domingo, 24 de setembro de 2023

A crise no Império Romano

 A crise econômica e a ruralização do Império

Uma série de transformações afetaram a vida nas cidades localizadas nas províncias ocidentais, onde se localizava Roma, e a organização do Império começou a mudar a partir do século III d.C. Nessas cidades, o comércio decaiu por diversos motivos. O principal deles foi a diminuição da quantidade de moedas em circulação, que se acumularam nas províncias orientais. Isso aconteceu porque as províncias compravam muito mais produtos do que vendiam.
Entre os séculos III e IV d.C., nos territórios das províncias ocidentais do Império, a população começou a deixar as cidades para instalar-se nas zonas rurais. Com a crise econômica e as invasões dos povos bárbaros, cada vez mais frequentes, a vida nas cidades tornava-se insegura. Além disso, o governo passou a arrecadar mais impostos dos cidadãos, para sustentar os exércitos em luta contra os bárbaros. Consequentemente, as pessoas começaram a se mudar para o campo, pois aí encontravam mais segurança e escapavam da cobrança de impostos.
Na condição de colonos, plebeus pobres, ex-escravos e bárbaros que haviam imigrado para o Império instalaram-se em vilas, grandes propriedades rurais arrendadas por seus donos. Ali eles podiam cultivar um lote terra para sua subsistência e, em troca, entregavam parte da produção ao proprietário. Nas vilas, produzia-se todo o alimento necessário para manter a família do proprietário e as famílias dos colonos que lá viviam. O centro de produção econômica passou então a ser a vila.
Com isso, muitos escravos arrendaram terras dos proprietários rurais, tornando-se colonos. Alguns, com o tempo chegaram a comprar seu próprio pedaço de terra e passaram a ser homens livres. Mas foi também por causa desse sistema que muitos homens livres tornaram-se colonos. O colono não era livre porque estava preso à terra. Ele não podia ser expulso pelo proprietário nem abandonar a terra em que estava fixado. Ou seja, quem se tornava agricultor seria agricultor para sempre.

A ruralização da economia

Com a crise econômica e as invasões dos povos bárbaros, cada vez mais frequentes, a vida nas cidades tornava-se insegura. Além disso, o governo passou a arrecadar mais impostos dos cidadãos, para sustentar os exércitos em luta contra os bárbaros. Consequentemente, as pessoas começaram a se mudar para o campo, pois aí encontravam mais segurança e escapavam da cobrança de impostos. As cidades ficaram então estagnadas. A produção artesanal urbana decresceu e o dinheiro em circulação nas cidades diminuiu. Por sua vez, o campo tornava-se autossuficiente, produzindo tudo o que era necessário para a subsistência das pessoas das pessoas que aí viviam.

As invasões bárbaras

A partir do século III, o extenso território controlado pelos romanos, sobretudo na Europa ocidental, começou a ser ocupado por inúmeros povos, às vezes de forma pacífica, outras vezes pela força. Em sua grande maioria, os povos invasores eram de origem germânica. Dentre eles, destacam-se: os anglos, os saxões, os francos, os lombardos, os suevos, os borgúndios, os vândalos e os ostrogodos.
Para os romanos, bárbaros eram todos os povos que habitavam além de suas fronteiras e não falava o latim. Tinham hábitos alimentares diferentes e de higiene pouco condizentes com os costumes romanos. Mas foi graças à convivência entre esses diferentes povos que surgiu no território europeu uma nova estrutura social. Nela são perceptíveis tanto elementos da cultura romana quanto dos povos germânicos. Essa sociedade, que então surgia, durou pelo menos mil anos. E até hoje podemos notar algumas de suas características, no mundo ocidental, como a forte presença do cristianismo.
Estes povos organizavam-se em função da subsistência. Sua economia baseava-se na caça, na pesca e, principalmente, nos saques de guerra. Agrupavam-se em tribos e algumas delas chegaram a desenvolver atividades agrícolas e pastoris rudimentares. Cada tribo possuía um chefe e a terra era propriedade coletiva.
Os bárbaros eram politeístas, cultuavam seus ancestrais e as forças da natureza, como o trovão, que, entre os germanos, era o deus Thor. O mais importante deus do panteão germânico, entretanto, era Odin, o protetor dos guerreiros.

Este conjunto de povos “não-romanos” achava-se dividido em grupos segundo sua origem, dentre os quais destacavam-se:

- tártaros-mongóis: tribos de origem asiática como os hunos, turcos, búlgaros e húngaros;
- eslavos: originários da Europa oriental e parte da Ásia, compreendiam as tribos dos russos, polacos, tchecos, sérvios, bósnios, entre outras;
- germanos: povos de origem indo-européia, ocupavam a parte ocidental da Europa, que fazia fronteira com o Império Romano: francos, visigodos, ostrogodos, hérulos, anglos, saxões.

Dentre todos os povos bárbaros, os germanos foram os que, com suas invasões, mais contribuíram para a desintegração da parte ocidental do Império Romano e, consequentemente, para a formação do feudalismo.

Nas fronteiras do Império Romano

Durante os três primeiros séculos da era cristã, os romanos, apesar das diferenças de costumes, mantiveram relações pacificas com muitos dos povos germânicos. Mantinham trocas comerciais e, com o tempo, o próprio exército romano passou a contar com grande número de voluntários germânicos em suas fileiras.
Os primeiros grupos germânicos romperam as fronteiras do Império Romano de forma pacífica. Atraídos pelas riquezas e em busca de climas amenos e terras férteis, solicitaram permissão para se fixar no território. Para isso, ofereciam-se como soldados, para defender as fronteiras, ou como agricultores, para cultivar os campos. Os romanos, para proteger suas terras, geralmente aceitavam a oferta.
A convivência pacifica entre os povos germânicos e os romanos foi interrompida pelas sucessivas e violentas invasões, que duraram cerca de dois séculos, acabaram por destruir a unidade do Império Romano, sobretudo da parte ocidental. A principal causa da invasão do império foi a chegada dos hunos à Europa durante os séculos IV e V. originários do leste da Ásia, os hunos passaram a percorrer as regiões ocupadas pelos povos germânicos, empurrando-os ainda mais para dentro das fronteiras romanas. Os hunos, liderados por Átila, tornaram-se famosos pela violência de seus ataques e pela crueldade do tratamento que dispensavam aos que derrotavam.
Ao se estabelecerem no interior do Império Romano do Ocidente, os vários povos invasores foram aos poucos organizando suas sociedades. Muitas delas, com um rei e certa estrutura administrativa, se transformariam em reinos independentes.
A conquista de Roma, determinando a desintegração do Império Romano do Ocidente, originou inúmeros reinos bárbaros, alguns com existência bastante efêmera, conquistados por outros povos mais poderosos. Dentre os reinos bárbaros que se formavam, vale destacar:

- O Reino Visigodo, formado na região da Península Ibérica, seu domínio estendeu-se até o século VIII, quando das conquistas do árabe Tarik. Os visigodos, contudo, refugiaram-se nas montanhas e acabaram organizando vários reinos cristãos que, mais tarde, formariam a Espanha;
- O Reino Ostrogodo, constituído na Península Itálica, após a expulsão dos hérulos, seu rei, Teodorico, destacou-se pela construção da capital Ravena. Este reino acabou sendo conquistado por Justiniano. Imperador de Bizâncio;
- O Reino Vândalo, organizado no sul da Península Ibérica, deslocou-se, em seguida, sob o comando de Genserico, para o norte da África. Tal como o reino ostrogodo, foi incorporado ao Império Bizantino;
- Os Reinos Anglo-saxões, estabelecidos na região que hoje corresponde à Inglaterra, constituíram sete reinos, conhecidos por heptarquia saxônica;
- O Reino Franco: estabeleceu-se no norte da Itália, região da Gália, e transformou-se no principal reino da Idade Média.

