quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

Guerra no Afeganistão


Em outubro de 1999, o Conselho de Segurança da ONU exortou o Talibã a entregar Osama bin Laden, líder da organização terrorista al-Qaeda ("A base"), apontado pelo governo americano como mentor dos atentados contra as embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e na Tanzânia em 1998. Após ser expulso do Sudão, em 1996, bin Laden passou a viver no Afeganistão.
Os atentados de 11 de setembro, que destruíram o WTC (Centro Mundial de Comércio), em Nova York, e parte do Pentágono, em Washington, criaram uma nova situação internacional.
Após os atentados, o presidente George Bush adotou medidas ofensivas ao terrorismo e o alvo central era o Afeganistão, os EUA contaram com a participação da Grã-Bretanha, de inimigos do passado como a Rússia e o Paquistão.
Logo após os atentados, os Estados Unidos obtiveram informações de que os terroristas estavam ligados a Osama bin Laden. O Afeganistão, que o abriga bem como à sua organização, al-Qaeda, recusou-se a entregá-lo à justiça norte-americana. Em conseqüência disto, os Estados Unidos classificaram o Afeganistão como um estado que abriga terroristas. 
O alvo norte-americano é o regime Talibã e as bases de treinamento para terroristas, no país. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos lançam comida e medicamentos à população afegã que sofre com a miséria e o regime totalitário do país.
Em grande parte, o mundo ocidental apoia a iniciativa norte-americana. Os Estados Unidos e a Europa insistem em que esta é uma guerra contra o terrorismo, e não contra o Islã ou mesmo o Afeganistão. O objetivo norte-americano é derrubar o regime Talibã e punir Osama bin Laden e os membros de sua organização terrorista.
Em outubro de 2001 os EUA e o Reino Unido lançaram várias bombas em cidades afegãs, o talibã foi derrotado ainda em 2001.
O governo americano colocou no poder um aliado com a incumbência de reconstruir a nação e instaurar a democracia, marcada pela rivalidade entre as diversidades étnicas e religiosas.
Em 2004, o Afeganistão ganhou uma constituição e foi realizada a primeira eleição, isso não impediu os conflitos, pois as ações são realizadas por grupos contrários ao governo.




Guerra do Afeganistão (1979)

 

