou estróbilos (:amentos) e de macrosporófilos (folhas modificadas que originarão esporos que ao germinarem originarão estruturas femininas) ou carpelos (:cones), também em geral agrupados entre si, mas nunca microsporófilos e macrosporófilos no mesmo estróbilo. Os esporângios femininos localizam-se nos CONES, frequentemente recobertos por escamas endurecidas (carpelos). As escamas encaixam-se perfeitamente umas nas outras e só se abrem depois da fecundação, para liberar a semente. Não esquecer que os cones são estróbilos com as flores femininas.

Os esporângios masculinos encontram-se nos órgãos chamados cones masculinos, amentos ou amentilhos, bastante semelhantes às pinhas, mas com escamas menos duras e menores (estames). 

Os estróbilos masculinos são estruturas muito mais frágeis, que se abrem para liberar os grãos de pólen. Ocorrida a fecundação originam-se pinhas que são conjuntos de sementes popularmente denominadas pinhões. Nas Coníferas, os gametas desnudos situam-se acima de escamas consideradas como as folhas modificadas da flor, formando cones. Os cones masculinos são amarelos, formados por numerosas escamas, com bolsas cheias de pólen, os cones femininos são verdosos formados por escamas nas quais existem óvulos descobertos. Em sua maturação os cones masculinos ou amentos liberam ao vento milhões de grãos de pólen, que transportados pelo vento caem nos cones femininos, fecundando aos óvulos. Fecundado, o cone feminino fecha-se formando a pinha, no interior da qual encontram-se os pinhões, produto dos óvulos fecundados. Ao final de um ano, aproximadamente, a pinha abre-se e deixa cair os pinhões que se dispersam ao vento até caírem num lugar propício para sua germinação. 

No pinheiro do Paraná (Araucaria angustifolia) os esporófilos masculinos e femininos encontram-se em indivíduos separados e os estróbilos são diferentes entre si. 

 a. Cone (estróbilo feminino) com óvulos 

b. Uma escama (macrosporófilos) com óvulos 

c. Amento produtor de pólen (estróbilo masculino) 

d. Ovocélula 

e. Corte através de um microsporângio 

f. Grão de pólen (:micrósporo) 

g. Zigoto 

h. Semente madura (:pinhão) na escama do cone 

i. Plântula (esporófito em início de desenvolvimento) 

j. Esporófito maduro.

Os micrósporos (:grãos de pólen) ainda dentro dos microsporângios iniciam a formação do gametófito masculino que é formado pela célula do tubo e a célula geradora. 

A parede do micrósporo desenvolve duas projeções em forma de asa que permitem que ele seja levado pelo vento. Quando ele desenvolve estas projeções passa a ser chamado propriamente de grão de pólen. Estas projeções aladas foram o fator decisivo para a conquista da terra pelas gimnospermas pois elas não dependem da água para se reproduzir como os criptógamos.

Os macrosporófilos possuem dois ou mais macrosporângios ou óvulos que dão origem às sementes. Os óvulos possuem um tegumento, uma abertura, uma câmara polínica que recebe os grãos de pólen, um ou mais arquegônios que repousam sobre um protalo ou endosperma primário. Este é haploide, pois se origina de um macrósporo do tecido do óvulo, sendo que os três restantes degeneram e são absorvidos. Então os grãos de pólen se espalham pelo vento e chegam ao óvulo por meio de tubos polínicos e então a oosfera é fecundada por um gameta masculino. 

Depois da fecundação, os zigotos dividiram-se por mitose dando o embrião, que é formado de radícula, caulículo, gêmula e cotilédones, transformando-se o protalo no endosperma secundário que é um parênquima de reserva, e o tegumento do óvulo no tegumento da semente. Em geral formam-se muitos embriões, mas só um se desenvolve. A semente ("pinhão") de gimnosperma é formada de:

1) Embrião: esporófito embrionário diploide; 

2) Endosperma: tecido nutritivo, que corresponde ao gametófito, haploide, no qual está imerso o embrião; 

3) Parede do megásporo e megasporângio: estruturas diploides que protegem o embrião e o endosperma; 

4) Casca: estrutura diploide formada pelo endurecimento do tegumento do óvulo.



Angiospermas


Angiospermas são vegetais cujos óvulos estão encerrados no interior do ovário e que, consequentemente tem suas sementes encerradas no interior dos frutos (angios=vasos e sperma=semente). O fruto contribui para a dispersão da semente, o que explica o sucesso do grupo das angiospermas. 

São plantas de portes variados, encontradas em praticamente todos os ambientes. Os principais representantes são terrestres embora existam espécies dulcícolas e marinhas (emersas ou submersas). São Cormófitos, ou seja, possuem órgãos vegetativos (Raiz, caule e folhas) bem definidos. São Vasculares ou Traqueófitas possuindo canais ou vasos condutores de água e nutrientes orgânicos ou inorgânicos (seivas). São Fanerógamos por possuírem flores e espermáfitos por produzirem sementes. São Embriófitos, ou seja, formam embriões. 0 ovário, após a fecundação, desenvolve-se num envoltório de proteção e dispersão: o fruto.

São plantas extremamente importantes, principais produtores dos ecossistemas terrestres, servindo para alimentação (cenoura, alface, mamão, feijão), aplicações industriais (jacarandá, algodão), ornamentação (orquídea) e fabricação de produtos farmacêuticos (camomila).

O processo reprodutivo das angiospermas é algo mais elaborado do que o das coníferas. A planta adulta representa a geração esporofítica. A flor contém pistilo e estames, que produzem os esporos que, germinando, originarão aos gametófitos masculinos e femininos. O esporo que originará ao gametófito masculino é produzido na antera, que fica na extremidade superior do estame. Este esporo desenvolve-se formando o grão de pólen. O pistilo é composto de três partes: o estigma (extremidade superior), estilo ou estilete e o ovário. No interior do ovário localizam-se os óvulos que abrigam a oosfera. 

A flor, portanto, é um conjunto de esporófilos, isto é, de folhas diferenciadas que elaboram esporos. É formada de:

Pedúnculo ou haste 

Perianto é formado pelos verticilos de proteção : o Cálice – formado de sépalas. a Corola – formada de pétalas. 

Androceu – formado por estames ou microsporófilos. 

Gineceu ou pistilo – formado por carpelos ou macrosporófilos. As sépalas em geral são verdes, apresentando a mesma estrutura das folhas. As pétalas apresentam cores variadas, de acordo com a natureza de seus pigmentos e comumente elaboram matérias açucaradas (o néctar), que atraem insetos e pássaros, indispensáveis a polinização. Lembrando que quando as pétalas não se diferenciam das sépalas as chamamos de tépalas e utilizamos para o conjunto de cálice e corola o nome de perigônio, calicíneo se for verde e corolíneo, se a cor única for diferente do verde.

As angiospermas podem ser divididas nestes dois grupos dependendo de quantos cotilédones suas sementes apresentam. Para um cotilédone, monocotiledônea. Para dois, dicotiledônea. Estes dois grupos se diferenciam por:

Monocotiledôneas 

Os principais exemplos são os cereais (trigo, milho, centeio, cevada, etc.), vegetais cujo fruto é um grão ou cariopse, panificável. Cada grão apresenta uma única semente aderida em toda a sua extensão a um pericarpo reduzido e, geralmente, transparente. Os grãos formam infrutescências, as espigas. 

- Um cotilédone na semente 

- Feixes vasculares espalhados pelo caule 

- Raiz fasciculada - Nervuras das folhas paralelas 

- Folhas invaginantes 

- Flores trímeras 

- Frutos com 3 lojas (ou múltiplos).

Dicotiledôneas

Os principais exemplos pertencem ao grupo das leguminosas (feijão, soja, amendoim, ervilha, etc.), plantas cujo fruto é um legume ou vagem. Este fruto é deiscente, abre-se naturalmente, deixando cair as várias sementes que apresenta no seu interior. 

- Dois cotilédones em cada semente 

- Feixes vasculares dispostos em torno de um cilindro central 

- Raiz pivotante ou axial 

- Nervuras das folhas reticuladas 

- Folhas pecioladas - Flores dímeras, tetrâmeras ou pentâmeras. 

- Frutos com 2 ou 5 lojas (ou múltiplos). 

Reprodução 

A reprodução da uma angiosperma obedece ao seguinte ciclo: nas anteras, parte do androceu, ocorre a microsporanogênese ou seja, formação de micrósporos e no ovário, parte do gineceu ocorre a macrosporanogênese, formação de macrospóros. Após a polinização que pode ocorrer pelo vento ou pelos animais o grão de pólen atinge o estigma da flor. Então o pólen germina e forma-se o tubo polínico que cresce e penetra no estilete em direção ao ovário. Por este tubo polínico o núcleo da célula vegetativa e os núcleos espermáticos ou anterozoides (originados da célula geradora presente dentro do grão de pólen) são transportados até o óvulo. Ocorre então a dupla fecundação que dará origem a um núcleo diploide e um triploide. O primeiro dará origem ao embrião e o segundo ao endosperma ou albúmen. 

Com o desenvolvimento do embrião os tecidos do óvulo desidratam e os envoltórios do óvulo tornam-se impermeáveis, a partir deste ponto a estrutura toda passa a ser chamada de semente. Dependendo de quando o embrião digere o endosperma as sementes podem ser divididas em: com ou sem albúmen. 

