sábado, 10 de dezembro de 2022

GEORGE BUSH (1989-1993)

George Bush, político norte-americano. Foi o 41º presidente dos EUA, eleito pelo Partido Republicano (1989-1993), depois de servir como vice-presidente nos dois governos de Ronald Reagan (1981-1989).
O impacto causado pelo degelo das relações com a União Soviética facilitou a eleição do republicano George Bush, que assumiu o lugar de Ronald Reagan em 20 de janeiro de 1989. Bush comprometeu-se a dar sequência às medidas para sanear a economia norte-americana e continuar o diálogo com a União soviética.
As boas relações com a União Soviética foram mantidas. Quanto a recuperação econômica, porém, Bush enfrentou sérios problemas. O projeto para aumentar a arrecadação e assim resolver o déficit orçamentário foi responsável pela derrocada republicana na Câmara e no Senado nas eleições de 1990.
Em dezembro de 1989, Bush autorizou a invasão do Panamá, para depor o "homem forte" do governo, general Manoel Noriega, acusado no tráfico internacional de drogas. A intervenção norte americana foi alvo de duras críticas, principalmente por parte dos países latino-americanos. Temia-se a retomada da velha política do big stick, quando às vésperas da devolução ao Panamá do controle do canal, prevista para 1999.
O grande teste de Bush na política externa teve início em agosto de 1990, quando o ditador do Iraque, Saddam Hussein, invadiu o Kuwait. Bush imediatamente enviou tropas para o Golfo Pérsico e em Janeiro de 1991 iniciou os bombardeios sobre o Iraque, liderando uma coalizão de 28 países. A guerra contra o Iraque, que arrasou o país, só terminou no fim de fevereiro, com a retirada das forças iraquianas do Kuwait.
Com a vitória no conflito, a popularidade de Bush atingiu níveis elevados, indicando boas possibilidades para a sua reeleição. Mas esse favoritismo entrou em queda em 1992, um ano particularmente difícil para os Estados Unidos.
Na economia, a concorrência industrial dos japoneses, principalmente no setor automobilístico, aprofundou a recessão e aumentou os níveis de desemprego industrial. A crise atingiu duramente as camadas menos favorecidas da sociedade e seu descontentamento veio à tona em 29 de abril de 1992, na cidade de Los Angeles.
Nesse dia, um júri formado por doze brancos absolveu quatro policiais brancos que haviam agredido um negro, em 03/03/1991. A cena da brutal agressão, filmada por um cinegrafista amador, havia sido amplamente divulgada pela televisão. Daí a revolta que o veredicto provocou: 58 mortes, 1 200 prédios incendiados, 3 000 presos e 1 bilhão de dólares de prejuízos. Este foi o trágico saldo do conflito, que acabou se estendendo por mais treze cidades.
Análises isentas apontaram a conjuntura econômica e social, extremamente desfavorável à comunidade negra, como a causa principal desses violentos incidentes.


Ronald Reagan (1981 a 1989)