As invasões dos bárbaros à Europa ocidental acarretaram mudanças profundas na vida de suas populações: a fragmentação e a desorganização do Império Romano; a formação de vários reinos que além de alguns valores culturais romanos, acabaram por adotar o cristianismo; a intensificação do processo de ruralização, dada a dificuldade de manutenção das atividades comerciais e urbanas, em função da insegurança gerada pelos ataques bárbaros; e a substituição do latim como língua predominante por línguas bárbaras ou originárias da mistura do latim com essas línguas.
Na formação desses reinos foi importante a relação entre os povos invasores e as populações locais. A partir dessa relação se consolidaram as estruturas econômicas, sociais e políticas da Europa ocidental. Por exemplo, a tradição cristã, surgida no Império Romano, tornou-se ao longo do tempo um elo de coesão social, e a estrutura de poder fragmentada seria, por sua herança dos povos germânicos.
De todos os reinos, o que perdurou por mais tempo foi o dos francos. Como não se distinguiam pelo espírito aventureiro, característico de outros povos germânicos, os francos fixaram-se nos atuais territórios da França e da Bélgica, próximos a sua região de origem. Com isso puderam manter suas características culturais. Outro motivo que fortaleceu o reino dos francos foi a ligação que ele estabeleceu com a Igreja cristã.

Francos

Os bárbaros que construíram um Império

Os francos estabeleceram-se na Gália e conseguiram estruturar um poderoso Reino na Alta Idade Média europeia. Esse Reino formou-se e expandiu-se sob o governo das dinastias merovíngia (século V a VIII) e carolíngia (século VIII a IX).
Os primeiros reis francos descendiam de Meroveu. Por isso, os reis dessa dinastia chamam-se merovíngios. Meroveu, na metade do século V, lutou ao lado dos romanos contra os invasores hunos.
Clóvis, neto de Meroveu, venceu os alamanos, os borgúndios e os visigodos, ampliando as fronteiras do reino. Com isso, no final do século V, os francos já dominavam grande parte da Europa central.
A importância de Clóvis aumentou quando ele se converteu ao cristianismo, em 496, depois de derrotar os alamanos. Com a conversão, conquistou total apoio de condes cristãos e bispos da Gália.
Com a morte de Clóvis, em 511, o reino franco foi dividido entre seus quatro filhos, ocasionando rivalidades e disputas entre eles. Por fim, em 628, Dagoberto subiu ao trono e estabeleceu que, daí por diante, os reis fracos teriam um único sucessor.
Após o reinado de Dagoberto, vieram os reis indolentes, assim chamados por não cumprirem as funções administrativas. O prefeito do palácio, uma espécie de primeiro ministro, era quem efetivamente administrava o reino.
Um desses prefeitos, Pepino de Heristal, tornou o cargo hereditário e passou-o a seu filho Carlos Martel. Carlos Martel notabilizou-se por vencer os árabes, em 732, na batalha de Poitiers, detendo a invasão muçulmana na região central da Europa.
Em 743, foi coroado o último rei dos merovíngio, Childerico III.
O filho de Carlos Martel, Pepino, o Breve, incentivado pelo papa Zacarias, depôs Childerico III, assumiu o trono e fez-se aclamar rei. Com isso, iniciou-se uma nova dinastia, a dos carolíngios, nome derivado Carolus (Carlos, em latim). O sucessor de Pepino, o Breve, foi seu filho Carlos Magno.

O Império Carolíngio

Carlos Magno assumiu o trono em 768 e, por suas realizações, é considerado o mais importante rei dos francos. Destacou-se por conquistas militares e pela organização administrativa implantada nos territórios sob seu domínio.
Para as conquistas militares, Carlos Magno organizou um exército forte, do qual faziam parte, além de seus soldados, os grandes proprietários de terras acompanhados de certo número de camponeses equipados para a guerra. Com esse exército, ele expandiu as fronteiras do reino, constituindo o Império Carolíngio.
Nas regiões conquistadas, eram construídas fortalezas e igrejas em volta das quais organizaram-se vilas que, posteriormente, passaram a ser ligadas por estradas. Sendo cristão, Carlos Magno obrigava os povos conquistados a converterem-se ao cristianismo.
No ano 800, em Roma, na noite de Natal. Carlos Magno foi coroado imperador pelo papa Leão III. Com a coroação de Carlos Magno, a Igreja católica pretendia fazer reviver o Império Romano do Ocidente e, ao mesmo tempo, unificar a Europa sob o comando de um monarca cristão.

Organização administrativa

O Império Carolíngio não tinha uma capital fixa. Sua sede era o lugar onde se encontrava o Imperador e sua corte. Em geral, Carlos Magno permanecia por maior tempo na cidade de Aquisgrã (Aixla-Chapelle), em seu palácio com fontes de água quente, onde adorava nadar.
Para administrar o vasto Império Carlos Magno estabeleceu uma série de normas escritas, conhecidas como capitulares, que funcionavam como leis. Essas leis reuniam os usos e costumes do Império. Contou também com o auxílio de:
• condes – responsáveis pelo cumprimento das capitulares e pela cobrança de impostos dos condados, isto é, dos territórios do interior;
• marqueses – cuidavam das marcas, isto é, territórios situados na fronteira do Império;
• missi-dominici – inspetores do rei, que viajavam por todo o Império para controlar a atividade dos administradores locais;
• vassalos – nobres (condes, marqueses) que haviam recebido terras do Império em beneficium. Ou seja, esses nobres podiam desfrutar das terras recebidas, mas tinham o dever de fidelidade ao rei e prestação de serviços, como cobrança de impostos, fornecimento de tropas em caso de guerra.

Renascença carolíngia

Guerreiro audacioso, durante sua vida, Carlos Magno dedicou-se sobretudo às atividades militares, permanecendo analfabeto até a idade adulta. Entretanto, como administrador, preocupou-se em promover o desenvolvimento cultural do Império Franco.
Assessorado por intelectuais, como o monge Alcuíno, o bibliotecário Leidrade e os historiadores Paulo Diácono e Eginardo, Carlos Magno abriu escolas e mosteiros, estimulou a tradução e a cópia de manuscritos antigos e protegeu artistas. Assim, seu governo foi marcado por significativa atividade cultural, que abrangeu os setores das letras, das artes e da educação. Trata-se da chamada renascença carolíngia, que contribuiu para a preservação e a transmissão da cultura da Antiguidade Clássica. Grande parte do conhecimento que temos hoje da literatura da Antiguidade deve-se ao trabalho de coleta e cópia desenvolvido pelos escribas da renascença carolíngia.

Carlos Magno e a educação

Carlos Magno tinha pouca instrução. Com idade avançada, aprendeu a ler e escrever em latim. Valorizou o ensino, promovendo obras para sua difusão em todo o império. Queria funcionários instruídos para ler os textos oficiais, que eram redigidos em latim.
Fundou, ao lado de cada igreja, escolas gratuitas para a população e, nos mosteiros, escolas para os sacerdotes. No próprio palácio abriu uma escola que era frequentada, sem distinção de tratamento, por meninos de famílias pobres e por filhos de nobres.

