sábado, 10 de dezembro de 2022

Nikita Kruschev

 

Líder do Partido Comunista soviético de 1953 a 1964

Kruschev, bolchevique desde 1918, chegou em 1953 ao poder. As principais fases de sua carreira política foram:  primeiro-secretário do comitê do partido do território e cidade de Moscou, entre 1935 e 1938; primeiro-secretário do partido na Ucrânia entre 1938 e 1945 e, posteriormente, entre 1947 e 1949; membro do Politburo (desde 1952 do Presidium) entre 1939 e 1964; comissário político do Exército Vermelho entre 1941 e 1945; primeiro-secretário do comitê do PCUS em 1953; presidente do conselho de ministros e também primeiro-ministro, controlando os postos de poder na União Soviética impulsionado pela destituição de Nikolai Bulganin (1958). De 1953 a 1959, Kruschev dispensou os dirigentes de Stálin (exceto Anastasi I. Mikoyan, chefe do Estado de 1964 a 1965), substituindo-os por partidários seus. Seu discurso no XX Congresso do PCUS de 1956 provocou a ruptura definitiva do partido com Josef W. Stálin e iniciou um período de relativa liberalização: o terror stalinista foi condenado, o poder dos órgãos de segurança foi limitado e, em parte, o Estado de direito (desestalinização) foi restabelecido. A reforma econômica impulsionada por Kruschev pretendia melhorar o nível médio de vida e aumentar o comércio com o Ocidente. No entanto, continuou com a política hegemônica sobre os países situados na esfera soviética (em 1956, reprimiu o levante na Hungria). Enquanto a União Soviética se rearmava, Kruschev propunha a coexistência pacífica aos países ocidentais, mas estimulava os movimentos de libertação nos países do Terceiro Mundo, tentando integrá-los em sua estratégia imperialista. Com o lançamento do primeiro satélite soviético, o Sputnik (1957), a Rússia inaugurou, antes dos Estados Unidos, a era da exploração espacial, causando comoção no Ocidente. A fase de distensão acabou com a construção, em 1961, do Muro de Berlim e com a crise cubana de 1962 (Fidel Castro tentou instalar mísseis de médio alcance na ilha). O fracasso das reformas econômicas e o agravamento do conflito com a República Popular da China (1964) levaram Kruschev à demissão, substituído por Leonid I. Brejnev.



 