Primeiro repórter, depois ator de cinema e, entre 1947 e 1952 e em 1959, presidente do sindicato de atores, Reagan entrou em 1962 na política como membro do Partido Republicano. De 1967 a 1974, foi governador do Estado da Califórnia e, em 1981, eleito presidente, em substituição a Jimmy Carter e, depois, reeleito em 1984. 
Reagan representou a volta dos republicanos à Presidência nas eleições de 1980, cujo vencedor foi Ronald Reagan, um político de posições conservadoras, afinado com o neoliberalismo. No ano anterior, a Inglaterra também havia escolhido o caminho neoliberal, com a ascensão de Margaret Thatcher ao posto de primeiro-ministro.
Contribuiu para a expansão da economia norte-americana. Poucos dias após sua posse, ainda em 1981, foi vítima de um atentado a bala. Recuperado, viu sua popularidade subir, ganhando apoio popular para suas reformas. Durante seus dois mandatos, criou condições favoráveis para o crescimento econômico, conseguindo manter baixa a inflação e aumentar o nível de emprego. Reagan implantou uma política conservadora, destinada a sanear a economia, baseada na redução dos impostos e dos juros elevados, tendo como contrapartida a diminuição dos benefícios sociais e um aumento do déficit público. Pretendia, desse modo, financiar as despesas de rearmamento (baseado sobretudo na construção de mísseis de médio alcance e na iniciativa de defesa estratégica/SDI).
Para atender seu eleitorado, formado basicamente pela parcela mais rica do país. Reagan colocou em prática uma política econômica conservadora, conhecida como reaganomics, que se caracterizou por: cortes nos gastos públicos, especialmente nos serviços previdenciários; diminuição de impostos, que atingiram o nível mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial; liberação das importações, estimuladas pela supervalorização do dólar.
A princípio essa orientação levou ao aumento do produto nacional bruto (PNB) e à redução do desemprego, provocando euforia na sociedade norte-americana.
Em 1987, já no segundo mandato de Reagan, a violenta queda da Bolsa de Valores de Nova York mostrou uma dura realidade: a economia norte-americana não estava tão sólida quanto anunciava o governo. Ao contrário, o Estado gastava muito mais do que arrecadava com os impostos, criando um déficit orçamentário superior a 160 bilhões de dólares. Paralelamente, as facilidades de importação não só geraram uma balança de comércio desequilibrada, como desestimularam o investimento produtivo em vários setores da economia.
Diante disso e na tentativa de sanar a economia norte-americana, o governo procurou: adotar medidas protecionistas para incentivar a retomada do desenvolvimento industrial interno; reduzir os gastos militares; manter a política de juros altos para continuar atraindo investimentos externos.
Política externa
Anticomunista, seguiu inicialmente uma política de confronto com os Estados do bloco comunista e com os regimes revolucionários do Terceiro Mundo, especialmente na América Central (por exemplo, a Nicarágua). 
Como Reagan representasse a ala mais conservadora do Partido Republicano, logo no início do seu mandato a guerra fria foi retomada. Os recursos militares americanos foram ampliados com o objetivo de efetivar a controvertida Iniciativa de Defesa Estratégica (conhecida como projeto Guerra nas Estrelas), um programa para desenvolver um escudo espacial destinado a tornar o país invulnerável. Os mísseis inimigos seriam eliminados por sofisticados canhões a laser, instalados em satélites, antes de atingir seu alvo em terra. Esse projeto foi intensamente criticado pela União Soviética, o que dificultou ainda mais as relações entre as duas potências.
Contudo, com as transformações incentivadas por Mikhail Gorbachev na União Soviética, tanto na política externa como na interna, Reagan tornou-se um firme defensor do fim do confronto entre os dois blocos. Procurou a aproximação com a União Soviética, o que possibilitou o fim da Guerra Fria. Para alguns especialistas, essa aproximação causou também o desmantelamento da URSS. 
Se internamente Reagan se viu diante de graves problemas, principalmente econômicos, na política externa seu governo também foi bastante agitado. Isso porque os Estados Unidos, devido à sua posição de líder do mundo capitalista, mantém tropas em várias partes do globo para garantir seus investimentos econômicos e seus acordos políticos, acabando por se envolver em diversos conflitos.
Em 1986, Reagan autorizou uma intervenção militar na Líbia, acusando este país de patrocinar atentados terroristas e de ser o patrocinador do terrorismo internacional.
Foram frequentes os conflitos entre o governo americano e o presidente líbio Muamar Kadafi. As relações conflituosas entre Estados Unidos e Líbia antecederam o governo Reagan, porém com sua posse, as provocações se multiplicaram, de ambas as partes.
O caso mais grave tiveram início em abril de 1986, quando foi atribuído aos líbios um atentado à bomba que destruiu uma discoteca em Berlin Ocidental, frequentada por soldados norte-americanos. Dois deles foram mortos e 204 pessoas saíram feridas. Em represália, os Estados Unidos bombardearam Trípoli e Bengazi, na Líbia, fazendo inúmeras vítimas civis, entre elas uma filha adotiva de Kadafi, de 16 meses. Em janeiro de 1989, dois caças da Marinha norte-americana atingiram dois caças da MIG da Líbia, alegando que estes faziam voo suspeitos, já em espaço aéreo internacional.
Em novembro de 1986 veio a público, em denúncia da imprensa, que armas norte-americanas eram vendidas ao governo extremista do aiatolá Khomeini, em troca da libertação de reféns americanos, presos por xiitas. O dinheiro dessa transação era desviado ilegalmente para ajudar os "contras", grupo de direita que lutava para derrubar o governo sandinista da Nicarágua, na América Central. O escândalo abalou o prestígio de Reagan, ficando claro para o mundo que ele não só tinha conhecimento dessas transações, como também as autorizara. Uma comissão do Congresso norte-americano acabou inocentando o presidente, que recebeu apenas uma reprimenda por não ter controle efetivo sobre seus assessores.
De forma ilegal, o governo Reagan manteve, com armas, equipamentos e assessoria militar, o grupo dos "contras", que tentava derrubar, sem sucesso, o governo de Daniel Ortega. Com o escândalo Irã/"contras", o Congresso norte-americano passou a negar verbas ao governo para continuar sustentando a guerrilha de direita.
Os acordos para a eliminação do armamento nuclear de médio alcance na Europa (1987) e a reunião com Mikhail Gorbachev em 1988 foram passos fundamentais para a implantação de uma nova ordem na política mundial. Foi sucedido por George Bush.



