quarta-feira, 31 de julho de 2024

Setor secundário: atividade industrial

A atividade industrial

A indústria é a atividade econômica que integra o setor secundário. É uma das mais importantes atividades humanas, na qual se utilizam diversos tipos de matérias-primas, exigindo a circulação de grande volume de produtos entre diferentes lugares.
Para começar que a produção de mercadorias envolve o cultivo de matérias-primas (que também podem ser criadas ou extraídas), a transformação delas em produtos e a circulação dos produtos até chegar ao consumo final. Dependendo da mercadoria, as embalagens ou o próprio produto podem entrar, posteriormente, no processo de reciclagem. Tudo isso envolve relações entre diferentes locais. A matéria-prima, por exemplo, pode ter sido extraída a centenas de quilômetros de distância do lugar de produção da mercadoria, e esta pode ser comercializada a milhares de quilômetros de onde foi fabricada. A todo esse processo damos o nome de cadeia produtiva.

A atividade industrial caracteriza-se pela produção de bens em grandes quantidades, por isso é chamada de produção em larga escala. Até meados do século XVIII, a produção era artesanal ou manufaturada, ou seja, era feita em pequena escala e com máquinas e ferramentas manuais .

Na Inglaterra, a partir de meados do século XVIII, com a invenção da máquina movida a vapor, associada a outros fatores, começou a ocorrer uma profunda modificação na forma de produção dos bens, levando a um aumento da capacidade produtiva. Essa transformação ficou conhecida como Revolução Industrial. Desde então, a atividade industrial foi se tornando cada vez mais complexa e diversificada

Atualmente, podemos classificar a atividade industrial da seguinte maneira:

1. Indústria extrativa:

- mineral
- vegetal
- animal

2. Indústria de transformação:
  • de bens de produção;
  • de bens de consumo:
- duráveis
- não duráveis

Indústrias extrativas mineral, vegetal e animal 

O extrativismo é a atividade econômica em que se realiza a retirada de recursos minerais, animais e vegetais da natureza. Se esses recursos são utilizados em atividades que os transformam em outros produtos, eles são considerados matérias-primas.
A extração desses recursos pode ser realizada manualmente em pequena escala ou com o emprego de técnicas, máquinas e outros equipamentos modernos (para a extração de minérios e madeira, por exemplo). No segundo caso, essa atividade passa a ser considerada uma atividade industrial denominada indústria extrativa. Esses equipamentos e técnicas permitem a exploração de grandes quantidades de recursos da natureza.

Indústria extrativa mineral

Entre as matérias-primas resultantes do extrativismo utilizadas pela indústria, destacam-se os minerais, como o ferro, o cobre, a bauxita (minério de alumínio), o petróleo e o carvão mineral.
A atividade extrativa mineral é um processo que, dependendo da maneira como é praticado, pode provocar grandes danos ao ambiente. Muitas jazidas são abertas em áreas de floresta, o que leva à devastação da paisagem vegetal, comprometendo a sobrevivência de espécies animais e vegetais. Além disso, produtos químicos utilizados na extração podem contaminar os rios e o solo, afetando a fauna, a flora e o próprio ser humano.

Indústrias extrativas vegetal e animal

A atividade agrícola e a de criação de várias espécies de animais fornecem vários tipos de matérias-primas para diversas indústrias, especialmente a de alimentos.
No entanto, parte das matérias-primas de origem vegetal e animal também é obtida por meio da extração diretamente da natureza. É o caso, por exemplo, da extração de madeira para a indústria da construção civil e de móveis, e da pesca, para a produção de alimentos.

Indústrias de transformação

A indústria de transformação diferencia-se da extrativa porque sua atividade consiste em modificar a matéria-prima, transformando-a em produtos prontos para a utilização ou em outras matérias-primas.
Indústrias de bens de produção Chamadas também de indústrias de base ou indústrias pesadas, sua atividade consiste em produzir bens que servirão para a produção de outros bens, como matérias-primas, máquinas e equipamentos industriais.
É o caso das indústrias siderúrgicas, que fabricam ferro e aço, e das metalúrgicas, que fabricam, por exemplo, o alumínio.
Esses produtos serão usados como matéria-prima em outras produções. As indústrias mecânicas, por exemplo, podem transformá-los em máquinas e equipamentos que serão utilizados ainda em outras indústrias.

Indústrias de bens de consumo

As indústrias de bens de consumo fabricam bens ou produtos que vão ser consumidos diretamente pela população. Observe a figura 31, na página ao lado.
Esse tipo de indústria divide-se em:
indústrias de bens não duráveis: fabricam produtos de consumo pouco duradouros. Entre essas indústrias estão as de alimentos (figura 29), roupas e calçados;
indústrias de bens duráveis: produzem bens ou produtos de maior duração, tais como automóveis, móveis, aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos.

A industrialização e a organização do espaço geográfico

O crescimento da atividade industrial provoca muitas modificações no espaço geográfico. Quando um país passa a apresentar crescimento da atividade industrial com a instalação de variados tipos de indústria e o aumento da produção de mercadorias, dizemos que há um processo de industrialização.
O processo de industrialização não é caracterizado apenas pelo crescimento da atividade industrial. Ele também estimula maior variedade de atividades ligadas à produção industrial, como comércio, bancos, transportes, comunicações e administração pública, possibilitando a criação de um número maior de empregos.
Paralelamente à industrialização, ocorre a ampliação da rede de transportes, que interliga o território e permite que a matéria-prima e as mercadorias circulem por vários lugares com rapidez.
Outro fator relacionado à instalação de indústrias é o crescimento das cidades, em razão da chegada de grande número de trabalhadores do campo e de outras cidades em busca de empregos e melhores condições de vida. É comum a busca de emprego nas indústrias por pessoas vindas do campo, muitas vezes por terem perdido seus postos de trabalho em decorrência da introdução de máquinas agrícolas,
que substituíram a mão de obra desses trabalhadores nas plantações. Com a industrialização, passa a ocorrer também maior integração entre os espaços urbano e rural, além do aumento da população nas cidades e a diminuição da população rural.
No Brasil, entre os anos de 1940 e 1970, o crescimento da atividade industrial ocorreu de forma intensa, assim como o desenvolvimento de muitas outras atividades no espaço urbano. Isso ampliou a oferta de empregos nas cidades que se industrializavam.
Esse fato, entre outros, contribuiu para que os salários pagos aos trabalhadores fossem geralmente baixos, já que a disponibilidade de pessoas interessadas nas vagas de emprego era alta.
Atualmente, esse quadro mudou e as indústrias e outras atividades ligadas ao comércio e aos serviços já não necessitam de um número muito grande de funcionários, pois estão utilizando sistemas de informatização e máquinas, o que aumenta o desemprego, o subemprego e a informalidade.
A industrialização pode também ocasionar problemas ambientais. Muitas vezes os resíduos industriais são lançados nos rios e nos mares e a fumaça expelida pelas fábricas polui o ar.
Todos esses fatores resultaram na configuração do espaço geográfico das cidades que conhecemos atualmente.

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