sábado, 10 de dezembro de 2022

A administração de John Kennedy

Após completar os estudos na Universidade de Harvard durante a Segunda Guerra Mundial, esteve na Câmara dos Representantes, como membro do Partido Democrata, pelo estado de Massachusetts, entre 1947 e 1952; depois, foi senador até que, em 1960, se tornou o primeiro presidente católico dos Estados Unidos, derrotando o candidato republicano Richard Nixon. Para acabar com a miséria no interior do país, iniciou uma reforma social, a denominada "New Frontier", que introduziu a segurança social e promoveu o desenvolvimento dos direitos humanos, com uma lei de integração para a população afro-americana e programas de formação. Muitas das reformas apresentadas não foram implantadas devido à oposição republicana, com maioria no Senado. 
Dando sequencia política externa pendular, Kennedy manteve, ao mesmo tempo, entendimentos com os soviéticos e diversos enfrentamentos, originando crises agudas, algumas de alarmante ameaça à paz mundial. Ao assumir a presidência, Kennedy teve que enfrentar a questão da vitória de Fidel Castro em Cuba em 1959. Hostil aos americanos, a Revolução Cubana anulou sua tradicional hegemonia naquela ilha.
Desejando reaver a supremacia perdida, em 1961, Kennedy colocou em prática um plano de invasão a Cuba para derrubar Fidel Castro, elaborado pela CIA durante a administração Eisenhower. A invasão da Baia dos Porcos, como ficou conhecida devido ao lugar do desembarque, terminou num fracasso, e Kennedy teve de assumir pessoalmente a responsabilidade da ação, desgastando-se politicamente.
Temendo novos exemplos de rebeldia na América Latina e buscando conter movimentos revolucionários, diante do latente descontentamento sociopolítico causado pelo subdesenvolvimento e das graves dificuldades econômicas da região, Kennedy estabeleceu um programa de ajuda econômica aos vizinhos do continente, a Aliança para o Progresso, intensificando empréstimos e investimentos de modo a garantir a supremacia dos Estados Unido no continente.
Embora Kennedy tenha se reunido com Kruschev em junho de 1961, mantendo o clima pacífico de coexistência internacional, em agosto agravou-se a tensão, quando foi erguido o Muro de Berlim, separando a parte comunista da parte capitalista da cidade alemã e fechando um tradicional caminho de fuga dos alemães orientais para o Ocidente. No ano seguinte, quase houve um confronto nuclear após o ultimato de Kennedy à União Soviética, exigindo a não instalação de mísseis russos de alcance médio em Cuba (a chamada "crise dos mísseis", em outubro de 1962). Os líderes das duas potências chegaram a um entendimento, muito embora o clima de distensão do início do governo Kennedy fosse bastante prejudicado e ambos só voltasse ao diálogo em junho de 1963, quando foi combinada a instalação do "telefone vermelho"
Instalado em 30 de agosto de 1973, o "telefone vermelho" não é um telefone propriamente dito, mas uma linha direta de teleprocessamento, via satélite, que permite a troca de dados impressos, como textos e gráficos. sabe-se que foi instalada em Washington e em Moscou, mas o local exato permaneceu secreto. 
A anuência de Kruschev deu início a uma nova era de coexistência pacífica, Kruschev e Kennedy firmaram um acordo em 1963 que proibia testes nucleares na atmosfera. Em contraposição, os Estados Unidos intensificaram sua participação na Guerra do Vietnã, buscando conter o sucesso dos guerrilheiros socialistas apoiados pelos soviéticos, em luta contra o colonialismo naquele país do sudeste asiático.
No plano interno, Kennedy dinamizou medidas de bem-estar social, nas áreas de educação e saúde, e tornou ilegal à descriminação racial, ganhando de um lado imensa popularidade e de outro a forte oposição dos mais conservadores. Sua carreira foi encerrada em 22 de novembro de 1963, quando foi baleado ao visitar a cidade de Dallas, no Texas.  Foi sucedido, na presidência, por Lyndon B. Johnson.


A Era Dwight Eisenhower (1953-1961)

Dwight Eisenhower, republicano, general e comandante das forças da OTAN na Europa, foi eleito presidente dos Estados Unidos no apogeu da Guerra Fria clássica. Contando com o apoio da maioria no Senado e da Câmara dos Deputados, passou a privilegiar a política de benefícios sociais, em especial a educação. Na economia, suspendeu a política do Fair Deal do período Truman. Conseguiu acabar com o macartismo e garantiu grande avanço econômico no país, apesar dos quatro milhões de desempregados e da elevação das taxas inflacionárias. O maior desafio político, após sua reeleição em 1956, foi a questão racial. Seu governo assistiu ao crescimento do movimento negro, em luta contra a segregação racial.

