quarta-feira, 25 de maio de 2022

Biologia - Sistemas de classificação

 

 

Sistemas de classificação

 Na Antiguidade, os chineses e hindus descobrem que podem modificar plantas para obter remédios. Os babilônios identificam substâncias medicinais e estudam a estrutura dos animais que são sacrificados aos deuses.

 CLASSIFICAÇÃO ARISTOTÉLICA

A obra do filósofo grego Aristóteles é considerada a maior referência sobre os fenômenos biológicos na Grécia Clássica. Classifica os animais em duas categorias: inferiores e superiores. Os superiores (aves, peixes, mamíferos) são os que nascem de seus semelhantes. São dotados de matéria, forma, movimento, sensibilidade e potencialidade receptiva. O homem é colocado no vértice da pirâmide porque é inteligente e perfeito. Os animais inferiores (insetos, crustáceos, moluscos) surgem por geração espontânea. O grau de perfeição de cada animal, diz Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.), está ligado à quantidade de calor que ele possui.

 CLASSIFICAÇÃO VÉDICA

  Em relação aos animais, a literatura védica classifica mais de 260 mamíferos, pássaros, répteis, peixes e insetos. No século V d.C., Prasastapata estabelece o critério de classificação dos animais segundo o tipo de reprodução (sexuada e não).

 CLASSIFICAÇÕES ÁRABES

 Os árabes estudam detalhadamente os animais domesticados, base da vida das tribos nômades. Os mutazilita, teólogos islâmicos, procuram mostrar como o mundo animal dá provas da sabedoria de Deus. Classificam cerca de 350 animais segundo o modo de se movimentar. No século XIII, Al Kawini faz uma nova classificação segundo os meios de defesa de cada animal. Um século depois, Kamal al-Din al-Farisi escreve O grande livro sobre a vida dos animais, o mais importante trabalho mulçulmano de zoologia.

 CLASSIFICAÇÃO BINÁRIA

  É o sistema de classificação desenvolvido no século XVIII pelo naturalista sueco Carl von Linné, mais conhecido como Lineu. Usa como critério órgãos e estruturas morfológicas comuns e estruturas reprodutivas de animais e plantas. É um sistema simples que substitui as longas denominações de espécies, às vezes com dezenas de nomes, que vigoravam na Europa até então. Lineu é o principal nome entre os sistematas, naturalistas que no século XVII procuram estabelecer critérios mais objetivos para classificação de animais e plantas e lançam as bases da biologia moderna.

Nomenclatura binária - Lineu propõe a classificação dos seres vivos por dois nomes em latim. Um nome para o gênero ou característica geral e outro para a espécie. O cão, por exemplo, recebe o nome genérico de Canis, a espécie lobo é chamada de Canis lupus e o cão doméstico, Canis familiaris. Seu sistema de identificação é apresentado nos livros Systema naturae (1735) e Genera plantarum (1737). Lineu classifica 5.897 espécies e suas descrições ainda hoje servem de referência.

 1- CLASSIFICAÇÃO ATUAL DOS SERES VIVOS

 Até a metade do século XX, os seres vivos são classificados em apenas duas categorias: reino animal e reino vegetal. Com o progresso da biologia, a classificação se amplia para incluir organismos primitivos que não têm características específicas só de animais ou de vegetais. A partir da década de 60, o critério internacionalmente aceito divide os organismos em cinco reinos:

                                                                               Reino Monera

 O Reino Monera é formado por organismos procariontes, representados pelas bactérias e algas azuis (cianofíceas ou cianobactérias). São unicelulares ou coloniais. Possuem célula procariótica, onde não encontramos organelas citoplasmáticas delimitadas por membranas e o material nuclear não está envolto pela carioteca.  Nessas células encontramos somente os ribossomos, responsáveis pela síntese de proteína. O material hereditário é constituído por ácido nucléico no citoplasma.

 Reino Protista

  São representados pelos protozoários - como amebas e paramécios - e certas algas unicelulares - como euglenofíceas, pirrofíceas e crisofíceas. Apresentam célula eucariótica, ou seja, com núcleo envolvido pela carioteca e organelas citoplasmáticas envolvidas por membranas. Seu material genético está organizado nos cromossomos, dentro do núcleo.

 Reino Fungi

 Os fungos são organismos eucariontes, heterótrofos e, em sua maioria, multicelulares. Suas células apresentam reforço celulósico externo, como nas algas e vegetais, porém é comum a presença de depósitos de quitina, substância característica dos animais. Os fungos executam nutrição externa (são heterótrofos por absorção), ou seja, vertem enzimas sobre o alimento (substrato) e absorvem as partículas previamente digeridas.

 

Reino Plantae

 Os seres vivos incluídos no reino Plantae ou Metaphyta são os vegetais verdadeiros, pluricelulares, autotróficos fotossintéticos, com cloroplastos e parede celular composta essencialmente de celulose, um polímero de glicose. A substância de reserva característica é o amido, outro polímero de glicose.

 Reino Animalia

 Organismos eucariontes, multicelulares e heterótrofos. Nutrem-se primariamente por ingestão. Algumas poucas formas alimentam-se por absorção. Este reino compreende os animais, desde as esponjas marinhas até o homem, cujo nome científico é Homo sapiens.

 Obs.: Os vírus não constam nessa classificação porque não são células, mas por possuírem material genético e capacidade de se reproduzir, mesmo que dependendo de outro organismo, são considerados seres vivos por alguns cientistas.

  2 - Reino Animalia (os invertebrados)

  2.1 - Poríferos

 Os poríferos ou espongiários (esponjas) são multicelulares, mas não apresentam ainda tecidos. A sua constituição é muito simples. Os poríferos não possuem sistemas (digestivo, respiratório, circulatório, nervoso ou reprodutor). Eles realizam a digestão intracelular. A respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as sua células. Alimentam-se através da filtração.

 Possuem células especializadas como:

 -os porócitos        = responsáveis pela passagem de água do meio externo.

 -os amebócitos     =dão origem aos gametas masculinos e femininos

 -as espículas         = fazem parte do esqueleto de sustentação das esponjas

 -os coanócito        =promovem movimentação ciliar e fazem a digestão intracelular.