Na iminência de um governo marxista no Afeganistão, o primeiro-ministro Hafizullah Amin se recusa a ceder o poder para Babrak Karmal, então apoiado pela União Soviética. Este país envia o general Viktor Paputin para Cabul, com o objetivo de negociar com o governo, mas os resultados são negativos e, logo depois, as tropas soviéticas invadem o Afeganistão com mais de cem mil soldados motorizados e o auxílio de veículos e tanques blindados, além de uma artilharia pesada. Sem recursos, com seus equipamentos sabotados, a sede do governo sitiada, não resta outra alternativa senão a rendição dos afegãos, principalmente depois da morte de Amin.
Este confronto dura nove anos, com o líder comunista sustentado pelos soviéticos, e os rebeldes afegãos, conhecidos como mujahidin, apoiados pelos Estados Unidos, Paquistão e outros países muçulmanos, mais um dado estratégico na Guerra Fria entre as duas potências mundiais. Neste mesmo momento histórico ocorriam também a Revolução do Irã e o confronto entre Irã e Iraque. Alguns estudiosos acreditam que a Guerra do Afeganistão foi um marco que deu início a conflitos não mais de ordem ideológica, mas sim de cunho cultural, ou seja, entre diferentes identidades culturais – de um lado a civilização islâmica, de outro, a ocidental -, porém não se pode esquecer a preponderância dos interesses econômicos que hoje regem o mundo globalizado. A União Soviética principiou sua saída do país invadido no dia 15 de maio de 1988, completando a retirada em 15 de fevereiro de 1989. Muitos acreditam que a potência soviética teve prejuízos tão sérios com essa aventura, comparada a dos Estados Unidos no Vietnã, que acabaram por repercutir, em 1991, na queda da União Soviética.
A história do Afeganistão, porém, é bem mais complexa, e esse é apenas o início de uma longa e sangrenta guerra civil, que cobra tributos muito altos até os nossos dias. A derrota dos comunistas, porém, é neste instante uma vitória fundamental para os ortodoxos fundamentalistas e seus aliados islâmicos. Tanto quanto o auxílio militar e financeiro norte-americano, os afegãos receberam uma sustentação valiosa de países como a Arábia Saudita, que investiu até mais do que os Estados Unidos nesta região. Muitos soldados islâmicos de outros países entraram no Afeganistão, através do Paquistão, para lutar contra os soviéticos. Aliás, esta nação foi intermediária no repasse dos recursos ianques para o país invadido, pois acima de tudo os adeptos do Islamismo são contra os ocidentais, mais até do que anti-comunistas. Para melhor compreender a instabilidade desta área, é necessário perceber o caldeirão de etnias e línguas distintas que compõe o Afeganistão – convivem lado a lado pachtuns, grupo predominante no país, tadjiques, hazaras, os aimak, uzbeques, turcomenos e outros.
Em 1979, uma Revolução Islâmica triunfou no Irã, logo ao lado do Afeganistão. Estava aberto o precedente para um feito semelhante neste país, ainda mais quando ele se encontra acuado por tropas comunistas de um lado, e pressente do outro o perigo do domínio norte-americano, que já contagiava dois redutos importantes da região, Israel e Egito, e tudo fazia para seduzir a Arábia Saudita. É fácil perceber que, com a saída da União Soviética, grupos fundamentalistas, fortalecidos tecnológica e moralmente pelo apoio financeiro-militar recebido dos Estados Unidos e de países vizinhos, sustentados pelo resgate da sua auto-estima e por uma elevada tecnologia militar ao alcance das mãos – herança do confronto com os comunistas –, providos de um aparato ideológico pretensamente justificado pelo Islamismo, os afegãos estavam prontos para a Jihad, a Guerra Santa. Ironicamente este contexto se voltaria, futuramente, contra os maiores fomentadores destas circunstâncias, os Estados Unidos.

Após a retirada dos soviéticos, que abandonam o aliado marxista à própria sorte, os mujahidin entram em confronto com o governo comunista do então Presidente Mohammed Nadjibullah. Vitoriosos, eles substituem o comunismo do deposto Brabak Karmal por um regime muçulmano ultraconservador, o Talibã, contra o qual os norte-americanos, posteriormente, entrarão em conflito, gerando em 2001 uma nova Guerra nesta região do Oriente Médio, em conseqüência de um suposto apoio deste governo ao terrorista Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda.



 

 

 

Guerra Civil Espanhola

Nos primeiros anos do século XX, a Espanha  era uma monarquia que possuía um grande déficit em sua economia e pouco desenvolvimento industrial. Nesse mesmo período vários grupos políticos surgiam para fazer oposição ao regime monárquico. Socialistas, anarquistas e comunistas defendiam desde a melhoria das condições de trabalho até a extinção de qualquer forma de governo instituído.

O descontentamento com o governo, entretanto, levou à sua deposição e a proclamação da república em abril de 1931. imediatamente, os republicanos iniciaram uma série de reformas sociais: separação entre Estado e Igreja, reforma agrária, estabelecimento de direitos trabalhistas etc.

A guerra civil começou em 1936, com uma revolta de militares contra o governo do presidente Manoel Azaña Dias, considerado por eles socialista e anticlerical. Os opositores de Azaña, liderados pelo general Francisco Franco, eram chamados de nacionalistas. Entre eles estavam principalmente monarquistas, latifundiários, membros da Igreja católica e de um grupo chamado Falange Fascista.

As reformas republicanas polarizaram as forças políticas do país. Por um lado, o movimento operário as considerava insuficientes. De outro, a direita monarquista e católica, assustada com o ritmo das mudanças, decidiu dar um golpe de Estado. Assim, em julho de 1936, um grupo de generais, entre eles Francisco Franco, tentou depor o governo republicano. A ameaça ao governo republicano levou a população das grandes cidades, como Madri e Barcelona, a se organizar para impedir o sucesso do golpe. A tentativa de golpe não foi bem sucedida, e o território espanhol rachou-se em dois: uma parte controlada pelo governo republicano legítimo e a outra invadida pelo exército de Franco. Os governos fascistas da Alemanha e da Itália consideraram o golpe legitimo e reconheceram o governo de Franco.

