sábado, 10 de dezembro de 2022

A desintegração do bloco socialista

A abertura que Mikhail Gorbatchov introduziu na União Soviética e a pressão dos povos – em geral, desejosos de acabar com a ditadura do Partido Comunista em seus países – fizeram com que, de junho a dezembro de 1989, subissem ao poder no bloco socialista vários governos reformadores. A desintegração do bloco socialista, a partir desse ano, se deu por várias vias: negociações entre as autoridades e oposição na Polônia, Hungria e Bulgária; revolução popular violenta na Romênia e manifestações de massa pela democracia na Tchecoslováquia e Alemanha Oriental.

O novo Leste europeu

Após 1980, cresceram os descontentamentos na Europa oriental, devido às limitações e dificuldades da economia planificada, além de divergências com relação às determinações impostas por Moscou. No finai de 1989, a região iniciou uma série de profundas transformações graças à Perestroika, que fez com que a União Soviética afrouxasse os laços regionais. Além disso, a população exigia mudanças substanciais, tanto políticas, quanto econômicas. Veja, a seguir, como se deu a transição em alguns dos países do Leste Europeu.
Em junho de 1989, aconteceram eleições na Polônia. No ano seguinte, novas eleições levaram o líder do Sindicato Solidariedade, Lech Walesa, opositor do regime comunista, à presidência. O Partido Comunista húngaro converteu-se em Partido Socialista e a República Popular Húngara transformou-se em república parlamentar. Também na Bulgária os reformadores iniciaram políticas econômicas de choque para se adaptar à nova situação. Na Romênia, um enfrentamento civil terminou com a execução do ditador Ceaucescu e sua esposa. Na Tchecoslováquia, um candidato não comunista, o escritor Vaclav Havel, chegou à presidência (Revolução de Veludo). Posteriormente, o país foi dividido em dois: República Tcheca e Eslováquia. Na RDA, Honecker foi substituído; Krenz decretou a abertura do Muro de Berlim e, pouco depois, Modrow formava um governo reformador. Na Albânia, 'farol do socialismo puro', pressões sociais levaram a reformas. Na Iugoslávia, explodiram antigos problemas étnico religiosos e nacionalistas, gerando violentas guerras civis e a fragmentação do país.

Polônia

Como fruto dos descontentamentos, o sindicato Solidariedade é fundado em 1980 na cidade de Gdansk, reunindo os trabalhadores de um estaleiro chamado Lenin. Sob a direção de Lech Walesa, em poucos meses filiaram-se a ele cerca de 9 milhões de trabalhadores. Seu surgimento colocou em discussão a questão do socialismo democrático, pois ele se opôs ao governo, exigindo maiores liberdades políticas e a eliminação dos privilégios dos burocratas. No ano seguinte, foi declarado ilegal pelo governo.
Somente em abril de 1989, sob influência da Perestroika, é que o sindicato Solidariedade obteve sua legalização. Em junho do mesmo ano, o partido a ele ligado ganhou as eleições gerais. Foi a primeira vez, desde 1945, que se formou um governo não comunista no Leste Europeu. Essas últimas transformações políticas na Polônia, no entanto, foram acompanhadas por reformas econômicas que criaram uma crise de difícil administração. A produção industrial caiu 23% e a inflação chegou a 225% em 1990.

Alemanha Oriental

No final da Segunda Guerra, a Alemanha foi dividida em áreas de influência entre a União Soviética, Estados Unidos, Reino Unido e França. Mais tarde, o setor soviético acabou se transformando na República Democrática Alemã (Alemanha Oriental) e o restante constituiu a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental).
Em meio à crise e sob influência das mudanças ocorridas na União Soviética, graças à Perestroika e à Glasnost, a Alemanha Oriental passou por rápidas transformações a partir do início de 1989. A crise política, no entanto, continuava a crescer e muitos alemães orientais fugiam para o ocidente, enquanto cresciam as críticas e as manifestações populares. Num ato que simbolizou a quebra de uma ordem antiga, em novembro, manifestações derrubaram o muro de Berlim, o mais importante símbolo da Guerra Fria.
Em março de 1990, pela primeira vez desde 1945, foram realizadas eleições com a participação de vários partidos, vencidas pelos democratas cristãos. Acelerou-se a reunificação das Alemanhas, completada em outubro. Finalmente , em junho de 1991, Berlim voltou a ser a capital da Alemanha reunificada.