A principal característica das angiospermas é a presença de uma série de peças, não raro muito vistosas, que compõem a corola e o cálice (o chamado perianto) e circundam os órgãos reprodutores propriamente ditos. Além disso, os óvulos ou células femininas não se encontram a descoberto, tal como ocorre nas coníferas e demais gimnospermas, mas acham-se protegidos pelos chamados carpelos, folhas modificadas que se fecham sobre si mesmas para guardar as células incumbidas da reprodução. As angiospermas compreendem grande diversidade de árvores, arbustos e espécies herbáceas, rasteiras e aquáticas. Distribuem-se por todo o mundo e ocupam os habitats mais distintos, do Ártico aos trópicos, passando por matas, desertos, estepes, montanhas, ilhas, águas continentais e oceânicas. Sua importância econômica é fundamental, já que as angiospermas incluem a maioria das espécies arbóreas utilizadas pelo homem, todas as plantas hortícolas, as ervas produtoras de essências, especiarias e extratos medicinais, as flores, os cereais e uma grande quantidade de espécies das quais são obtidos numerosos produtos de interesse industrial.




Pteridófita

São os primeiros vegetais que apresentaram vasos de condução (traqueófitas). A palavra pteridófita origina-se do grego pteris, “dedo", phyton, "planta", e é utilizada para designar plantas com raiz, caule e folhas (cormófitos), vasculares, com xilema e floema, sem flores e sementes (criptógamos), que se reproduzem por alternância de gerações. Os primeiros representantes das pteridófitas se originaram já no Devoniano e foram as primeiras plantas a conquistarem o ambiente terrestre, no período Siluriano (há aproximadamente 420 milhões de anos). Há 300 milhões de anos, uma caminhada através de uma floresta, revelaria uma variedade grande de "árvores", que não eram coníferas ou as plantas com flores de hoje. Destacavam-se entre as árvores daquele tempo as Sphenophytas, identificadas por seus troncos retos com folhas arranjadas de modo regular. Algumas esfenófitas paleozóicas cresceram até trinta metros de altura. Hoje, as esfenófitas consistem em um único gênero, Equisetum, com as aproximadamente trinta espécies vivas conhecidas. O Equisetum é conhecido como cavalinha. Algumas destas plantas são consideradas hoje ervas daninhas e outras são tóxicas. Elas dominaram os ecossistemas da Terra até o final do período Carbonífero, durante o qual as maiores espécies formavam florestas imensas. 

As pteridófitas fossilizadas formaram o carvão mineral, até hoje utilizado como combustível e importante fonte de hidrocarbonetos. As pteridófitas (samambaias e plantas afins) constituem hoje um grupo de plantas relativamente importantes, estimando-se o total de espécies no mundo como sendo 9.000 (há quem estime 10.000 a 12.000 espécies), das quais cerca de 3.250 ocorrem nas Américas. Destas, cerca de 30% podem ser encontradas no território brasileiro. Possuem alternância de gerações obrigatória onde, ao contrário das Briófitas, a fase perene e mais desenvolvida é o esporófito, formado por raízes, caules e folhas; a fase gametofítica (protalo) é pequena e tem vida curta. A fecundação ocorre sempre com a participação da água. O protalo é uma estrutura, geralmente pequena, verde e em forma de lâmina vivendo acima do solo.

O protalo, alguns casos, pode ser saprófito e ser encontrado dentro do solo, sendo neste caso incolor. Não importando sua forma ele tem um período de vida curto não ultrapassando algumas semanas (em situações especiais caso não haja a fecundação o protalo pode viver durante anos).

As pteridófitas são encontradas nos mais variados ambientes desde ambientes desérticos até ambientes aquáticos, podendo ser, também, epífitas. Seu tamanho pode variar bastante podendo ser pequenas como a aquática Salvinia até espécies arborescentes como a samambaiaçu, Cyathea, com mais de 5m. Seus representantes atuais mais relevantes se encontram nas seguintes classes: Lycopsida (licopodium e selaginela), Equisetaceae (composta apenas pelo gênero Equisetum), e Filicatae ou Filicíneas (fetos arborescentes, salvinia, samambaias). Apresentam diferenciação em raiz, caule e folhas (cormófitos). Organização do corpo da planta em sistemas de revestimento, vascular e fundamental; presença de epiderme revestida por cutícula, tricomas, escamas e presença de estômatos. Têm tecidos condutores para o transporte de água e substâncias minerais e orgânicas, pelo que se denominam plantas vasculares. O corpo da planta é na sua maior parte constituído pela geração esporofítica (2n). 

A classe Filicinae é composta por aproximadamente 12000 espécies. Estes vegetais, conhecidos como samambaias, fetos e xaxim, podem apresentar várias formas e tamanhos, e são conhecidas pelo esporófito visível que utilizamos em decoração ou para fazermos vasos para o plantio de outros vegetais; o gametófito tem menos de um milímetro e não é conhecido pela população em geral.

As raízes se formam na porção inferior de um caule aéreo ou na superfície inferior do rizoma, caule subterrâneo paralelo ao solo; as folhas (megáfilos) compostas são chamadas de fronde (a) e apresentam pecíolo e limbo, que pode ser inteiro ou pinado, geralmente dividido em folíolos, em cujo dorso encontraremos os soros, que são conjuntos de esporângios. As frondes jovens são chamadas de báculos e expandem - se por desenrolamento; as folhas de samambaia são recurvadas nas pontas pois a parte de fora cresce mais rápido que a de dentro. Este aspecto é mais pronunciado nas folhas jovens, o que sugeriu o nome de báculo, por lembrar o cajado dos bispos.

Nos esporângios, por meiose espórica, formam-se os esporos (n). Os esporos caem diretamente no chão úmido, onde se desenvolvem. Algumas espécies de samambaias produzem esporos com formações aladas denominadas elatérios, que permitem a disseminação pelo vento. Estes, em condições normais, germinam e desenvolvem-se formando o protalo (n), que é a geração gametofítica. 

Os gametófitos (protalos), sempre haploides, podem ser monoicos ou dioicos. Aqui também o gameta masculino (anterozoide) precisa de uma gota de água para nadar até o gameta feminino.

O gametófito (n) ou protalo que é avascular, independente, clorofilado, fotossintetizante e sexuado (produz gametas por mitose). O protalo das samambaias tem cerca de 1cm, formato de coração e é monoico (hermafrodita), com anterídio e arquegônio na mesma planta. Nos anterídios formam-se os anterozoides, e em cada arquegônio forma-se uma oosfera. Quando maduros, os anterídios libertam os anterozoides. Após uma chuva ou garoa, eles nadam sobre a superfície umedecida do protalo até o arquegônio, onde um deles fecunda a oosfera. O zigoto se desenvolve no interior do arquegônio, originando uma pequena planta diploide, o esporófito, que dará origem a uma nova samambaia adulta. Está formará esporos haploides, repetindo o ciclo. 

Algumas espécies possuem importância médica ou econômica, além do uso decorativo e ornamental, e além da importância ecológica: 

 - Feto-Macho (Dryopteris filis-mas) 

- Família das Polipodiáceas. Seu rizoma contém substâncias usadas no combate a tênias e lombrigas. Erva-silvina (Polypodium vaccinnifolium). Muito comum nos troncos de mangueiras. Possui propriedades adstringentes, muito empregado no tratamento das hemoptises dos tuberculosos. Capilária (Adiantum capillus-veneris). Avenca nativa do Canadá e EUA. Suas folhas encerram uma substância com propriedades adstringentes, receitada contra falta de ar e tosse. Licopódio (Lycopodium clavatum) é uma erva cujos esporos constituem um pó amarelo que contém açúcar, uma cera e um óleo graxo, antigamente era usado como veículo na confecção de pílulas. 

 - Família Equissetáceas. Cavalinha, Rabo de cavalo, cauda de cavalo, erva carnuda ou equisseto (Equisetum arvense). Medicinal. Por conter grande quantidade de silício, é uma excelente mineralizante, sendo boa para problemas nos ossos, como osteoporose; é conhecida também como erva da terceira idade, pois além dos ossos, protege também quem tem problemas de próstata. Diurética e antiúrica, a cavalinha é usada popularmente para tratar de retenção e irritação das vias urinárias (rins e bexiga), anemias, hemorroidas, hemorragias nasais, inflamações de útero, fraturas e descalcificação de dentes e ossos, sob forma de infusão (2 a 3 xícaras/dia), auxilia no tratamento de hemorragias ( sob forma de vapor ou compressas). 

 - Outras podem destacar-se como "ervas-daninhas", como a Trapoeraba (Commelina benghalensis, Commelinaceae) - Planta originária da Ásia e disseminada na Índia, Austrália, África e Brasil. Cada vez mais frequente nas lavouras de soja do sul do Brasil.



Briófitas

Briófitas são vegetais, na maioria terrestres, apresentando características que as separam das algas e das plantas vasculares. Seus gametófitos são pluricelulares, com uma camada estéril (epiderme) que protege as células sexuais da dessecação, sendo esta uma adaptação à vida no ambiente terrestre. Com a briófitas (Bryophyta) – hepáticas, antóceros e musgos – vemos a importante passagem evolutiva da água para o ambiente terrestre. Nessa passagem surgiu a solução para uma variedade de problemas – o mais crucial dos quais foi como evitar a dessecação. Os gametas das briófitas são encerrados em estruturas protetoras multicelulares – um anterídio envolve os anterozoides (gametas masculinos) e um arquegônio envolve a oosfera (gameta feminino). Mas um vestígio de seus ancestrais aquáticos (algas) persiste, no sentido de que o anterozoide ainda precisa nadar num meio aquoso para alcançar a oosfera. O vegetal mais visível corresponde ao gametófito haploide (n), sendo que o esporófito diploide (2n) cresce sobre este e tem vida efêmera. São vegetais relativamente pequenos, com alguns representantes em águas doces. Crescem em uma variedade de substratos, naturais ou artificiais, sob diversas condições microclimáticas. Abrigam vasta comunidade biótica, como pequenos animais, algas, fungos, mixomicetos, cianobactérias e protozoários. Propiciam condições, em muitos ambientes, para o desenvolvimento de plantas vasculares devido à capacidade de reter umidade.