A Frente Popular, formada por democratas e socialistas que defendiam a permanência do governo republicano, resistiu ao golpe de Franco. Para isso, recebeu o apoio do governo socialista da União Soviética e de milhares de voluntários vindos de dezenas de países. Os governo da Inglaterra e da França eram favoráveis aos republicanos, mas não ofereceram a eles nenhuma ajuda material.

O governo republicano manteve o controle da marinha, da guarda civil e da guarda de assalto, mas não tinha como se defender sem o exército. Os integrantes do governo decidiram, assim, fornecer armas ao povo, que começou a se organizar em milícias coordenadas pelo movimento operário. Além disso, para cooperar com os republicanos, formaram-se unidades de voluntários que viviam na própria Espanha ou que vinham de outras partes do mundo para compor as Brigada Internacionais. Eram 60 mil combatentes oriundos de 53 países e dispostos a lutar para impedir a vitória do fascismo na Espanha.

Hitler e Mussolini também forneceram equipamentos aos exércitos de Franco. Diante dessa situação, os republicanos recorreram à União Soviética de Stalin, que lhes fornecia armas, equipamentos e um corpo especialistas militares. Por esse motivo, a Guerra Civil Espanhola pode ser considerada o primeiro conflito internacional opondo fascismo e comunismo.

Em 1938, a ajuda soviética começou a diminuir até cessar completamente. Isso desequilibrou os lados em conflitos em favor das forças franquistas, já que Franco contava com o apoio maciço da Itália e da Alemanha. 

Internamente divididos e sem apoio do exterior, os revolucionários foram derrotados pelas forças franquistas no início de 1939. Franco celebrou sua vitória. Os longos conflitos deixaram o país vivendo uma situação de caos e horror. Cerca de um milhão de espanhóis foram mortos durante as batalhas que se estenderam até 1938. 

Terminada a guerra, Franco assumiu o governo como ditador, com o apoio dos nazifascistas europeus,  e permaneceu até sua morte, em 1975, eliminando sistematicamente a oposição. Além de reprimir os movimentos de esquerda na Europa, o envolvimento da Alemanha e da Itália no conflito servia de preparativo para os vindouros conflitos da Segunda Guerra Mundial.

Assim, a inércia da França e da Inglaterra permitiu que os radicais de direita alcançassem vitórias significativas dentro do continente, fortalecendo o movimento fascista.



 


GUERRA DO ÓPIO

 

Conflitos ocorridos na China envolvendo a questão do comércio ilegal de ópio pelos ingleses. A I Guerra do Ópio, de 1839 a 1842, dá-se entre o Reino Unido e a China. Na II Guerra do Ópio, entre 1856 e 1860, também conhecida como Guerra Anglo-Francesa na China, os britânicos se aliam à França contra os chineses. Com a vitória, as duas nações europeias obtêm privilégios comerciais e territoriais na China, abrindo o país ao imperialismo. 
A Primeira Guerra do Ópio se deu a partir de 1839 até 1842 entre Inglaterra e China. A Companhia Britânica das Índias Orientais mantém intenso comércio com os chineses, comprando chá e vendendo o ópio trazido da Índia. A droga representa metade das exportações inglesas para a China. Com os crescentes problemas causados pelo ópio, o governo chinês proibiu o comércio. Principal atingido pela proibição, o Reino Unido decretou guerra contra a China no dia 3 de novembro de 1839. Nesta primeira Guerra do Ópio, em 1840, a Inglaterra enviou uma frota militar à Ásia e ocupou Xangai. As previsões se confirmaram e os soldados, corroídos pela dependência, estavam incapacitados de defender a China. Restou o apelo aos camponeses. O imperador os incitou a caçar os invasores com enxadas e lanças. A única vantagem dos chineses contra os bem armados britânicos era a superioridade em número. Mesmo assim, perderam a guerra. Derrotada, a China assinou o Tratado de Nanquim, em 1842, pelo qual foi forçada a abrir cinco portos para o comércio e ceder Hong Kong aos britânicos (a colônia só foi devolvida à administração chinesa em 1997).  