Iugoslávia

A Iugoslávia representa, neste início dos anos 90, uma das regiões mais tensas e violentas do Leste Europeu. O país mergulhou em uma guerra civil cujos desdobramentos poderão adquirir dimensões incontroláveis.
Após 1945, sob o governo de Josep Broz Tito, a Iugoslávia viveu a socialização da economia e a busca de uma harmonia entre as diversas etnias do país. Eram mais de 20 povos convivendo em um espaço territorial menor que o do estado de São Paulo. Limitadamente, entretanto, continuavam a existir manifestações nacionalistas e, com a morte de Tito, em 1980, avolumaram-se os confrontos populares, às greves e os atentados.
Em 1990, nas eleições gerais, os comunistas foram derrotados em quatro das seis repúblicas iugoslavas, mas vencedores em duas outras, Sérvia e Montenegro. Isso lhes permitiu controlar o governo do país, já que nelas vive a maior parte da população iugoslava. Cresceram as lutas nas outras repúblicas e duas delas declararam unilateralmente a independência - a Croácia e a Eslovênia. A Sérvia opôs-se e enviou tropas às repúblicas separatistas, dando inicio à guerra civil. Somente nos primeiros meses de 1991, calcula-se que mais de 5 mil pessoas morreram nos combates entre sérvios e croatas.

Romênia

Governada pelo chefe comunista Nicolae Ceausescu por 25 anos, a Romênia enfrentou grandes agitações políticas em 1989. Diante da evolução e do crescimento de manifestações que exigiam democratização, Ceausescu ordenou que a política secreta atirasse contra manifestantes na cidade de Timisoara (18/12/1989). Deixando milhares de mortos, a repressão motivou protestos por todo o país, ganhando a adesão de parte do exército e levando a Romênia à guerra civil. Em 25 de dezembro, Ceausescu e sua esposa Elena foram presos e fuzilados.
Em maio de 1990, foi formado um novo governo, que organizou eleições livres para a presidência, vencendo o comunista lon Iliescu. Nos meses seguintes, emergiram sucessivos conflitos e descontentamentos devidos à inflação crescente (200% ao ano) e aos baixos salários.

Hungria

Na Hungria, o Partido Comunista mudou de orientação política em outubro de 1989, transformando-se em Partido Socialista. Esse foi o ponto de partida para uma reforma constitucional que culminou com eleições livres pluripartidárias.
Na economia, foi o primeiro país do Leste Europeu a permitir a entrada de capital estrangeiro. Entre fevereiro de 1990 e setembro de 1991, o país recebeu metade dos 4,5 bilhões de dólares de investimentos multinacionais feitos na região. Hoje o setor privado já detém 45% da economia nacional e mais de 180 mil novos negócios privados foram abertos em 1991. Há, entretanto, dados preocupantes, como a inflação que subiu para 28% em 1990 e está estimada em 36% para 1991, além da taxa de desemprego de 5% e da dívida externa, que é de 21 bilhões de dólares.

Tchecoslováquia

Depois de crescentes pressões populares contra o governo comunista, o primeiro-ministro Ladislav Adamac renunciou. Foi então que, em dezembro de 1990, o movimento pró-democracia do Fórum Cívico formou um novo governo pluripartidário de minoria comunista. Foram eleitos para presidir o parlamento e a nação, respectivamente, Alexander Dubcek e Vaclav Havei.
Em janeiro de 1991 tiveram início as primeiras privatizações nacionais e em 1o de outubro houve entrada de capitais estrangeiros. Nessa época foi fechada a maior transação econômica de toda a Europa Oriental: um acordo com a Volkswagen alemã para investimentos de 6,4 bilhões de dólares. Embora as reformas tenham criado quase 1 milhão de desempregados, no final de 1991 o crescimento econômico havia sido retomado. Hoje debate-se o desmembramento do país, com a formação de uma nova federação e a possibilidade de inclusão da Boêmia como uma terceira república.
Nos demais países do Leste Europeu, Bulgária e Albânia, também ocorreram mudanças significativas, que incluem transformações econômicas e democratização. Dentro desse quadro de crise geral da Europa Oriental, foi extinta, em julho de 1991, a maior organização militar do mundo socialista, o Pacto de Varsóvia, o que pôs fim à influência militar soviética na região.
No final do mesmo ano, também foi extinto o Comecon, que realizava a Planificação das relações comerciais entre os países socialistas. Durante 40 anos, esse organismo interligou a economia de seus membros, funcionando sob princípios muito diferentes dos da economia de mercado capitalista e colocando os países do Leste Europeu sob influência da União Soviética. Com seu fim surgiram inúmeros problemas, como a dificuldade de vender seus produtos para os países desenvolvidos por serem de qualidade inferior, sem condições de concorrer com os produtos das modernas indústrias ocidentais.
Uma iniciativa importante para ajudar a resolver as dificuldades dos países do Leste Europeu foi a criação do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento (BERD), em abril de 1991. Com um capital inicial de 13 bilhões de dólares, sua finalidade é fornecer empréstimos e integrar a economia desses países à área de influência da Comunidade Econômica Europeia.