Josef Stalin

Secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS) e líder da União Soviética de 1922 a 1953. Seu verdadeiro nome era J. V. Dzhugachvili. Stalin personificou a história e o caráter da União Soviética. Com seu sistema de governo, o "stalinismo", que conduziu à prática generalizada do terror, não apenas assegurou seu domínio pessoal durante 30 anos na União Soviética e a conversão do país numa potência mundial como também estabeleceu as bases para a queda e a desintegração do comunismo. Filho de um sapateiro e de uma lavadeira, foi expulso do seminário ortodoxo em 1899, devido a suas atividades como membro do Partido Operário Social-Democrata Russo. Após a ruptura do partido em 1903, filiou-se à ala bolchevique liderada por Vladimir I. Lenin. Como revolucionário profissional, foi escalando posições até ingressar em 1912 no Comitê Central, quando adotou seu primeiro pseudônimo, "Koba", depois substituído por "Stalin". Foi um dos principais dirigentes responsáveis pela revolução de 1917 e, em 1922, alcançou o cargo de secretário-geral do PCUS. Quando da morte de Lenin, em 1924, impôs-se tanto a seus rivais de "esquerda", aglutinados em torno de Leon Trotski, Grigori Sinoviev e Lev Kamenev, como de "direita", agrupados em torno de Nicolai Bucharin e Alexei Rikov. Em 1929, havia conseguido alcançar o poder absoluto. Sob o lema "a construção do socialismo num só país", opôs-se em 1925 à ideia de revolução mundial proposta por Trotski.
Através do 1° Plano Quinquenal, promulgado em 1929, tornou realidade um gigantesco processo de modernização e industrialização da nação. O programa foi acompanhado pela coletivização obrigatória do campo a partir de 1928, concretizada na "liquidação dos Gulags", na deportação de numerosos camponeses e nas terríveis fomes que provocaram milhares de vítimas. A resistência interna começou a surgir com o triunfo de um sistema totalitário, que alcançou o ponto culminante nas grandes "depurações" de 1934-1938, aliadas ao sistema de campos de trabalho (Gulags) que se estendeu a todo o país. Sob a ameaça da Alemanha nacional-socialista, Stalin assinou o pacto de não-agressão com Hitler, em 1939, assegurando um futuro de paz a curto prazo para a União Soviética. Com a definição das respectivas esferas de influência, estabeleciam-se as bases para a divisão do Leste europeu: após o início da Segunda Guerra Mundial, foi ocupada a Polônia Oriental, conquistado o estreito de Carélia à Finlândia durante a campanha de Inverno (1939-1940) e finalmente anexadas, em 1939-1940, as Repúblicas Bálticas e a Bessarábia.
A invasão da União Soviética por tropas alemãs em 1941 obrigou Stalin a uma intervenção direta na Segunda Guerra Mundial. Ainda que a cúpula do Exército tivesse sido vítima em sua quase totalidade de suas "depurações", Stalin conseguiu apelar ao patriotismo russo para mobilizar o povo contra a invasão. A sangrenta vitória de Stalingrado (1942-1943) alterou o rumo da guerra. No entanto, o conflito custou à União Soviética 20 milhões de mortos. No auge de seu poder, participou nas conferências de Teerã (1943), Yalta (1945) e Potsdam (1945), exercendo uma grande influência na política europeia do pós-guerra e ampliando a hegemonia soviética, mais tarde daria origem à Guerra Fria. Assegurou o predomínio da União Soviética nos países do leste e do sul da Europa e na Ásia mediante o estabelecimento de democracias populares comunistas nos Estados-Satélite, ainda que não tenha podido impedir que Tito prosseguisse na Iugoslávia seu caminho para o socialismo. O Ocidente, sob a direção dos EUA, respondeu com a criação de seu sistema de defesa face à "cortina de aço soviética", por meio da OTAN (1949) e de diversas alianças.
A Guerra da Coréia (1950-1953) foi o primeiro confronto direto entre os blocos. Seu poder absoluto sobre o partido e o Estado era complementado com o culto a sua pessoa, que começou a desmoronar-se três anos depois de sua morte, com a "desestalinização", finalizada por Nikita Kruchev. Georgi Malenkov foi o sucessor à frente do conselho de ministros e como secretário-geral do PCUS, sendo substituído posteriormente por Kruchev.