Em 1856, o Reino Unido, ajudado pela França, aproveita o incidente com um barco em Cantão para nova investida, iniciando a II Guerra do Ópio. A Segunda Guerra do Ópio ocorreu de 1856 até 1860 entre a China e os aliados Inglaterra e França. O pretexto foi um incidente com um barco em Cantão. Os franceses aliaram-se aos britânicos no ataque militar lançado em 1857. Os aliados operaram em redor de Cantão, onde prosseguia com uma política de intransigência. Mais uma vez, a China saiu derrotada e, em 1858, as potências exigiram que a China aceitasse o Tratado de Tianjin. De acordo com este tratado, onze novos portos chineses seriam abertos ao comércio com o Ocidente e seria garantida a liberdade de movimento aos mercadores europeus e missionários cristãos. Quando o imperador se recusou a ratificar o acordo. Em 1860 as tropas franco-britânicas ocupam Pequim fazendo com que a China fizesse novas concessões.



 

A Guerra da Coréia

A península da Coréia é cortada pelo paralelo 38, uma linha demarcatória que divide dois exércitos, dois Estados: a República da Coréia, no Sul, e a República Popular Democrática da Coréia, no Norte. Essa demarcação, existente desde 1945 por um acordo entre Moscou e Washington, quando as forças de ocupação soviéticas e americanas dividiu o povo coreano em dois sistemas políticos opostos: um comunista, na Coreia do Norte, e outro anticomunista, na Coreia do Sul.

Em 1950, a Coreia do Norte atacou a Coreia do Sul, e assim depois de várias tentativas para derrubar o governo do sul, a Coréia do Norte ataca de surpresa e toma Seul, a capital. O presidente dos Estados Unidos, Harry S. Truman, enviou tropas para a Coréia do Sul, embora sem autorização do Congresso para declarar guerra.

O general Douglas MacArthur, comandante supremo das forças americanas no Extremo Oriente, assumiu a chefia das tropas de uma coalizão internacional sob a égide da ONU, que reconquistou a Coréia do Sul e cruzou o paralelo 38, até à fronteira da Manchúria. Seul é libertada.
Os chineses, preocupados com os avanços dos americanos, advertiram que sua presença na Coréia do Norte obrigaria à entrada da China na guerra. MacArthur ignorou a advertência e lançou em novembro a ofensiva denominada Home by Christmas (em casa no Natal). No mesmo mês, soldados chineses atravessaram o rio Yalu e atacaram toda a extensão da frente. Em fins de dezembro, as tropas chinesas e da Coréia do Norte recapturaram Seul.

Em fevereiro de l95l, a Assembleia Geral da ONU aprovou resolução pela qual condenava a China como potência agressora. Os chineses responderam com uma segunda ofensiva contra a Coréia do Sul. Em meados de março, as tropas da ONU retomaram Seul e, depois de sucessivos contra-ataques, conseguiram cruzar novamente o paralelo 38. MacArthur pretendia levar o conflito ao território chinês, mas o perigo de uma nova guerra mundial levou o presidente Truman a substituí-lo pelo general Matthew Ridgway e, em maio de 1952, pelo general Mark W. Clark.

A intervenção da China, ao lado da Coreia do Norte, aumentou a tensão internacional, chegando mesmo a temer-se uma terceira guerra mundial, perante as afirmações do general MacArthur (comandante das tropas americanas), que ameaçava utilizar a bomba atómica.

Enquanto isso, desde julho de 1951 tentava-se na ONU a suspensão das hostilidades, por meio de conversações de paz. Em 27 de julho de l953 foi assinado o armistício, que fixou as fronteiras entre as duas Coreias segundo as últimas linhas de batalha, na altura do paralelo 38. Seguiu-se um processo de repatriação de prisioneiros oriundos dos diferentes países envolvidos na guerra. Mas, o único resultado é o cessar fogo. Na guerra coreana morreram cerca de três milhões e meio de pessoas. O tratado de paz ainda não foi assinado, e a Coréia continua dividida em Norte e Sul.