Administração Mikhail Gorbatchev (1985-1991)

A saída de antigos líderes do Partido e a renovação dos quadros dirigentes possibilitaram o fortalecimento político de Gorbatchev e de seu programa de mudanças. Em seu governo, ocorreram reformas nas Forças Armadas, na legislação eleitoral, na administração popular, na economia e na política externa, mas foi em 1985 que os planos mais amplos de transformações foram lançados – a Perestroika e a Glasnost. Gorbatchev acreditava que esses planos estabeleceriam um "socialismo humanitário".

As mudanças pretendidas por Gorbatchev

No plano político, Gorbatchev propôs a separação entre o Partido Comunista e o Estado, a desburocratização do Estado, com fusões ou extinção de ministérios e organismos, a reforma da legislação eleitoral e o retorno do poder para os sovietes. No plano econômico, defendeu o fim do planejamento rígido central e do sistema de preços ditado pelo governo; autogestão das empresas estatais e liberdade para competirem entre si no mercado; o fim da política de subsídios e a permissão para a existência de pequenos negócios privados.

Repercussões das reformas

Bem vistas no exterior, as reformas provocaram a reação da oposição conservadora (comunistas ortodoxos, burocratas do antigo modelo político e militares). Apesar das dificuldades, as mudanças caminhavam e, em 1988, Gorbatchev conseguiu ser eleito presidente. O fim do monopólio do Partido abriu as portas ao multipartidarismo e às eleições diretas, que só aconteceram no início dos anos 90. Os "ventos de liberdade" dessa política estimularam, nas repúblicas soviéticas, movimentos nacionalistas e separatistas, como os dos povos bálticos (Letônia, Estônia e Lituânia).

Política externa

A Glasnost e a Perestroika colaboraram no avanço das relações entre Estados Unidos e União Soviética, levando à assinatura de novos acordos referentes à desativação de armas nucleares. Começava a mais abrangente fase de distensão de todo período da Guerra Fria, que poria fim ao bloco soviético, à bipolarização e à própria União Soviética.

A Glasnost foi a política de transparência, de abertura e de maior liberdade na política, economia e cultura. A Perestroika, o programa de reestruturação econômica para superar os entraves burocráticos.


Período Leonid Brejnev (1964-1982)

 

Retorno da burocratização, do centralismo político-administrativo e da repressão às dissidências – enfim, do velho modelo stalinista – foram características do período Brejnev. Essa política causou uma perda de competitividade tecnológica com o Ocidente, principalmente na produção de bens de consumo. O ritmo produtivo caiu, apresentando reduções nas taxas de crescimento industrial e agrícola, assim como na produtividade do trabalho.

Política externa 

O rigor também se fez presente nas relações da União Soviética com os países do seu bloco, sendo a Primavera de Praga o melhor exemplo dessa nova orientação na política externa. Os contatos com os Estados Unidos foram restabelecidos a partir de 1973 (período da Détente). A melhoria nas relações possibilitou o primeiro vôo espacial conjunto – Soiuz-Apolo, em 1975. 

Primavera de Praga 

Na então Tchecoslováquia, desde o início de 1968, reformas pretendiam modernizar a economia e transformar o papel do Estado. Com apoio de intelectuais, operários e estudantes, o presidente Dubcek buscou uma via própria e mais humanizada de socialismo. Esse reformismo encontrou seu maior opositor na União Soviética de Brejnev. A fim de manter sua hegemonia no Leste europeu, tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Tchecoslováquia. Dubcek e seus companheiros foram presos, extraditados para Moscou e expulsos do Partido. 

Invasão no Afeganistão 

Temendo que a Revolução Islâmica atingisse territórios estratégicos de seu interesse e procurando ajudar o governo afegão a sufocar uma rebelião muçulmana, a União Soviética ocupou militarmente o Afeganistão, em 27 de dezembro de 1979. Essa invasão atrapalhou as conversações sobre a limitação de armas nucleares. A retirada das tropas soviéticas só aconteceu em 1988. 