GEORGE W. BUSH

George Walker Bush, politico norte-americano (New Haven, Connecticut, 1946). Eleito presidente dos Estados Unidos em 2000, pelo Partido Republicano. Filho do ex-presidente George Bush, foi governador do Texas. Disputou a presidência em 2000 e após longo e polêmico processo de contagem de votos, contestado judicialmente pelo adversário Al Gore, foi declarado presidente eleito e assumiu o cargo em janeiro de 2001. 
Ao assumir o poder, George W. Bush teve de enfrentar a desaceleração do crescimento econômico que caracterizou os dois mandatos de Bill Clinton. Houve queda na produção industrial e crescimento do desemprego, que em 2003 chegou a 6,1% da força de trabalho, ou 9 milhões de desempregados,, número alto para os Estados Unidos.
Bush tentou reverter a situação e promoveu o retorno da política neoliberal de Ronald Reagan. Assim, cortou impostos dos grupos mais ricos e diminuiu gastos do governo com previdência social.
Coerente com essa política, deu prioridade aos interesses das grandes corporação, em detrimento da defesa do meio ambiente. Assim, recusou-se a ratificar o Protocolo de Kyoto, que estabelece metas de redução para a emissão de gases que causam o efeito estufa.
Perguntado sobre o fato de os Estados  Unidos, com apenas 5% da população mundial, produzirem metade da poluição mundial, respondeu: "Se necessário, poluiria a outra metade para manter nossas indústrias em expansão".
O maior foco de problemas para Bush, entretanto, estava no Oriente Médio. Durante anos, sucessivos governos estadunidenses apoiaram o Estado de Israel contra as legítimas aspirações do povo palestino de ter seu próprio Estado. Ao mesmo tempo, aliaram-se a governos corruptos e ditatoriais entre os países árabes, levados pelo seu interesse no petróleo da região.
Essa política gerou ressentimentos e ódio contra os Estados Unidos entre grupos militantes e, de forma difusa, em todo o mundo árabe. Nove meses depois de tomar posse na Presidência, Bush se deparou com a mais explosiva manifestação desses ressentimentos.  aviões sequestrados por terroristas da organização Al-Qaeda
Na manhã de 11 de setembro de 2001, quatro aviões com passageiros foram sequestrados nos Estados Unidos. Dois deles foram lançados contra as torres do World Trade Center, em Nova York, e o terceiro contra o Pentágono, em Washington. O quarto avião caiu na zona rural do estado da Pensilvânia. O ataque terrorista deixou 3 mil mortos. Ninguém assumiu sua autoria. As investigações do governo norte-americano apontaram para a Al-Qaeda (A Base, em árabe), uma organização terrorista islâmica, liderada pelo saudita Osama bin Laden e instalada no Afeganistão, no Sudoeste da Ásia. 
Ainda em 2001, George W. Bush fez do combate ao terrorismo a prioridade de seu governo, e ordenou uma ofensiva contra o Afeganistão. O regime islâmico do Taliban, que protegia a Al-Qaeda, foi derrubado e substituído por um governo pró-ocidental. Bin Laden desapareceu. Em 2002, George W. Bush se voltou contra o Iraque, que acusava de desenvolver armas químicas, bacteriológicas e nucleares. Sob a ameaça de um ataque militar, obrigou esse país a aceitar um plano de inspeções e desarmamento da Organização das Nações Unidas (ONU). A política antiterror recebeu forte apoio nos Estados Unidos, mas enfrentou intensa oposição no exterior. No plano interno, a principal crítica foi a de que ignorou os problemas da economia norte-americana.



Bill Clinton: anos de prosperidade

Seu nome completo é William Jefferson Clinton (seu apelido foi, primeiramente, Blythe). É o segundo presidente mais jovem na história dos Estados Unidos, depois de John F. Kennedy.
Foi professor no Arkansas, tendo sido eleito em 1978, aos 32 anos de idade, governador de seu Estado natal. Foi reeleito sucessivamente para o cargo de 1983 a 1992.
Candidatou-se às eleições presidenciais de 1992, vencendo o presidente anterior, o republicano George Bush.
Em 3 de novembro de 1992, os norte-americanos elegeram o candidato do Partido Democrata, Bill Clinton, como o 42º presidente dos Estados Unidos.  Sua posse, em 20 de janeiro de 1993, foi revestida de um caráter de verdadeira celebração, após 12 anos de governos republicanos. 
Apesar de o Senado e a Câmara de Representantes terem passado também a ser dominados por seu partido, Clinton – primeiro democrata a ocupar a Presidência dos EUA após 12 anos de governos republicanos – foi incapaz de pôr em prática durante o primeiro mandato sua política social e econômica, deparando com a resistência de grupos de pressão organizados, além de ideologias políticas. Exemplos disso são a reforma da saúde, a segurança interna ou a redução da dívida pública.
Naquele momento, a situação econômica dos Estados Unidos já era melhor: havia crescimento econômico e o desemprego começava diminuir. Esse crescimento se deveu à orientação do governo Clinton e ao fato de os gastos militares terem diminuídos para 3% do PIB (Produto Interno Bruto), permitindo novos investimentos nos setores produtivos (antes de Clinton, os gastos militares chegaram a 6% do PIB).
Com a perda da maioria democrática em ambas as câmaras em 1994, que não foi recuperada nas eleições de 1996, sua política interna, em profunda divergência com a da oposição republicana, sofreu sérias restrições.
Na política externa, teve de enfrentar um número crescente de conflitos regionais. Contudo, depois de um começo titubeante, Clinton reafirmou o papel dos Estados Unidos como potência mundial, sempre sob a proteção da Otan, comandando o processo de paz no conflito da Bósnia (acordos de Dayton, 1995).
Sustentado por esse crescimento, em 1996 Clinton se reelegeu para um segundo mandato. Ao vencer as eleições presidenciais de 1996, tornou-se o primeiro presidente democrata a conseguir a reeleição depois de Franklin D. Roosevelt. Seus oito anos no poder seriam marcados pela prosperidade econômica.
Apesar disso, Clinton não conseguiu eleger seu sucessor: nas eleições de 2000, o candidato republicano George W. Bush (filho do ex-presidente George Bush) acabou vencendo Al Gore, vice-presidente no governo Clinton e candidato do Partido Democrata, em uma tumultuada apuração de votos.