A reprodução assexuada ocorre por brotamento, onde se formam pequenos brotos laterais que se desenvolvem em novos indivíduos, originando as formas coloniais. Na reprodução sexuada os gametas, que se formam a partir de amebócitos, são lançados no átrio, onde ocorre a fecundação. O desenvolvimento é indireto (larva anfiblástula). A larva fixa-se ao substrato e desenvolve um novo indivíduo. As espojas também possuem grande poder de regeneração.

  2.2 – Cnidários ou Celenterados

 Nesse filo se enquadram os animais que já possuem tecidos bem definidos com alguma organização de sistemas. Eles possuem sistema nervoso difuso (uma rede de células nervosas pelo corpo) e gônadas, isto é, órgãos produtores de gametas. Os celenterados realizam digestão intracelular e extracelular. Eles ainda não apresentam sistemas respiratório, circulatório e digestivo. Sua respiração e a excreção se fazem por difusão direta entre a água circulante e as suas células

Os celenterados ou cnidários podem ser vistos como pólipos ou como medusas. Estas últimas têm aspecto de cúpula transparente, são flutuantes e se deslocam mais facilmente. Muitas espécies de cnidários reproduzem-se por metagênese ou alternância de gerações, passando por uma fase sexuada de medusa e por uma fase assexuada de pólipo. Outros só se reproduzem sexuadamente. E outros, ainda, nunca passam pela fase de medusa, só existindo na forma de pólipos como os corais e a anêmona-do-mar.

Uma característica comum ao filo é a presença de cnidócitos, ou cnidoblastos, que são células especializadas na defesa e captura de alimentos. Essas células apresentam uma cápsula, chamada nematocisto, que ao ser tocada, libera um filamento capaz de injetar uma toxina na pele da sua presa.

Na reprodução com alternância de gerações, a forma polipóide produz assexuadamente pequenas medusas que, após um período de desenvolvimento, produzem gametas de cuja fusão resulta o zigoto. Nas espécies que apresentam apenas forma de pólipo, eles se reproduzem sexuadamente originando novos pólipos. Após algum tempo a larva se fixa ao substrato dando origem a um novo organismo (pólipo). Portanto, a fecundação é externa e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto (larva plânula).

  2.3 – Platelmintos

Os platelmintos apresentam o corpo achatado dorso-ventralmente. Não apresentam sistema respiratório nem circulatório. Nesse filo aparece um sistema digestivo incompleto que não apresenta ânus. A excreção é realizada por células-flama.

Sobre a reprodução sexuada, podemos dizer que a maioria é hermafrodita, podendo ou não fazer a autofecundação. A planária apresenta reprodução assexuada e tem capacidade de regeneração.

O filo dos platelmintos é dividido em três classes: Turbellaria, Trematoda e Cestoidea.

A classe dos turbelários corresponde ao modelo mais típico do filo. São todos platelmintos de vida livre e têm como representante a conhecida planária, habitante da água doce.

Os trematódeos são vermes parasitas de carneiros, de outros animais vertebrados e do próprio homem. Possuem ventosas com as quais se fixam a certas estruturas do hospedeiro, podendo ou não se alimentar por elas. Ex: Esquistossomo.

Os cestóides ou cestódios são vermes platelmintos de corpo alongado em forma de fita. Podem medir de alguns milímetros a muitos metros de comprimento. Ex: Taenia saginata e Taenia solium.

 Doenças causadas por platelmintos

Teníase

 Teníase é uma doença provocada por um parasita que vive no intestino humano, a Tênia ou solitária. O ciclo da Tênia tem um hospedeiro definitivo, o homem, e um hospedeiro intermediário, o porco (Taenia solium) ou boi (Taenia saginata). Em lugares onde não existem instalações sanitárias os ovos contaminam os vegetais, que podem ser ingeridas pelo porco ou boi. Os ovos transformam-se em larvas que se alojam na musculatura dos animais. Ao ingerir carne contaminada, mal cozida ou crua, a larva atinge o intestino do homem e se desenvolve.

Se uma pessoa ingerir ovos da Tênia desenvolvem uma doença chamada cisticercose. Essa doença é provocada pela formação de cisticercos em seus músculos, cérebro, coração olhos e outros órgãos.

 Esquistossomose

 esquistossomose é causada pelo Schistossoma mansoni. O hospedeiro definitivo é o homem sendo a partir das fezes e urina que os ovos são disseminados na natureza. Possui ainda um hospedeiros intermediários que são os caramujos. Os ovos no ambiente passam à forma larvária miracídio, que se aloja no caramujo dando origem à larva cercária. Esta última dispersa principalmente em águas não tratadas, como lagos, infecta o homem pela pele. No homem o parasita se desenvolve e se aloja nas veias do intestino e fígado causando obstrução das mesmas, sendo esta a causa da maioria dos sintomas da doença que pode ser crônica e levar a morte.

 2.4 – Nematóides

  O filo nematóide é um dos maiores filos da Zoologia em número de indivíduos viventes. Existem espécies parasitas, mas a maioria é de vida livre. Nesse filo aprece pela primeira vez um sistema digestivo completo. Os nematódeos não possuem sangue, sistema circulatório, nem sistema respiratório.

  Doenças causadas por nematóides

 Ascaridíase

 A infecção ocorre quando há ingestão dos ovos do parasita (Ascaris lumbicoides), que se encontram no solo, água ou alimentos contaminados pelas fezes. O único reservatório é o homem, pois o verme habita o intestino. Se os ovos encontram um meio favorável, podem contaminar durante vários anos.

 As medidas preventivas são medidas de saneamento básico: lavagem das mãos após uso do sanitário, lavagem de frutas e verduras com água corrente e higiene pessoal, principalmente. É necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença.

  Ancilostomíase

  É uma doença causada pelo ancilóstomo (Ancilóstomo duodenale) ou o necátor (Necator americanus). Essa doença é conhecida como amarelão.

   O ciclo do parasita se inicia quando os ovos são liberados no ambiente e tornam-se larvados. A infecção mais comum é por penetração da larva pela pele humana, mas pode ocorrer penetração por mucosas (boca). A infecção ocorre preferencialmente em locais baixos, alagáveis e férteis. A larva atinge a circulação linfática ou vasos sanguíneos, passando pelos pulmões e retornando até a faringe para a deglutição (Ciclo de Looss). As larvas se instalam no intestino e atinge desenvolvem até o estágio adulto.