O fim do governo Brejnev 

A morte de Brejnev, em 1982, levou ao poder líderes idosos e com problemas de saúde, da "ala tradicional" do Estado soviético: Iúri Andropov (1982-1984) e Konstantin Tchernenko (1984-1985).



Nikita Kruschev

 

Líder do Partido Comunista soviético de 1953 a 1964

Kruschev, bolchevique desde 1918, chegou em 1953 ao poder. As principais fases de sua carreira política foram:  primeiro-secretário do comitê do partido do território e cidade de Moscou, entre 1935 e 1938; primeiro-secretário do partido na Ucrânia entre 1938 e 1945 e, posteriormente, entre 1947 e 1949; membro do Politburo (desde 1952 do Presidium) entre 1939 e 1964; comissário político do Exército Vermelho entre 1941 e 1945; primeiro-secretário do comitê do PCUS em 1953; presidente do conselho de ministros e também primeiro-ministro, controlando os postos de poder na União Soviética impulsionado pela destituição de Nikolai Bulganin (1958). De 1953 a 1959, Kruschev dispensou os dirigentes de Stálin (exceto Anastasi I. Mikoyan, chefe do Estado de 1964 a 1965), substituindo-os por partidários seus. Seu discurso no XX Congresso do PCUS de 1956 provocou a ruptura definitiva do partido com Josef W. Stálin e iniciou um período de relativa liberalização: o terror stalinista foi condenado, o poder dos órgãos de segurança foi limitado e, em parte, o Estado de direito (desestalinização) foi restabelecido. A reforma econômica impulsionada por Kruschev pretendia melhorar o nível médio de vida e aumentar o comércio com o Ocidente. No entanto, continuou com a política hegemônica sobre os países situados na esfera soviética (em 1956, reprimiu o levante na Hungria). Enquanto a União Soviética se rearmava, Kruschev propunha a coexistência pacífica aos países ocidentais, mas estimulava os movimentos de libertação nos países do Terceiro Mundo, tentando integrá-los em sua estratégia imperialista. Com o lançamento do primeiro satélite soviético, o Sputnik (1957), a Rússia inaugurou, antes dos Estados Unidos, a era da exploração espacial, causando comoção no Ocidente. A fase de distensão acabou com a construção, em 1961, do Muro de Berlim e com a crise cubana de 1962 (Fidel Castro tentou instalar mísseis de médio alcance na ilha). O fracasso das reformas econômicas e o agravamento do conflito com a República Popular da China (1964) levaram Kruschev à demissão, substituído por Leonid I. Brejnev.



 

