sábado, 10 de dezembro de 2022
A desintegração do bloco socialista
Administração Mikhail Gorbatchev (1985-1991)
A saída de antigos líderes do Partido e a renovação dos quadros dirigentes possibilitaram o fortalecimento político de Gorbatchev e de seu programa de mudanças. Em seu governo, ocorreram reformas nas Forças Armadas, na legislação eleitoral, na administração popular, na economia e na política externa, mas foi em 1985 que os planos mais amplos de transformações foram lançados – a Perestroika e a Glasnost. Gorbatchev acreditava que esses planos estabeleceriam um "socialismo humanitário".
Período Leonid Brejnev (1964-1982)
Retorno da burocratização, do centralismo político-administrativo e da repressão às dissidências – enfim, do velho modelo stalinista – foram características do período Brejnev. Essa política causou uma perda de competitividade tecnológica com o Ocidente, principalmente na produção de bens de consumo. O ritmo produtivo caiu, apresentando reduções nas taxas de crescimento industrial e agrícola, assim como na produtividade do trabalho.
Política externa
O rigor também se fez presente nas relações da União Soviética com os países do seu bloco, sendo a Primavera de Praga o melhor exemplo dessa nova orientação na política externa. Os contatos com os Estados Unidos foram restabelecidos a partir de 1973 (período da Détente). A melhoria nas relações possibilitou o primeiro vôo espacial conjunto – Soiuz-Apolo, em 1975.
Primavera de Praga
Na então Tchecoslováquia, desde o início de 1968, reformas pretendiam modernizar a economia e transformar o papel do Estado. Com apoio de intelectuais, operários e estudantes, o presidente Dubcek buscou uma via própria e mais humanizada de socialismo. Esse reformismo encontrou seu maior opositor na União Soviética de Brejnev. A fim de manter sua hegemonia no Leste europeu, tropas do Pacto de Varsóvia invadiram a Tchecoslováquia. Dubcek e seus companheiros foram presos, extraditados para Moscou e expulsos do Partido.
Invasão no Afeganistão
Temendo que a Revolução Islâmica atingisse territórios estratégicos de seu interesse e procurando ajudar o governo afegão a sufocar uma rebelião muçulmana, a União Soviética ocupou militarmente o Afeganistão, em 27 de dezembro de 1979. Essa invasão atrapalhou as conversações sobre a limitação de armas nucleares. A retirada das tropas soviéticas só aconteceu em 1988.
O fim do governo Brejnev
A morte de Brejnev, em 1982,
levou ao poder líderes idosos e com problemas de saúde, da "ala
tradicional" do Estado soviético: Iúri Andropov (1982-1984) e Konstantin
Tchernenko (1984-1985).
Nikita Kruschev
Líder do Partido Comunista
soviético de 1953 a 1964
Kruschev, bolchevique desde 1918, chegou em 1953 ao poder. As principais fases de sua carreira política foram: primeiro-secretário do comitê do partido do território e cidade de Moscou, entre 1935 e 1938; primeiro-secretário do partido na Ucrânia entre 1938 e 1945 e, posteriormente, entre 1947 e 1949; membro do Politburo (desde 1952 do Presidium) entre 1939 e 1964; comissário político do Exército Vermelho entre 1941 e 1945; primeiro-secretário do comitê do PCUS em 1953; presidente do conselho de ministros e também primeiro-ministro, controlando os postos de poder na União Soviética impulsionado pela destituição de Nikolai Bulganin (1958). De 1953 a 1959, Kruschev dispensou os dirigentes de Stálin (exceto Anastasi I. Mikoyan, chefe do Estado de 1964 a 1965), substituindo-os por partidários seus. Seu discurso no XX Congresso do PCUS de 1956 provocou a ruptura definitiva do partido com Josef W. Stálin e iniciou um período de relativa liberalização: o terror stalinista foi condenado, o poder dos órgãos de segurança foi limitado e, em parte, o Estado de direito (desestalinização) foi restabelecido. A reforma econômica impulsionada por Kruschev pretendia melhorar o nível médio de vida e aumentar o comércio com o Ocidente. No entanto, continuou com a política hegemônica sobre os países situados na esfera soviética (em 1956, reprimiu o levante na Hungria). Enquanto a União Soviética se rearmava, Kruschev propunha a coexistência pacífica aos países ocidentais, mas estimulava os movimentos de libertação nos países do Terceiro Mundo, tentando integrá-los em sua estratégia imperialista. Com o lançamento do primeiro satélite soviético, o Sputnik (1957), a Rússia inaugurou, antes dos Estados Unidos, a era da exploração espacial, causando comoção no Ocidente. A fase de distensão acabou com a construção, em 1961, do Muro de Berlim e com a crise cubana de 1962 (Fidel Castro tentou instalar mísseis de médio alcance na ilha). O fracasso das reformas econômicas e o agravamento do conflito com a República Popular da China (1964) levaram Kruschev à demissão, substituído por Leonid I. Brejnev.
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