          Uso de calçados, hábitos de higiene corporal, fervura da água a ser ingerida e cuidados na preparação de alimentos são medidas preventivas.

  2.5 – Anelídeos

 Os anelídeos possuem uma divisão do corpo em anéis. Eles respiram pela pele e por isso possuem a pele úmida. Dentre os filos já estudados é o primeiro a apresentar sistema circulatório.

 Eles apresentam também sistemas digestivo, nervoso, reprodutor e excretor.

Os anelídeos são classificados em Poliquetos (Poliquetas), Oligoquetos (Ex: minhocas) e Hidrudíneos (Ex: as sanguessugas). Essa classificação é baseada na quantidade de cerdas: o primeiro tem muitas cerdas, segundo poucas e os hidrudíneos não têm cerdas.

 A forma de reprodução dos anelídeos varia de espécie para espécie, podendo ser tanto assexuada como sexuada. Embora as minhocas sejam animais hermafroditas, fazem fecundação cruzada. O desenvolvimento é direto.

As minhocas têm papel muito importante para a aeração e adubação do solo.

 2.6 – Moluscos

Os moluscos recebem esse nome por apresentarem corpo mole, eles podem apresentar concha e possuem corpo pode ser dividido em cabeça, massa visceral e pé. A alimentação pode ser por filtração em algumas espécies.

Nos moluscos encontramos sistemas digestivo, nervoso, reprodutor e excretor, além do sistema circulatório já presente nos Anelídeo.

Os moluscos são divididos em Gastrópodes (Ex: Caramujo), Bivalves (Ex: Mexilhão) e Cefalópodes (Ex: Lulas e polvos)

Existem moluscos dióicos ou monóicos (“hermafroditas”), mas esses não fazem autofecundação (realizam fecundação cruzada). O desenvolvimento pode ser direto ou indireto.

  2.7 – Artrópodes

 Os artrópodes são os mais numerosos dentre os animais. A quantidade de artrópodes supera a soma de todos os outros animais juntos. Apresentam esqueleto externo (exoesqueleto) e têm corpo segmentado como os anelídeos, mas alguns segmentos se fundiram formando a cabeça, o tórax e o abdome, como nos insetos, ou cabeça e cefalotórax, presentes nas aranhas e caranguejos. Ainda podemos encontrar como nos piolhos-de-cobra ou a Lacraia segmentos menos fundidas (cabeça e tronco).

O crescimento dos artrópodes, devido ao seu exoesqueleto, é realizado através de mudas periódicas. Após a muda o seu corpo cresce e um novo exoesqueleto é fabricado.

 2.7.1 – Insetos

 Os insetos apresentam três pares de patas, corpo dividido em cabeça, tórax e abdome. Tem todos os sistemas formados. Sua respiração e traqueal e sua excreção por túbulos de Malphigi, que jogam os excretos diretamente, como uma pasta, no final do tubo digestivo.

A sua reprodução é sexuada e seu desenvolvimento pode ser de três tipos: direta (sem metamorfose), com metamorfose incompleta e com metamorfose completa. No quadro abaixo vamos esquematizar esses tipos de desenvolvimento.

 2.7.2 – Aracnídeos

 Os aracnídeos não possuem antenas e apresentam o corpo dividido em cefalotórax e abdome, quatro pares de pernas. Seus representantes são os carrapatos, os ácaros, as aranhas e os escorpiões. Podem apresentar estruturas capazes de injetar peçonha como as quelíceras ou no caso do escorpião através de um ferrão na cauda.

 Respiram através de Pulmões foliáceos ou traquéias. Seu desenvolvimento é direto.

  2.7.3 – Quilópodes e Diplopodes

 Apresentam o corpo segmentado e muitos pares de patas e um par de antenas. Para diferencias os dois grupos devemos observar a quantidade de patas por segmento. Nos Quilópodes (Ex: Lacraias) encontramos um par por segmento e nos Diplópodes (Ex: Piolhos-decobra), dois pares. Além disso, as lacrais apresentam uma estrutura no final do corpo, chamada forcípula, que é capaz de injetar peçonha.

  2.7.4 – Crustáceos

 O exoesqueleto dos crustáceos além da quitina apresenta impregnação por calcário ou carbonato de cálcio. Seu corpo é dividido em cefalotórax e abdome e apresentam dois pares de antenas. Possui um número variável de cinco a sete patas dependendo da espécie.

                  A respiração é branquial, a maioria é dióica e apresentam desenvolvimento indireto.

 Exemplos: Camarão, caranguejo, siri, lagosta.

 2..8 – Equinodermos

Os equinodermos não apresentam o sistema circulatório e o nervoso é pouco desenvolvido. O sistema digestivo é completo. São dióicos com desenvolvimento indireto. Possuem um sistema ambulacrário que permite desempenhar movimentação e transporte de substância. Ex: Estrela-do-mar, serpente-do-mar, lírio-do-mar.

 3– Vertebrados

Os vertebrados são dotados de coluna vertebral que sustenta o corpo e protege os órgãos internos. O estudo dos vertebrados vai ser realizado através de comparações entre seus sistemas.

A variação da temperatura do corpo tem dois tipos de denominação. Os vertebrados podem ser considerados:

 Pecilotérmicos     = Têm temperatura do corpo variável.

Homeotérmicos = Têm temperatura do corpo constante.

Ectotérmicos         = Se aquecem com a temperatura externa.

Endotérmicos      = Produzem seu próprio calor.

  Sendo assim quem é pecilotérmico acaba sendo ectotérmico e quem é hometérmico, endotérmico. No primeiro grupo encontramos os peixes, os anfíbios e os répteis, e no segundo, mamíferos e aves.