A guerra da Coreia foi um dos episódios mais graves da “guerra fria” e foi um dos momentos em que houve uma ameaça muito séria de utilização das armas nucleares.




 

 

sexta-feira, 18 de novembro de 2022

SUSTENTABILIDADE

Como vimos, diversas ações do homem sobre o meio ambiente vêm causando enormes danos às populações biológicas e aos processos ecológicos que mantêm a vida na Terra. Essas ações deletérias intensificaram-se muito a partir da Revolução Industrial, quando se passou a adotar como meta de desenvolvimento modelos calcados na superexploração dos recursos e nos ganhos a curto prazo. A população dos países desenvolvidos é hoje de cerca de 2 bilhões de pessoas (um terço da mundial), e consome cerca de 85% dos recursos, devido ao modelo de vida adotado. 

Mas esse modelo é o único caminho possível para o desenvolvimento? Acredita-se que não. O desenvolvimento sustentável é uma forma de se atingir o progresso sem destruir o ambiente. Visa a melhorar a qualidade de vida das populações humanas por meio da utilização racional dos recursos, isto é, de forma que sejam mantidos em longo prazo. E de que maneira pode-se atingir o desenvolvimento sustentável? De forma geral, utilizando-se de tecnologias “limpas” (não-poluentes), aumentando-se a eficiência de produção (com o uso de menor quantidade de recursos), diminuindo-se os subprodutos e buscando-se sempre reaproveitar material (não-desperdício).

Hoje contamos com alternativas mais sustentáveis de uso dos recursos e destinação de detritos: 

- na agricultura e no uso das terras: aumento da eficiência agrícola e uso de áreas menores, evitando o desmatamento; respeito à capacidade de suporte das terras, evitando erosão do solo; estímulo à policultura, à rotação de culturas, à agricultura orgânica, ao melhoramento genético de espécies, ao controle biológico de pragas e ao uso de agroquímicos de baixo poder residual;

- lixo: diminuição da produção de lixo sólido por meio da reciclagem, reparo e reuso de materiais; uso contínuo de algum tipo de tratamento no lixo (incineração, aterro sanitário, compostagem);

- água: redução do consumo; reaproveitamento e uso diferenciado da água, com diferentes graus de pureza para diferentes fins; tratamento e despoluição de corpos d´água; irrigação racional de lavouras (por gotejamento, por exemplo), revegetação das margens de rios;

- poluição atmosférica: uso de técnicas e substâncias “limpas”; substituição dos combustíveis fósseis (não renováveis) por combustíveis renováveis; uso de filtros em incineradores e indústrias; conversão de substâncias poluentes em não- poluentes.

A educação e a conscientização da população acerca do melhor uso dos recursos são também fundamentais para se atingir metas de desenvolvimento sustentável, bem como a fiscalização do cumprimento das leis que visam à proteção do ambiente. 

Segundo a Comissão Mundial para o Meio ambiente e o Desenvolvimento, ligada à ONU, desenvolvimento sustentável é "o desenvolvimento econômico e social que atende às necessidades da geração atual sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender as suas próprias necessidades.



quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Célula

 

As células são unidades estruturais e funcionais dos organismos vivos, ou seja, todos os seres vivos são formados por células – compartimentos envolvidos por membrana, preenchidos com uma solução aquosa concentrada de substâncias químicas. As formas mais simples de vida são células individualizadas que se propagam por cissiparidade.

Todas as células apresentam uma mesma estrutura formada de membrana plasmática, citoplasma e núcleo ou nucleóide, no caso das células procariontes.

As células procarióticas não tem um núcleo organizados. Nelas, o material nuclear existe, mas está disperso no citoplasma e recebe o nome de nucleóide.

As células eucarióticas são aquelas que possuem núcleo organizado. Nelas, o material nuclear existe e está contido por uma membrana, chamada membrana nuclear ou carioteca. 

1 - A membrana plasmática

Controla a entrada e saída de substâncias.