A fragmentação do Império Carolíngio

Carlos Magno morreu em 814. foi sucedido por seu filho, Luís, o Piedoso, que governou até 840. Os filhos de Luís disputaram, durante três anos, a sucessão do império. Em 843, pelo Tratado de Verdun, o Império Carolíngio foi dividido em três reinos distintos, cabendo a parte ocidental a Carlos, o Calvo; a parte oriental a Luís, o Germânico; e a parte central a Lotário.
O desmembramento do Império Carolíngio pôs fim à tentativa de unificação da Europa ocidental sob o comando de um único monarca cristão.

Aspectos Culturais da Roma Antiga

Por meio de conquistas militares, os romanos construíram um vasto império territorial que englobava diversos povos, dos quais assimilaram elementos que influenciaram sua cultura.
Dentre esses povos, destacaram-se os gregos, cuja arte teve grande influência na cultura romana. Costuma-se dizer que Roma conquistou a Grécia pela força de suas armas e a Grécia conquistou Roma pela força de sua cultura.
Apesar da acentuada influência de outros povos, os romanos desenvolveram uma cultura original. Exemplo disso é o Direito Romano, que até hoje serve de referência para o sistema judiciário de muitas sociedades. Além disso, inúmeros idiomas são derivados do latim, como o italiano, o francês, o romeno e o português. Roma foi o último grande império do mundo antigo.

A urbe romana

Roma era uma cidade organizada, com muralhas, túneis, templos, aquedutos, termas, anfiteatros, teatros, arcos, fóruns e muitos outros prédios públicos. Era uma urbe (‘“cidade” em latim) bem diferente da pólis grega.
Roma foi a cidade que atingiu maior concentração demográfica em toda a Antiguidade. No século II, ela contava com cerca de 1 milhão de habitantes, e o Império Romano com aproximadamente 54 milhões.
No centro desse império, Roma atraía gente de todas as regiões ocupadas, o que provocava constantes crises de moradia. A falta de espaço forçou a construção de casas de madeira e tijolo cru, de condições muito precárias. Muitas vezes, devido a isso, ocorreram grandes catástrofes provocadas por desabamentos ou incêndios.
Em Roma, existia um espaço público que reunia o Senado, a Assembleia, o mercado, as bibliotecas. Conhecidos como Fórum, era considerado por muitos como o centro do mundo.

Pão e circo

Durante o período Republicano, como vimos, verificou-se intenso êxodo rural em consequência das guerras de conquistas. Os pequenos proprietários que haviam perdido suas terras dirigiam-se às cidades procurando garantir sua sobrevivência.
Superlotada, as cidades apresentavam muitas dificuldades, como a escassez de moradias e a falta de empregos, pois a maioria das atividades era realizada por escravos.
Sem meios para sobreviver, a população desocupada perambulava pela cidade. O governo, percebendo a possibilidade de revoltas distribuía pão aos pobres e desempregados, além de oferecer gratuitamente grandes e brutais espetáculos. Todas as grandes cidades romanas contavam com um anfiteatro para a realização desses espetáculos.
Com essas medidas, o governo pretendia desviar a atenção da população, evitando a eclosão de revoltas e rebeliões. Essa política, conhecida como pão e circo, estendeu-se também ao período Imperial.
Nos espetáculos, às vezes, gladiadores profissionais lutavam entre si. A vida do derrotado dependia do público presente: se a maioria levantasse o polegar, ele viveria; se o virasse para baixo, seria morto.
Outras vezes, gladiadores, criminosos ou seguidores de religiões perseguidas, como os cristãos, eram lançados a feras esfomeadas.
Alguns espetáculos, principalmente em ocasiões comemorativas, prolongavam-se pelo dia inteiro e mesmo por dias seguidos.
O coliseu, o principal anfiteatro de Roma, podia reunir mais de 80 mil pessoas. Na sua inauguração, conta-se que o imperador Tito sacrificou num só dia mais de 5 mil animais.
Desde o início do século II a.C., os romanos realizavam também espetáculos com feras. Neles, animais selvagens lutavam uns contra os outros; leão contra leão, leão contra pantera ou touro, tigres contra panteras, touros contra ursos e assim por diante.
Para atender às exigências constantes de novos animais, os governadores das regiões conquistadas tinham de organizar frequentes caçadas. Pessoas a pé e a cavalo, armados de dardos, perseguiam animais ferozes e tentavam encurralá-los em áreas cercadas por enormes redes. Em seguida, fechavam os animais em jaulas, para a longa viagem até Roma e outras cidades do império.

Os balneários

Atração popular das cidades romanas eram os balneários (casa de banhos). Nos maiores centros urbanos havia um para cada zona da cidade. Em geral, as pessoas frequentavam os balneários na parte da tarde. Os cidadãos encontravam-se para tratar de negócios ou, simplesmente, para conversar.

O banho era um ritual longo. Passava-se por diversas salas de aquecimento progressivo, para provocar a transpiração. Um ajudante esfregava o corpo do banhista para, depois, ele descer para uma banheira quente. Finalmente, o banho terminava com a imersão em piscina de água fria.
A pessoa nadava um pouco e, em seguida, saía da água para as mãos de um massagista que, com óleo perfumado, massageava lhe todo o corpo. Nos dias de sol, os frequentadores dos balneários estendiam-se no solarium para um banho de sol.

Os trabalhadores da urbe

Em Roma, como nas demais cidades do império, existiam diferentes tipos de trabalhadores, como carpinteiros, marceneiros, cesteiros, ceramistas, caldeireiros. Toda a produção desses trabalhadores era vendida nas lojas das cidades.
É preciso lembrar que grande parte do trabalho na cidade era executada por escravos. Em sua maioria prisioneiros de guerra, eram eles os responsáveis por qualquer tipo de trabalho, desde os artesanais até os domésticos.

O Direito Romano


Desde criança, o romano era educado para atender às necessidades do Estado e respeitar as tradições e os costumes. Uma série de normas regia a conduta dos cidadãos tanto na vida familiar como na vida pública. Daí surgiram leis que orientavam as relações entre os indivíduos. Reunidas, essas leis formaram códigos jurídicos, que deram origem ao Direito Romano.
O Direito Romano dividia-se em duas esferas: a pública e a privada. O Direito público era composto pelo Direito civil, válido para os cidadãos romanos, e pelo direito estrangeiro, válido para os povos conquistados. O Direito privado regulava as relações entre as famílias.
O Direito foi uma das grandes contribuições dos romanos para as sociedades ocidentais. Seus fundamentos adaptados e reelaborados, foram adotados por diversos povos, servindo de base até hoje para muitas sociedades.

