segunda-feira, 5 de agosto de 2024
Biodiversidade terrestre
Microclimas urbanos
Desde 2007, a maior parte da população global ocupa as cidades. Dos 7,8 bilhões de habitantes do planeta, em 2022, 56,2% viviam em áreas urbanas. Este quantitativo populacional atrelado ao modelo urbano de grande parte das cidades mundiais gera uma tendência ao microclima. A emissão de gases poluentes, a impermeabilização de parte do solo, a retirada da vegetação, a canalização de rios e os aterros de áreas alagadas são alguns exemplos de ações humanas nesses espaços de maior adensamento populacional. As populações que ocupam os espaços urbanos podem conviver com dois fenômenos típicos:
- Ilhas de calor: ocorrem em grandes centros urbanos onde há intensa modificação do uso do solo, com a presença de elementos artificiais (estradas, edifícios, etc.). A retenção de calor é maior nesses espaços, pois se configuram como áreas isoladas do entorno, com temperaturas mais elevadas.
- Inversão térmica: fenômeno natural, mais comum nos meses de inverno, que tem consequências específicas para o meio urbano. A inversão térmica consiste na presença do ar mais denso (frio) nas camadas próximo à superfície, enquanto o ar menos denso (quente) fica acima, impedindo a ascensão do ar, o que gera uma concentração de gases poluentes nestas áreas. Como consequência, muitas pessoas desenvolvem doenças respiratórias e irritação nos olhos.
Tratados climáticos internacionais
Por quase toda a história humana, o planeta teve a capacidade de absorver e corrigir alguns desequilíbrios ambientais. Porém, a partir da Revolução Industrial, a emissão antrópica de gases na atmosfera vem ultrapassando os limites de assimilação natural do sistema terrestre. Por essa razão, ações em escala global vêm sendo promovidas com o propósito de reduzir a aceleração do aquecimento do planeta, melhorar a qualidade de vida dos seres humanos e manter a biodiversidade na Terra. Em 1979, em Genebra, na Suíça, ocorreu a Conferência Mundial do Clima (WCC-1, na sigla em inglês), a primeira reunião internacional para se debater o clima global. Porém, apenas em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro (RJ), surgiu a constituição de um grupo de nações com o objetivo de debater periodicamente temas relacionados às mudanças climáticas. O primeiro grande acordo que surgiu pelo resultado desses debates foi o Protocolo de Kyoto, em 1997. Assinado por 178 países, ele entrou em vigor em 2005 e definiu metas de redução de emissões de gases de efeito estufa das nações mais industrializadas do planeta. O protocolo de Kyoto expirou em 2012, sendo firmado um novo acordo global em 2015 (Acordo de Paris), durante a 21a reunião da Conferência das Partes (COP 21). Nesse encontro, 196 países assinaram o acordo se comprometendo a realizar ações que impedissem que a elevação da temperatura média do planeta ultrapasse 1,5 °C até 2100.
As principais florestas do mundo
A distribuição da vegetação pelo planeta
As florestas no mundo
Vegetações arbóreas
Vegetações arbustivas
As Savanas
A Vegetação Mediterrânea
Vegetações herbáceas ou campestres
Estepe e Pradaria
Vegetação de Altitude
Vegetação de Deserto
Tundra
O nível das águas dos rios
Intervenções humanas nos rios
A importância das matas ciliares para os rios
PRESERVAÇÃO DAS FORMAÇÕES VEGETAIS
Recursos naturais e fontes de energia
A maioria das matérias-primas utilizadas na fabricação dos bens de que o ser humano necessita é obtida de elementos da natureza, seja por meio do extrativismo, seja por meio da agricultura e da pecuária. Os elementos da natureza usados para isso são chamados recursos naturais. Entre eles estão as florestas, os solos e os rios. As águas dos rios, por exemplo, são recursos naturais utilizados para pesca, navegação, irrigação de lavouras, abastecimento de cidades ou, ainda, para a geração de energia elétrica. Já os solos são utilizados para a formação de lavouras, criação de animais etc.