A célula é isolada do meio exterior por uma membrana lipoprotéica muito fina, formada por fosfolipídios e proteínas, que se apresentam de forma dinâmica, distribuídos conforme o modelo do mosaico fluido, ou seja, os fosfolipídios se deslocam continuamente sem perder o contato uns com os outros, e as moléculas de proteína “flutuam” nestes lipídios, podendo se deslocar de um lado para o outro. Ela é também responsável pela seleção das substâncias que devem entrar ou sair da célula, pois a célula viva deve trocar substâncias com o meio. Portanto, se diz que a membrana plasmática possui uma permeabilidade seletiva.

Na membrana:

- Ocorre passagem de moléculas pela bicamada lipídica;

- Passagem de íons e moléculas via proteínas transportadoras e proteínas de canais

- Passagem de íons e moléculas via substâncias carregadoras ou formadoras de canais introduzidas na membrana.

2 - O citoplasma

 Tem consistência coloidal, abriga diversas organelas celulares. O citoplasma da célula procariótica é muito simples quando comparadas ao da célula eucariótica. Ele é formado por uma matriz rica em água., com diversos íons e moléculas dissolvidos. Não existem estruturas delimitadas por membranas, como ocorrem nas células eucarióticas. O citoplasma das células eucaróticas corresponde a toda a região situada entre a membrana plasmática e a carioteca (estrutura que delimita o núcleo).

3 - Organelas Citoplasmáticas

As organelas que compõem o Sistema de Endomembranas são formadas por membranas bilipídicas similares à membrana plasmática. São elas: Retículo Endoplasmático Rugoso, Retículo Endoplasmático Liso, Complexo golgiense, Ribossomos, Lisossomos

Complexo de Golgi - O Complexo Golgiense (cujo nome é uma homenagem ao cientista que o descobriu, Camillo Golgi) é um conjunto de saquinhos membranosos achatados e empilhados como pratos. Estas pilhas, denominadas dictiossomos, encontram-se no citoplasma perto do núcleo. O complexo é a estrutura responsável pelo armazenamento, transformação, empacotamento e “envio” de substâncias produzidas na célula. Portanto, é o responsável pela exportação de substâncias na célula. É comum compará-lo a uma agência do correio, devido ambos terem funções semelhantes. Este processo de eliminação de substâncias é chamado de secreção celular. Praticamente todas as células do corpo sintetizam e exportam uma grande quantidade de proteínas que atuam fora da célula.

O complexo golgiense recebe do retículo endoplasmático rugoso (R.E.R.), proteínas, transportadas em vesículas membranosas. Essas moléculas são então separadas e modificadas quimicamente, sendo depois encaminhadas para as suas localizações definitivas. Destinam-se ao exterior da célula, sendo “embaladas” em vesículas que se irão fundir com a membrana plasmática e libertadas para o exterior. Destinando-se ao citoplasma, as vesículas irão fundir-se com outros organitos. As vesículas formadas pelo R.E.R. são recebidas pela face cis, ou de recepção, do Golgi, as proteínas alteradas no lúmen das cisternas e libertadas pela face trans, ou de formação, virada para a membrana plasmática.

Ribossomo – As únicas estruturas presentes tanto no citoplasma de células procariótica como no de célula eucarióticas são os ribossomos, pequenos grãos formados por proteínas associadas a um tipo de ácido nucleico.

Lisossomo - As células possuem no citoplasma, dezenas de saquinhos cheios de enzimas capazes de digerir diversas substâncias orgânicas. Com origem no complexo golgiense, os lisossomos existem em quase todas as células animais. As enzimas são produzidas no RER, depois são transferidas para os dictiossomos do complexo golgiense. Lá, são identificadas e enviadas para uma região especial do complexo e por fim serão empacotadas e liberadas como lisossomos. Eles são as organelas responsáveis pela digestão da célula (a chamada digestão intracelular). Num certo sentido, eles podem ser comparados a pequenos estômagos intracelulares. Além disso, os lisossomos tem a função de ajudar no processo de autofagia. Também podem ser comparados à centros de reciclagem, ou até mesmo a desmanches pois digerem partes celulares envelhecidas e desgastadas, de modo a reaproveitar as substâncias que as compõem.