Características básicas: 

• Possuem clorofila a e b; 

• Possuem amido como polissacarídeo de reserva; 

• As células possuem parede (composta por celulose); 

• Presença de cutícula; 

• O esporófito parcial ou completamente dependente do gametófito; o gametófito dos musgos é fixado ao substrato pelos rizoides, estruturas análogas das raízes das plantas superiores. Os rizoides são conectados aos filoides (pequenas "folhas" dispostas em espiral) pelo cauloide, estrutura semelhante ao caule de uma planta vascular. Apesar de não possuírem tecido condutor, alguns musgos têm no interior do cauloide um canal semelhante a uma veia, que auxilia no transporte denutrientes. 

 • Esporófito não ramificado, com um único esporângio terminal; 

 • Gametângio e esporângios envolvidos por camada de células estéreis. 

• Rizoides, que apenas têm a função de aderência ao substrato, pois a absorção de água e sais minerais ocorre diretamente através das células aéreas. Este fato é explicado pela ausência de verdadeiros vasos condutores de água e açúcares nos musgos;

• Cauloide que consiste numa epiderme, parênquima e uma zona central com células alongadas, mas sem espessamentos, com função de ajudar no transporte de água e nutrientes. A falta de células espessadas no cauloide é outro dos motivos porque os musgos não atingem grandes tamanhos; 

 • Filoides fotossintéticos, com apenas uma célula de espessura, com exceção da “nervura” central – costa - que é um pouco mais espessa. Os primeiros filoides que se formam são sobrepostos, mas os seguintes formam uma espiral, em torno do cauloide. Nas partes aéreas, os musgos podem apresentar estomas. 

 As briófitas são características de ambientes terrestres úmidos, embora algumas apresentem adaptações que permitem a ocupação dos mais variados tipos de ambientes, resistindo tanto à imersão, em ambientes totalmente aquáticos, como a desidratação quando atuam como sucessores primários na colonização, por exemplo de rochas nuas ou mesmo ao congelamento em regiões polares. Apresentam-se, entretanto, sempre dependentes da água, ao menos para o deslocamento do anterozóide flagelado até a oosfera. Esta Divisão não possui representante marinho.

Morfologia: 

As briófitas apresentam alternância de gerações entre gametófito ramificado, fotossintetizante e independente e esporófito não ramificado e ao menos parcialmente dependente do gametófito. A partir da meiose ocorrida em estruturas especiais do esporófito surgem os esporos que ao germinarem originam os gametófitos. Os esporos podem originar diretamente a planta que produzirá as estruturas reprodutivas, normalmente eretas ou originar primeiro uma fase filamentosa, com filamento unisseriado, ramificado, com paredes transversais oblíquas ao eixo longitudinal (protonema), que dará origem a parte ereta. Os gametófitos podem ser divididos em rizoides, filoides e cauloides. Os mais simples não apresentam diferenciação entre filoides e cauloide e geralmente são prostrados, sendo denominados talosos, enquanto aqueles onde se distinguem essas estruturas, normalmente eretas, são denominados folhosos. No ápice dos gametófitos surgem estruturas de reprodução características, denominados arquegônios, onde se diferencia o gameta feminino (oosfera) e anterídios, onde se diferenciam os gametas masculinos (anterozoides). Nas briófitas o zigoto germina sobre a planta mãe e o esporófito resultante permanece ligado a ela durante toda a sua vida, apresentando dependência parcial ou total. Os Esporófitos nunca são ramificados e apresenta diferentes graus de complexidade segundo o grupo a que pertencem, podendo ser divididos em pé, seta e cápsula. O pé apresenta-se imerso no tecido do gametófito e é responsável pela absorção de substâncias. Sustentado pela seta encontra-se o esporângio terminal, denominado cápsula, apresentando um envoltório de tecido externo com função de proteção, sendo os esporos diferenciados por meiose a partir de camadas internas (tecido esporógeno). Em certos casos, quando a cápsula apresenta deiscência transversal, observa-se um opérculo que se destaca para permitir a passagem dos esporos. A cápsula pode estar parcial ou totalmente coberta pela caliptra que é formada por restos do tecido do arquegônio transportados durante o desenvolvimento do esporófito, e fornece uma proteção adicional. O esporófito, embora sempre dependente do gametófito pode, em certas classes de Bryophyta (Anthocerotae e Musci), realizar fotossíntese, ao menos durante o início do seu desenvolvimento. O pé apresenta-se imerso no tecido do gametófito e é responsável pela absorção de substâncias. 

Ciclo de vida de um musgo: 

No gametófito masculino há gametângios masculinos haploides chamados anterídios onde são produzidos, por mitose, os anterozoides (gametas haploides). No gametófito feminino há gametângios femininos haploides chamados arquegônios onde são produzidos, por mitose, as oosferas (gametas haploides). - Os anterozoides nadam até à oosfera que fica no interior do arquegônio (os anterozoides deixam o gametófito masculino e são transferidos ao feminino pela água da chuva ou orvalho). - Da fecundação, isto é, união entre um anterozoide (n) e uma oosfera (n), surge um zigoto (2n) - O zigoto (2n) evolui para um embrião (2n) que se desenvolve e origina o esporófito (2n). - O esporófito é constituído por um pé (2n) ou base ou haustório; uma haste (2n) ou seta e uma cápsula ou esporângio (2n) recoberto por uma tampa chamada opérculo. Sobre a cápsula há uma caliptra (n) que fazia parte do arquegônio(n). - No interior da cápsula há células-mãe-de-esporos que, por meiose (R!), originam esporos (n) os quais serão posteriormente libertados para o ambiente (a caliptra e o opérculo caem permitindo que os esporos saiam da cápsula). - Cada esporo que germina forma um protonema, o qual emite ramificações no solo; surgem rizoides e outras ramificações que formam novos gametófitos de mesmo sexo e constituição genética . Assim, um determinado esporo forma um protonema que produz apenas gametófitos masculinos e outro esporo forma um protonema que origina somente gametófitos femininos. Com isso, o ciclo de vida dos musgos se fecha.

Reprodução: 

As briófitas podem apresentar três tipos de reprodução: 

1. Gamética: em condições adequadas de umidade, os anterozoides pequenos e biflagelados são liberados pelo rompimento da parede do anterídio, enquanto as células do canal do arquegônio rompem-se, liberando um fluido que direciona os anterozoides até a oosfera, havendo então a fecundação; 

2. Espórica: a liberação dos esporos ocorre através de movimentos higroscópicos dos dentes do peristômio. Esses movimentos são devidos a variação da umidade do ar; 

3. Vegetativa: é subdividida em 4 formas de reprodução: 

Fragmentação: desenvolvimento de fragmentos do talo em outro indivíduo. 

Gemas (ou propágulos): estruturas especialmente diferenciadas, com forma definida, que darão origem a um novo indivíduo. As gemas são produzidas dentro de estruturas em forma de taça denominadas conceptáculos. 

• Aposporia: desenvolvimento do esporófito em gametófito sem que ocorra meiose. Normalmente ocorre a partir de um fragmento da seta cuja regeneração origina um gametófito. Pode resultar na formação de organismos poliploides. 

• Apogamia: desenvolvimento do gametófito em esporófito  sem que haja fecundação. Pode ocorrer não apenas a partir de gametas, mas também de felídeos ou do próprio protonema.

Classificação: 

Na Antiguidade, o termo "muscus" era utilizado por estudiosos gregos e romanos englobando, além das briófitas propriamente ditas, os liquens e algumas algas, plantas vasculares e mesmo invertebrados. Embora na Renascença alguns autores tenham estudado gêneros de interesse médico, Dillenius (1741) em sua obra "Historia Muscarum" foi o primeiro autor a estudar esses organismos de forma mais compreensiva. No entanto, o trabalho interpreta erroneamente a cápsula (esporângio) como antera e os esporos como grãos de pólen. Em função disso, Linnaeus (1753) em "Species Plantarum" classifica as briófitas como próximas a angiospermas. A interpretação correta das estruturas encontradas nesses vegetais, não apenas referentes ao esporófito, mas também ao ciclo de vida, a função de anterídios e arquegônios foi dada por Hedwig (1801), permitindo o estabelecimento de bases mais corretas para sua classificação. Atualmente briófitas são separadas pela maioria dos autores em 3 classes, Hepaticae, Anthocerotae e Musci (Schofield, 1985). Outros autores tratam essas 3 classes como Divisões. 

Classe Hepaticae: é composta por aproximadamente 10.000 espécies distribuídas em 3.000 gêneros. "Hepaticae" significa “semelhante a um fígado", nome escolhido por causa da forma de fígado do gametófito de certas espécies. 

Classe Anthocerotae: anthos (do grego, significa flor); constituída por apenas quatro gêneros e 300 espécies. O gametófito dos antóceros é taloso, pequeno (normalmente 1 a 2 centímetros de comprimento). O esporófito dos antóceros é duradouro e cresce constantemente durante a vida da planta, ocorrência exclusiva a esta classe de plantas. Isto ocorre devido a um grupo de células próximas a base que nunca param de se multiplicar. Nenhum outro tipo de planta possui esta característica.

