terça-feira, 17 de janeiro de 2023
GOVERNO PRUDENTE DE MORAIS (1894-1898)
O Governo Floriano Peixoto (1891/1894)
O Governo Deodoro da Fonseca
A República da Espada
sábado, 31 de dezembro de 2022
Os governos Lula (2003-2010)
Eleições e o Governo Lula
Política econômica - O retorno ao nacional-estatismo
Partido e
organizações de esquerda ficaram muito decepcionados com essa medida, pois
esperavam iniciativas de caráter socializante e não a continuidade da política
econômica do governo FHC. Nesse contexto, vários grupos de esquerda, alguns
pertencentes ao próprio PT, acusaram o governo de adotar o neoliberalismo e de
aliar-se a partidos conservadores, como o PL, e, por causa disso, romperam com
ele. Uma dessas lideranças, a senadora Heloísa Helena, candidatou-se à
presidência da República, em 2006, pelo Partido Socialista e Liberdade (PSOL).
Em termos
econômicos, os números se mostraram bastante favoráveis, o que elevou a
credibilidade do país no mercado financeiro internacional.
Apesar das
semelhanças na política econômica dos dois governos, o governo Lula mostrou que
tinha um projeto político diferente do de seu antecessor. As privatizações
foram suspensas, o papel do Estado foi reforçado e a pesquisa científica, por
exemplo, recebeu apoio e incentivos financeiros – Lula retornou o projeto
nacional-estatista.
Outra diferença
entre os dois governos foi na política externa. Enquanto no governo de Fernando
Henrique o país se manteve alinhado com os EUA, o governo Lula apresentou uma
política com mais ênfase no cenário mundial.
Reforçou o Mercosul
também foi outra iniciativa nesse sentido. Além disso, o Brasil deixou de
depender basicamente dos EUA, ao aumentar suas relações comerciais e
diplomáticas com a União Europeia e com vários países africanos, asiáticos e
sul-americanos. Incentivadas pelo governo e por uma conjuntura internacional
favorável, as exportações brasileiras cresceram, ocasionando sucessivos saldos
positivos na balança comercial.
Política social
No início do seu mandato lula declarou que a prioridade de seu governo era o combate à fome. Segundo seus assessores, a fome no Brasil não existia por falta de alimentos, mas por falta de meios para adquiri-los de forma permanente, e em quantidade e qualidade adequadas. Como a renda estava mal distribuída no país, uma parcela da população não conseguia o mínimo necessário à sobrevivência. Dados oficiais informavam que, em 2001, havia cerca de 46 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Para fazer frente a essa situação, o governo Lula lançou o programa Fome Zero, que combinava politicas estruturais, voltadas para as causas da fome e da pobreza – como a geração de empregos e o acesso à saúde e à educação -, com políticas específicas, como a educação alimentar e o programa Bolsa Família.
Legalizado em 2004, o Bolsa Família é o resultado da unificação de quatro outros programas criados no governo FHC: Cartão Alimentação, Bolsa Escola, Bolsa Alimentação e Auxílio Gás. Em 2012, o Bolsa Família atendeu 13 milhões e 840 mil famílias. As condições para receber o benefício são: ter renda familiar de até R$ 140,00 mensais por pessoa, manter a carteirinha de vacinação em dia, e crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos na escola e ter frequência mensal mínima de 85% da carga horária. E as gestantes têm de realizar o pré-natal e acompanhar a sua saúde e a do seu bebê.
A polêmica em torno do Bolsa Família, no entanto, é grande e divide tanto os especialistas quanto os cidadãos comuns. Os defensores argumentam que:
- é o maior programa de transferência de renda posto em prática no Brasil;
- ajudou a dinamizar a economia dos municípios, possibilitando o aumento das vendas em mercearias, lojas e supermercados;
- contribuiu para diminuir o número de pessoas que viviam em situação de pobreza extrema, e, consequentemente, no avanço dos direitos sociais por milhões de brasileiros.
Os críticos do Bolsa Família argumentam que o programa:
- é uma estratégia para conseguir votos;
- incentiva o ócio;
Não tem por obrigação manter as crianças na escola e vacinadas, pois, isto é, da competência da família;
- por não ser fiscalizado, beneficia, também, aqueles que não precisam dele para as suas necessidades básicas.
Crises
Denúncias de corrupção
Segundo mandato de Lula
Entre esses
avanços cabem citar:
- relativa
estabilidade econômica e controle da inflação ao longo de seus oito anos de
governo;
- incremento
das exportações brasileiras e recordes de saldos positivos na balança
comercial;
- queda dos
níveis de desemprego.
