quarta-feira, 27 de setembro de 2023
Guerra do Paraguai
Revolução Praieira
Dando vazão à sua vocação revolucionária, Pernambuco é palco de mais uma revolução, agora em 1848. Trata-se da revolta Praieira. Foi ela a última das insurreições realmente relevantes contra a unidade regencial. A revolta estendeu-se até o ano de 1852.
Revolta dos Malês (1835 – Bahia)
No lado oposto da rebelião gaúcha, que brigava pelos interesses da elite do Rio Grande, estava a Revolta dos Malês, ocorrida na Bahia, em 1835, que foi uma revolta de escravos e negros libertos contra os maus-tratos e discriminações que sofriam.
A maioria desses escravizados era malê, nome dado aos muçulmanos vindos da África Ocidental. Por causa de suas atividades, esses escravos de origem islâmica, de onde se origina o nome malê, que servia para identificar os negros que sabiam ler e escrever em árabe. Entre os líderes do movimento estavam Pacífico Licutã, Manuel Calafate e Luís Sanim. Os planos dos revoltosos incluíam a luta contra a escravidão, contra a imposição do catolicismo e contra a discriminação racial.
Metade da população de Salvador era formada por negros, a maioria escravos de ganho que faziam todo tipo de serviço para sustentar seus donos. A situação dos negros em Salvador era peculiar. Muitos deles exerciam pequenos ofícios rentáveis: eram alfaiates, carpinteiros, vendedores ambulantes, acendedores de lampião.
Esses trabalhadores deviam parte de seus ganhos a seus senhores e chegavam, em alguns casos, a comprar a liberdade.
Os malês eram tradicionalmente rebeldes, mas, em 1835, resolveram se armar e fazer uma revolução para matar os brancos e mulatos, libertar todos os escravos e fundar uma nação negra. A sociedade secreta que tramou a revolta contava com cerca de 1500 adeptos, entre escravos e negros forros.
Os malês juntaram dinheiro para conseguir armas e enfrentar os senhores brancos que os oprimiam. A revolta foi planejada para começar em 25 de janeiro, mas uma denúncia antecipou o movimento. Na noite de 24 de janeiro, alguns rebeldes foram cercados por policiais na casa de Manuel Calafate, mas não se entregaram. Os rebeldes saíram às ruas com facas, facões e machados para lutar contra as forças policiais que usavam armas de fogo.
A revolta foi rapidamente sufocada. Mais de 200 revoltosos foram presos, incluindo cerca de 30 mulheres. Ao final, quatro escravizados foram condenados à morte e outros tantos foram açoitados em público. Cerca de 500 africanos, entre escravizados e libertos, foram expulsos da Bahia e enviados para a África. A Revolta dos Malês fez aumentar o medo dos senhores de escravizados em relação ao poder dos negros de se rebelar.
Revolta dos Farrapos
Maior rebelião ocorrida no Brasil durante a Regência. A Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, recebeu seu nome dos pobres esfarrapados que compunham a maioria da tropa insurgente, embora fosse liderada pelos estancieiros (fazendeiros de gado do Sul do país). Começa em 1835 no Rio Grande do Sul, estende-se até Santa Catarina e termina em 1845.
A Revolução Farroupilha teve início em 1835, quando Bento Gonçalves, filho de um rico proprietário de terras no Rio Grande do Sul, tomou a cidade de Porto Alegre, depondo o presidente da província.
Bento Gonçalves
Giuseppe Garibaldi
A Sabinada (1837-1838 – Bahia)
A Sabinada foi uma revolta ocorrida na Bahia contra o poder central. Um dos seus líderes foi o médico e jornalista Francisco Sabino, do qual decorreu o nome de sabinada.
A rebelião foi motivada pelo desejo de manter a autonomia provincial conquistada com o Ato Adicional. O objetivo era criar uma república na Bahia enquanto o príncipe herdeiro ainda fosse menor de idade. Da revolta, participaram vários setores da sociedade de Salvador, de comerciantes até ex-escravos.
A Balaiada (Maranhão, 1838-1841)
A Balaiada foi uma revolta ocorrida no Maranhão entre 1838 e 1841 e começou com divergências entre grupos políticos. Profissionais liberais que formavam o grupo Bem-te-vi (nome do jornal publicado pelos liberais na província) criticavam os fazendeiros conservadores do Maranhão, que, por sua vez, sentiam os efeitos da queda na exportação do algodão e pressionavam os trabalhadores. Muitos vaqueiros livres e escravizados sofriam com a opressão e se uniram para lutar contra a miséria e a escravidão. Assim, os bem-te-vis iniciaram a revolta contra os fazendeiros com a participação dos sertanejos pobres. A revolta envolveu milhares de vaqueiros e escravos, e que foi chamada de Balaiada porque um de seus líderes era fabricante de cestos ou balaios.
Cabanagem (1835-40 – Pará)
A Cabanagem foi uma revolta popular que aconteceu entre 1835 e 1840 na província do Grão-Pará, que compreendia os atuais estados de Pará, Amazonas, Amapá e Roraima. Os revoltosos eram mulheres e homens pobres, indígenas, negros e mestiços que extraíam produtos da floresta e viviam em casas simples, como cabanas, à beira dos rios. Por isso, foram chamados de cabanos. Muitos líderes populares da revolta eram conhecidos por apelidos, como João do Mato, Domingos Onça e Mãe da Chuva.
No início, os cabanos tiveram o apoio de fazendeiros descontentes com a centralização política. Os fazendeiros queriam exportar mais produtos (como cacau, madeira e ervas) sem pagar tantos impostos. Porém, devido à radicalidade do movimento, eles logo se afastaram. Uma vez que a aristocracia queria apenas que o governo da província fosse exercido por um de seus membros, sem romper com o restante do império, enquanto as camadas mais pobres entendiam que suas dificuldades econômicas só seriam resolvidas com mudanças políticas.
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