A questão racial

A abolição da escravatura nos Estados Unidos ocorreu durante a Guerra Civil (ou Guerra de Secessão, 1861-1865) e levou alguns segmentos sociais, em particular no Sul, a adotar medidas radicais como a aprovação de leis segregacionistas ou Leis Jim Crow, que vigoraram por vários anos. No final dos anos 40, Truman ordenou o fim gradativo da segregação nas Forças Armadas, permitindo que os negros lutassem na Guerra da Coréia. Os direitos civis, no entanto, não foram ampliados, mantendo grande insatisfação dentro da comunidade negra norte-americana. Em 1955, boicotes aos transportes coletivos em Montgomery (Alabama) marcaram o início do movimento antissegregacionista no país. Face ao aumento da tensão entre negros e brancos, em 1954, a Suprema Corte sancionou leis que pretendiam iniciar a integração racial, em especial nas escolas públicas. O resultado foi o acirramento das tensões, forçando Eisenhower a enviar ao Congresso, em 1957, um projeto para garantir aos negros o direito de voto. O projeto foi recusado, mas o presidente conseguiu uma medida conciliatória, com a criação da Comissão dos Direitos Civis, que não conseguiu resolver a questão.

Política externa

A Era Eisenhower oscilou entre o enfrentamento típico da Guerra Fria – pactos militares com países do bloco capitalista (Anzus, Otase ou Seato, Cento) complementares à Otan, numa política agressiva contra a União Soviética – e o entendimento da Coexistência Pacífica, possibilitando um degelo nas relações externas e originando os primeiros acordos do pós-guerra. Enquanto destinava imensas verbas para a construção de mísseis e a exploração espacial, a fim de ultrapassar os soviéticos que haviam lançado o primeiro SputnikEisenhower recebia Kruschev em1959 nos Estados Unidos, para conversações confidenciais e amigáveis.


A administração Truman (1945-1953)

Com a morte de Franklin Delano Roosevelt, o vice-presidente do Partido Democrata Harry Truman, assumiu o governo, sendo reeleito para o período de 1948 a 1952.

O fim da Segunda Guerra Mundial e a emergência da União Soviética como força antagônica transformaram o American Way of Life em bastião contra os inimigos dos valores capitalistas, além de fortalecer o anticomunismo. Além do Intenso crescimento industrial no período, o governo Truman caracterizou-se pelo início da Guerra Fria e suas mais intensas manifestações. A confrontação anticomunista e a necessidade de fortalecer o bloco capitalista deram origem ao Plano Marshall e a Doutrina Truman.
A aceleração econômica e a elevação do padrão de vida norte-americano foram fundamentais para que a sociedade americana apoiasse a futura política de combate ao avanço socialista. O consumo das classes trabalhadoras cresceu de modo espetacular e o modelo capitalista alcançou sua máxima expressão nos anos 50 e 60. A maneira de ser e de viver da superpotência capitalista tornou-se modelo de referência para todo seu bloco.
O apelo do ex-chanceler britânico Winston Churchill, em 1946, para que os Estados Unidos assumissem o papel de "protetores do mundo livre" e socorressem econômica e militarmente a Europa (em particular, a Grécia e a Turquia, países em crise e geograficamente próximos ao bloco socialista), levou, a partir de 1947, à formação e adoção da Doutrina Truman e do Plano Marshall. Nascia a Guerra Fria.
A criação da Otan e o envolvimento norte-americano na Guerra da Coréia demonstram que, no plano político militar, o presidente Truman procurou fortalecer o seu bloco tanto por meio de alianças, como por confrontos armados. Enquanto isso, do outro lado, os soviéticos conseguiram produzir a bomba atômica (1949) e a Revolução Chinesa (1949) foi vitoriosa.
A resposta a essa situação no plano interno foi a ideia de qualquer oposição ao governo era sinal de antiamericanismo ou  comunismo, produto de sabotagem e traição nacional. À frente dessa histeria política, estava o senador Joseph MacCarthy, que iniciou uma verdadeira "caça às bruxas", forjando processos e delações e disseminando o pânico comunista pela sociedade. O macarthismo atingiu seu auge com o "caso Rosenberg" a prisão e o julgamento do casal judeu Ethel e Julius Rosenberg, acusados de passar segredos da bomba atômica aos soviéticos. Depois de tumultuado processo e da censura e pedido de clemência de muitos países, foram ambos executados, em 1953. A febre macarthista atingiu todo o país, só refluindo no mandato do presidente Eisenhower.