Governo Jimmy Carter (1976-1980)

A conjuntura anterior propiciou o retorno dos democratas à Casa Branca, mas os desafios eram grandes. Na política interna, o quadro econômico era de recessão, inflação e elevado desemprego, em especial pelas dificuldades na indústria automobilística, profundamente atingida pela crise do petróleo.
A recessão não foi evitada pelo presidente democrata Jimmy Carter, pois o aumento dos preços internacionais do petróleo, decretado a partir de 1973 pela OPEP, atingiu diretamente as indústrias automobilistas norte americanas, gerando desemprego em massa, agravado por uma inflação de 12% ao ano.
Carter desenvolveu uma política externa baseada na defesa dos direitos humanos, bem representada na suspensão do apoio dos Estados Unidos às ditaduras militares latino-americanas. No Oriente Médio, Carter promoveu a aproximação entre Israel e Egito, com o Acordo de Camp David (1979). Reatou oficialmente as relações entre Estados Unidos e China e passou a rever os acordos relacionados ao Canal do Panamá. 
Seu prestígio. porém foi seriamente abalado devido à invasão da embaixada norte-americana em Teerã por militantes iranianos, em protesto pela entrada do ex-xá Reza Pahlevi nos Estados Unidos para tratar um câncer. Nessa ocasião, foram feitos cinquenta reféns que permaneceram encarcerados, durante mais de um ano.
Tentando controlar a situação, Carter adotou algumas medidas: embargou a compra do petróleo iraniano; suspendeu a ajuda financeira ao Irã; congelou todos os bens iranianos nos Estados Unidos; rompeu totalmente relações diplomáticas com o Irã.
Essas medidas, no entanto, foram insuficientes para resolver o problema. Tentou-se um resgate aéreo, mas a operação foi um fracasso. O sério problema dos reféns só foi solucionado em 1981, durante o governo Reagan, através da mediação da Argélia, Estados Unidos e Irã entraram em acordo e os reféns foram libertados.
Enquanto isso, a União Soviética, temendo que a revolução islâmica do Irã atingisse territórios estratégicos de seu interesse, ocupou o Afeganistão, em 27 de dezembro de 1979. Carter denunciou à invasão como uma grave ameaça a paz, mas não tomou nenhuma medida mais concreta, o que desagradou grande parcela dos norte-americanos.
Esta sucessão de fracassos comprometeu irremediavelmente a reeleição de Jimmy Carter, que cedeu a presidência ao republicano Ronald Reagan na eleições de novembro de 1980.