  4 – Plantas

  4.1 - Criptógamas

 4.1.1 - Briófitas

  As briófitas (Ex: Musgos) apresentam caulóide, filóide e rizóde, estruturas que não possuem sistema vascular como nos outros vegetais e são semelhantes a caules, folhas e raízes. A água e os sais minerais são passados célula a célula por difusão. Essas plantas vivem em lugares úmidos devido a falta de vasos condutores e de uma efetiva proteção contra perda d`água.  A reprodução dos musgos pode ser sexuada apresentando dois tipos de plantas: o gametófito que vive mais tempo e produz gametas e o esporófito que dura pouco e produz esporos, apresentando, portanto, alternância de gerações.

                 Na reprodução assexuada parte do corpo do vegetal pode dar origem a uma nova planta.

  4.1.2 - Pteridófitas

  As Pteridófitas (Ex: Samambaias e avencas). Apresentam caules, folhas e raízes verdadeiras, que apresentam vascularização. Os vasos condutores além de distribuírem a seiva pela planta permitem maior sustentação, comparando com as briófitas.

  Sua reprodução pode ser sexuada ou assexuada. Na reprodução sexuada ocorre algo semelhante as briófitas, a alternância de gerações. A reprodução assexuada fica caracterizada quando as plantas se separam formando outras.

  Por dependerem da água para sua reprodução sexuada, como acontece nas briófitas, essas plantas vivem em lugares úmidos.

  4.2 – Fanerógamas

 Essas plantas apresentam uma independência da água para reprodução e possuem embrião protegido por uma semente. Essas características favoreceram o desenvolvimento dessas plantas no ambiente terrestre. Recebem o nome de fanerógamas por terem suas estruturas reprodutivas aparentes.

  4.2.1 - Gimnospermas

  As gimnospermas são reconhecidas por apresentarem sementes “nuas”, desprovidas de fruto para a sua proteção.

  4.2.2 - Angiospermas

 4.2.3 – Funções dos órgãos vegetativos das angiospermas

  Tronco    =Sustentação e transporte de substâncias pelos vasos condutores.

  Folhas =Realizam a fotossíntese, são responsáveis pelas trocas gasosas e participam da transpiração.

  Raízes =Têm como função principal a absorção de água e sais minerais, mas também acumulam reservas nutritivas.

                                                                                 5. Bactérias

 Compreendem os seres do Reino Monera (unicelulares procariontes) que não possuem clorofilas vegetal (caso das cianofíceas).

 Podem ser:

  Heterótrofos: 

-Aeróbios

-Anaeróbios (fermentantes)

-Saprófitos (decompositores)  

 Autótrofos:

-Fotossintetizantes

-Quimiossintetizantes

 

Estrutura

 Parede celular - envoltório extracelular rígido responsável pela forma da bactéria constituída por um complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) com a função de proteger a célula contra agressões físicas do ambiente.

 Obs.: Não possui celulose como as das células vegetais.

      Cápsula - camada de consistência mucosa ou viscosa formada por polissacarídeos que reveste a parede celular em algumas bactérias. É encontrada principalmente nas bactérias patogênicas, protegendo-as contra a fagocitose.

       Membrana Plasmática - mesma estrutura e função das células eucariontes.

 Obs.: Nas bactérias ocorrem invaginações na membrana plasmática que concentram as enzimas respiratórias: os mesossomos.

       Citoplasma - formado pelo Hialoplasma e pelos Ribossomos. Ausência de organelas membranosas.

       Nucleóide - é a região onde se concentra o cromossomo bacteriano, constituído por uma molécula circular de DNA. É o equivalente bacteriano dos núcleos de células eucariontes. Não possui carioteca ou envoltório nuclear. Além do DNA presente no nucleóide, a célula bacteriana pode ainda conter moléculas adicionais de DNA, chamadas Plasmídios ou Epissomas.

       Flagelos - apêndices filiformes usados na locomoção.

       Fímbrias - apêndices filamentares, de natureza proteica, mais finos e curtos que os flagelos. Nas bactérias que sofrem conjugação, as fímbrias funcionam como pontes citoplasmáticas permitindo a passagem do material genético.

  Reprodução

 1-Assexuada

       1.1-Bipartição ou Cissiparidade

 Nesse processo a célula bacteriana duplica seu cromossomo e se divide ao meio, apoiado no mesossomo, originando duas novas bactérias idênticas à original.

       2-Sexuada ou Transmissão Genética

       2.1-Conjugação

 Consiste na passagem (ou troca) de material genético entre duas bactérias através de uma ponte citoplasmática formada pelas fímbrias.

       2.2-Transformação

 A bactéria absorve moléculas de DNA disperso no meio. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de bactérias mortas.

       2.3-Transdução

 As moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como vetores.

 6 - Vírus

  Os vírus são seres diminutos, visíveis apenas ao microscópio eletrônico, constituídos por apenas duas classes de substâncias químicas: ácido nucléico, que pode ser DNA ou RNA, e proteína.

 O que diferencia os vírus de todos os outros seres vivos é que eles são acelulares, ou seja, não possuem estrutura celular. Assim, não têm a complexa maquinaria bioquímica necessária para fazer funcionar seu programa genético e precisam de células que os hospedem. Todos os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios.

Atuando como um "pirata"celular, um vírus invade uma célula e assume o comando, fazendo com que ela trabalhe quase que exclusivamente para produzir novos vírus. A infecção viral geralmente causa profundas alterações no metabolismo celular, podendo levar à morte das células infectadas. Vírus causam doenças em plantas e em animais, incluindo o homem. Exemplos de doenças humanas comuns por vírus são o sarampo, a varíola e diversos tipos de gripe.

 Fora da célula hospedeira, os vírus não manifestam nenhuma atividade vital: não crescem, não degradam nem fabricam substâncias e não reagem a estímulos. No entanto, se houver células hospedeiras compatíveis à sua disposição, um único vírus é capaz de originar. em cerca de 20 minutos, centenas de novos vírus. 

Diagnose dos vírus - Seres acelulares, constituídos por um ácido nucléico (DNA ou RNA) e proteínas. Parasitas intracelulares obrigatórios.

Onde encontrar os vírus? - Os vírus são visíveis apenas ao microscópio eletrônico. Podem ser detectados pelas doenças que causam em outros seres vivos (plantas, animais, bactérias etc.) e a melhor maneira de achá-los é procurar no organismo que apresenta os sintomas de infecção viral.