Literatura, arquitetura e arte

A mais conhecida obra literária dos romanos é Eneida. Ela foi escrita pelo poeta Virgílio, a pedido do imperador Augusto. A intenção de Virgílio em Eneida é glorificar a cidade de Roma. O livro escrito em forma de versos, narra a lenda do herói troiano Enéias. Segundo a história de Virgílio, Enéias teria fugido para a península Itálica depois da Guerra de Tróia. Lá, teria fundado Alba Longa, o reino pertencente ao avô de Rômulo e Remo, fundadores lendários de Roma.
A Roma declamada por Virgílio tinha a missão divina de proporcionar paz e vida civilizada ao mundo. O imperador Augusto, por sua vez era o designado pelos deuses para tornar realidade essa missão.
A arte romana foi influenciada tanto por etruscos, um dos povos que ocuparam a península Itálica, quanto por gregos.
Na arquitetura, por exemplo, os romanos herdaram dos etruscos o arco e a abóboda, que aperfeiçoaram, além de desenvolver novas técnicas de construção; dos gregos aproveitaram as colunas. Na escultura, as principais obras romanas foram as estátuas equestre e os bustos.

Religião

Entre os romanos, existiam dois tipos de cultos: o familiar e o público.
Os deuses protetores da família eram os Lares. Os bens e os alimentos estavam sob a proteção de divindades especiais, os Penates. Esses deuses eram cultuados pelo chefe da família junto à lareira, onde o fogo permanecia sempre aceso.
Durante as refeições, os romanos espalhavam junto ao fogo migalhas de alimentos e gotas de leite e de vinho, como oferendas às divindades. Com isso, acreditavam conseguir a proteção dos deuses. Nas festas familiares oferecia-se aos deuses o sacrifício de um animal (boi, carneiro ou porco), que depois era dividido entre todas as pessoas da família.
Além dos deuses ligados à família, havia os que eram cultuados pelos habitantes da cidade. O culto público era organizado pelo Senado. Com ele, os fiéis esperavam obter dos deuses boas colheitas ou vitórias nas guerras.
Também a primitiva religião romana assumiu traços da grega, igualmente, politeísta e antropológica. Algumas divindades latinas confundiam-se com as gregas, como Júpiter e Zeus, Juno e Hera, Vênus e Afrodite, Baco e Dionísio, Diana e Artêmis, romanos e gregos respectivamente.

Império Romano e cristianismo

Durante o reinado do imperador Augusto (27 a.C. – 14 d.C.), nasceu na província romana de Belém, na Galileia, Jesus Cristo. Ao completar 30 anos de idade, Jesus percorreu a Palestina, pregando ao povo uma nova doutrina religiosa – o cristianismo -, que se baseava na crença no deus único. Anunciou que era o messias, envido por Deus. Jesus dizia também que todos poderiam ter acesso ao reino de Deus e obter a salvação eterna. Através da salvação, os homens teriam seus pecados perdoados, sendo recompensados, após a morte, com a glória de viver no Paraíso. Por sua vez, os pecadores descrentes e injustos seriam condenados por Deus ao castigo do inferno. “Amar a Deus acima de tudo e ao próximo como a si mesmo” é um dos principais fundamentos da mensagem cristã.

As perseguições à nova religião começam com Nero (ano 54 a 68), numa reação ao crescimento do cristianismo e à recusa dos cristãos em venerar o imperador. Os cristãos são perseguidos até 313, quando o imperador Constantino, pelo Edito de Milão, concede-lhes liberdade de culto e igualdade de direitos, além da devolução dos bens expropriados da igreja cristã.

A ligação entre a Igreja e o Império Romano consolidou-se no reinado de Teodósio, por meio do Edito de Tessalônica (380), que tornou o cristianismo religião oficial do Estado. Se por um lado isso facilitou a propagação da fé cristã, por outro transformou em políticas as divergências religiosas. Qualquer interpretação dos Evangelhos diversa da aceita pelo Imperador e pelo papa passou a ser considerada heresia e seus defensores foram perseguidos.

O Império Romano

Em Roma, a principal característica do governo Imperial foi a concentração do poder político nas mãos do imperador, o qual se colocava acima de todas as instituições políticas da época, inclusive do Senado. Nesse momento, o personalismo do governo acabou por se impor sobre a vida dos romanos, determinando as feições que os diversos setores da existência romana deveriam assumir.

A vitória de Otávio sobre Marco Antônio, coroada com a obtenção dos títulos de Imperator, Augustus e Princips, deu a seu governo um controle absoluto sobre as decisões políticas em Roma. Para isso, Otávio Augusto reduziu o Senado a um mero órgão consultivo. Necessitou ainda contar com o apoio da massa plebeia, implementando nesse sentido a política do “pão e circo”.

Tal política consistia na distribuição de trigo à população mais pobre, além de oferecer espetáculos que a divertissem, como jogos, lutas, etc. Assim, Otávio agradava aos pobres sem, contudo, resolver o problema da miséria reinante em Roma.

Além disso, Otávio conseguiu impor a paz nas fronteiras do império, garantindo a hegemonia romana em toda a região que circundava o mar Mediterrâneo: era a pax romana. Com seu governo, tinha início um período denominado Alto Império, no qual Roma atingiu o ápice de seu desenvolvimento.

O Alto Império (séculos I a.C. – III d.C.)

Com Otávio Augusto iniciava-se a fase mais opulenta da história de Roma, marcada por grandes realizações administrativas e culturais.

O século I foi chamado o século de ouro da cidade de Roma. Otávio cuidou de embelezar a cidade, dotando-a de magníficas construções que estivessem à altura de seu poderio. Além disso, incentivou as artes e as letras, especialmente pela atuação de seu ministro Mecenas, que apoiou financeiramente artistas e escritores, como Horácio, Tito Lívio e Virgílio.

Para administrar a cidade de Roma, o imperador criou o cargo de prefeito, funcionário de sua confiança nomeado para realizar melhorias urbanas. Criou ainda a guarda pretoriana, cuja responsabilidade era zelar pela segurança pessoal do imperador.

Ainda durante o governo de Otávio, numa província do Império Romano – Judá – nasceu Jesus Cristo.

O primeiro Imperador romano morreu no ano 14, aos 76 anos de idade, sendo substituído por Tibério. O governo de Tibério e de seus sucessores, pertencentes a dinastia júlio-claudiana (14-68), foi marcado por intrigas, conspirações, perseguições e descontrole moral e político.

Tibério (14-37) manteve a linha governamental de Otávio Augusto, mas permitiu o crescimento da corrupção e da imoralidade. Durante o seu governo é que Jesus Cristo foi crucificado.

Seu sucessor, Calígula (37-41) teve uma atuação política caracterizada principalmente pelo despotismo e desequilíbrio mental. Além das orgias que promovia, chegou a nomear seu cavalo, Incitatus, cônsul romano. Com Calígula, o despotismo imperial ultrapassou todas as fronteiras, beirando a loucura. Seu cavalo, Incitatus, possuía títulos, prestígio e uma magnifica casa.

Durante o governo de Cláudio (41-54), intrigas palacianas e caos moral foram as maiores características; tendo sido o imperador envenenado por sua esposa.

Sob o governo de Nero (54-68), Roma conheceu o clímax do desregramento moral e político. Este imperador chegou a atear fogo em Roma e culpar disso os cristãos, pois estes se negavam a adorá-lo como um deus. Com Nero têm início as grandes perseguições aos cristãos, que, depois de presos, eram levados aos circos e, em grandes espetáculos populares, mortos por leões e outros animais selvagem, ou ainda por gladiadores (soldados lutadores). Além de vitimar milhares de cristãos, Nero ordenou a morte de sua mãe, irmãos e esposas.

A morte de Nero causou violenta disputa sucessória, pois também os exércitos das fronteiras do império desejavam escolher o novo soberano. Decidiu-se que o poder seria concedido a Vespasiano, comandante do exército do Oriente, o qual dá início à dinastia dos Flávios (69- 96).