Classificações dos recursos naturais
Os recursos naturais apresentam-se de diversas formas e têm um papel importante em nosso cotidiano. Os recursos naturais podem ser classificados, basicamente, de duas maneiras: quanto à origem e ao poder de renovação natural. Quando os recursos naturais têm origem em seres vivos ou em materiais orgânicos, são chamados de recursos bióticos. Os combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo e gás natural) estão inseridos nessa classificação, pois se formaram da decomposição orgânica de materiais. Plantas e animais também fazem parte dos recursos bióticos. Já os recursos abióticos se originam de materiais não vivos, como a luz solar, a água e o ar. Os minerais também pertencem a esse grupo.
Quanto ao poder de renovação natural, os recursos dividem-se em renováveis e não renováveis.
• Recursos naturais não renováveis: não podem ser recriados pela sociedade ou levam milhões de anos para serem repostos pela natureza. Entre eles estão os combustíveis fósseis (petróleo e carvão) e os minerais (ferro, manganês, cobre, ouro e diamante). As reservas desses recursos diminuem à medida que são explorados.
Nos últimos dois séculos, o desenvolvimento das atividades econômicas, sobretudo da indústria, passou a exigir a utilização cada vez maior de matérias-primas e, consequentemente, de recursos naturais renováveis e não renováveis para suprir o aumento da produção. Esse processamento crescente de matérias-primas demanda, por conseguinte, o desenvolvimento de máquinas e instrumentos de trabalho mais avançados, capazes de aumentar ainda mais a produção nas indústrias. Assim, para fornecer mais algodão para uma indústria têxtil, por exemplo, é preciso desenvolver equipamentos que possibilitem o cultivo de lavouras maiores e mais produtivas, como novos tratores, arados e colheitadeiras.
Os recursos naturais como fonte de energia
Os recursos utilizados para a geração de energia são chamados de fontes de energia e podem se apresentar de forma renovável ou não renovável, dependendo da matéria-prima utilizada. No quadro apresentado anteriormente (“Recursos naturais e exemplos de uso no cotidiano”), é possível ver alguns tipos de fontes de energia. O petróleo, por exemplo, é a matéria-prima para a produção de alguns combustíveis utilizados em motores à combustão. Atualmente, a maior parte dos carros, ônibus, motos e caminhões usa essa fonte de energia. Vamos conhecer a seguir os principais recursos naturais utilizados pela sociedade.
Petróleo
É formado pela decomposição da matéria orgânica, principalmente algas, no fundo de mares e oceanos, ao longo de milhões de anos. O acúmulo de sedimentos sobre os organismos marinhos causou a compactação e o aquecimento do material orgânico, levando aos processos químicos que lhe deram origem. Por meio de métodos específicos de detecção de jazidas petrolíferas, poços podem ser perfurados a uma profundidade superior a 7 mil metros em relação ao nível médio dos oceanos.
Após sua extração das rochas reservatórios, no continente ou em subsolo oceânico, esse material líquido e escuro é canalizado até a superfície e, depois, é levado a refinarias. Nelas, o petróleo bruto é transformado em derivados utilizados em diversas atividades. O petróleo é a principal fonte de energia do planeta atualmente (um terço de toda a energia produzida no mundo). Por isso, os países com maior produção de petróleo têm, em geral, um importante papel na política e na economia mundiais.
Esse recurso natural é fundamental para o funcionamento das indústrias e dos meios de transporte. O aumento do consumo de petróleo no mundo deve-se, sobretudo, à ampliação de seu emprego na atividade industrial e do aumento da frota de veículos movidos por esse combustível fóssil. Essa matéria-prima também é muito empregada na fabricação de inúmeros produtos que usamos diariamente, como plásticos, fertilizantes, borrachas e tecidos sintéticos.