      Classificação - Os vírus, pelo fato de não serem constituídos de células, não são incluídos em nenhum dos cinco reinos de seres vivos.

       Reprodução - Multiplicam-se apenas no interior de células hospedeiras. Um único vírion (partícula viral) pode originar centenas de outros em curto intervalo de tempo. 

  Estrutura

     •Capsídio - O envoltório dos vírus, formado por proteínas, é denominado capsídio. Além de proteger o ácido nucléico viral, o capsídio tem a capacidade de se combinar quimicamente com substâncias presentes na superfície das células, o que permite ao vírus reconhecer e atacar o tipo de célula adequado a hospedá-lo. Alguns vírus podem, ainda, apresentar um envoltório lipídico, proveniente da menbrana da célula onde se originaram.

    •Material Genético - O material genético dos vírus pode ser DNA ou RNA, onde estão inscritas as informações para a produção de novos vírus. Cada espécie viral possu um único tipo de ácido nucléico: há, portanto, vírus de DNA e vírus de RNA.

    •O vírion - A partícula viral, quando fora da célula hospedeira, é genericamente denominada vírion. Cada espécie de vírus apresenta vírions de formato característico.

 6 - Algas

As algas pertencem ao grupo das talófitas - plantas que possuem o corpo em forma de talo, sem diferenciação de tecidos e protistas clorofilados. Em vista disso, esses organismos não possuem raízes, flores ou sementes.

 

             Existe uma grande variedade de organismos considerados como algas, que podem ser encontradas nas seguintes divisões:

              Euglenophyta

              Pyrrophyta

              Chrysophyta

              Chlorophyta

              Charophyta

              Phaeophyta

              Rhodophyta

Existem tanto algas unicelulares como pluricelulares, com tecidos adaptados para diversas funções. O tamanho também é variável: há algas microscópicas com apenas alguns mícrons de diâmetro e também organismos de dezenas de metros de comprimento, encontrados no oceano Antártico. Muitas algas se assemelham aos protozoários devido à sua mobilidade.

Os mecanismos de reprodução também são variados, envolvendo mecanismos vegetativos assexuados e sexuados. Nas divisões Euglenophyta, Pyrrophyta, Chrysophyta, Chlorophyta, podemos encontrar algas unicelulares que se reproduzem por simples divisão longitudinal do organismo. Nas Euglenophyta e Pyrrophyta a reprodução sexuada é muito rara. No caso das Chrysophyta e Chlolorophyta é possível encontrar a sexuada, através da formação de gametas.

A distribuição das algas é universal podendo ser encontrada em todos os tipos de solo, ambientes úmidos como árvores e rochas, no gelo, na neve e principalmente nas águas que cobrem a maior porção da superfície terrestre (rios, lagos, lagoas, empoçados e pântanos).

Apenas não são encontradas em regiões arenosas desérticas. Muitas espécies ocorrem em todas as partes do mundo, numa variedade de ambientes, enquanto outras restringem-se a ambientes específicos. As algas vermelhas e pardas são frequentemente encontradas em habitat marinho, apenas alguns poucos gêneros dessa divisão são encontrados em água doce. Entretanto as algas verdes ocorrem com mais frequência em água doce, podendo ser encontrados gêneros dessa divisão também em água salgada.

As algas são os principais organismos fotossintetizantes nos ecossistemas aquáticos, constitui em base nutritiva que garante a manutenção de praticamente todas as cadeias alimentares desses ambientes

O início do cultivo de microalgas de águas continentais no Brasil é muito recente. Alguns pesquisadores praticaram cultivos, porém não com o objetivo de estudar esses organismos. As finalidades eram obter biomassa, em pequena escala, para a alimentação de animais aquáticos, ou relacionadas a estudos taxonômicos.

Há culturas em instituições de pesquisa e universidades brasileiras com objetivos de produzir biomassa para ração animal; estudar as diferentes espécies (comportamento em diferentes meios de cultura, relações entre temperatura e crescimento, produção primária, intensidade luminosa, influência de substâncias húmicas); realizar trabalhos sobre a fixação do nitrogênio elementar; utilizá-las em bioensaios com despejos de indústrias; e a alimentação de larvas.

 

7- Fungos

Os fungos são um grande grupo de organismos que vivem como parasitas, alimentando-se de outros organismos vivos, ou como saprófitas, alimentando-se de matéria morta. Nesta última forma, juntamente com os seus parentes próximos, as bactérias, são muito importantes na decomposição da matéria orgânica formando compostos mais simples, inorgânicos; de outro modo, o mundo ficaria coberto com os restos de animais e plantas mortas que não seriam reciclados. Alguns anos atrás, os cientistas consideravam os fungos como plantas não verdes dentro do Reino Vegetal. Entretanto, apresentam uma parede celular rica em quitina, substância presente no exoesqueleto dos artrópodos, e acumulam glicogênio como substância de reserva, duas características tipicamente animais. Atualmente este grupo é classificado num Reino separado, o Reino Fungi.

Os fungos não possuem o pigmento clorofila necessária à fotossíntese. O corpo do fungo consiste em delicadas estruturas filamentosas chamadas hifas, as quais, quando em conjunto compacto, se dá o nome de micélio. Alguns fungos não produzem um micélio e consistem numa única célula (leveduras) ou grupos de células.

Os fungos podem-se reproduzir assexuadamente a partir de fragmentos do micélio ou através de estruturas microscópicas chamadas esporos, cuja função é equivalente à das sementes nas plantas superiores. Existem várias maneiras para que os esporos sejam libertados para o exterior quando atingem a maturidade; devido ao seu tamanho ser muito pequeno, eles são facilmente transportados por correntes de ar. O seu tamanho, forma e ornamentação são extremamente variadas e estão certamente relacionados com o seu método de distribuição. Os fungos também podem reproduzir-se sexuadamente através da formação de células sexuais especiais chamadas gametas. Nos fungos inferiores, os esporos e gametas possuem frequentemente flagelos, o que lhes permite deslocar-se dentro de água; neste aspecto assemelham-se às algas, das quais se pensa terem sido originados. Os esporos e a maneira como estes são formados são usados como a base principal para a classificação dos fungos.