•Classe Musci: muscus (do latim, significa musgo); é constituída por cerca de 700 gêneros e 14.000 espécies. A classe Musci (musgos) é a maior classe de briófitas. Metade das espécies de musgos são monoicas, ou seja, possuem ambas as estruturas sexuais na mesma planta. As da outra metade são dioicas (um tipo de estrutura em cada planta). Como as outras plantas realizam fotossíntese, produzindo matéria orgânica e oxigênio. Muitas briófitas apresentam importância ecológica pois pelo entrelaçamento dos rizoides retém a terra, ajudando a evitar o desbarrancamento de encostas. Existem espécies de musgos que formam as turfeiras; solos misturados às turfas tendem a ser mais úmidos, pois os musgos de turfa têm grande capacidade de absorver água do meio. Em determinados locais, a turfa seca é utilizada como combustível. As briófitas produzem várias substâncias biologicamente ativas, inclusive podendo ser usadas como fontes de antibióticos. Servem, portanto, para controlar a erosão do solo, conter inundações, indicar a presença de poluentes e de depósitos minerais. Têm sido utilizadas como indicadores de poluição atmosférica e aquática e da qualidade do solo em florestas. Podem ser usadas com fins medicinais, em decorações, como aditivo do solo e meio de cultura para orquídeas, como embalagem. Um outro emprego é na alimentação para mamíferos, pássaros e peixes.



quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Os animais

 

Os seres vivos apresentam uma diversidade muito grande; a cada ano, novas espécies vêm sendo descritas. Fica compreensível a necessidade de um sistema de classificação para a organização da diversidade das espécies. A Sistemática é a disciplina da Biologia Comparada que se ocupa de reconstruir relações de parentesco entre os seres vivos. A Taxonomia é a parte da Sistemática que se ocupa das regras e dos princípios a serem usados para a classificação. A classificação dos seres vivos, hoje mais aceita, deve considerar o grau de parentesco evolutivo entre os mesmos.

Nomenclatura - Grupos de classificação

Reinos – conjunto de filos

Filos – são grupos que reúnem classes semelhantes

Classes – são grupos que reúnem ordens semelhantes Ordens – são grupos que reúnem famílias semelhantes

Famílias – são grupos que reúnem gêneros semelhantes

Gêneros – são grupos que reúnem espécies semelhantes

- Regras de nomenclatura –

O nome do gênero e da espécie deve ser escrito em latim e destacado do texto; - Cada organismo deve ser reconhecido por uma designação binominal, onde o primeiro termo indica o seu gênero a que ele pertence. Ex: Canis familiaris (cão); Musca doméstica (Mosca); - O nome relativo ao gênero deve ser escrito com inicial maiúscula. Ex.: Homo sapiens (Homem); - O segundo nome da espécie precisa ser escrito em letra minúscula.

Os seres vivos são classificados nos Reinos:

Monera: bactéria e cianobactéria

Protista: protozoário

Fungi: fungos

Plantae (Metaphyta): plantas

Animalia (Metazoa): animais

Quais são as semelhanças e as diferenças entre os animais?

O Reino Animalia compreende as seguintes categorias taxonômicas:

   Filo – Classe – Ordem – Família – Gênero - Espécie

Observe, abaixo, a classificação do gato:

 

 

REINO

Animalia


FILO

Chordata

 

SUBFILO

Vertebrata

 

CLASSE

Mamalia

 

ORDEM

Carnívoro

 

FAMÍLIA

Felidae

 


GÊNERO

Felis

 


ESPÉCIE

Felis catus

 

 

As tabelas seguintes apresentam os grandes filos (com mais de 4 a 5 mil espécies), suas características gerais e alguns dos seus representantes mais conhecidos. Elas têm apenas o objetivo de dar uma visão geral do Reino Animal.

Filo de Invertebrados

Poríferos: pluricelulares, mas não apresentam tecidos verdadeiros. Parede externa do animal apresenta poros para a entrada da água. São considerados parazoas : animais fora do padrão normal , sem órgãos , boca ou anus . Não possuem tecidos verdadeiros , as células formam um aglomerado trabalhando de forma integrada .  Ex.: Esponjas( animal séssil , que tem o corpo coberto de poros ) .

Celenterados: São os primeiros animais com cavidade digestiva. Podem ser pólipos ou medusas. Apresentam células urticantes, os cnidoblastos. Representantes: Hydrozoa: hidras e caravelas; Scyphozoa: águas-vivas; Anthozoa: corais e anêmonas do mar.

Platelmintos: apresentam o corpo achatado dorso-ventralmente. Não apresentam sistema respiratório nem circulatório. Nesse filo aparece um sistema digestivo incompleto que não apresenta ânus. Ex.: solitárias, planárias.

Asquelmintos: Vermes cilíndricos, tubo digestivo completo, presença de boca e ânus. Nesse filo aprece pela primeira vez um sistema digestivo completo. Não possuem sangue, sistema circulatório, nem sistema respiratório.

Anelídeos: Os anelídeos possuem uma divisão do corpo em anéis. Eles respiram pela pele e por isso possuem a pele úmida. Dentre os filos já estudados é o primeiro a apresentar sistema circulatório. Eles apresentam também sistemas digestivo, nervoso, reprodutor e excretor.

Moluscos:  recebem esse nome por apresentarem corpo mole, protegido por uma concha simples ou de duas peças: polvo (sem concha), lula (concha interna) e ostra (concha externa). Possuem corpo, que pode ser dividido em cabeça, massa visceral e pé. A alimentação pode ser por filtração em algumas espécies.

Artrópodos: Apresentam patas articuladas e esqueleto externo. Os artrópodes atuais vivem no fundo dos mares como camarão e lagosta, ou fixos, como as cracas. Há muitas espécies de água doce, especialmente os crustáceos e alguns insetos, mas o maior número delas é terrestres, bem adaptadas aos campos, desertos e matas tropicais. Classes dos Artrópodos: Crustáceos (camarões), Inseto (borboleta, barata), Aracnídeos (aranha, escorpião), Diplópodes (piolho-de-cobra) e Quilópodes (lacraia).

Equinodermos: são animais que apresentam o corpo coberto de espinhos. Os equinodermos não apresentam o sistema circulatório e o nervoso é pouco desenvolvido. O sistema digestivo é completo. São dioicos com desenvolvimento indireto. Possuem um sistema ambulacrário que permite desempenhar movimentação e transporte de substância. Ex.: Estrela-do-mar, serpente-do-mar, lírio-do-mar. São exclusivamente marinhos. 

Cordata

O Cordata é o filo animal com que todos estão intimamente familiarizados, desde que inclui seres humanos e outros vertebrados. Entretanto, nem todos os cordados são vertebrados. 

Neste reino estão incluídos todos os vertebrados e ainda um grupo mais primitivo : Os protocordados. Os cordados são animais triblásticos, segmentados , deuterostômios e de simetria bilateral . Protocordados : Animais cuja notocorda é persistente, assim não possuem coluna vertebral Ex. : anfioxo

Características Básicas:

Filo dos Cordados: fendas faríngeas, tubo nervoso dorsal e notocorda.

Protocordados: são os cordados primitivos, exclusivamente marinhos.

Subfilos Vertebrados: neste grupo, a notocorda é substituída pela coluna vertebral.

Cordados Vertebrados

Os cordados vertebrados são dotados de coluna vertebral que sustenta o corpo e protege os órgãos internos. Os vertebrados, que incluem, entre outros, peixes, répteis, anfíbios, aves e mamíferos, compartilham de uma coluna vertebral, ou de uma corrente de elementos ósseos (vértebras) ao longo da superfície dorsal, da cabeça à cauda, que dão forma à linha central esqueletal principal do corpo. Durante o desenvolvimento embrionário a coluna vertebral substitui a notocorda como o "reforçador principal" do corpo na locomoção. Portanto não podemos utilizar a palavra cordados como sinônimo de Vertebrados. Vertebrados são uma subdivisão do filo dos Cordados. Estão divididos em dois grandes grupos: Agnatha (sem mandíbula) e Gnathostomata (com mandíbula). Esses dois grupos são divididos em classes. 

Ciclostomados: Ausência de crânio, vértebra e mandíbulas. Ex.: lampreia. Assemelham-se muito aos peixes; presença de boca circular

Peixes: animais aquáticos; apresentam o corpo coberto de escamas e nadadeiras para locomoção. Podem ser cartilaginosos e ósseos.

Anfíbios: Animais que dependem da água para fecundação e desenvolvimento larval (metamorfose). Na fase larval a respiração é branquial e na fase adulta, a respiração é pulmonar e cutânea.

Répteis: São os primeiros animais adaptados à vida terrestre. Apresentam a pele seca, sem glândulas, coberta por escamas. EX: lagarto, jacarés, jabutis, camaleões.

Aves: Animais com o corpo coberto de penas. Todas as espécies são ovíparas e homeotermos. EX: pássaros, galinha e emas.

Mamíferos: 

Apresentam glândulas mamárias, pelos e são homeotermos. 

Monotremados: Ornitorrinco 

Marsupiais: Canguru, gambá Placentários: roedores, primatas

Animais homeotermos apresentam a temperatura corpórea constante. EX: Aves e Mamíferos

Animais pecilotermos ou heterotermos apresentam a temperatura corpórea variável conforme a temperatura ambiente. Ex: peixes, anfíbios, répteis e invertebrados.

O estudo da digestão, da respiração, da circulação, etc... dos filos, dos animais será desenvolvida nas próximas aulas com mais detalhes. No quadro seguinte, podemos observar como os animais podem ser agrupados de acordo com o desenvolvimento embrionário.


Diblásticos são animais que apresentam dois folhetos embrionários: a ectoderme, (externo) e a endoderme, (interno).

Triblásticos são animais que apresentam três folhetos embrionários: endoderme, mesoderme e ectoderme.

Folhetos embrionários são os primeiros tecidos formados durante o desenvolvimento embrionário, e, por diferenciação, irão originar todos os tecidos do animal adulto.

Celomados são os animais que apresentam a cavidade geral do corpo delimitada pela mesoderme.

Pseudocelomado apresentam a cavidade geral do corpo revestida parcialmente pelo celoma

Acelomados não apresentam celoma.

Protostômios são os animais cujo blastóporo forma diretamente a boca.

Deuterostômios são os animais cujo blastóporo forma primeiramente o ânus e posteriormente a boca.

Blastóporo: poro que surge no desenvolvimento embrionário.