Período Nixon (1968-1974)

O desgaste do governo do democrata Lyndon Johnson facilitou a vitória do republicano Richard Nixon, em 1968, e sua reeleição em 1972. Na política externa, Nixon e seu secretário de Estado, Henry Kissinger, retomaram a reaproximação com o bloco socialista (Détente), sem abrir mão das tradicionais ofensivas.
O processo de aproximação dos Estados Unidos com a China forçou a União Soviética a encarar a antiga aliada asiática como nova rival. O interesse na concretização das relações sino-americanas somado à ampliação das pressões da opinião pública (particularmente da juventude influenciada pelas manifestações de (Maio de 1968) contra a participação americana no conflito asiático, forçaram Nixon a negociar a saída dos Estados Unidos da Guerra do Vietnã.
De certa forma, o sucesso na corrida espacial, com a chegada do primeiro homem à Lua em julho de 1969, abafou os problemas internos da nação. Isso permitiu ao presidente intensificar a participação americana no Sudeste Asiático, estendida para o Camboja. No seu governo foram reatadas as relações diplomáticas com a China Popular e assinado vários acordos com a União Soviética, durante visitas pessoais de Nixon a ambos os países.
No Chile, o governo do socialista Salvador Allende, eleito democraticamente, terminou sob violento golpe militar comandado pelo general Augusto Pinochet, em 1973. O apoio formal norte-americano garantiu a emergência de mais esta ditadura militar na América Latina.
Mas a repulsa internacional contra a intervenção no Vietnã, principalmente pelo uso de armas mortíferas, como o napalm, contra populações civis indefesas, aumentou as pressões sobre a Casa Branca. O secretário de Estado, Henry Kissinger, estabeleceu então os primeiros acordos de paz em dezembro de 1972.
O segundo mandato de Nixon foi interrompido em 1974 por causa do Escândalo Watergate. O caso Watergate foi uma tentativa do partido Republicano (de Nixon) de espionar a sede do Partido Democrata, instalada no edifício Watergate, em Washington, durante a campanha para sua reeleição, em 1972. O escândalo durou dois anos, mas após uma série de graves denúncias contra o presidente, balizada pela incansável busca por provas comandada por repórteres do jornal Washington Post, Nixon renunciou, evitando o processo de impeachment.
O vergonhoso episódio, revelando os abusos do poder e a corrupção, abalou a crença da população americana média na infalibilidade de seus administradores e do próprio sistema.


Período Lyndon Johnson (1963-1968)


Lyndon Johnson completou o mandato como vice de Kennedy e foi reeleito para o período de 1964-1968. Adotou uma forte ofensiva contra o socialismo, afastando-se da União Soviética e envolvendo ainda mais os Estados Unidos na Guerra do Vietnã. Durante seu governo, foram enviados mais de 500 mil soldados para o Vietnã, o que provocou reações e protestos internos contra a intervenção norte-americana no conflito asiático. Em 1968 eclodiram protestos contra o envolvimento do país no Vietnã. O americano médio, que até então apoiara incondicionalmente a política exterior, foi atingido em cheio pelo recrutamento obrigatório cada vez mais intenso.
De outro lado, buscando preservar sua hegemonia no continente latino americano, em constante ebulição sociopolítica, realizou a intervenção militar na República de Sant Domingo, evitando o surgimento de um novo Estado socialista na América.
Na política interna, o destaque foi a ampliação do movimento negro contra o segregacionismo. Apesar do desenvolvimento de alguns programas sociais, a questão racial agravou-se.
Na década de 1960, o movimento negro se dividiu em dois grupos. O primeiro, sob o comando do pastor Martin Luther King, integrava a ala pacifista: defendia a "desobediência civil" e a não violência como estratégias para conquistar a integração racial. A outra ala, mais radical – como o grupo conhecido como Panteras Negras –, era partidária da violência e do confronto com os brancos. 
Luther King adotara a doutrina do indiano Mahatma Gandhi, que defendia a desobediência civil como meios de conquistas sociais. Com o boicote, no sul do país, aos meios de transporte exclusivo dos brancos, movimentos políticos de intelectuais e de sindicatos, atentado e marchas pelos direitos civis, pouco a pouco parte da maioria branca passou a dar apoio a causa negra e algumas decisões favoráveis foram obtidas nos tribunais.
Nem a defesa da integração pacífica nem o Nobel da Paz recebido em 1964 evitaram o assassinato de Martin Luther King, em 1968. O ambiente de protestos contra a Guerra do Vietnã e contra a própria Guerra Fria, os choques entre brancos e negros e os assassinatos de Martin Luther King e do candidato à presidência Robert Kennedy em 1968 sinalizaram tensões na sociedade americana, substituindo o apoio incondicional nacional dos anos 50.
Cresceram os movimentos pacifistas, alternativos e revolucionários, quer estimulando a deserção, quer exigindo uma sociedade mais justa ou pregando o fim do capitalismo e do imperialismo norte-americano.