 

 

 


terça-feira, 24 de maio de 2022

Recursos naturais: o extrativismo

 Recursos naturais: conceito e classificação

Recursos naturais são todos os bens produzidos pela natureza: a energia solar, o ar, a água, as rochas e os minerais, o solo e os vegetais, entre outros.

 Classificam-se em dois tipos:

 *Renováveis. São aqueles que, embora utilizados pelo homem, não se esgotam, ou seja, são capazes de se auto renovar. Por exemplo: a energia solar, o ar, a água e os vegetais.

*Não renováveis. Constituem aqueles que, uma vez esgotados, não mais se renovam, isto é, não podem mais ser repostos. Por exemplo: o petróleo, o carvão mineral, o ferro, o ouro e o urânio.

  O relacionamento homem-natureza

A natureza é formada pelo conjunto dos recursos naturais, que constituem a base material da existência do homem. A forma de relacionamento deste com a natureza depende de vários fatores, tais como modo de produção, estágio socioeconômico e tecnológico, etc. nas antigas sociedades comunitárias, por exemplo, onde a dependência do homem com relação à natureza era praticamente total, o homem retirava da natureza apenas o necessário para sua sobrevivência.

Com o advento do capitalismo industrial, a exploração dos recursos naturais sofreu profundas alterações em relação aos seus objetivos, volume e variedade. O capitalismo estabeleceu uma relação homem-natureza do tipo predatória, isso porque, sendo uma sociedade de consumo e fundamentada no lucro, na concorrência e na produção em larga escala, para manter o crescimento da demanda em nível compatível com o da produção acelerada, utiliza estratégias, tais como:

 *Criação de falsas necessidades através dos meios de publicidade e propaganda;

*Produtos cada vez menos duráveis, exigindo freqüente substituição;

*Produtos cada vez mais sofisticados, exigindo a substituição do antigo pelo novo parar se manter o status social;

*Grande incremento dos produtos descartáveis para facilitar o uso e consumo.

Tudo isso leva a uma exploração excessiva e irracional dos recursos naturais, o que pode acarretar o precoce esgotamento dos não renováveis e até mesmo comprometer a renovação de outros (solo, vegetação, fauna, etc.).

Essa realidade nos coloca no centro da importantíssima e preocupante questão de conservacionismo dos recursos naturais. O que significa conservar um recurso natural? Conservar um recurso natural não significa guardar ou apenas deixar de utilizá-lo. Conservar é saber utilizá-lo, o melhor, é utilizá-lo racionalmente. Se o homem pescar o ano inteiro, sem dar tempo aos peixes de se reproduzir, eles acabarão se esgotando.

A realidade presente mostra, então, que o homem não atingiu a maturidade no seu relacionamento com a natureza. Ele ainda se considera o “rei” da natureza, e não parte integrante dela. 

        Extrativismo mineral

 Extrativismo é a atividade pela qual o homem retira da natureza os recursos por ela produzidos (minerais, vegetais, animais). É a mais antiga atividade humana, precedendo a agricultura, a pecuária e a indústria. Praticado ao longo do tempo por todas as sociedades, continua, em maior ou menor escala, ocorrendo em todo o mundo.

O extrativismo mineral, responsável em grande parte pela degradação da natureza e aio mesmo tempo pela sustentação da maior parte do desenvolvimento industrial e pelo progresso do bem-estar social, é, sem dúvida, uma das mais importantes atividades do mundo atual.

Uma das principais questões relacionadas ao extrativismo mineral diz respeito à distribuição geográfica das jazidas e sua utilização: a distribuição é muito irregular e nem sempre o país possuidor do minério é o principal beneficiado.

Desprovidos de capital , de tecnologia e de indústrias de base, os países do Terceiro Mundo, com raras exceções, são meros fornecedores de matérias-primas aos países desenvolvidos. Vendemos as matérias-primas a baixos preços e as recebemos de volta sob a forma de produtos industrializados a preços muito mais elevados. Aliás, essa história já é bastante conhecida e muito antiga: a América Latina abarrotou a Europa (Inglaterra especialmente) de ouro e prata e continua até hoje fornecendo cobre, prata, estanho, ferro, manganês, ouro etc. Quem enriqueceu?

Portanto, podemos dizer que apenas possuir o minério nem sempre é o importante. De maior importância é saber como aproveitá-lo e possuir os meios para tanto. Um bom exemplo disso é o caso do Brasil e Japão: o primeiro é muito rico em quantidade e variedade de recursos minerais e o segundo é muito pobre; no entanto, o primeiro é um país economicamente pobre e o segundo, muito rico. O PNB e a renda per capita do Japão são, respectivamente sete e oito vezes maiores que os do Brasil.

Panorama mundial das matérias primas minerais

A questão da produção e do consumo das matérias-primas minerais é praticamente a mesma das matérias-primas agrícolas: os países de Terceiro Mundo são responsáveis por grande parte da produção mundial de recursos minerais, mas há quase totalidade desses produtos é adquirida, controlada consumida pelos países desenvolvidos.

Os principais problemas enfrentados pelos países subdesenvolvidos nesse setor são:

  *Excesso de oferta de matérias-primas minerais, provocando quedas dos preços;

*Fatores ocasionais ou cíclicos, como as quedas de produção, as variações cambiais etc.;

*Fatores estruturais, como o protecionismo e a política de preços mínimos impostos pelos países compradores, o avanço tecnológico, reduzindo ou substituindo a utilização de certas matérias-primas por outras, o grau de desenvolvimento do setor terciário (finanças, seguros etc.) nos países desenvolvidos;

*Inexistência de organizações eficientes e representativas por parte dos países produtores de matérias-primas, como já ocorre com o petróleo (Opep). 

 Classificação dos minerais

As duas classificações mais utilizadas referem-se à quantidade e aos tipos de minerais.

No primeiro caso, os minerais costumam ser classificados em abundantes (ferro, manganês etc.) e escassos (ouro, prata etc.). É claro que essa classificação deve ser vista com ressalvas, pois um minério que hoje é abundante poderá daqui a algum tempo tornar-se escasso, ao passo que um minério hoje escasso poderá tornar-se abundante caso ocorra a descoberta de novas e grandes jazidas.