Considerando esse ritmo mundial de exploração e consumo, aliado ao volume das reservas conhecidas estimadas em cerca de 1,7 trilhão de barris, calcula-se que as jazidas de petróleo devam se esgotar em um futuro próximo.
Gás natural
O gás natural é uma substância incolor e, por ser um combustível fóssil de formação semelhante à do petróleo, é comumente encontrado nas mesmas jazidas petrolíferas.
O gás natural é uma substância incolor e, por ser um combustível fóssil de formação semelhante à do petróleo, é comumente encontrado nas mesmas jazidas petrolíferas. Esse recurso natural é amplamente usado na geração de eletricidade e como combustível para determinados tipos de veículo com motor à combustão. Além disso, pode ser utilizado como matéria-prima química na fabricação do plástico e de outros produtos, como fertilizantes e corantes. Apesar de ter sido descoberto entre os anos 6000 a.C. e 2000 a.C., na região hoje conhecida como Oriente Médio, no oeste do continente asiático, sua aplicação comercial só ocorreu nos Estados Unidos, em 1821. Na ocasião, o gás era distribuído por tubos aos consumidores, que o utilizavam na iluminação residencial e para cozinhar.
A Rússia detém as maiores reservas de gás natural do mundo (cerca de 20%) e divide com os Estados Unidos o título de principal produtor desse recurso natural não renovável na atualidade – 16,6% e 23,7%, respectivamente.
Carvão mineral
Assim como o petróleo e o gás natural, o carvão mineral também é um combustível fóssil não renovável. Geralmente encontrado na cor preta, o carvão mineral é formado pela decomposição de restos vegetais soterrados e comprimidos por camadas sedimentares há milhões de anos. Após um lento processo de solidificação com elevadas temperatura e pressão, esse composto passa a formar os depósitos de carvão. Encontrado de forma abundante na Terra, o carvão mineral pode ser usado como fonte química, de onde são extraídos óleos, ceras, produtos farmacêuticos, pesticidas, entre outros. Mas é como fonte de energia que esse recurso natural ganha maior destaque sendo utilizado para a geração de energia elétrica nas usinas termoelétricas.
Energia hidráulica
Também é possível gerar energia elétrica com a força da água. O processo consiste em armazenar esse recurso natural em um grande reservatório e canalizá-lo até as turbinas geradoras de eletricidade de uma usina hidrelétrica. A energia gerada por hidrelétricas é renovável e, se comparada às demais fontes de energia, pode ser considerada não poluente e de baixo custo. No entanto, essa fonte de energia também causa impactos ambientais e sociais. Para a instalação de uma usina hidrelétrica, muitas vezes, são ocasionados desmatamentos, destruição do hábitat de várias espécies de animais e, em alguns casos, a inundação de áreas de lavouras e de cidades.
Entre as formas de obtenção de eletricidade, o modelo hidrelétrico merece destaque, por se tratar da principal fonte geradora de energia no Brasil, responsável por pouco mais de 65% da matriz energética do país em 2021. Três das 219 usinas hidrelétricas instaladas no país estão entre as dez maiores do mundo: Itaipu Binacional, Belo Monte e Tucuruí.
É necessário considerar que as hidrelétricas transformam consideravelmente as paisagens naturais. Extensos lagos são formados devido ao represamento da água, fazendo com que a vegetação fique submersa e impeça o fluxo natural dos peixes. Além disso, comunidades ribeirinhas são removidas, sendo obrigadas a deixar o lugar de vivência, o que gera desequilíbrios sociais, tendo em vista que boa parte desses moradores sobrevive de recursos também extraídos do rio.
Energia nuclear
A energia nuclear é produzida com a radiação liberada por certos elementos químicos, sobretudo o urânio. Essa energia aquece a água e a transforma no vapor que movimenta as turbinas produtoras de energia elétrica.