Vespasiano, Tito e Domiciano buscaram a restauração financeira e moral do império, além de reprimirem violentamente os judeus na Palestina, ocasionando a Diáspora. Desejavam com isso restabelecer o poderio romano, perdido durante os excessos do reinado de Nero.

A dinastia dos Antoninos (96-192) teve como representantes Nerva Trajano, Adriano, Antônio Pio, Marco Aurélio e Cômodo. Até o governo de Marco Aurélio, Roma pôde contar com prosperidade material e uma equilibrada relação com o Senado, e sob Trajano, foram realizadas as últimas anexações ao império.

Após esta dinastia, o grande Império Romano entra em irreversível processo de desintegração, devido às invasões estrangeiras.

O último dos antoninos foi assassinado no ano de 192, em meio a uma conspiração senatorial, à qual se seguiram intensas lutas civis pela sucessão do trono. Finalmente, exército e Senado concederam o poder a Sétimo Severo, inaugurando-se, assim, uma nova dinastia.

O período dominado pelos Severos (193-235) correspondeu à decadência da Roma imperial. Multiplicavam-se as invasões, aumentava a usurpação nas áreas provinciais, desorganizava-se a produção agrícola em função da falta de mão-de-obra escrava e de segurança no campo, crescia o descontrole financeiro, o que caracterizava um processo de crise geral. Os imperadores dessa dinastia foram Severo, Caracala, Heliogábala e Alexandre.

O Baixo Império (séculos III-IV)

Após os Severos, a decadência romana acentuou-se progressivamente, iniciando-se um período de caos, de anarquia, e invasões, com governos de exceções. A esse período da história de Roma denominou-se Baixo Império.

O século III correspondeu a um período de anarquia militar, quando simultaneamente, várias legiões do exercito romano proclamaram seus comandantes imperadores, ocasionando conflitos armados que afetaram seriamente a produção agrícola, o comércio, enfim, toda a base da economia imperial. Somente entre os anos 235 e 284, Roma teve 26 imperadores, 25 dos quais morreram assassinados.

O descalabro militar, econômico e administrativo facilitava a penetração dos estrangeiros, denominados pelos romanos de bárbaros, que foram ocupando e dominando, pacífica ou militarmente, vastos territórios do império. O fim das conquistas comprometeu o abastecimento de mão-de-obra escrava, o que atingiu de maneira fatal a economia romana.

Nessa fase do Baixo Império, alguns imperadores merecem ser lembrados. Diocleciano (284-305) dividiu o poder romano entre quatro generais (tetrarquia) a fim de obter a paz social. Conseguiu momentaneamente algum sucesso com o Edito Máximo de 301, o qual estipulava um limite máximo pra os preços e salários. Tal medida provocou o desabastecimento de alimentos e o surgimento de ágio, contribuindo para o agravamento da crise.

A força e a extensão conquistadas pelo cristianismo determinaram seu reconhecimento por parte do Império Romano. Foi Constantino (312-337), considerado o último dos grandes imperadores romanos, quem publicou, em 313, o Edito de Milão, concedendo liberdade de culto aos cristãos.

Em 325, em um concílio celebrado em Nícéia, e do qual participou Constantino, ficaram assentadas as bases da doutrina da nova Igreja.

Constantino fundou, ainda, uma segunda Roma, embelezando a cidade de Bizâncio, que passou a se chamar Constantinopla (hoje Istambul). Visando uma maior proteção da fronteira leste, esta cidade assumiu a função de capital oriental do império.

Para reorganizar a produção agrícola, que sofria de falta de mão-de-obra escrava devido ao grande êxodo para as cidades. Constantino decretou a Lei do Colonato (332). Tal medida obrigava o trabalhador rural a permanecer nas grandes propriedades como colono. A lei fixava o homem à terra, tendo o grande proprietário a incumbência de protegê-lo. Substitui, dessa forma, o trabalho escravo pelo trabalho servil.

Entretanto, as medidas de Constantino foram insuficientes para pôr termo à séria crise pela qual passava a economia romana. A constância dos ataques bárbaros levou as propriedades rurais a produzir somente o necessário para o seu consumo, convertendo-se em unidades autossuficientes. Constituem, assim, lentamente, uma nova ordem econômica.

Depois de Constantino, voltou a acentuar-se a decadência romana. Com Teodósio (379-395), promoveu-se a divisão do Império Romano: o do Ocidente, com capital em Roma, ficou a cargo de Honório, enquanto o do Oriente, cuja capital era Constantinopla, foi atribuído a Arcádio. Teodósio fez do cristianismo a religião oficial do império, com o Edito de Tessalônica (em 380).

O processo expansionista dos bárbaros determinou o fim do Império Romano do Ocidente em 476, quando a tribo dos hérulos, chefiadas por Odoacro, derrubou Rômulo Augusto do trono imperial romano. No Oriente, porém, o império manteve-se até 1453, quando sua capital. Constantinopla, foi tomada pelos turcos otomanos.


      

       

A REPÚBLICA ROMANA (509 a.C.-27 a.C.)

A substituição da Monarquia pela República foi um ato reacionário dos patrícios, que afastaram a realeza, cada vez mais comprometida com as classes empobrecidas. O monopólio do poder voltou às mãos dos patrícios, com as instituições romanas assegurando a manutenção do poder. Plebeus e escravos continuaram sem direitos políticos, mas alguns plebeus enriquecidos com o comércio, chegaram a ter certos privilégios resultantes de sua condição de clientes. Entretanto, dependiam inteiramente dos benefícios concedidos pelos patrícios.

A base da República Romana era o Senado, formado por trezentos patrícios, com a responsabilidade de propor leis. Os cargos eram vitalícios, abrigando outras funções: garantir a integridade da tradição e da religião, supervisionar as finanças públicas, conduzir a política externa e administrar as províncias. A presidência do senado era exercida pelo magistrado, que o convocava, podendo ser um cônsul, um pretor ou um tribuno.

Existiam duas assembleias encarregadas de votar as leis sugeridas pelo senado. A Assembleia Curiata, que perdeu quase toda a sua importância durante a República, e a Assembleia Centuriata, formada pelas centúrias (divisões políticas e militares compostas por cem cidadãos), a quem cabia de fato discutir e votar as propostas.

O poder executivo era exercido pelos magistrados, pertencentes, na maioria das vezes, à classe dos patrícios. Com exceção do censor, todos os magistrados eram eleitos pela Assembleia Centuriata para um mandato de um ano. Coletivas, as magistraturas exigiam a presença de dois ou mais magistrados para cada cargo. 

Os magistrados eram os seguintes:

- Cônsules: Detinham o maior poder, equivalente ao dos antigos reis. Eram dois, eleitos para um período de um ano. Tinham como atribuições comandar o exército, convocar o Senado e presidir os cultos. Nos períodos de crise, indicavam um ditador, que exercia o poder de forma absoluta durante o período máximo de seis meses.

- Pretores: Ministravam a justiça, existindo dois: um para as cidades, chamado de urbano, e outro para o campo e para estrangeiros, chamado de peregrino.

- Censores: Sua função era fazer o recenseamento dos cidadãos. Calculavam o nível de riqueza de cada um e vigiavam a conduta moral do povo.

- Questores: Encarregados de administrar as finanças públicas.