A administração de John Kennedy

Após completar os estudos na Universidade de Harvard durante a Segunda Guerra Mundial, esteve na Câmara dos Representantes, como membro do Partido Democrata, pelo estado de Massachusetts, entre 1947 e 1952; depois, foi senador até que, em 1960, se tornou o primeiro presidente católico dos Estados Unidos, derrotando o candidato republicano Richard Nixon. Para acabar com a miséria no interior do país, iniciou uma reforma social, a denominada "New Frontier", que introduziu a segurança social e promoveu o desenvolvimento dos direitos humanos, com uma lei de integração para a população afro-americana e programas de formação. Muitas das reformas apresentadas não foram implantadas devido à oposição republicana, com maioria no Senado. 
Dando sequencia política externa pendular, Kennedy manteve, ao mesmo tempo, entendimentos com os soviéticos e diversos enfrentamentos, originando crises agudas, algumas de alarmante ameaça à paz mundial. Ao assumir a presidência, Kennedy teve que enfrentar a questão da vitória de Fidel Castro em Cuba em 1959. Hostil aos americanos, a Revolução Cubana anulou sua tradicional hegemonia naquela ilha.
Desejando reaver a supremacia perdida, em 1961, Kennedy colocou em prática um plano de invasão a Cuba para derrubar Fidel Castro, elaborado pela CIA durante a administração Eisenhower. A invasão da Baia dos Porcos, como ficou conhecida devido ao lugar do desembarque, terminou num fracasso, e Kennedy teve de assumir pessoalmente a responsabilidade da ação, desgastando-se politicamente.
Temendo novos exemplos de rebeldia na América Latina e buscando conter movimentos revolucionários, diante do latente descontentamento sociopolítico causado pelo subdesenvolvimento e das graves dificuldades econômicas da região, Kennedy estabeleceu um programa de ajuda econômica aos vizinhos do continente, a Aliança para o Progresso, intensificando empréstimos e investimentos de modo a garantir a supremacia dos Estados Unido no continente.
Embora Kennedy tenha se reunido com Kruschev em junho de 1961, mantendo o clima pacífico de coexistência internacional, em agosto agravou-se a tensão, quando foi erguido o Muro de Berlim, separando a parte comunista da parte capitalista da cidade alemã e fechando um tradicional caminho de fuga dos alemães orientais para o Ocidente. No ano seguinte, quase houve um confronto nuclear após o ultimato de Kennedy à União Soviética, exigindo a não instalação de mísseis russos de alcance médio em Cuba (a chamada "crise dos mísseis", em outubro de 1962). Os líderes das duas potências chegaram a um entendimento, muito embora o clima de distensão do início do governo Kennedy fosse bastante prejudicado e ambos só voltasse ao diálogo em junho de 1963, quando foi combinada a instalação do "telefone vermelho"
Instalado em 30 de agosto de 1973, o "telefone vermelho" não é um telefone propriamente dito, mas uma linha direta de teleprocessamento, via satélite, que permite a troca de dados impressos, como textos e gráficos. sabe-se que foi instalada em Washington e em Moscou, mas o local exato permaneceu secreto. 
A anuência de Kruschev deu início a uma nova era de coexistência pacífica, Kruschev e Kennedy firmaram um acordo em 1963 que proibia testes nucleares na atmosfera. Em contraposição, os Estados Unidos intensificaram sua participação na Guerra do Vietnã, buscando conter o sucesso dos guerrilheiros socialistas apoiados pelos soviéticos, em luta contra o colonialismo naquele país do sudeste asiático.
No plano interno, Kennedy dinamizou medidas de bem-estar social, nas áreas de educação e saúde, e tornou ilegal à descriminação racial, ganhando de um lado imensa popularidade e de outro a forte oposição dos mais conservadores. Sua carreira foi encerrada em 22 de novembro de 1963, quando foi baleado ao visitar a cidade de Dallas, no Texas.  Foi sucedido, na presidência, por Lyndon B. Johnson.