 

 

Os vegetais

 

O reino Plantae (ou Metaphyta) está representado por uma enorme diversidade de espécies, como algas, musgos, samambaias, pinheiros, mangueiras. São classificadas de acordo com a presença ou a ausência de determinadas estruturas, como vasos condutores, sementes, flores e frutos. Abaixo, os principais grupos vegetais com as principais características.

1 - Criptógamas

Briófitas e Pteridófitas são classificadas como criptógamas, isto é, plantas que não possuem flores e produzem os órgãos reprodutores microscópicos.

1.1- Briófitas

As briófitas são os musgos e as hepáticas de porte pequeno; vivem em locais úmidos. Apresentam rizoide, cauloide e filoide, estruturas que não possuem sistema vascular como nos outros vegetais e são semelhantes a caules, folhas e raízes. A água e os sais minerais são passados célula a célula por difusão. Não produzem flores, frutos e sementes. São plantas avasculares: não possuem vasos condutores de seiva (xilema e floema). Essas plantas vivem em lugares úmidos devido à falta de vasos condutores e de uma efetiva proteção contra perda d`água. A reprodução dos musgos pode ser sexuada apresentando dois tipos de plantas: o gametófito que vive mais tempo e produz gametas e o esporófito que dura pouco e produz esporos, apresentando, portanto, alternância de gerações. Na reprodução assexuada parte do corpo do vegetal pode dar origem a uma nova planta.

1.2 - Pteridófitas

As Pteridófitas são representadas pelas espécies de avencas e samambaias; são os primeiros vegetais vasculares; possuem os vasos condutores de seiva (xilema e floema). Não produzem flores, frutos e sementes. Apresentam caules, folhas e raízes verdadeiras, que apresentam vascularização. Os vasos condutores além de distribuírem a seiva pela planta permitem maior sustentação, comparando com as briófitas. Sua reprodução pode ser sexuada ou assexuada. Na reprodução sexuada ocorre algo semelhante as briófitas, a alternância de gerações. A reprodução assexuada fica caracterizada quando as plantas se separam formando outras. Por dependerem da água para sua reprodução sexuada, como acontece nas briófitas, essas plantas vivem em lugares úmidos.

2 – Fanerógamas

Angiospermas e Gimnospermas são classificadas como fanerógamas, isto é, plantas que possuem flores, ou espermatófitos, plantas que produzem sementes.

Essas plantas apresentam uma independência da água para reprodução e possuem embrião protegido por uma semente. Essas características favoreceram o desenvolvimento dessas plantas no ambiente terrestre. Recebem o nome de fanerógamas por terem suas estruturas reprodutivas aparentes.

2.1 - Gimnospermas

As gimnospermas são reconhecidas por apresentarem sementes “nuas”, desprovidas de fruto para a sua proteção.

Possuem raízes, caule, folhas e são as primeiras plantas que produzem flores (pinhas) e sementes (pinhões), mas sem frutos. São vasculares, de grande porte, como, por exemplo, pinheiros, araucárias, ciprestes e sequoias.

2.2 - Angiospermas

Plantas que apresentam flores e frutos que protegem as sementes.

Possuem raízes, caule, folhas, flores, sementes e é o único grupo que produz o fruto. São vasculares; apresentam grande porte e uma grande diversidade de espécies.

2.3 – Funções dos órgãos vegetativos das angiospermas

Tronco: Sustentação e transporte de substâncias pelos vasos condutores.

Folhas: Realizam a fotossíntese, são responsáveis pelas trocas gasosas e participam da transpiração.

Raízes: Têm como função principal a absorção de água e sais minerais, mas também acumulam reservas nutritivas.



Filo Chordata

 

Cordados são definidos como organismos animais eumetazoários, com simetria bilateral, triploblásticos,celomados e deuterostômios, que possuem uma estrutura chamada notocorda, ao menos durante alguma parte de seu desenvolvimento. A notocorda é um eixo dorsal de sustentação que se estende ao longo do comprimento do corpo quando é desenvolvida inteiramente; dorsal em relação ao intestino, mas ventral em relação ao sistema nervoso central, enrijece o corpo e age para a sustentação durante a locomoção. A notocorda é uma estrutura semelhante a um de células contendo uma matriz gelatinosa envolvida por tecido conjuntivo fibroso, presente pelo menos durante parte do ciclo de vida. A notocorda é a primeira estrutura de sustentação do corpo de um cordado, formando-se no embrião acima do intestino primitivo. Esta estrutura é flexível, mas rígida, sendo sobre ela que os músculos locomotores atuam. Nos vertebrados acaba por ser substituída pela coluna vertebral.

O Chordata é o filo animal com que todos estão intimamente familiarizados, desde que inclui seres humanos e outros vertebrados. Entretanto, nem todos os cordados são vertebrados. Todos os cordados têm, além da notocorda, as seguintes características em algum ponto em sua vida (no exemplo dos seres humanos e de muitos outros vertebrados, estas características podem somente estar presentes somente no embrião): Fendas branquiais na faringe: uma série das aberturas que conectam o interior da "garganta" à parte externa da "garganta". Estas são, frequentemente, mas não sempre, ligadas às brânquias. Cordão nervoso dorsal: um pacote de fibras que conecta a cabeça à cauda. Conecta o cérebro com os músculos laterais e outros órgãos.

Cauda post-anal: uma extensão do corpo após a abertura anal. Os vertebrados, que incluem, entre outros, peixes, répteis, anfíbios, aves e mamíferos, compartilham de uma coluna vertebral, ou de uma corrente de elementos ósseos (vértebras) ao longo da superfície dorsal, da cabeça à cauda, que dão forma à linha central esqueletal principal do corpo. Durante o desenvolvimento embrionário a coluna vertebral substitui a notocorda como o "reforçador principal" do corpo na locomoção. Portanto não podemos utilizar a palavra cordados como sinônimo de Vertebrados.

Vertebrados são uma subdivisão do filo dos Cordados

Cefalocordados

O cefalocordado mais conhecido é o Branchiostoma ou "Anfioxo". É pequeno, os anfioxos adultos variam em tamanho de 4 a 8 cm, encontrado em águas marinhas pouco profundas e quentes. Apresenta uma notocorda que se estende ao longo do corpo e serve como eixo de sustentação durante toda a sua vida. Possui um tubo nervoso dorsal oco e uma cauda posterior ao ânus. O anfioxo é um invertebrado marinho que apresenta os caracteres básicos dos cordados, sendo semelhantes as larvas de lampréias (Petromyzontoidea). Os anfioxos não são ancestrais dos vertebrados, mas provavelmente os organismos vivos mais relacionados a eles e, como tal, fornecem evidências acerca da forma e organização funcional dos primeiros vertebrados. Os cefalocordados são delgados, lateralmente comprimidos e semelhantes a enguias em aparência e comportamento. O corpo é agudo em ambas as extremidades, anterior e posterior, e é a partir dessa característica que se cunhou o nome comum, anfioxo, que significa "pontas opostas". Em vida, a maioria dos órgãos e tecidos internos pode ser observada através da pele rosada e transparente. O corpo pode ser dividido em uma cabeça pouco desenvolvida, um tronco e uma cauda. A cabeça termina em um focinho cego e curto ou rostro, que ajuda o animal a empurrar a areia para o lado enquanto escava. Imediatamente posterior ao rostro, a cabeça porta uma boca ventral circundada por um véu de projeções sensoriais digitiformes, os cirros orais. O nome genérico comum, Branchiostoma (que significa "boca com brânquias"), foi dado com referência aos cirros orais, que se acreditava erroneamente serem brânquias.

O sistema nervoso do anfioxo consiste de um cordão longitudinal dorsal oco e de nervos sensoriais (e alguns motores) segmentares, que deixam o cordão dorsalmente e inervam várias estruturas, especialmente o rostro, os cirros orais, a vela e a cauda. O cordão estende-se da base do rostro até quase a ponta da cauda.

Urocordados

Os urocordados adultos (conhecidos como tunicados) assemelham-se pouco a outros cordados. A maioría tem a forma de um barril e se fixam por uma de suas extremidades ao substrato. A larva (semelhante ao Branchiostoma), em forma de girino, apresenta as características dos cordados, com a notocorda na cauda (:ura), um cordão nervoso dorsal e tem vida livre durante curto tempo. Os tunicados abrangem três classes: os Ascidiacea, os Thaliacea e os Larvacea. Os ascidiáceos contêm a maioria das espécies e a maioria dos tunicados comuns. As outras duas classes encontram-se adaptadas a uma existência planctônica (flutuante).

Vertebrados

Constitui o grupo mais conhecido e maior entre os Cordados. Animais com simetría bilateral, corpo segmentado, celoma desenvolvido e com três folhetos germinativos. A maioria apresenta uma coluna vertebral ou espinha dorsal com função estrutural, ainda que as formas mais primitivas não apresentem vértebras. A coluna vertebral é geralmente óssea e desenvolve-se ao redor da notocorda, substituindo-a complementarmente. O cérebro está encerrado e protegido por um crânio, com 10 a 12 pares de nervos craniais. O tegumento está formado por uma epiderme externa, estratificada, derivada da ectoderma e uma derme formada por tecido conjuntivo e derivada da mesoderma. Modificações da pele: escamas, penas, cornos e pelos. Muitos músculos relacionados com o esqueleto para o movimento. Os movimentos são resultantes da ação de músculos unidos ao endosqueleto. Sistema digestivo completo, ventral à coluna vertebral, com um fígado e pâncreas. Sistema circulatório fechado, com um coração ventral composto por duas a quatro câmaras. Sangue com os glóbulos vermelhos, que contém a hemoglobina, e glóbulos brancos. Sistema excretor composto por um par de rins.