Josef Stalin

Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e líder da União Soviética de 1922 a 1953. Seu verdadeiro nome era J. V. Dzhugachvili. Stalin personificou a história e o caráter da União Soviética. Com seu sistema de governo, o "stalinismo", que conduziu à prática generalizada do terror, não apenas assegurou seu domínio pessoal durante 30 anos na União Soviética e a conversão do país numa potência mundial como também estabeleceu as bases para a queda e a desintegração do comunismo. Filho de um sapateiro e de uma lavadeira, foi expulso do seminário ortodoxo em 1899, devido a suas atividades como membro do Partido Operário Social-Democrata Russo. Após a ruptura do partido em 1903, filiou-se à ala bolchevique liderada por Vladimir I. Lenin. Como revolucionário profissional, foi escalando posições até ingressar em 1912 no Comitê Central, quando adotou seu primeiro pseudônimo, "Koba", depois substituído por "Stalin". Foi um dos principais dirigentes responsáveis pela revolução de 1917 e, em 1922, alcançou o cargo de secretário-geral do PCUS. Quando da morte de Lenin, em 1924, impôs-se tanto a seus rivais de "esquerda", aglutinados em torno de Leon Trotski, Grigori Sinoviev e Lev Kamenev, como de "direita", agrupados em torno de Nicolai Bucharin e Alexei Rikov. Em 1929, havia conseguido alcançar o poder absoluto. Sob o lema "a construção do socialismo num só país", opôs-se em 1925 à ideia de revolução mundial proposta por Trotski.
Através do 1° Plano Quinquenal, promulgado em 1929, tornou realidade um gigantesco processo de modernização e industrialização da nação. O programa foi acompanhado pela coletivização obrigatória do campo a partir de 1928, concretizada na "liquidação dos Gulags", na deportação de numerosos camponeses e nas terríveis fomes que provocaram milhares de vítimas. A resistência interna começou a surgir com o triunfo de um sistema totalitário, que alcançou o ponto culminante nas grandes "depurações" de 1934-1938, aliadas ao sistema de campos de trabalho (Gulags) que se estendeu a todo o país. Sob a ameaça da Alemanha nacional-socialista, Stalin assinou o pacto de não-agressão com Hitler, em 1939, assegurando um futuro de paz a curto prazo para a União Soviética. Com a definição das respectivas esferas de influência, estabeleciam-se as bases para a divisão do Leste europeu: após o início da Segunda Guerra Mundial, foi ocupada a Polônia Oriental, conquistado o estreito de Carélia à Finlândia durante a campanha de Inverno (1939-1940) e finalmente anexadas, em 1939-1940, as Repúblicas Bálticas e a Bessarábia.
A invasão da União Soviética por tropas alemãs em 1941 obrigou Stalin a uma intervenção direta na Segunda Guerra Mundial. Ainda que a cúpula do Exército tivesse sido vítima em sua quase totalidade de suas "depurações", Stalin conseguiu apelar ao patriotismo russo para mobilizar o povo contra a invasão. A sangrenta vitória de Stalingrado (1942-1943) alterou o rumo da guerra. No entanto, o conflito custou à União Soviética 20 milhões de mortos. No auge de seu poder, participou nas conferências de Teerã (1943), Yalta (1945) e Potsdam (1945), exercendo uma grande influência na política europeia do pós-guerra e ampliando a hegemonia soviética, mais tarde daria origem à Guerra Fria. Assegurou o predomínio da União Soviética nos países do leste e do sul da Europa e na Ásia mediante o estabelecimento de democracias populares comunistas nos Estados-Satélite, ainda que não tenha podido impedir que Tito prosseguisse na Iugoslávia seu caminho para o socialismo. O Ocidente, sob a direção dos EUA, respondeu com a criação de seu sistema de defesa face à "cortina de aço soviética", por meio da OTAN (1949) e de diversas alianças.
A Guerra da Coréia (1950-1953) foi o primeiro confronto direto entre os blocos. Seu poder absoluto sobre o partido e o Estado era complementado com o culto a sua pessoa, que começou a desmoronar-se três anos depois de sua morte, com a "desestalinização", finalizada por Nikita Kruchev. Georgi Malenkov foi o sucessor à frente do conselho de ministros e como secretário-geral do PCUS, sendo substituído posteriormente por Kruchev.



GEORGE W. BUSH

George Walker Bush, politico norte-americano (New Haven, Connecticut, 1946). Eleito presidente dos Estados Unidos em 2000, pelo Partido Republicano. Filho do ex-presidente George Bush, foi governador do Texas. Disputou a presidência em 2000 e após longo e polêmico processo de contagem de votos, contestado judicialmente pelo adversário Al Gore, foi declarado presidente eleito e assumiu o cargo em janeiro de 2001. 
Ao assumir o poder, George W. Bush teve de enfrentar a desaceleração do crescimento econômico que caracterizou os dois mandatos de Bill Clinton. Houve queda na produção industrial e crescimento do desemprego, que em 2003 chegou a 6,1% da força de trabalho, ou 9 milhões de desempregados,, número alto para os Estados Unidos.
Bush tentou reverter a situação e promoveu o retorno da política neoliberal de Ronald Reagan. Assim, cortou impostos dos grupos mais ricos e diminuiu gastos do governo com previdência social.
Coerente com essa política, deu prioridade aos interesses das grandes corporação, em detrimento da defesa do meio ambiente. Assim, recusou-se a ratificar o Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução para a emissão de gases que causam o efeito estufa.
Perguntado sobre o fato de os Estados  Unidos, com apenas 5% da população mundial, produzirem metade da poluição mundial, respondeu: "Se necessário, poluiria a outra metade para manter nossas indústrias em expansão".
O maior foco de problemas para Bush, entretanto, estava no Oriente Médio. Durante anos, sucessivos governos estadunidenses apoiaram o Estado de Israel contra as legítimas aspirações do povo palestino de ter seu próprio Estado. Ao mesmo tempo, aliaram-se a governos corruptos e ditatoriais entre os países árabes, levados pelo seu interesse no petróleo da região.
Essa política gerou ressentimentos e ódio contra os Estados Unidos entre grupos militantes e, de forma difusa, em todo o mundo árabe. Nove meses depois de tomar posse na Presidência, Bush se deparou com a mais explosiva manifestação desses ressentimentos.  aviões sequestrados por terroristas da organização Al-Qaeda
Na manhã de 11 de setembro de 2001, quatro aviões com passageiros foram sequestrados nos Estados Unidos. Dois deles foram lançados contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e o terceiro contra o Pentágono, em Washington. O quarto avião caiu na zona rural do estado da Pensilvânia. O ataque terrorista deixou 3 mil mortos. Ninguém assumiu sua autoria. As investigações do governo norte-americano apontaram para a Al-Qaeda (A Base, em árabe), uma organização terrorista islâmica, liderada pelo saudita Osama bin Laden e instalada no Afeganistão, no Sudoeste da Ásia. 
Ainda em 2001, George W. Bush fez do combate ao terrorismo a prioridade de seu governo, e ordenou uma ofensiva contra o Afeganistão. O regime islâmico do Taliban, que protegia a Al-Qaeda, foi derrubado e substituído por um governo pró-ocidental. Bin Laden desapareceu. Em 2002, George W. Bush se voltou contra o Iraque, que acusava de desenvolver armas químicas, bacteriológicas e nucleares. Sob a ameaça de um ataque militar, obrigou esse país a aceitar um plano de inspeções e desarmamento da Organização das Nações Unidas (ONU). A política antiterror recebeu forte apoio nos Estados Unidos, mas enfrentou intensa oposição no exterior. No plano interno, a principal crítica foi a de que ignorou os problemas da economia norte-americana.