GEORGE BUSH (1989-1993)

George Bush, político norte-americano. Foi o 41º presidente dos EUA, eleito pelo Partido Republicano (1989-1993), depois de servir como vice-presidente nos dois governos de Ronald Reagan (1981-1989).
O impacto causado pelo degelo das relações com a União Soviética facilitou a eleição do republicano George Bush, que assumiu o lugar de Ronald Reagan em 20 de janeiro de 1989. Bush comprometeu-se a dar sequência às medidas para sanear a economia norte-americana e continuar o diálogo com a União soviética.
As boas relações com a União Soviética foram mantidas. Quanto a recuperação econômica, porém, Bush enfrentou sérios problemas. O projeto para aumentar a arrecadação e assim resolver o déficit orçamentário foi responsável pela derrocada republicana na Câmara e no Senado nas eleições de 1990.
Em dezembro de 1989, Bush autorizou a invasão do Panamá, para depor o "homem forte" do governo, general Manoel Noriega, acusado no tráfico internacional de drogas. A intervenção norte americana foi alvo de duras críticas, principalmente por parte dos países latino-americanos. Temia-se a retomada da velha política do big stick, quando às vésperas da devolução ao Panamá do controle do canal, prevista para 1999.
O grande teste de Bush na política externa teve início em agosto de 1990, quando o ditador do Iraque, Saddam Hussein, invadiu o Kuwait. Bush imediatamente enviou tropas para o Golfo Pérsico e em Janeiro de 1991 iniciou os bombardeios sobre o Iraque, liderando uma coalizão de 28 países. A guerra contra o Iraque, que arrasou o país, só terminou no fim de fevereiro, com a retirada das forças iraquianas do Kuwait.
Com a vitória no conflito, a popularidade de Bush atingiu níveis elevados, indicando boas possibilidades para a sua reeleição. Mas esse favoritismo entrou em queda em 1992, um ano particularmente difícil para os Estados Unidos.
Na economia, a concorrência industrial dos japoneses, principalmente no setor automobilístico, aprofundou a recessão e aumentou os níveis de desemprego industrial. A crise atingiu duramente as camadas menos favorecidas da sociedade e seu descontentamento veio à tona em 29 de abril de 1992, na cidade de Los Angeles.
Nesse dia, um júri formado por doze brancos absolveu quatro policiais brancos que haviam agredido um negro, em 03/03/1991. A cena da brutal agressão, filmada por um cinegrafista amador, havia sido amplamente divulgada pela televisão. Daí a revolta que o veredicto provocou: 58 mortes, 1 200 prédios incendiados, 3 000 presos e 1 bilhão de dólares de prejuízos. Este foi o trágico saldo do conflito, que acabou se estendendo por mais treze cidades.
Análises isentas apontaram a conjuntura econômica e social, extremamente desfavorável à comunidade negra, como a causa principal desses violentos incidentes.


Ronald Reagan (1981 a 1989)