- Tribunos da plebe: Surgiram em decorrência das lutas da plebe por seus direitos. Os tribunos podiam vetar todas as leis contrárias aos interesses da plebe, menos em épocas de guerras, ou de graves perturbações sociais, quando todas as leis ficavam sob o controle exclusivo do ditador. Os tribunos da plebe eram considerados invioláveis e quem os agredisse era condenado à morte.

AS LUTAS DE CLASSE NA REPÚBLICA

Embora os plebeus constituíssem a maioria da população eram marginalizados desde os tempos da Monarquia continuando até na República. Como consequência, os plebeus sofriam sérias discriminações. Nas guerras ficavam com os piores despojos; quando se endividavam e não podiam pagar suas dívidas, tornavam-se escravos. Nessa época, as leis não eram escritas, mas orais, baseadas na tradição, o que concedia grandes privilégios aos patrícios devido à sua complexa interpretação.

Os plebeus não tinham direito de participar das decisões políticas. Tinham deveres a cumprir: lutar no exército, pagar impostos, etc. A segurança de Roma dependia de um exército forte e numeroso. Os plebeus eram indispensáveis na formação do exército, uma vez que constituíam a maior parte da população. Conscientes disso e cansados de tanta exploração, os plebeus recusaram-se a servir ao exército, o que representou um duro golpe na estrutura militar de Roma.

Iniciaram um longa luta política contra os patrícios, que perdurou por mais de um século. Lutaram para conquistar direitos, como o de participar das decisões políticas, exercer cargos da magistratura ou casar-se com os patrícios.

Para retornar ao serviço militar, os plebeus fizeram várias exigências aos patrícios e conquistaram direitos. Entre eles encontrava-se a criação de um comício da plebe, presidido por um tribuno da plebe. O tribuno podia vetar todas as leis contrárias aos interesses da plebe, menos em épocas de guerras, ou de graves perturbações sociais, quando todas as leis ficavam sob o controle exclusivo do ditador. Ele era considerado inviolável e quem o agredisse era condenado à morte.

Outras importantes conquistas obtidas pela plebe foram:

Leis das Doze Tábuas (450 a.C.) – juízes especiais (decênviros) decretariam leis escritas válidos para patrícios e plebeus. Embora o conteúdo dessas leis fosse favorável aos patrícios, o código escrito serviu para dar clareza às normas, evitando arbitrariedades.

Lei Canuléia (445 a.C.) – autorizava o casamento entre patrícios e plebeus. Mas na prática só os plebeus ricos conseguiam casar-se com os patrícios.

Lei Licínia – Aboliu a escravidão por dívidas e ainda concedeu aos plebeus a participação no consulado.

Lei Ogúlnia (300 a.C.) – Com essa lei os plebeus adquiriram o direito de exercer a Magistratura de Pontífice Máximo.

Lei Ortênsia – Os plebeus conseguiram que as leis aprovadas pela Assembleia da Plebe (Comitia Plebis) tivessem validade para todo o Estado. Essas decisões foram chamadas de plebiscito, o que significa "a plebe aceita".

Embora os progressos alcançados pelas conquistas da plebe tivessem sido grandes, essas leis, na prática, continuaram a beneficiar apenas os plebeus ricos, principalmente os comerciantes, que, por casamento, podiam almejar os melhores cargos da república. A exploração dos pobres, no entanto, continuou não havendo a mínima condição de alcançarem o poder

Apesar disso, por volta do século III a.C., a República Romana se caracterizava pelo equilíbrio de poder entre a classes, o que no fundo, escondia o fato de que havia um Estado Patrício e um Estado Plebeu. 

EXPANSÃO TERRITORIAL – IMPERIALISMO ROMANO 

A República romana foi marcada por conquistas que expandiram seu domínio por toda a Bacia do Mediterrâneo. Em Roma escravos e terras constituíam riqueza, e a forma de os grandes proprietários, e comerciantes romanos consegui-los era por meio de guerras e conquistas. Assim, o imperialismo romano manifestou-se como uma política de conquista de novos territórios, para aumentar a mão-de-obra escrava e atender aos interesses dos grandes proprietários de terras e de escravos.

As primeiras evidências da expansão militar consistiram no domínio completo da Península Itálica. Mais tarde, tiveram início as guerras contra Cartago (cidade no norte da África), conhecidas como Guerras Púnicas. Posteriormente veio a expansão pelo mundo antigo.

Cartago, colônia fundada pelos fenícios no século VII a.C., era a grande rival de Roma na região do Mediterrâneo Ocidental. Os mercadores cartaginês dominavam o comércio, transformando Cartago num grande entreposto, que contava com uma poderosa força naval e um eficiente exército composto de mercenários.

Primeira Guerra Púnica: Os cartaginenses ocupavam parte da Sicília. Aproveitando-se de uma disputa que envolveu piratas italiotas e habitantes cartaginenses da Sicília, Roma entrou em guerra contra Cartago em 264 a.C. Depois de várias lutas, que duraram 23 anos, Roma venceu a batalha decisiva, realizada na ilha de Égales. Lideradas por Amílcar Barca, as forças cartaginenses tiveram que pagar um pesado tributo aos vencedores e entregar a Roma as ilhas da Sicília, da Córsega e da Sardenha.

Segunda Guerra Púnica: Para compensar as perdas no mar Tirreno, Cartago passou a explorar intensamente as minas de prata da Espanha, Era uma forma de conseguir recursos para a desforra. Na tentativa de evitar novas guerras, uma delegação romana chegou a ser enviada a Cartago, como o objetivo de delimitar as áreas de influência dos dois contendores. Mas a iniciativa foi frustrada e, em 216 a.C., Aníbal Barca, filho de Amílcar, partiu de Cartago com uma formidável força de sessenta mil homens, mais dez mil cavalos e grande número de elefantes.

O exército cartaginês rumou na direção norte e, depois de atravessar os Alpes, derrotou os romanos, conseguindo chegar perto de Roma. Entretanto, a rebelião das cidades gregas contra a Macedônia privou Aníbal de um precioso aliado. Aos poucos, o Exército romano foi reconquistando posições, até que, na Batalha de Zama, em 202 a.C., os cartagineses foram finalmente vencidos. O resultado da guerra foi doloroso para os cartagineses: perderam a Espanha e o resto da Península Ibérica e tiveram que entregar sua esquadra naval aos romanos.

Terceira Guerra Púnica: Na terceira e última guerra (150-146 a.C.), um exército de oitenta mil homens, liderados pelo general Cipião Emiliano, foi enviado a África e reduziu Cartago a uma simples província. A cidade foi totalmente destruída, seus quarenta mil habitantes escravizados e as terras conquistadas divididas entre os invasores. Assim, Roma completou seu domínio sobre todo o Mediterrâneo Ocidental

Eliminada a rival (Cartago), os romanos abriram caminho para a dominação de regiões do Mediterrâneo Ocidental (península Ibérica, Gália) e oriental (Macedônia, Grécia, Ásia Menor). O mar Mediterrâneo foi inteiramente controlado pelos romanos, que o chamavam de nare nostrum ("nosso mar").

Consequências do Imperialismo

O domínio romano na bacia do Mediterrâneo resultou em grandes transformações econômicas, sociais e políticas, que conduziram à crise e ao fim da República, formando-se o Império.