O macarthismo


Joseph Raymond McCarthy, Senador republicano a partir de 1947, organizou e presidiu a cruzada, lançada em 1950, contra a suposta infiltração de agentes comunistas em altos cargos da administração americana. Ocupava o posto de presidente do Comitê Permanente do Senado para os Assuntos Internos. Sob os mandatos presidenciais de Harry S. Truman e Dwight D. Eisenhower, acusou, sobretudo entre 1953 e 1955, intelectuais (como o físico Robert Oppenheimer), escritores e membros do Ministério dos Negócios Estrangeiros (entre os quais, George C. Marshall), apelidando-os de filocomunistas ou esquerdistas. A carreira de McCarthy terminou quando tentou incluir também o Exército em suas investigações. Seu método consistia em desacreditar figuras politicamente incômodas por meio de acusações infundadas, ou em acusá-las publicamente de estarem ligadas ao comunismo, considerando-as por isso "inimigas da democracia". Foi este o procedimento que passou para a história com o nome de "macarthismo".

 O macarthismo

Movimento antiesquerdista criado pelo senador republicano Joseph MacCarthy, fundador do Comitê de Atividades Anti-americanas. Caracterizou-se por inúmeras perseguições – em particular, contra intelectuais e artistas sobre os quais pairasse qualquer suspeita de serem de esquerda –, por prisões de dirigentes sindicais e por processos de espionagem contra funcionários do Estado e cidadãos comuns, por depurações e pelas temerosas "listas negras". Além do clima de medo, essa "caça às bruxas" levou inocentes à morte, como o conhecido caso Rosemberg. Somente em 1954, quando importantes personalidades militares passaram a ser atingidas, o Senado condenou publicamente o macartismo e seu criador, pondo fim a um dos períodos mais nefastos da história norte-americana.


A crise dos mísseis

Em 1961, a tentativa frustrada de invasão a Cuba, organizada pelos Estados Unidos, com a participação de cubanos treinados pela CIA em Miami, fortalece a aproximação entre Cuba e União Soviética, levando Fidel a aderir ao marxismo. Em plena Guerra Fria, a Revolução Cubana causa forte impacto em todo o continente americano, mas Cuba tem de administrar as consequências de sua adesão ao bloco socialista: bloqueio econômico e naval determinado pelos Estados Unidos e sua expulsão da Organização dos Estados Americanos (OEA). Em 1962, Fidel Castro decide estreitar os laços com a União Soviética. Os soviéticos instalam mísseis nucleares em Cuba. Sabendo disso, os Estados Unidos preparam uma invasão à ilha. A União Soviética, por sua vez, apoia seu aliado caribenho. Durante alguns dias, teme-se a possibilidade de ataques nucleares entre as duas grandes potências. No fim, a União Soviética retira seus mísseis e os Estados Unidos se resignam a aceitar o fim do monopólio ideológico no continente americano.


A coexistência pacífica


Buscando evitar a todo o custo o confronto direto entre as duas grandes potências, a estratégia da coexistência pacífica (formalizada pelo líder soviético Nikita Kruschev) desloca a Guerra Fria para os campos da economia e da tecnologia. As novas relações possibilitam algumas aproximações entre os tradicionais rivais, mas não garantem o fim das hostilidades e tensões. No início dos anos 60, duas graves crises confirmam que, apesar do fim da fase mais aguda, a Guerra Fria continua presente: as crises do muro de Berlim, em 1961, e dos mísseis de Cuba, em 1962.

A crise em Berlim

No final da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945) divide a derrotada Alemanha nazista e sua capital em quatro zonas de ocupação entre os Aliados (União Soviética, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França). Em 1948, para impedir medidas do bloco ocidental que resultariam na formação de um Estado alemão separado, a União Soviética impõe um bloqueio em Berlim, cidade encravada em sua zona. Os acessos rodoviários e ferroviários para a cidade são fechados, exigindo que britânicos e norte-americanos montem uma ponte aérea para abastecer Berlim Ocidental. Depois desse incidente, surgem as Repúblicas Federal da Alemanha (Ocidental) e Democrática Alemã (Oriental), respectivamente alinhadas com o bloco capitalista e o socialista.