A Era Dwight Eisenhower (1953-1961)

Dwight Eisenhower, republicano, general e comandante das forças da OTAN na Europa, foi eleito presidente dos Estados Unidos no apogeu da Guerra Fria clássica. Contando com o apoio da maioria no Senado e da Câmara dos Deputados, passou a privilegiar a política de benefícios sociais, em especial a educação. Na economia, suspendeu a política do Fair Deal do período Truman. Conseguiu acabar com o macartismo e garantiu grande avanço econômico no país, apesar dos quatro milhões de desempregados e da elevação das taxas inflacionárias. O maior desafio político, após sua reeleição em 1956, foi a questão racial. Seu governo assistiu ao crescimento do movimento negro, em luta contra a segregação racial.

A questão racial

A abolição da escravatura nos Estados Unidos ocorreu durante a Guerra Civil (ou Guerra de Secessão, 1861-1865) e levou alguns segmentos sociais, em particular no Sul, a adotar medidas radicais como a aprovação de leis segregacionistas ou Leis Jim Crow, que vigoraram por vários anos. No final dos anos 40, Truman ordenou o fim gradativo da segregação nas Forças Armadas, permitindo que os negros lutassem na Guerra da Coréia. Os direitos civis, no entanto, não foram ampliados, mantendo grande insatisfação dentro da comunidade negra norte-americana. Em 1955, boicotes aos transportes coletivos em Montgomery (Alabama) marcaram o início do movimento antissegregacionista no país. Face ao aumento da tensão entre negros e brancos, em 1954, a Suprema Corte sancionou leis que pretendiam iniciar a integração racial, em especial nas escolas públicas. O resultado foi o acirramento das tensões, forçando Eisenhower a enviar ao Congresso, em 1957, um projeto para garantir aos negros o direito de voto. O projeto foi recusado, mas o presidente conseguiu uma medida conciliatória, com a criação da Comissão dos Direitos Civis, que não conseguiu resolver a questão.

Política externa

A Era Eisenhower oscilou entre o enfrentamento típico da Guerra Fria – pactos militares com países do bloco capitalista (Anzus, Otase ou Seato, Cento) complementares à Otan, numa política agressiva contra a União Soviética – e o entendimento da Coexistência Pacífica, possibilitando um degelo nas relações externas e originando os primeiros acordos do pós-guerra. Enquanto destinava imensas verbas para a construção de mísseis e a exploração espacial, a fim de ultrapassar os soviéticos que haviam lançado o primeiro SputnikEisenhower recebia Kruschev em1959 nos Estados Unidos, para conversações confidenciais e amigáveis.


Produção de energia no Brasil

Movimentar máquinas, cargas e pessoas por longas distâncias demanda muita energia. No Brasil, usam-se combustíveis derivados de fontes não r...