Bill Clinton: anos de prosperidade

Seu nome completo é William Jefferson Clinton (seu apelido foi, primeiramente, Blythe). É o segundo presidente mais jovem na história dos Estados Unidos, depois de John F. Kennedy.
Foi professor no Arkansas, tendo sido eleito em 1978, aos 32 anos de idade, governador de seu Estado natal. Foi reeleito sucessivamente para o cargo de 1983 a 1992.
Candidatou-se às eleições presidenciais de 1992, vencendo o presidente anterior, o republicano George Bush.
Em 3 de novembro de 1992, os norte-americanos elegeram o candidato do Partido Democrata, Bill Clinton, como o 42º presidente dos Estados Unidos.  Sua posse, em 20 de janeiro de 1993, foi revestida de um caráter de verdadeira celebração, após 12 anos de governos republicanos. 
Apesar de o Senado e a Câmara de Representantes terem passado também a ser dominados por seu partido, Clinton – primeiro democrata a ocupar a Presidência dos EUA após 12 anos de governos republicanos – foi incapaz de pôr em prática durante o primeiro mandato sua política social e econômica, deparando com a resistência de grupos de pressão organizados, além de ideologias políticas. Exemplos disso são a reforma da saúde, a segurança interna ou a redução da dívida pública.
Naquele momento, a situação econômica dos Estados Unidos já era melhor: havia crescimento econômico e o desemprego começava diminuir. Esse crescimento se deveu à orientação do governo Clinton e ao fato de os gastos militares terem diminuídos para 3% do PIB (Produto Interno Bruto), permitindo novos investimentos nos setores produtivos (antes de Clinton, os gastos militares chegaram a 6% do PIB).
Com a perda da maioria democrática em ambas as câmaras em 1994, que não foi recuperada nas eleições de 1996, sua política interna, em profunda divergência com a da oposição republicana, sofreu sérias restrições.
Na política externa, teve de enfrentar um número crescente de conflitos regionais. Contudo, depois de um começo titubeante, Clinton reafirmou o papel dos Estados Unidos como potência mundial, sempre sob a proteção da Otan, comandando o processo de paz no conflito da Bósnia (acordos de Dayton, 1995).
Sustentado por esse crescimento, em 1996 Clinton se reelegeu para um segundo mandato. Ao vencer as eleições presidenciais de 1996, tornou-se o primeiro presidente democrata a conseguir a reeleição depois de Franklin D. Roosevelt. Seus oito anos no poder seriam marcados pela prosperidade econômica.
Apesar disso, Clinton não conseguiu eleger seu sucessor: nas eleições de 2000, o candidato republicano George W. Bush (filho do ex-presidente George Bush) acabou vencendo Al Gore, vice-presidente no governo Clinton e candidato do Partido Democrata, em uma tumultuada apuração de votos.



Produção de energia no Brasil

Movimentar máquinas, cargas e pessoas por longas distâncias demanda muita energia. No Brasil, usam-se combustíveis derivados de fontes não r...