Primeiro repórter, depois ator de cinema e, entre 1947 e 1952 e em 1959, presidente do sindicato de atores, Reagan entrou em 1962 na política como membro do Partido Republicano. De 1967 a 1974, foi governador do Estado da Califórnia e, em 1981, eleito presidente, em substituição a Jimmy Carter e, depois, reeleito em 1984. 
Reagan representou a volta dos republicanos à Presidência nas eleições de 1980, cujo vencedor foi Ronald Reagan, um político de posições conservadoras, afinado com o neoliberalismo. No ano anterior, a Inglaterra também havia escolhido o caminho neoliberal, com a ascensão de Margaret Thatcher ao posto de primeiro-ministro.
Contribuiu para a expansão da economia norte-americana. Poucos dias após sua posse, ainda em 1981, foi vítima de um atentado a bala. Recuperado, viu sua popularidade subir, ganhando apoio popular para suas reformas. Durante seus dois mandatos, criou condições favoráveis para o crescimento econômico, conseguindo manter baixa a inflação e aumentar o nível de emprego. Reagan implantou uma política conservadora, destinada a sanear a economia, baseada na redução dos impostos e dos juros elevados, tendo como contrapartida a diminuição dos benefícios sociais e um aumento do déficit público. Pretendia, desse modo, financiar as despesas de rearmamento (baseado sobretudo na construção de mísseis de médio alcance e na iniciativa de defesa estratégica/SDI).
Para atender seu eleitorado, formado basicamente pela parcela mais rica do país. Reagan colocou em prática uma política econômica conservadora, conhecida como reaganomics, que se caracterizou por: cortes nos gastos públicos, especialmente nos serviços previdenciários; diminuição de impostos, que atingiram o nível mais baixo desde a Segunda Guerra Mundial; liberação das importações, estimuladas pela supervalorização do dólar.
A princípio essa orientação levou ao aumento do produto nacional bruto (PNB) e à redução do desemprego, provocando euforia na sociedade norte-americana.
Em 1987, já no segundo mandato de Reagan, a violenta queda da Bolsa de Valores de Nova York mostrou uma dura realidade: a economia norte-americana não estava tão sólida quanto anunciava o governo. Ao contrário, o Estado gastava muito mais do que arrecadava com os impostos, criando um déficit orçamentário superior a 160 bilhões de dólares. Paralelamente, as facilidades de importação não só geraram uma balança de comércio desequilibrada, como desestimularam o investimento produtivo em vários setores da economia.
Diante disso e na tentativa de sanar a economia norte-americana, o governo procurou: adotar medidas protecionistas para incentivar a retomada do desenvolvimento industrial interno; reduzir os gastos militares; manter a política de juros altos para continuar atraindo investimentos externos.
Política externa
Anticomunista, seguiu inicialmente uma política de confronto com os Estados do bloco comunista e com os regimes revolucionários do Terceiro Mundo, especialmente na América Central (por exemplo, a Nicarágua). 
Como Reagan representasse a ala mais conservadora do Partido Republicano, logo no início do seu mandato a guerra fria foi retomada. Os recursos militares americanos foram ampliados com o objetivo de efetivar a controvertida Iniciativa de Defesa Estratégica (conhecida como projeto Guerra nas Estrelas), um programa para desenvolver um escudo espacial destinado a tornar o país invulnerável. Os mísseis inimigos seriam eliminados por sofisticados canhões a laser, instalados em satélites, antes de atingir seu alvo em terra. Esse projeto foi intensamente criticado pela União Soviética, o que dificultou ainda mais as relações entre as duas potências.
Contudo, com as transformações incentivadas por Mikhail Gorbachev na União Soviética, tanto na política externa como na interna, Reagan tornou-se um firme defensor do fim do confronto entre os dois blocos. Procurou a aproximação com a União Soviética, o que possibilitou o fim da Guerra Fria. Para alguns especialistas, essa aproximação causou também o desmantelamento da URSS. 
Se internamente Reagan se viu diante de graves problemas, principalmente econômicos, na política externa seu governo também foi bastante agitado. Isso porque os Estados Unidos, devido à sua posição de líder do mundo capitalista, mantém tropas em várias partes do globo para garantir seus investimentos econômicos e seus acordos políticos, acabando por se envolver em diversos conflitos.
Em 1986, Reagan autorizou uma intervenção militar na Líbia, acusando este país de patrocinar atentados terroristas e de ser o patrocinador do terrorismo internacional.
Foram frequentes os conflitos entre o governo americano e o presidente líbio Muamar Kadafi. As relações conflituosas entre Estados Unidos e Líbia antecederam o governo Reagan, porém com sua posse, as provocações se multiplicaram, de ambas as partes.
O caso mais grave tiveram início em abril de 1986, quando foi atribuído aos líbios um atentado à bomba que destruiu uma discoteca em Berlin Ocidental, frequentada por soldados norte-americanos. Dois deles foram mortos e 204 pessoas saíram feridas. Em represália, os Estados Unidos bombardearam Trípoli e Bengazi, na Líbia, fazendo inúmeras vítimas civis, entre elas uma filha adotiva de Kadafi, de 16 meses. Em janeiro de 1989, dois caças da Marinha norte-americana atingiram dois caças da MIG da Líbia, alegando que estes faziam voo suspeitos, já em espaço aéreo internacional.
Em novembro de 1986 veio a público, em denúncia da imprensa, que armas norte-americanas eram vendidas ao governo extremista do aiatolá Khomeini, em troca da libertação de reféns americanos, presos por xiitas. O dinheiro dessa transação era desviado ilegalmente para ajudar os "contras", grupo de direita que lutava para derrubar o governo sandinista da Nicarágua, na América Central. O escândalo abalou o prestígio de Reagan, ficando claro para o mundo que ele não só tinha conhecimento dessas transações, como também as autorizara. Uma comissão do Congresso norte-americano acabou inocentando o presidente, que recebeu apenas uma reprimenda por não ter controle efetivo sobre seus assessores.
De forma ilegal, o governo Reagan manteve, com armas, equipamentos e assessoria militar, o grupo dos "contras", que tentava derrubar, sem sucesso, o governo de Daniel Ortega. Com o escândalo Irã/"contras", o Congresso norte-americano passou a negar verbas ao governo para continuar sustentando a guerrilha de direita.
Os acordos para a eliminação do armamento nuclear de médio alcance na Europa (1987) e a reunião com Mikhail Gorbachev em 1988 foram passos fundamentais para a implantação de uma nova ordem na política mundial. Foi sucedido por George Bush.