No segundo caso, os minerais são classificados em dois tipos principais e gerais:

*Minerais metálicos, como ferro, manganês, alumínio, cobre, chumbo e ouro;

*Minerais não-metálicos, como petróleo e carvão (combustíveis fósseis), areia, argila e cascalho (materiais de construção), sais, nitratos, fosfatos, enxofre e potássio (minerais da indústria química e fertilizantes). 

                           Estudo de alguns minerais:

Ferro

Pelas vantagens que apresenta e pela abundância em que ocorre na natureza, o ferro é um dos metais mais utilizados em todo o mundo. Conhecido desde aproximadamente 2000 a.C. tornou-se a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, o metal mais importante da civilização moderna.

Seu processo de fundição é relativamente simples, requerendo poucas condições para tal: existência do minério, carvão (coque ou lenha), calcário e calor.

Os principais minérios de ferro são a magnetita (Fe3O), com 72,4% de Fe; a hematita (Fe2O3), com 70% de Fe; a limonita e a siderita.

Matéria-prima da siderurgia, após seu processamento (barras e chapas, por exemplo), o ferro é utilizado em inúmeros setores (construção civil, de ferramentas etc.). dos cinco maiores produtores de minério de ferro, apenas dois se incluem entre os cinco maiores produtores de aço. O aço é uma liga de fero e carbono, ou seja, é o minério de ferro já processado industrialmente.

                                      Manganês

O manganês é também um dos metais mais importantes da atualidade. É utilizado de forma geral pela indústria siderúrgica, sendo essencial na composição do aço.

O mundo conta com grandes jazidas de manganês, cujo principal minério é a pirolusita. O Brasil é um dos primeiros do mundo em reservas e na produção mundial de ferro e manganês. A maior parte da produção destina-se aos países desenvolvidos. 

Bauxita (minério de alumínio)

Produzido a partir da bauxita, o alumínio é um metal cujas características (leve, não-corrosivo e de alta condutibilidade) e relativa abundância o tornaram um dos metais mais utilizados do mundo, apesar de o seu uso ser relativamente recente.

A produção do alumínio é complexa e muito dispendiosa (elevadíssimo consumo de energia, etc.), razão pela qual está quase totalmente concentrada (96%) nos países desenvolvidos. Para o metal ser produzido, o minério passa primeiro por um complexo processo de purificação para se obter a alumina (óxido de alumínio) e finalmente o alumínio.

Essa atividade é controlada por poucas multinacionais (Alcan, Alcoa, Kaiser, Reynolds e Pechiney), as quais dominam 57% da produção de bauxita e 70% da produção de alumínio. Os países subdesenvolvidos detêm 66% das reservas mundiais de bauxita, mas só produzem 4% do alumínio. Os EUA possuem menos de 3% das reservas mundiais de bauxita, mas produzem 40% do alumínio mundial. No Brasil, apesar de ser o quarto produtor mundial de bauxita e o quinto de alumínio, a produção é quase totalmente controlada por multinacionais. 

Cobre

Utilizado a muito tempo pelo homem em seu estado puro ou combinado ao estanho para formar o bronze, o cobre é atual mente o terceiro metal mais consumido no mundo, após o aço (ferro) e o alumínio.

Empregado largamente na indústria elétrica (cabos e fios) devido a condutibilidade. As atuais reservas conhecidas poderão estar esgotadas dentro de quinze a vinte anos, caso sua produção mantenha o nível atual.

O terceiro Mundo é responsável por quase 70% das exportações mundiais de cobre, sendo que para alguns países representa a base das exportações. Por exemplo: Zâmbia, 85%; Chile, 48%; e Zaire, 35%.

Os principais minerais do cobre são a calcopirita e cuprita. O Brasil dispõe de boas reservas, mas a produção é pequena.


sexta-feira, 20 de maio de 2022

Diferentes concepções sobre Ensinar e Aprender

  

Maria da Graça Nicoletti Mizukami é pedagoga e atua na área de Metodologia do Ensino da Universidade de São Paulo. No livro: Ensino: As Abordagens do Processo, apresenta cinco concepções diferentes a respeito do processo de ensino-aprendizagem, sintetizadas a seguir. 

1.   Abordagem Tradicional

- A ênfase é dada às situações de sala, onde os alunos são instruídos, ensinados pelo professor. Os conteúdos e as informações tem que ser adquiridos e os modelos, imitados.

- Em termos gerais, e um ensino que se preocupa mais com a variedade e a quantidade de noções e conceitos e informações do que com a formação do pensamento reflexivo.

- A apresentação oral do professor tem um lugar proeminente cabendo ao aluno a memorização desse conteúdo verbalizado.

- Existe a preocupação com a sistematização dos conhecimentos apresentados de forma acabada. As tarefas são padronizadas. 

2.  Abordagem Comportamentalista

- Ensinar consiste num arranjo e planejamento de condições externas que levam os estudantes a apender. É de responsabilidade do professor assegurar a aquisição do comportamento.

- Os comportamentos esperados dos alunos são instalados e mantidos por condicionantes e reforçadores arbitrários, tais como elogios, graus, notas, prêmios, reconhecimento do mestre e dos colegas, associados a outros mais distantes, como diploma, as vantagens da futura profissão, possibilidade de ascenção social, monetária.

- Os elementos mínimos a serem considerados num processo de ensino são: o aluno, um objeto de aprendizagem e um plano para alcançar o objetivo proposto. A aprendizagem será garantida pelo programa estabelecido. 

3. A Abordagem humanistas

- O ensino está centrado na pessoa, o que implica orientá-la para sua própria experiência para que, dessa forma, possa estruturar-se e agir.

- A atitude básica a ser desenvolvida é a da confiança e de respeito ao aluno.

- A aprendizagem tem qualidade de um envolvimento pessoal. A pessoa considerada em sua sensibilidade e sob o aspecto cognitivo é incluída de fato na aprendizagem. Esta é auto iniciativa. Mesmo quando o primeiro impulso ou estímulo vem de fora, o sentido da descoberta, do alcançar, do captar e do compreender vem de dentro.

- A aprendizagem nesta abordagem é significativa e penetrante. Suscita modificação no comportamento e nas atitudes.