- antecipação
do pagamento da dívida brasileira com o FMI;
- enfrentamento
da questão da infraestrutura e da modernização do país. Para isso, o governo
lançou, em 2007, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que prevê
investimentos em saneamento básico e infraestrutura (portos, rodovias,
ferrovias, entre outros);
Aumento dos níveis
de escolarização e a criação do Programa Universidade para Todos (ProUni), que
concede bolsas de estudo a jovens carentes, permitindo que eles cursem a universidade;
- inclusão
social de uma parcela considerável da população. Segundo a Fundação Getúlio Vargas,
entre 2003 e 2010, cerca 20,5 milhões de brasileiros deixaram a pobreza. Um fenômeno
novo nesse período foi o crescimento da classe C, com renda familiar total
entre R$1,126,00 e 4,854,00.
Já no campo
da reforma agrária o governo Lula mão conseguiu avanços proporcionais aos
obtidos em outras esferas. Em 2009, um estudo divulgado pelo IBGE informava que
a desigualdade na distribuição de terras no Brasil tinha se mantido inalterada
nos últimos 20 anos, com quase metade das propriedades rurais em mãos de
grandes fazendeiros.
Por possuir
características como território extenso, uma das nações mais populosas do
planeta, recursos abundantes e uma economia que vinha apresentando taxas de
crescimento considerável, o Brasil foi tido como um país emergente, e, em 2008,
foi convidado a ingressar no G-20.
No final de 2008, uma crise econômica grave, iniciada nos Estados Unidos, gerou pânico no mundo todo e castigou com a recessão e o desemprego vários países da União Europeia. Essa crise refletiu-se também no Brasil, como indica o PIB negativo (-0,3) de 2009. Mas, no ano seguinte, a economia brasileira deu provas de seu dinamismo e o PIB voltou a crescer, chegando a 7,5%.
A política externa
No plano internacional, Lula e seu governo se destacou pela liderança que exerceu no grupo de países emergentes frente aos mais ricos. Uma das reivindicações desse grupo de países é a queda das barreiras alfandegárias e dos subsídios agrícolas, que entrou em discussão na Organização Mundial de Comércio.
O governo Lula consolidou sua liderança na América do sul, obteve
vitórias judiciais na Organização Mundial do Comércio (OMC) em ações abertas
contra países ricos que adotaram medidas protecionistas e estreitou relações
comerciais com países emergentes, como a China e a Índia, e com outros países
africanos e árabes. Nessa esfera, merece destaque também a liderança brasileira
na Missão das Nações Unidas para estabilização do Haiti.
Ainda no
plano externo, o governo Lula defendeu a crescente integração da América do Sul
por meio do Mercosul e pleiteou para o Brasil um assento permanente no Conselho
de Segurança da ONU, órgão decisivo para o esforço da manutenção da paz
mundial. Hoje, apenas Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China tem
assento permanente e poder de veto no Conselho de Segurança.
Na política externa procurou igualmente dar ênfase a temas sociais, em particular à luta contra a fome e a pobreza no âmbito global. Além disso, tem buscado intensificar as discussões acerca do financiamento ao desenvolvimento, estimulando o surgimento de mecanismos financeiros inovadores.
O bom
comportamento da economia brasileira durante a crise financeira internacional,
a política de transferência de renda e a projeção do brasil no exterior
elevaram a popularidade de lula que chegou a ter, em 2010, a aprovação de cerca
de 80% dos eleitores.
A participação ativa de Lula na campanha da economista Dilma Rousseff ajudou-a a vencer as eleições presidenciais daquele ano: Dilma, do PT, ficou com 56,05% dos votos válidos, enquanto José Serra, do PSDB, obteve 43,95 dos votos. Pela primeira vez na história, uma mulher assumiu a presidência do Brasil.
Fonte: Alfredo Boulos Júnior - História & Cidadania; FTD
Ronaldo Vainfas, Sheila de Castro Faria, Jorge Ferreira,
Georgina dos Santos – História volume único; Editora Saraiva.
Flávio Campos, Regina Claro – Escrita da História 3; edições
escala educacional s/a.
sexta-feira, 30 de dezembro de 2022
O Governo Dilma Rousseff
O sertão do padre Cícero
Não se pode deixar de considerar o sertão como espaço sagrado. Palco de movimentos messiânicos como Canudos, nessa terra árida foram e são frequentes os peregrinos, os beatos e os romeiros. O padre Cícero, chamado também de Padim Ciço, representa esse universo da crença popular, sendo uma das figuras religiosas mais cultuadas no interior nordestino até os dias atuais.
Cícero Romão
Batista nasceu no município de Crato, no Ceará, em 1844. Ordenou-se padre em
1870 e, dois anos depois, mudou-se para Juazeiro do Norte, onde permaneceu pelo
resto da vida. Lá restaurou a capela de Nossa senhora das dores e passou a
desenvolver um trabalho pastoral. Pregava em missões, participava de novenas e
organizava festas religiosas e procissões. Sua popularidade foi aumentando ano
após ano, sendo considerado um religioso despretensioso e dedicado ao povo.
