Até os anos 1960, a maior parte das roupas usadas na União Soviética era fabricada pelo Estado. Geralmente, os homens vestiam camisas e ternos largos e as mulheres, vestidos simples. Mas, com a abertura gradual, a moda ocidental passou a influenciar o consumo e o vestuário soviético. Na década de 1980, as roupas se diversificaram e peças de marcas estadunidenses começaram a ser contrabandeadas e comercializadas a preços elevadíssimos. Era o caso das calças jeans. Mas por que elas eram tão desejadas? As calças jeans que conhecemos hoje, fabricadas com bolsos e rebites resistentes (aquelas peças de metal nas costuras), foram patenteadas nos Estados Unidos em 1873.
Até os anos 1950, elas eram usadas predominantemente por trabalhadores das áreas rurais do país. Por serem resistentes, duráveis e confortáveis, essas peças eram consideradas adequadas para a realização de trabalhos pesados. Contudo, em 1960, as calças jeans deixaram de ser usadas exclusivamente por trabalhadores rurais. Grandes astros de Hollywood, como Marlon Brando e Elvis Presley, as utilizavam como símbolo de rebeldia. Rapidamente, elas passaram a integrar o guarda-roupa dos jovens ligados aos movimentos de contracultura, popularizando-se ao longo dos anos. Em 2012, os pesquisadores Daniel Miller e Sophie Woodward publicaram um livro sobre as calças jeans.
De acordo com eles, atualmente, sua produção, sua comercialização e seu consumo abrangem o mundo todo. Para Miller, o verdadeiro poder de um objeto pode ser percebido quando o utilizamos sem pensar sobre ele. Ou seja, quando não percebemos o modo como ele restringe ou viabiliza nossas ações e nossa compreensão sobre nós mesmos e o mundo.
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