Retículo endoplasmático rugoso - O retículo rugoso deve o seu nome ao fato de as suas membranas conterem ribossomos, locais de síntese proteica. As proteínas são lançadas para o interior das membranas, onde serão transformadas ou dirigidas a outras localizações da célula.

Retículo Endoplasmático Liso - O retículo liso não apresenta ribossomos nas suas membranas e nele as proteínas sintetizadas no retículo rugoso são quimicamente alteradas. Ocorrem, ainda, no seu lúmen as hidrólises do glicogênio, síntese de esteroides e alteração de drogas e outras substâncias nocivas ao corpo.

Mitocôndrias - As mitocôndrias têm duas membranas, como o núcleo ou os cloroplastos. A membrana externa é lisa e fornece proteção, embora seja bastante permeável à passagem de substâncias. A membrana interna contém grandes complexos proteicos embebidos, envolvidos na síntese de ATP e na respiração celular. Esta membrana está dobrada em pregas achatadas designadas cristas, que aumentam grandemente a sua área. O número de cristas varia muito com a taxa metabólica da célula em que a mitocôndria se encontra. A matriz é a região interna da mitocôndria, rodeada pela membrana interna. Contém numerosas proteínas envolvidas nos processos respiratórios, bem como ribossomos e DNA, usados na síntese da maioria das suas proteínas.

Cloroplastos - Nos cloroplastos ocorre a reação da mais fundamental importância para a vida das plantas e, indiretamente, para a vida dos animais: a fotossíntese. Os cloroplastos são geralmente discoidais. Sua cor é verde devido a presença de clorofila. No seu interior existe um conjunto bem organizado de membranas, as quais formam pilhas unidas entre si, que são chamadas de grana. Cada elemento da pilha, que tem o formato de uma moeda, é chamado de tilacóide. Todo esse conjunto de membranas encontra-se mergulhado em um fluído gelatinoso que preenche o cloroplasto, chamado de estroma, onde há enzimas, DNA, pequenos ribossomos e amido. As moléculas de clorofila se localizam nos tilacóides, reunidas em grupos, formando estruturas chamadas de “complexos de antena”.

Centríolos - Os centríolos estão intimamente relacionados com o movimento celular, seja por meio de flagelos ou de cílios, em cuja base existe sempre um corpo basal, em tudo semelhante ao centríolo típico. Esta relação é confirmada pelo fato de muitas vezes os flagelos ou cílios serem reabsorvidos e os seus corpos basais deslocados para o interior da célula, passando a funcionar como centríolos. A estrutura do centríolo é formada por nove grupos de três microtúbulos fundidos. Estes nove conjuntos formam a “parede” da estrutura, ligeiramente rodados para o interior, como hélices de uma turbina. Cada conjunto está ligado longitudinalmente ao adjacente por outro tipo de proteínas.

Microtúbulos - formados por subunidades de tubulina, estas estruturas são polares: existe uma extremidade (ponta +) capaz de rápido crescimento e outra (ponta -) que tende a perder subunidades se não for estabilizada. Na maioria das células tal é conseguido ligando a ponta - do microtúbulos ao centrossoma, localizado perto do núcleo, no centro da célula. Por este motivo, o centrossoma é um dos MTOC conhecidos (microtubule organizing center). 

4 - O núcleo

Nessa estrutura encontramos o material genético em forma de cromossomos que controlam todas as atividades celulares. Uma das principais características da célula eucarionte é a presença de um núcleo de forma variável, porém bem individualizado e separado do restante da célula. Ao microscópio óptico o núcleo tem contornos nítidos, sendo o seu interior preenchido por elementos figurados. Dentre os elementos distinguem-se o nucléolo e a cromatina. Na célula ao lado, nota-se o nucléolo formando uma estrutura enovelada. Entre as malhas do nucléolo observa-se a cromatina. No restante do núcleo, a cromatina está uniformemente dispersa; o envoltório nuclear é bem visível.

Obs.: Nas células procarionte existe o nucléolo onde encontramos um filamento de Dna que tem a mesma função do núcleo, mas não apresenta membrana nuclear (carioteca).



 

 

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