Governo Jimmy Carter (1976-1980)

A conjuntura anterior propiciou o retorno dos democratas à Casa Branca, mas os desafios eram grandes. Na política interna, o quadro econômico era de recessão, inflação e elevado desemprego, em especial pelas dificuldades na indústria automobilística, profundamente atingida pela crise do petróleo.
A recessão não foi evitada pelo presidente democrata Jimmy Carter, pois o aumento dos preços internacionais do petróleo, decretado a partir de 1973 pela OPEP, atingiu diretamente as indústrias automobilistas norte americanas, gerando desemprego em massa, agravado por uma inflação de 12% ao ano.
Carter desenvolveu uma política externa baseada na defesa dos direitos humanos, bem representada na suspensão do apoio dos Estados Unidos às ditaduras militares latino-americanas. No Oriente Médio, Carter promoveu a aproximação entre Israel e Egito, com o Acordo de Camp David (1979). Reatou oficialmente as relações entre Estados Unidos e China e passou a rever os acordos relacionados ao Canal do Panamá. 
Seu prestígio. porém foi seriamente abalado devido à invasão da embaixada norte-americana em Teerã por militantes iranianos, em protesto pela entrada do ex-xá Reza Pahlevi nos Estados Unidos para tratar um câncer. Nessa ocasião, foram feitos cinquenta reféns que permaneceram encarcerados, durante mais de um ano.
Tentando controlar a situação, Carter adotou algumas medidas: embargou a compra do petróleo iraniano; suspendeu a ajuda financeira ao Irã; congelou todos os bens iranianos nos Estados Unidos; rompeu totalmente relações diplomáticas com o Irã.
Essas medidas, no entanto, foram insuficientes para resolver o problema. Tentou-se um resgate aéreo, mas a operação foi um fracasso. O sério problema dos reféns só foi solucionado em 1981, durante o governo Reagan, através da mediação da Argélia, Estados Unidos e Irã entraram em acordo e os reféns foram libertados.
Enquanto isso, a União Soviética, temendo que a revolução islâmica do Irã atingisse territórios estratégicos de seu interesse, ocupou o Afeganistão, em 27 de dezembro de 1979. Carter denunciou à invasão como uma grave ameaça a paz, mas não tomou nenhuma medida mais concreta, o que desagradou grande parcela dos norte-americanos.
Esta sucessão de fracassos comprometeu irremediavelmente a reeleição de Jimmy Carter, que cedeu a presidência ao republicano Ronald Reagan na eleições de novembro de 1980.


Produção de energia no Brasil

Movimentar máquinas, cargas e pessoas por longas distâncias demanda muita energia. No Brasil, usam-se combustíveis derivados de fontes não r...