Em 1889,
durante uma missa, a lavadeira Maria de Araújo recebeu o sacramento e foi ao
chão. A hóstia em sua boca parecia estar envolvida por um líquido cor de
sangue. Esse acontecimento ficou conhecido como o milagre de Juazeiro. Isso ainda
teria ocorrido outras vezes, e ficou provado, por um grupo de médicos, que ela
não mordia a língua nem utilizava qualquer artifício. O fenômeno só acontecia
quando o padre Cícero celebrava a missa. A comunidade local interpretou o
episódio como uma alusão ao derramamento de sangue de Jesus Cristo para a
salvação dos seres humanos, e multidões começaram a frequentar o vilarejo para
ver o fenômeno.
Com o
constante crescimento das romarias a Juazeiro do Norte, o bispado cearense
interveio e cobrou explicações do padre Cícero, pois a Igreja Católica passava
por um processo de romanização, ou seja, de negação das práticas locais e
afirmação das orientações do Vaticano para uniformizar as condutas. Em 1982,
autoridades eclesiásticas consideraram que o ocorrido em Juazeiro não se
tratava de um milagre, e ordenaram que se apresentasse uma nova interpretação. No
entanto, as romarias não cessaram, ampliando a crença popular no milagre. Nesse
mesmo ano, o padre Cícero foi suspenso, proibido de pregar a religião católica.
Em 1896, persistindo as romarias e as missas, a Igreja Católica ordenou que ele
se retirasse de Juazeiro. O padre foi para Salgueiro (PE) e, em 1898, viajou
para Roma a fim de se explicar ao Santo Ofício. Lá foi julgado e o milagre,
mais uma vez, condenado. No entanto, não foi expulso da Igreja. Novamente no
Brasil, não conseguiu que o bispado aceitasse seu retorno a Juazeiro. Voltou para
a cidade, entretanto não reatou com a Igreja.
Nos muitos
anos que esteve sob o comando da Igreja em Juazeiro, padre Cícero recebeu
inúmeras doações de fiéis, que fizeram dele um homem de respeitável patrimônio.
Tinha muitas terras, gado e comercializava vários produtos, entre eles
borracha, cana de açúcar e algodão.
Sem o apoio
da Igreja, aliou-se aos coronéis locais. Os muitos romeiros que passaram a
frequentar a região eram encaminhados por ele para servirem como trabalhadores
nas fazendas locais, resolvendo o grave problema de mão de obra enfrentado
pelos proprietários. Em 1911, Juazeiro foi emancipada do Município do Crato, e
padre Cícero foi indicado para o cargo de prefeito pelo governador Nogueira
Accioly, líder oligarca local. No mesmo ano, Padre Cícero assinou o chamado “Pacto
dos Coronéis”, no qual dezessete chefes políticos da região se comprometiam a
sustentar a oligarquia Accioly no governo estadual. Transformando em importante
líder político da região do Cariri, intermediou negociação para que cessassem
as disputas armadas entre os vários coronéis locais. Em 1912, foi eleito vice-presidente
do Ceará e ampliou sua influencia política sobre o Nordeste. Em 1914, liderou a
chamada Sedição de Juazeiro, que depôs o governador. Depois voltou a ser
prefeito do Juazeiro, deixando o cargo somente em 1927.
Nos anos
1930, perdeu espaço político após a ascensão de Getúlio Vargas. Tentou ainda
recuperar o direito ao sacerdócio, mas não obteve sucesso. Padre Cícero faleceu
em 1934, aos 90 anos, causando grande comoção popular. As romarias continuaram
e se intensificaram nos anos seguintes, e ele foi transformado em mito popular
relacionado ao milagre original. Juazeiro do Norte se transformou em uma
cidade-santuário, e até hoje milhares de romeiros visitam a grande imagem do
padre Cícero.
Em 2002,
cerca de 500 mil pessoas participaram da romaria que se iniciou em 1º de
setembro e se estendeu até o dia 15 do mesmo mês. Fiéis das mais diferentes
regiões costumam ir até juazeiro do Norte para pedir pelas chuvas no sertão e
pela cura de doenças. Nesse mesmo ano, uma comissão da Igreja deu início a um
processo para reabilitar o padre Cícero, o que abriria caminho para,
posteriormente, tentar beatificá-lo e canoniza-lo. Em 2006, o Vaticano recebeu
um dossiê de nove volumes sobre a vida do padre Cícero.
Fonte: Roberto
Catelli Junior – História : texto e contexto ; Editora Scipione.
segunda-feira, 26 de dezembro de 2022
O Integralismo
Produção de energia no Brasil
Movimentar máquinas, cargas e pessoas por longas distâncias demanda muita energia. No Brasil, usam-se combustíveis derivados de fontes não r...
-
Os ‘materiais curriculares’ e outros recursos didáticos O PAPEL DOS MATERIAIS CURRICULARES Os materiais curriculares, corno variável m...
-
O Simbolismo, assim como o Realismo-Naturalismo e o Parnasianismo, é um movimento literário do final do século XIX. No Simbolismo , ao con...
-
A ERA DAS GRANDES NAVEGAÇÕES Em 1415, os portugueses conquistaram Ceuta, cidade do norte da África e importante entreposto comercial e milit...