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A coexistência pacífica


Buscando evitar a todo o custo o confronto direto entre as duas grandes potências, a estratégia da coexistência pacífica (formalizada pelo líder soviético Nikita Kruschev) desloca a Guerra Fria para os campos da economia e da tecnologia. As novas relações possibilitam algumas aproximações entre os tradicionais rivais, mas não garantem o fim das hostilidades e tensões. No início dos anos 60, duas graves crises confirmam que, apesar do fim da fase mais aguda, a Guerra Fria continua presente: as crises do muro de Berlim, em 1961, e dos mísseis de Cuba, em 1962.

A crise em Berlim

No final da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945) divide a derrotada Alemanha nazista e sua capital em quatro zonas de ocupação entre os Aliados (União Soviética, Estados Unidos, Grã-Bretanha e França). Em 1948, para impedir medidas do bloco ocidental que resultariam na formação de um Estado alemão separado, a União Soviética impõe um bloqueio em Berlim, cidade encravada em sua zona. Os acessos rodoviários e ferroviários para a cidade são fechados, exigindo que britânicos e norte-americanos montem uma ponte aérea para abastecer Berlim Ocidental. Depois desse incidente, surgem as Repúblicas Federal da Alemanha (Ocidental) e Democrática Alemã (Oriental), respectivamente alinhadas com o bloco capitalista e o socialista.

A construção do muro de Berlim

O interesse em impedir fugas para o lado capitalista de Berlim leva a União Soviética a erguer na noite de 12 para 13 de agosto de 1961 uma cerca de arame farpado e postos de vigia. Mais tarde, a cerca é substituída por um muro de alvenaria. Mais do que dividir uma cidade, o 'muro da vergonha' separa fisicamente famílias, ideologias e o mundo, colocando cada parte sob influência de uma das superpotências. A queda do muro de Berlim, em 1989, representa o fim da Guerra Fria.


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