A economia passou a se fundamentar na venda de escravos capturados entre os povos vencidos e na cobrança de tributos das regiões conquistadas. Um dos reflexos dessa mudança foi a formação de uma classe de ricos comerciantes, os cavaleiros.

O trabalho escravo passou a ocupar todas as atividades profissionais, sobretudo nas grandes propriedades, que chegavam a atingir a extensão de 80.000 hectares. Enquanto na Grécia, durante o período clássico, o escravismo coincidiu com estabilização da pequena propriedade e a formação de um grupo de cidadãos composto principalmente por pequenos proprietários, em Roma o resultado foi o latifúndio e o domínio de uma poderosa aristocracia.

A sociedade também sofreu transformações. Os ricos nobres romanos, em geral pertencentes ao Senado, tornaram-se donos de grandes latifúndios, que eram cultivados pelos escravos. Obrigados a servir no exército romano, muitos plebeus regressaram à Itália de tal modo empobrecidos que, para sobreviver, passaram a vender seus bens. Sem terras, inúmeros camponeses plebeus emigraram para a cidade, passando a viver em torno de Roma com o pão e o circo fornecidos pelo Estado.

A crise da República

As mudanças, resultantes da exploração imperialista, abriram um novo quadro em Roma, marcado por violentas lutas políticas e sociais. Inicialmente ocorreram conflitos entre patrícios e plebeus e, depois entre patrícios e cavaleiros, que reivindicavam o direito de ocupar cargos na magistratura e no Senado, pois isso lhes aumentaria o poder econômico. Essas lutas iriam destruir as bases da República Romana e formar o Império.

A reforma dos Graco

Diante do clima de tensão, os irmãos Tibério e Caio Graco, que eram tribunos da plebe, tentaram promover uma reforma social (133-132 a.C.) para melhorar as condições de vida da massa plebeia. Entre outras medidas, propuseram a distribuição de terras entre os camponeses plebeus e limitações ao crescimento dos latifúndios. Sofreram então uma forte oposição do Senado romano. Acabaram sendo assassinados a mando dos nobres, que se sentiram ameaçados pelo apoio popular que os irmão Graco vinham recebendo.

Fracassadas as reformas sociais dos irmão Graco, a política, a economia e a sociedade romana, entraram num período de grande instabilidade. 

A LUTA ENTRE PATRÍCIOS E PLEBEUS 

A aliança entre cavaleiros e patrícios era frágil, principalmente porque existia, entre eles, uma incansável luta pelo poder. Depois da morte dos irmãos Graco, a plebe órfã de liderança política, aliou-se ao Partido Democrata, formado por ricos comerciantes – os cavaleiros -, que lutavam para tirar o poder dos patrícios.

Os patrícios, por sua vez, eram incapazes de resolver os graves problemas que ameaçavam a República. Enquanto isso, generais vitoriosos em inúmeras batalhas alcançavam enorme popularidade e usavam seu prestígio para fazer carreira política.

Mário era um exemplo desse novo homem político. Depois de vencer muitas batalhas na África, aliou-se à facção radical do Partido Democrata, o Partido Popular, elegendo-se ilegalmente cônsul por seis vezes consecutivas. (105-100 a.C.). Devido a sua origem plebeia, Mário era detestado pelo Senado. Mas sua popularidade cresceu ainda mais depois da vitória sobre os teutões.

Sila, grande rival de Mário e seu subalterno na África, tornou-se famoso quando, a serviço dos patrícios reprimiu com grande violência as guerras sociais que eclodiram em toda a Itália. Da rivalidade entre os dois resultou uma violenta guerra civil que só terminaria com a morte de Mário, em 86 a.C. Com o apoio do Senado, Sila alcançou um poder quase absoluto. Entretanto, o domínio de Sila durou pouco. Depois de derrotar os últimos partidários de Mário abandonou a vida pública.

As guerras que envolveram Roma, desde Sila e Mário, demonstraram que a República dos patrícios chegava ao fim e que surgiam novos instrumentos do poder, como a plebe urbana e o exército profissional.

O PRIMEIRO TRIUNVIRATO

Na década de 70 a.C., Roma enfrentou uma grande crise: na Espanha, os partidários de Mário agruparam-se, rebelados, em torno de Sertório, a província que buscava separação do Império; no Oriente Mitríades novamente se rebelou; na Itália ocorreu uma grande rebelião de escravos, chefiada por Espártaco. A atuação de Pompeu e Crasso nos acontecimentos projetou-os na vida política. Assim como eles, começou a se projetar Júlio Cesar, ligado ao partido popular. Hábil e audacioso, César assumiu a liderança do Partido Popular, após o fracasso da Conjuração de Catilina. Aproveitando-se do descontentamento de Pompeu e Crasso contra o Senado Júlio César uniu-se a eles e formou o Primeiro Triunvirato. Em consequência desta união elegeu-se César para o Consulado cujas medidas adotadas forneceu-lhe apoio popular. Leis agrárias. Obteve grandes vitórias militares em virtude das conquistas territoriais, fortalecendo o exército e aumentando a riqueza de Roma.

Com a morte de Crasso na Ásia e Júlio César governando a Gália, Pompeu ficou sozinho em Roma. Temendo o fortalecimento de César, o Senado conspirou com Pompeu e o elegeu cônsul e "confiou-lhe a defesa da República contra as ambições de César". A atitude do Senado precipitou uma guerra civil. Apoiado pelo exército César marchou sobre Roma e venceu Pompeu que fugiu para o Egito, onde morreu assassinado. Assim, César tornou-se Ditador Vitalício. 

REFORMAS EMPREENDIDAS DURANTE A DITADURA DE CÉSAR 

- Divisão das terras e criação de novas colônias;

- Anulação do poder do Senado e limitou os poderes dos tribunos e das assembleias;

- Determinou que os latifundiários seriam obrigados a empregar em suas terras 1/3 dos trabalhadores livres;

- Limitou os poderes dos governadores das províncias;

- Reforma do calendário – Calendário Juliano.

A República passava a possuir um caráter de Monarquia Militar. César se intitulou Imperador. As reformas feitas por César, levaram a aristocracia e o senado a conspirar contra ele, o que resultou em seu assassinato em 44 a.C. Entretanto, os conspiradores não conseguiram tomar o poder nem restaurar o poder senatorial. Após a morte de Júlio César forma-se o Segundo Triunvirato – acordo legal entre Marco Antônio, Lépido e Otávio Augusto em 43 a.C.

O SEGUNDO TRIUNVIRATO

O governo da República foi dividido. Otávio ficou com o Ocidente, Marco Antônio com o oriente e Lépido com a África. As disputas entre os três integrantes do novo governo pela supremacia do poder geraram mudanças. Lépido aos poucos foi sendo afastado, Marco Antônio acabou rompendo com Otávio. Marco Antônio com o apoio de Cleópatra, rainha do Egito, fortaleceu-se tornando inevitável o choque com Otávio. Otávio venceu Marco Antônio na Batalha de Actium em 31 a.C. e após a derrota, Marco Antônio suicidou-se juntamente com Cleópatra e o Egito foi anexado a Roma.

Com a vitória no Egito e a posse dos imensos tesouros do Faraó, Otávio acumulou uma fortuna que lhe permitiu formar um poderoso exército, composto por setenta legiões, e abastecer de trigo a plebe romana.