A construção do muro de Berlim

O interesse em impedir fugas para o lado capitalista de Berlim leva a União Soviética a erguer na noite de 12 para 13 de agosto de 1961 uma cerca de arame farpado e postos de vigia. Mais tarde, a cerca é substituída por um muro de alvenaria. Mais do que dividir uma cidade, o 'muro da vergonha' separa fisicamente famílias, ideologias e o mundo, colocando cada parte sob influência de uma das superpotências. A queda do muro de Berlim, em 1989, representa o fim da Guerra Fria.


Revolução Islâmica do Irã


A aproximação entre Israel e Egito parecia abrir as portas para um período de maior estabilidade no Oriente Médio. Apesar disso, o mundo teve pouco tempo para comemorar. Em janeiro de 1979, os islâmicos xiitas do Irã derrubaram o governo do xá Reza Pahlevi, aliado dos Estados Unidos, e proclamaram a Revolução Islâmica.
Liderados pelo aiatolá Khomeini, os xiitas diziam que tanto a União Soviética quanto os Estados Unidos eram regidos pelo Grande Satã. Acreditavam na Jihad, uma guerra santa para converter o mundo à fé islâmica. Khomeini instaurou no Oriente Médio um sistema político-religioso que não seguia a lógica da Guerra Fria.
Riquíssimo em petróleo, o Irã era governado desde 1941 pelo xá (rei) Reza Pahlevi, que dispunha de poderes absolutos sobre o povo iraniano.
Fiel aliado dos Estados Unidos, ele tinha planos de “ocidentalizar” o país. Essa política causava descontentamento entre a população iraniana, cuja maioria é muçulmana xiita e segue rigidamente os preceitos islâmicos. Além disso, o xá reprimia duramente seus opositores, o que causava insatisfação também em setores das classes médias, sobretudo, entre estudantes e intelectuais.
Nos anos 1970, muitas pessoas estavam presas no Irã por motivos políticos. Outros opositores do regime buscavam o exílio. Entre eles, destacava-se o aiatolá Ruhollah Khomeini (1900-1989), exilado em Paris. Em seu exílio Khomeini gravava fitas com discursos contra xá Reza Pahlevi. Essas fitas eram levadas clandestinamente ao Irã e divulgadas entre a população.
A insatisfação com o governo de Reza Pahlevi chegou ao auge em 1979, quando uma revolta se espalhou pelo país inteiro, obrigando o xá e sua família a fugir. Khomeini voltou ao Irã e assumiu a liderança do governo. Os preceitos do islamismo foram restabelecidos.
Para Washington e Moscou, era importante impedir a expansão da revolução islâmica. Os Estados Unidos temiam que a difusão do radicalismo iraniano incentivasse um sentimento antiamericano no mundo muçulmano. A União Soviética, por sua vez, acreditava que o crescimento da religião poderia encorajar o separatismo nas repúblicas soviéticas, como o Cazaquistão e o Turcomenistão, com população de maioria muçulmana.
Um forte sentimento antiamericano e antiocidental passou a caracterizar a política dos novos líderes. Em 1980, o exército do Iraque invadiu o Irã. Por essa época, o governo do Iraque, chefiado pelo muçulmano sunita Saddan Hussein, recebia ajuda financeira dos Estados Unidos, potência cujos interesses estão ligados ao petróleo da região. Conhecido como Guerra Irã-Iraque, o conflito deixaria o trágico saldo de 1,5 milhão de mortos e só terminaria em 1988.
Apesar da morte de Khomeini, em 1989, líderes religiosos continuaram a política do governo, ainda que haja eleições para presidente e este possa ser laico (não religioso).
Em 2005, foi eleito para a Presidência Mahmoud Ahmadinejad. Três anos antes, o presidente norte-americano George W. Bush havia declarado que o Irã faz parte do “eixo do mal” – juntamente com o Iraque, a Coréia do Norte e outros países – e representa uma ameaça à segurança mundial.
Em abril de 2007, o presidente Mahmoud Ahmadinejad anunciou que o Irã produz industrialmente urânio enriquecido. Um ano depois, em abril de 2008, era anunciada a construção de uma nova usina para enriquecer urânio no Irã. Esses fatos desafiavam a política do governo norte-americano de George W. Bush que pretendia impedir o acesso do Irã à tecnologia nuclear. Embora o governo iraniano afirme que pretende utilizar essa tecnologia para fins pacíficos, Bush teme perder o controle da região do Oriente Médio diante de um Irã em condições de produzir armas atômicas.




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