Também chamada de energia atômica, a energia nuclear é produzida a partir da fissão do núcleo de um átomo de urânio, liberando grande quantidade de energia. A energia nuclear, como fonte energética, opera com praticamente zero emissão de CO2 na atmosfera, ao contrário das usinas de carvão, de petróleo e de gás natural, que lançam quantidades significativas de gases de efeito estufa e elementos nocivos. Porém, esse tipo de energia produz resíduos tóxicos que se acumulam ao final da produção e que devem ser armazenados durante períodos que podem chegar a 300 anos. Apesar de considerada uma energia limpa para a atmosfera, alguns desastres ambientais ao longo da história geraram grandes debates diante de sua ampliação. O Japão, a França e os Estados Unidos operam centenas de usinas nucleares, fornecendo energia para uma parcela considerável de seus cidadãos. No Brasil, há atualmente duas usinas dessa categoria – Angra 1 e Angra 2. Juntas, elas produzem 3% da energia consumida no país.
Por causa da sua complexidade, a instalação de usinas nucleares envolve grandes investimentos e alta tecnologia. A desvantagem dessa fonte de energia é que tanto o vazamento de radioatividade como o lixo nuclear são altamente prejudiciais aos seres vivos.
Fontes alternativas de energia
A matriz energética mundial está cada vez mais diversificada e isso se deve, sobretudo, ao uso de novas tecnologias aplicadas ao desenvolvimento de fontes alternativas de energia, como a solar e a eólica. Países com áreas localizadas na faixa intertropical têm o privilégio de contar com uma exposição mais regular aos raios solares ao longo do ano, podendo aproveitar melhor esse recurso natural. A energia térmica (calor) é convertida em energia elétrica por meio da captação da radiação solar por placas coletoras planas, denominadas células solares ou fotovoltaicas. Quanto maior a placa, maior a captação de calor e, portanto, maior o potencial de geração de energia. Outra fonte alternativa e renovável de energia cujo uso vem se ampliando em alguns países, incluindo o Brasil, é a eólica. Essa tecnologia se baseia na movimentação das pás de uma turbina pela força dos ventos. Segundo o Ministério de Minas e Energia, a energia eólica representou 11,1% da matriz elétrica brasileira em 2021. Destacam-se também os biocombustíveis, que são renováveis e são combustíveis sólidos, líquidos ou gasosos desenvolvidos a partir de matéria orgânica animal ou, principalmente, vegetal. Os biocombustíveis vegetais podem ser produzidos a partir da soja, do milho, da beterraba e do trigo, entre outros. No Brasil, a cana-de-açúcar é a principal matéria-prima utilizada. Alguns exemplos de biocombustíveis são: biodiesel, etanol (álcool combustível), biogás e carvão.
Apesar de a queima desses combustíveis não gerar poluentes atmosféricos, ambientalistas apontam que esse modelo de produção também tem repercussões negativas. Grandes propriedades são necessárias para o cultivo da matéria-prima e, por isso, áreas florestais podem ser desmatadas para ampliar a produção. Além disso, há problemas como o aumento do consumo de água para irrigação, o uso intensivo do solo e o emprego de pesticidas, entre outros.
Biomassa
A biomassa é conhecida como material renovável de origem orgânica (vegetal e animal) utilizado para a geração de energia. A beterraba açucareira, o milho, a cana-de-açúcar, alguns óleos vegetais, como os provenientes do dendê e do algodão, e resíduos orgânicos, como o esterco de curral, são exemplos de biomassa. A cana, o milho e a mamona, por exemplo, são usados como matéria-prima na produção de etanol (álcool). Já o bagaço da cana e do coco pode ser utilizado na queima em fornos e caldeiras, para geração de calor em usinas termoelétricas.
Energia solar e energia eólica
A energia solar é produzida por painéis que captam a radiação solar e a convertem em eletricidade. Já a energia eólica é produzida a partir da força do vento que, ao girar as hélices dos moinhos de ventos, impulsiona os geradores de eletricidade. A energia eólica e a energia solar são consideradas limpas, ou seja, não poluentes, porém, apresentam baixa produtividade.
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