Geralmente sua sistemática (classificação) é dividida em 7 classes:

Classe Agnatha (peixes sem mandíbula)

Classe Chondrichthyes (peixes cartilaginosos)

Classe Osteichthyes (peixes ósseos)

Classe Amphibia (sapos, salamandra e cobra-cega)

Classe Reptilia (cobras, lagartos, crocodilos e tartarugas)

Classe Aves (todos os tipos de aves)

Classe Mammalia (todos os tipos de mamíferos)

Superclasse Agnatha: Os Ciclostomados.

Na superclasse Agnatha temos três grupos: os Ostracodermi, Myxinis e Cephalaspsidomorphi. Os Ostracodermi são fósseis de Agnatha e já estavam extintos quando surgiram os agnatos atuais, ou seja, não os originaram. Apresentavam como principal característica a ausência de mandíbulas e maxilas e a ausência de nadadeiras pares. Na classe Myxinis encontramos as feiticeiras. Na classe Cephalaspsidomorphi encontramos as lampréias. As duas últimas classes podem ser reunidas em uma única classe: Cyclostomata.

Os Agnatha são vertebrados sem mandíbulas e a classe atual dos Cyclostomata (cyclos= redondo e stomatos= boca) tem dois representantes típicos: a lampréia e a feiticeira. As nadadeiras pares estão ausentes na maioria das espécies, as abas peitorais estavam presentes em algumas formas extintas. As espécies primitivas tinham a pele revestida por fortes escamas ósseas, que foram perdidas nas atuais. As partes mais internas do esqueleto são cartilaginosas nas formas atuais e parece que nas espécies extintas elas também não eram ossificadas.

As características

• São destituídos de mandíbulas e de vértebras típicas.

• A caixa craniana e as vértebras são cartilaginosas. Constituem-se nos mais primitivos vertebrados vivos, pois a notocorda persiste durante toda a vida como esqueleto axial, que nada mais é um cordão delgado gelatinoso envolvido por tecido conjuntivo rijo. Os outros elementos do esqueleto são cartilaginosos.

• Vivem em água doce ou salgada. Algumas espécies são migratórias, vivendo no mar e reproduzindo-se em rios e lagos.

• Têm corpo alongado e cilíndrico, sem escamas. A pele é rica em glândulas produtoras de muco. • A boca, dotada de dentes córneos, é circular, adaptada à sucção e situada na região ventral e anterior do corpo. A boca é fechada ou aberta pelo movimento para trás e para a frente da língua, a qual também apresenta os pequenos dentes córneos da ventosa, sendo usada para ferir a presa, principalmente nos indivíduos parasitas. A faringe é utilizada na alimentação, por filtração, das larvas e foi utilizada, com a mesma finalidade, nos adultos das espécies que estão atualmente extintas. Apresentam uma válvula espiral no intestino chamada tiflossole (também presente nos tubarões, que são peixes cartilaginosos). Não existe estômago ou vesícula biliar associada ao fígado.

• Apresentam respiração branquial, possuindo de 6 a 14 pares de brânquias;

• A temperatura do corpo é variável; são ectotérmicos;

• Possuem 10 pares de nervos cranianos;

• Um olho pineal mediano e fotossensível está presente;

• As espécies atuais, como a maioria das extintas, apresentam uma narina única e mediana, localizada à frente do olho;

• Ocorrem nas águas frias, tanto no hemisfério norte como no sul. Os representantes mais conhecidos são as lampreias e. as feiticeiras são peixes exclusivamente marinhos;

• As lampréias são dióicas, com fecundação externa e desenvolvimento indireto;

• As feiticeiras são monóicas, com fecundação externa e desenvolvimento direto;

• São animais parasitas.

- As lampréias são ectoparasitos e as feiticeiras são endoparasitos;

Classe Chondrichthyes: os peixes cartilaginosos.

Um esqueleto cartilaginoso, mandíbulas bastante desenvolvidas, nadadeiras pares e ímpares; as nadadeiras dorsal, ventral e caudal são ímpares, enquanto as laterais, peitorais e pélvicas são pares. Narinas pares. Não possuem uma bexiga natatória característica dos Ostheichthyes. O esqueleto dos tubarões e das raias é cartilaginoso. Uma caixa craniana protege o encéfalo, e o esqueleto visceral compreende as mandíbulas e os arcos branquiais que protegem as brânquias. A cauda é heterocerca (com lobos assimétricos, pois a coluna vertebral penetra no lobo dorsal maior). Nas raias e afins a cauda é longa e fina, podendo terminar num espinho farpado com glândulas de peçonha, como forma de defesa. O sistema nervoso é constituído por um encéfalo distinto e órgãos sensoriais muito desenvolvidos, que lhes permitem localizar presas mesmo quando muito distantes ou enterradas no lodo do fundo. Estes órgãos incluem:

• Narinas localizadas ventralmente na extremidade arredondada da cabeça, capazes de detectar moléculas dissolvidas na água em concentrações mínimas; as narinas não comunicam com a cavidade bucal, mas com a faringe.

• Ouvidos com três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores).

• Olhos laterais e sem pálpebras, cuja retina geralmente apenas contém bastonetes (fornecendo uma visão a preto-e-branco, mas bem adaptada à baixa luminosidade).

• Linha lateral, um fino sulco ao longo dos flancos contendo muitas pequenas aberturas, contém células nervosas sensíveis à pressão (algo como um sentido do tacto à distância).

• Ampolas de Lorenzini, localizadas na zona ventral da cabeça, são outros canais sensitivos ligados a pequenas ampolas que contém eletrorreceptores capazes de detectar as correntes elétricas dos músculos de outros organismos.

• No sistema digestivo a boca é ventral com fileiras de dentes revestidos de esmalte (desenvolvidos a partir de escamas placóides).

• Os dentes estão implantados na carne e não na mandíbula, sendo substituídos continuamente a partir da parte traseira da boca, à medida que são perdidos. A forma dos dentes revela os hábitos alimentares dos animais, dentes pontiagudos e serrilhados nos tubarões, que os usam para agarrar e cortar, e pequenos e em forma de ladrilho nas raias, que os usam para partir as carapaças e conchas dos moluscos e crustáceos de que se alimentam no fundo.

• O intestino apresenta válvula em espiral (para aumentar a área de absorção) e fígado, grande e muito rico em óleo o que confere grande flutuabilidade, chegando por vezes a compor 20% do peso do corpo. No entanto, em algumas espécies tal não é suficiente, pois se pararem de nadar, afundam. O ânus abre para a cloaca.

• Sistema respiratório é constituído por brânquias; de 5 a 7 pares de sacos branquiais, cada um com uma abertura individual em forma de fenda. As trocas gasosas se processam nas brânquias. Os sacos branquiais podem contrair-se para expelir a água.

• Geralmente existe um par de espiráculos atrás dos olhos, em ligação á faringe, que, nas espécies bentônicas permitem a entrada de água sem detritos para as brânquias.

• O aparelho circulatório é constituído por um coração, abaixo das brânquias, por artérias e veias. No coração, com 2 câmaras (aurícula e ventrículo), só passa sangue venoso (circulação simples e completa), não havendo, portanto, mistura de sangue venoso com arterial na cavidade cardíaca.

• A excreção é realizada por intermédio de rins situados na parte posterior do corpo, abaixo da aorta dorsal. Os excretas são eliminados por uma paila urogenital.

• Não existe bexiga natatória. Peixes cartilaginosos apresentam escamas placóides, diferenciadas das observadas em peixes ósseos. Estas escamas são idênticas aos dentes em sua estrutura, sendo formadas por uma placa óssea posicionada na derme, apresentando uma porção distal projetada através da epiderme. As escamas placóides apresentam uma polpa vascularizada e um ou mais espinhos externamente, recobertos de dentina e dirigidos para a porção posterior do peixe. Assim como os dentes, as escamas também podem apresentar perda e substituição.

Classe Osteichthyes: os peixes ósseos

São craniados com maxilas e a maioria apresenta nadadeiras pares e ímpares e tem endoesqueleto e esqueleto dérmico ósseos. O esqueleto ósseo é formado por ossos verdadeiros, embora algumas espécies possam apresentar "ossos" cartilaginosos (esturjão, por exemplo), com numerosas vértebras distintas, embora seja freqüente a persistência de notocorda nos espaços intervertebrais. Da coluna vertebral partem as costelas e a cintura peitoral. Possuem nadadeiras pares e ímpares, geralmente com raios ósseos ou cartilaginosos. A nadadeira caudal tem, normalmente, dois lobos simétricos, sendo classificada como homocerca. As barbatanas (nadadeiras) ímpares são duas dorsais e uma anal, bem como a caudal. A forma da barbatana caudal altera a forma de deslocamento do animal: barbatanas arredondadas aumentam a capacidade de manobra, mas geralmente a velocidade é baixa, enquanto barbatanas bifurcadas ou em forma de foice permitem grandes velocidades. A barbatana dorsal tem suporte esquelético e varia grandemente de forma, de acordo com os hábitos do animal. As barbatanas pares são as peitorais, logo atrás do opérculo, e as pélvicas. São várias as funções das barbatanas: a da cauda impulsiona o peixe; anal e a dorsal funcionam como leme; as peitorais e ventrais atuam como estabilizadores.

As escamas são mesodérmicas (ciclóides, ctenóides ou ganóides). Pele recobre todo o corpo e contém inúmeras glândulas mucosas, cuja secreção facilita o deslizar através da água e protege contra infecções.

Algumas espécies não apresentem escamas ou estas podem ser revestidas de esmalte. As escamas são finas, arredondadas e implantadas em fileiras longitudinais e diagonais.

A boca dos Osteichthyes é terminal e frontal e possuem, de cada lado da cabeça, uma só fenda branquial externa, situada atrás do opérculo, placa óssea móvel de acordo com o teor de CO2 na circulação, que a reveste. Têm maxilas, geralmente com muitos dentes.