- Além disso, é avaliada pelo educando. Este sabe se está indo ao encontro de suas necessidades, em direção ao que quer saber, se a aprendizagem projeta luz sobre aquilo que ignora. 

3. Abordagem Cognitivista 

- O importante é como ocorrem a organização do conhecimento, processamento das informações e os comportamentos relativos à tomada de decisões.

- As pessoas lidam com os estímulos do meio, sentem e resolvem problemas, adquirem conceitos e empregam símbolos verbais. A ênfase, pois, está na capacidade do aluno de integrar informações e processadas.

- O que é priorizado são as atividades do sujeito, considerando-o inserido numa situação social.

- O ensino é baseado no ensaio e erro, na pesquisa, na investigação, na solução de problemas por parte do aluno e não na aprendizagem de fórmulas, nomenclaturas, definições, etc. Assim, a primeira tarefa da educação consiste em desenvolver o raciocínio.

- O ponto fundamental do ensino, portanto, consiste em processos e não em produtos de aprendizagem.

- Não existem currículos fixos. Antes são oferecidas às crianças situações desafiadoras, tais como jogos, leituras, visitas, excursões, trabalho em grupo, arte, oficinas, teatro, etc. 

44. Abordagem Sociocultural

- Uma situação de ensino-aprendizagem, entendida em seu sentido global, deve procurar a superação da relação opressor-oprimido através de condições tais como:

a) solidarizar-se com o oprimido, o que implica assumir a sua situação;

b) transformar radicalmente a situação objetiva geradora de opressão.

- A educação problematizadora busca o desenvolvimento da consciência crítica e da liberdade como meios de superar as contradições da educação tradicional.

- Educador e educando são, portanto, sujeitos de um processo em que se crescem juntos, porque “ninguém educa ninguém, ninguém se educa. Os homens se educam entre si mediatizados pelo mundo. 

Em Busca de uma Aprendizagem Significativa 

A partir dessas abordagens apresentadas, podemos agora destacar nosso ponto de vista sobre o processo de ensino-aprendizagem.

A escola e o professor trabalham com a aprendizagem do aluno num processo que não acaba nunca. Aprende-se e sempre. Além do mais, aprender não é uma propriedade exclusiva do aluno: o professor também aprende.

Quando falamos em aprender, entendemos: buscar informações, rever a própria experiência, adquirir conhecimentos, desenvolver habilidades, adaptar-se a mudanças, mudar comportamentos, descobrir o sentido das coisas, dos fatos, dos acontecimentos… Os verbos utilizados aqui priorizam o aluno enquanto agente principal e responsável por sua aprendizagem. As atividades estão centradas no aluno, em suas capacidades, condições e oportunidades.

De modo análogo, o significado de ensinar diz respeito a: instruir, fazer saber, comunicar conhecimentos, mostrar, guiar, orientar, dirigir, desenvolver habilidades – verbos que apontam para o professor enquanto agente principal e responsável pelo ensino. Neste sentido, o ensino centraliza-se no professor, em suas qualidades e habilidades.

Porque existe em função do aluno e da sociedade na qual se insere, a escola deverá privilegiar a aprendizagem de seus alunos. Ao mesmo tempo, entendemos que a aprendizagem e o ensino são processos indissociáveis. O ensinar se define em função do aprender.

Mas, para que a aprendizagem realmente aconteça, ela precisa ser significativa para o aluno, envolvendo-o como pessoa.


A Didática e a formação profissional do professor

A formação do professor abrange, pois, duas dimensões: a formação teórico-científica, incluindo a formação acadêmica específica nas disciplinas em que o docente vai especializar-se e a formação pedagógica, que envolve os conhecimentos da Filosofia, Sociologia, História da Educação e da própria Pedagogia que contribuem para o esclarecimento do fenômeno educativo no contexto histórico-social; a formação técnico-prática visando a preparação profissional específica para a docência, incluindo a Didática as metodologias específicas das matérias, a Psicologia da Educação, a pesquisa educacional e outras.

     A organização dos conteúdos da formação do professor em aspectos teóricos e práticos de modo algum significa considera-los isoladamente. São aspectos que devem ser articulados. As disciplinas teórico-científicas  são necessariamente referidas a prática escolar, de modo que os estudos específicos realizados no âmbito da formação acadêmica sejam relacionados com os de formação pedagógica que tratam das finalidades da educação e dos condicionantes históricos, sociais e políticos da escola. Do mesmo modo , os conteúdos das disciplinas específicas precisam ligar-se às suas exigências metodológicas. As disciplinas  de formação teórico-prática não se reduzem ao mero domínio de técnicas e regras, mas implicam também os aspectos teóricos, ao mesmo tempo que fornecem à teoria os problemas e desafios da prática. A formação profissional do professor implica, pois, uma  contínua interpenetração entre teoria e prática, a teoria vinculada aos problemas reais postos pela experiência prática orientada teoricamente.

      Nesse entendimento, a Didática se caracteriza como mediação entre as bases teórico-científicas da educação escolar e a prática docente. Ela opera como que uma ponte entre o “o que” e o “como” do processo pedagógico escolar. Para isso  recorre às contribuições das ciências auxiliares da Educação e das próprias metodologias específicas. É, pois, uma matéria de estudo que integra e articula conhecimentos teóricos e práticos obtidos nas disciplinas de formação acadêmica, formação pedagógica e formação técnico-prática, provendo o que é comum, básico e indispensável para o ensino de todas as demais disciplinas de conteúdo.

      A formação profissional para o magistério requer, assim, uma sólida formação teórico-prática. Muitas pessoas acreditam que o desempenho satisfatório do professor na sala de aula depende de vocação natural ou somente da experiência prática, descartando-se a teoria. È verdade que muitos que muitos professores manifestam especial tendência e gosto pela profissão, assim como se sabe que mais tempo de experiência ajuda no desempenho profissional. Entretanto, o domínio das bases teórico-científicas e técnicas, e sua articulação com as exigências concretas do ensino, permitem maior segurança profissional, de modo que o docente ganhe base para pensar sua prática e aprimore sempre mais a qualidade do seu trabalho. 

   Referências bibliográficas:       

Piletti, Claudino. Didática Geral, Ática,  1997

Libâneo, José Carlos. Didática, Cortês, 1994




 

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