• Possuem um encéfalo e órgãos dos sentidos desenvolvidos, nomeadamente:

Os Olhos são grandes, laterais e sem pálpebras, provavelmente apenas capazes de focar com precisão objetos próximos mas que percebem movimentos distantes, incluindo os acima da superfície da água;

Os Ouvidos apresentam três canais semicirculares dispostos perpendicularmente uns aos outros (funcionando como um órgão de equilíbrio, portanto, tal como em todos os vertebrados superiores);

As Narinas estão localizadas na parte dorsal do focinho e comunicam-se com uma cavidade coberta de células sensíveis a moléculas dissolvidas na água;

A Linha lateral está localizada longitudinalmente ao longo do flanco do animal, é composta por uma fileira de pequenos poros, em comunicação com um canal abaixo das escamas.

A maioria das espécies possui um órgão com função hidrostática, a bexiga natatória, que permite modificar a capacidade de flutuação e adaptar-se à profundidade em que se encontra.

Reprodução com sexos separados, dióicos, gônadas geralmente pares, grande maioria ovíparos com fecundação externa. Os ovos são pequenos e sem anexos embrionários, mas com quantidade de vitelo muito variável. O desenvolvimento é indireto com larvas denominados alevinos.

Classe Amphibia

São vertebrados gnatostomados (com mandíbulas), tetrápodos, com uma fase larval aquática (por exemplo, os girinos) - com respiração branquial - e uma fase adulta terrestre, mas dependentes da água para a reprodução e a respiração.

Pele úmida e glandular: o revestimento corporal é fino e sem escamas (Anura e Urodela), o que tornaria estes animais pequenos demasiado expostos a predadores. Por esse motivo, numerosas glândulas secretoras de substâncias tóxicas ou alucinógenas tornam-se um fator seletivo importante, e os sobreviventes à seleção natural as apresentam em numerosas espécies. Apresentam a pele úmida e com pouca queratina (proteína impermeabilizante), e por isso necessitam viver em locais úmidos. A pele dos anfíbios é rica em glândulas mucosas, que a mantém sempre úmida e permeável. Ela não possui pêlos, penas ou escamas epidermais (escamas dermais na maioria dos Gymnophiona).

Esqueleto: predominantemente ossificado, crânio com dois côndilos occipitais, costelas (quando presentes) não ligadas ao esterno.

Sistema digestivo: um par de orifícios (narinas) em comunicação com a cavidade bucal, fechadas por válvulas que impedem a entrada de água e por onde se realiza a percepção química. A boca geralmente apresenta dentes finos e língua protrátil, cuja base frontal é fixa.

Órgãos dos sentidos: os olhos estão protegidos por pálpebras móveis e glândulas lacrimais (protegendo o olho num meio seco e cheio de partículas estranhas como é o terrestre). Possuem bastonetes verdes (células visuais especiais, na retina, com função desconhecida). Os ouvidos se adaptaram a captar sons no ambiente terrestre - com o surgimento do ouvido médio com columela ou estribo, tímpano e membrana timpânica - desenvolvidos a partir de ossos mandibulares dos peixes. Graças ao tímpano externo (sapos e rãs), ampliam os fracos sons transmitidos pelo ar.

Sistema circulatório: coração com três câmaras (duas aurículas e um ventrículo), glóbulos vermelhos ovais e nucleados; a circulação é fechada, dupla e incompleta.

Sistema respiratório: brânquias (pelo menos em algum estágio da vida), pulmões, pele, mucosa bucal - separadamente ou em combinação, dependendo da etapa da vida do animal. Surgimento dos pulmões (porém simples e insuficientes para as necessidades respiratórias). A respiração cutânea também é fundamental para esses animais. Algumas espécies de salamandras não apresentam pulmões, dependendo totalmente da pele e da cavidade bucal para a absorção de oxigênio.

Sistema excretor: rins mesonéfricos; a principal substância nitrogenada excretada é a uréia. Regulação da temperatura: ectotérmicos.

Reprodução: o ciclo de vida dos anfíbios apresenta geralmente três fases: ovo, larva e adulto, ocorrendo uma metamorfose radical na passagem de larva aquática a adulto. Existem, portanto, apenas 3 ordens viventes, com cerca de 4.680 espécies atuais; no conjunto, igualam os mamíferos em número de espécies.

Ordem Gymnophiona (Apoda):

Caracterizam-se por não possuírem patas e cauda. O corpo é vermiforme, e todos têm hábitos subterrâneos ou aquáticos, com distribuição tropical e meridional. Existem 165 espécies. Como exemplos temos as cecilias e as cobras-cegas.

Ordem Anura:

 Vulgarmente chamados sapos, rãs e pererecas. Caracterizam-se pela presença de dois pares de patas adaptados a locomoção por saltos e ausência de caudas nos adultos; possuem o corpo dotado para saltar com as patas posteriores muito alongadas.

Ordem Caudata (Urodelos) ou Lacertiforme:

Algumas espécies vivem o tempo todo na água, respirando por brânquias. Caracterizam-se por possuírem dois pares de patas na fase adulta, com cauda bem desenvolvida.

Classe Reptilia.

Esta classe inclui quatro ordens: as tartarugas, cágados e jabotis (Ordem Chelonia), lagartos, cobras, serpentes e anfisbenas, também chamadas de cobras-de-duas-cabeças (Ordem Squamata), crocodilos, jacarés e gaviais (Ordem Crocodilia) e a tuatara da Nova Zelândia (Ordem Rhynchocephalia).

• Pele seca e cornificada: o corpo do réptil é coberto por uma pele não mucosa (com poucas glândulas superficiais pois a pele perde a função de órgão respiratório que apresentava nos anfíbios), geralmente com escamas epidérmicas (em filas transversais e longitudinais) ou escudos córneos, o que os torna capazes de viver em meios secos. A pele é composta por duas camadas principais: epiderme e derme. As escamas são produzidas pela epiderme e são compostas por queratina; a queratina, presente também em mamíferos e aves, impermeabiliza a epiderme, a protege contra o atrito e serve como barreira à penetração de microorganismos. Ao contrário das escamas dos peixes, não podem ser removidas individualmente e devem ser substituídas regularmente, pela muda, permitindo o crescimento e eliminando o desgaste. As cobras substituem a pele toda de uma vez só, como se retirassem uma meia, mas os restantes grupos de répteis soltam-na em pedaços.

Esqueleto: esqueleto é totalmente ósseo, crânio com um côndilo occipital, limitado ventralmente por um palato, que separa as passagens respiratórias e digestivas. Formado por elementos ósseos, fornece uma sustentação adequada à vida em meio terrestre, ao contrário do dos anfíbios. Com exceção dos crocodilianos, os répteis têm as patas para os lados e não por baixo do corpo, o que os obriga a deslocarem-se rastejando. Em muitos répteis o crescimento ósseo não termina com a maturidade sexual, o que permite a muitos exemplares atingirem tamanho gigantesco. Órgãos dos sentidos: os répteis apresentam órgãos dos sentidos muito mais desenvolvidos que os anfíbios, e alguns apresentam sentidos únicos no reino animal. Os olhos são grandes e apresentam geralmente (lagartos, crocodilos e tartarugas) pálpebras superior, inferior e membrana nictitante, exceto nas cobras onde são cobertos por uma cutícula transparente que é mudada junto com a pele. Muitas vezes apenas têm percepção do movimento, como em algumas cobras ou lagartos escavadores, mas geralmente a visão é muito apurada.

Sistema digestivo: a boca é marginada por dentes tipicamente cónicos e implantados em alvéolos

• Sistema circulatório: o coração está incompletamente dividido em 4 câmaras (duas aurículas e um ventrículo parcialmente dividido), exceto crocodilianos onde o septo ventricular é completo. Este fato permite uma maior separação do sangue arterial e venoso. Glóbulos vermelhos biconvexos e nucleados.

• Sistema respiratório: a respiração é exclusivamente pulmonar, nunca existem brânquias. Cordas vocais na laringe. Em algumas tartarugas aquáticas pode ocorrer respiração faríngea ou cloacal. • Sistema excretor: os rins são metanéfricos, o que reduz grandemente a perda de água pela urina, fundamental em meio seco.

• Controle da temperatura: os répteis não geram calor interno, pelo que têm que controlar cuidadosamente a sua temperatura. Não são capazes de controlar a temperatura de seu corpo por processos internos, portanto precisam de adaptações comportamentais para manter sua temperatura em níveis adequados à atividade (são animais de sangue frio ou pecilotérmicos).

• Reprodução: fecundação interna, geralmente com órgãos copuladores (pênis nos crocodilianos ou hemipênis nos lagartos e cobras, permitindo a transferência direta do esperma para o interior do corpo da fêmea).

Classe Aves.

Triploblásticos, de simetria bilateral, celomados, deuterostômios, cordados, vertebrados, craniados, amniotas, alantoidianos, bípedes, homeotérmicos e possuem penas. São os únicos vertebrados que apresentam penas que revestem e isolam o corpo, o que facilita regular a temperatura e auxilia no voo. São tetrápodas, com o par anterior transformado em asas; o posterior adaptado para empoleirar, andar ou nadar. A capacidade de voar permite às aves ocupar alguns habitats impossíveis para outros animais.

Sistema tegumentar: a pele é seca, sem glândulas, com exceção da glândula uropigiana que existe em algumas espécies. Apenas algumas aves possuem, na região caudal, glândulas uropigiais que produzem uma secreção oleosa, usada na lubrificação e impermeabilização das penas e do bico. A sua secreção permite que as penas repilam a água, e considera-se também de grande importância para a formação da vitamina D, a partir da ação dos raios solares sobre o ergosterol por ela segregado.

Sistema de sustentação: para que consigam voar facilmente as aves têm que ser leves. O seu corpo é aerodinâmico oferecendo pouca resistência ao ar favorecendo o voo. Têm músculos fortes. A maioria dos ossos são ocos ou esponjosos e acumulam ar (ossos pneumáticos) fazendo com que as aves sejam leves.

Sistema digestivo: é do tipo completo. As aves possuem bico e língua córneos; não há dentes. As aves granívoras (que se alimentam de grãos) apresentam moela e papo, que são pouco desenvolvidos ou mesmo ausentes nas aves carnívoras e frugívoras (aqueles que se alimentam de carnes e frutas). No papo o alimento é amolecido. Daí o alimento vai para o proventrículo (estômago químico), passando a seguir para a moela (estômago mecânico), que é muito musculosa e substitui a falta de dentes nas aves. Após a trituração, o alimento dirige-se para o intestino delgado, onde ocorre a absorção dos produtos úteis, sendo o restante eliminado através da cloaca. A cloaca é uma bolsa onde são lançadas as fezes, a urina e os gametas, portanto constitui o final de vários aparelhos e sistemas. Como glândulas anexas ao sistema digestivo, existe no fígado e o pâncreas.

Sistema excretor: os rins são metanefros, com dois uréteres que desembocam na cloaca, pois não possuem bexiga urinária e a sua excreção é rica em ácido úrico (ureotélicos).

Sistema respiratório: A respiração é pulmonar. Os pulmões são do tipo parenquimatoso, com vários canais de arejamento, ligados a cinco pares de sacos aéreos, ligados às cavidades dos ossos pneumáticos. Dentro dos pulmões, os condutos aéreos não terminam em vesículas pulmonares, continuando por um sistema capilar contínuo.

Sistema circulatório: a circulação é fechada, dupla e completa; o sangue venoso não se mistura com o sangue arterial. As hemácias são nucleadas e ovais. O coração tem 4 cavidades, que são conhecidos como os dois átrios ou aurículas e os dois ventrículos. O arco aórtico, em contraste com o dos mamíferos, é o voltado para o lado direito. Sistema nervoso: o cérebro das aves é mais desenvolvidos que o dos répteis; apresentam sistema nervoso central e periférico com doze pares de nervos cranianos. O encéfalo apresenta cerebelo bem desenvolvido, pois necessitam de muito equilíbrio para o voo.

Reprodução: são animais dióicos, ovíparos, com casca calcária. A reprodução é sexuada, com fecundação interna. A união dos gametas ocorre no oviduto, antes da formação da clara e casca do ovo.

Classe Mammalia

Os mamíferos formam o grupo mais importante dos vertebrados e ocupam o lugar mais elevado da escala de evolução zoológica. A classe dos mamíferos é também a mais conhecida pois inclui o homem e possui 4600 espécies diferentes. Normalmente, os mamíferos utilizam quatro membros para se deslocarem, têm o corpo coberto de pêlos, que mudam periodicamente, uma epiderme queratinizada que protege contra o atrito, impermeabiliza e é uma barreira contra microorganismos, e a temperatura corporal é constante (homeotermos). Por ser o grupo mais complexo, onde o homem está presente, a característica que marca este grupo é a presença de glândulas mamárias para a alimentação de seus filhotes, possuindo outras glândulas tais como: sebáceas (produção de gordura para lubrificar), sudoríparas (produzem suor para manter a temperatura do corpo constante), odoríferas (produzem cheiro para afugentar os inimigos). Todos os mamíferos, sem exceção, possuem pêlos (as baleias, que não tem pêlos quando adultas, nascem com eles; as escamas do pangolim são pêlos modificados, etc.). O esqueleto se caracteriza por ter a coluna vertebral dividida em várias partes diferenciadas: região caudal, que pode terminar numa cauda, regiões lombar, dorsal e cervical. O nariz pode ser proeminente. No nariz está alojado o sentido do olfato que se encontra muito desenvolvido em algumas espécies de mamíferos. Possuem quatro extremidades, tipicamente terminadas em cinco dedos providos de unhas córneas, garras ou cascos (ainda que, em alguns casos, as extremidades podem estar mais ou menos atrofiadas como observamos em Cetáceos, baleias e golfinhos, ou em Sirenídeos). Frequentemente o número de dedos é menor que cinco. Apresentam adaptações para andar, correr, trepar, voar, nadar ou escavar. Os membros, muito modificados nos cetáceos (os braços se tornam nadadeiras), se localizam quase sempre, nos mamíferos terrestres, na face ventral do corpo. Isto permite ao animal andar ou correr. Os membros podem ser terminados em quatro pés (quadrúpedes), dois pés e duas mãos (no homem) ou quatro mãos (nos macacos). Nos ungulados (búfalos), as unhas ficam em contato com o chão e se transformam em cascos. Em geral podemos dizer que temos nos mamíferos terrestres três formas de extremidades para caminhar:

Seu aparelho respiratório é formado pelos seguintes órgãos: vias aéreas, as narinas, a faringe, a laringe, a traqueia, os brônquios e por último os pulmões. Por isso apresentam respiração pulmonar. Os pulmões apoiam-se no músculo diafragma que auxilia nos movimentos respiratórios (inspiração, que é a entrada de ar, com a cavidade toráxica ampliada, e expiração, com a contração da cavidade toráxica, que é a saída do ar rico em gás carbônico). O diafragma separa o tórax do abdome. O aparelho circulatório faz o sangue circular pelo corpo com ajuda dos vasos sanguíneos e do coração.  O coração é igual ao das aves e crocodilianos, formados por duas aurículas e dois ventrículos, onde do lado direito circula o sangue venenoso e do lado esquerdo o sangue arterial. transformação e o aproveitamento dos alimentos, os mamíferos apresentam aparelho digestivo formado por: boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso e ânus. Na boca têm os dentes, diferentes segundo sua utilização, apresentam dentes incisivos para cortar, caninos para desgarrar e pré-molares e molares para triturar. Não há cloaca, como nas aves, nos placentários. O tubo digestivo é muito variado segundo se trate de carnívoro e omnívoros que o podem apresentar mais curto e simples que o dos herbívoros . O aparelho excretor tem por finalidade a eliminação dos resíduos líquidos do organismo. Esse aparelho é formado por dois rins (que produzem a urina), dois bacinetes, dois ureteres, uma bexiga que irá armazenar temporariamente a urina, que em seguida será eliminada pela uretra. O principal resíduo nitrogenado é a ureia. Nos Répteis, Aves e Mamíferos os rins são chamados Metanefros, que são rins com muitos glomérulos situados na parte posterior do corpo.

Os mamíferos dispõem de cinco órgãos dos sentidos: tato, olfato, paladar, audição e visão. Eles são utilizados para caçar, perceber a presença do inimigo, procurar alimentos, encontrar a fêmea para o acasalamento, proteção, etc. Alguns órgãos dos sentidos são mais apurados em certos animais do que em outros. Olfato bem desenvolvido - no cão, no leão, no elefante, etc., boa visão tem o lince, ótima audição tem o morcego, olfato o gato, tem através de suas vibrissas. O sistema nervoso é bem desenvolvido, com cérebro e cerebelo grandes e aperfeiçoados. Eles possuem o maior cérebro entre os vertebrados, sendo particularmente bem desenvolvida a camada superficial, o córtex, responsável pela inteligência e memória. Isto dá aos mamíferos uma capacidade maior de aprendizagem que a dos outros vertebrados. Tal capacidade se reflete em variados e complexos padrões de comportamento, como a corte, a defesa de território, a vida em sociedade e a procura de alimento. Graças a eles, fica garantida a sobrevivência. Os hemisférios cerebrais, que são planos nos mamíferos inferiores, cresceram tanto nos superiores que apresentam pregas para entrar no crânio. (chamam-se circunvoluções).

O aparelho reprodutor dos mamíferos é formado das seguintes partes: o feminino é constituído por dois ovários que produzem óvulos, dois ovidutos, um útero, corpo do útero, vagina e abertura urogenital com a presença do clitóris. O reprodutor masculino é assim formado: dentro do escroto estão os testículos que produzem espermatozoides que serão armazenados nos epidídimos, duto deferente, canal inguinal, as glândulas próstata e Cowper fornecem secreção para que o espermatozoide possa nadar e sair pela uretra no meio do órgão copulador, que é o pênis.

A reprodução sempre é precedida de acasalamento verdadeiro. Os mamíferos são vivíparos (os filhotes se desenvolvem dentro do organismo da mãe), exceção feita aos Monotremados. Os monotremados, como o ornitorrinco e o equidna, são ovíparos. Nos marsupiais (canguru, koala), que possuem uma placenta vestigial e o desenvolvimento embrionário subdividido, inicialmente no útero e depois no marsúpio, dobra da epiderme do abdome onde se alojam as glândulas mamárias, a fêmea dá à luz um filhote embrionário que termina seu desenvolvimento na bolsa ventral materna; nestes mamíferos com placenta rudimentar, a bolsa marsupial substitui a placenta.

Taxonomia ou Sistemática:

Os mamíferos são agrupados de acordo com suas semelhanças e separados conforme suas diferenças. Com base nesses procedimentos, os cientistas procuraram dividir os mamíferos em subclasses e várias ordens, entre as quais se destacam:

Subclasse Prototheria, ordem dos Monotremados. Um único orifício para os sistemas digestivo, reprodutor e excretor, a cloaca. Sobrevivem hoje 2 famílias e 3 espécies; são os mamíferos mais primitivos que existem, pois botam ovos, apresentam bico e patas semelhantes aos patos e os membros anteriores transformados em nadadeiras. O ornitorrinco e equidna.

Subclasse Theria: inclui os demais mamíferos.

Subclasse Theria, infraclasse Metatheria, ordem dos Marsupiais: são mamíferos que apresentam no ventre (em sua barriga) uma bolsa chamada marsúpio, onde estão as glândulas mamárias.


 

Geografia da Paraíba

    Localização e Área Territorial  da Paraíba     A população paraibana chegou a 4.059.905 em 2021, segundo nova estimativa divulgada pelo ...