Tendo sobre seu controle as principais fontes de poder (o Exército e a plebe), Otávio começou a estabelecer uma nova forma de governo. Mais cuidadoso do que César, procurou disfarçar seu próprio poder, mantendo nas aparências o Regime Republicano.

Com receio de perder seus privilégios, o Senado cumulu Otávio de títulos: Poder Tribunício (que o tornava sacrossanto e inviolável); Imperador Consular (que lhe confiava o comando supremo do exército em todas as províncias); Pontífice Máximo (que o tornou chefe da religião romana); Princeps Senatus (que lhe dava o direito de governar o Senado); Imperador (título reservado aos generais vencedores) e, finalmente, Augusto (título reservado aos deuses). Marcando o início do Império e o final da República, formou-se um regime político caracterizado pelo absolutismo teocrático, muito semelhante aos antigos impérios orientais.

 

O mundo romano - Monarquia (753 a 509 a.C.)

Os romanos deixaram marcas culturais e políticas que ajudaram a moldar o mundo contemporâneo. Muitos traços da história romana estão presentes em nossa vida cotidiana.

Em primeiro lugar, na língua. O português é derivado direto do latim, a língua dos romanos. Também do latim derivam o espanhol, o francês, o italiano e o romeno.

Na política, igualmente, a ideia de república (que quer dizer res publica, a “coisa pública”) se aprimorou, com os partidos políticos, o Senado e as assembleias, com a representação popular (plebeia) e aristocrática (patrícia).

Na construção das cidades, com suas funções bem planejadas, já despontava nossa civilização do Ocidente. Na arquitetura, na rede de estradas que ligava o extenso mundo abrangido pelos romanos, nas artes em geral, pode-se notar a força de uma cultura que soube se apropriar das anteriores - da grega em especial - e criar sua própria identidade.

Na filosofia, no direito civil (de civitas, “cidadania”; o direito do cidadão), na literatura, os romanos deixaram traços fortes, que o tempo não apagou.

Mas a verdade é que, a partir do solo romano, surgiu um povo que dominou o mundo, construindo o Império Romano. Para consolidar sua dominação, os romanos desenvolveram uma complexa “máquina estatal”, responsável por grandes contribuições no setor administrativo, militar, legislativo e jurídico. Além disso, difundiram um modo de vida que influenciou profundamente toda a história ocidental até os nossos dias. Talvez, por isso, ainda hoje, costuma-se dizer que “todos os caminhos levam a Roma”.

Origem de Roma

Desde o 2º Milênio a.C. a península itálica foi habitada por pastores e agricultores, chamados italiotas. Eram vários grupos, destacando-se entre eles os moradores da região do Lácio, os latinos. A língua falada por esse povo, o latim, tornou-se a língua dos romanos.

Segundo a lenda muito antiga, Roma foi fundada por dois irmãos, Rômulo e Remo. Abandonados logo após o nascimento, eles só não morreram por que foram amamentados por uma loba, até que anos mais tarde, fundaram uma pequena cidade na região montanhosa de Roma, a qual governaram por algum tempo. Após uma dissidência entre os dois, Rômulo matou seu irmão e passou a governar a cidade sozinho, chamando-a Roma.

Lendas à parte, segundo pesquisas históricas, Roma foi fundada pelos latinos, no século VIII a.C. e no ano seguinte, foi dominada pelos etruscos.

Muitos povos invasores transitaram pela Itália antes mesmo da formação do reino de Roma, ocupando diferentes partes da península itálica em épocas distintas e convivendo ali durante muitos anos. Entre os séculos XII a.C. e VI a.C., o local sofreu duas grandes invasões, perpetradas pelos gregos e pelos etruscos, que imigraram para a Itália, onde construíram pequenas cidades. Toda essa miscigenação cultural teria, anos mais tarde, influência fundamental na cultura do Império Romano.

A História de Roma dividiu-se em três períodos: Monárquico; Republicano e Imperial.

A Monarquia ou Realeza Romana (753 a 509 a.C.) 

A Monarquia ou Realeza foi a primeira forma de governo. Devido à ausência de documentos escritos sobre esse período, seu estudo é feito com base em pesquisas arqueológicas e nas interpretações de lendas. Este período abrange a fundação de Roma em meados do século VIII a.C., até o fim de período monárquico, com a deposição do último rei etrusco, Tarquínio O soberbo e consequentemente o estabelecimento da República.

Neste tempo, Roma foi governada por reis etruscos e latinos, que cuidavam de seu país movidos pelo grande interesse na autoridade máxima e na estabilidade política. Sob os reis etruscos, Roma adquiriu o aspecto de cidade. Foram realizadas muitas obras públicas importantes: drenagem de pântanos, construção de sistemas de esgoto, templos etc.

A sociedade neste período baseava-se nos genos (ou gens) que tinham como características a propriedade coletiva dos bens e o patriciado. De acordo com a tradição o conjunto de dez genos formava a Cúria Romana (organização social, com práticas religiosas próprias e militar). A reunião de 10 cúrias formava uma tribo – comandada por um chefe eleito, com funções religiosas e militares. Da integração das tribos formava-se o povo romano (populus).

O crescimento populacional, a prosperidade econômica e a expansão territorial são fatores que explicam a desintegração da comunidade gentílica. Com o tempo as famílias mais fortes foram se apropriando das terras mais férteis, surgindo a propriedade privada e os proprietários de terras, que se tornaram a classe dominante em Roma, os patrícios.

Em 509 a.C., os romanos derrubaram o rei etrusco Tarquínio, o Soberbo, e fundaram uma república. No lugar do rei, elegeram dois magistrados, os cônsules, para governar. Terminou assim o período da monarquia.

Instituições Políticas 

A organização política durante a Monarquia estava assim distribuída:

• SENADO –   Conselho formado por representantes da aristocracia patrícia. As principais do Senado eram propor leis e fiscalizar a ação do rei, além de decidir sobre a paz e a guerra. Era o principal órgão legislativo e gozava de amplos poderes.

• REI – Não possuía poderes absolutos. Era fiscalizado pela Assembleia e pelo Senado. Exercia as funções militares, religiosas e judiciais. Era escolhido pelos chefes das grandes famílias patrícias.

• ASSEMBLÉIA CURIAL (COMITIVA CURIATA) – Formada por todos os patrícios em idade militar, que votavam as leis propostas pelo senado. 

A sociedade romana 

O povo romano era formado pelos descendentes das famílias que teriam participado da fundação de Roma. Eles eram os patrícios, descendentes dos pais da cidade. Só eles podiam ocupar os cargos públicos e governar. Além disso, tinham se apossado das melhores terras da região e formavam uma aristocracia de várias famílias ligadas por laços de parentesco. Cada família formava uma gens. Os chefes das gens integravam o Senado romano. Os patrícios romanos se reuniam numa assembleia chamada comício, para propor e votar as leis da cidade. Os patrícios eram classificados em trinta grupos de famílias chamados de cúrias. Os comícios curiados escolhiam os reis e os demais funcionários do governo.

O outro grupo da sociedade romana era constituído pelos plebeus. A plebe era formada pelos estrangeiros e pelos romanos que não tinham um antepassado que houvesse participado da fundação da cidade. Os plebeus viviam livremente em Roma, embora não tivessem direitos e não participassem do governo.

Para melhorar a situação de vida, muitos plebeus se tornavam protegidos ou clientes, de alguma família patrícia. Em troca, tinham de prestar favores a esses patrícios. Roma também contava com um grande número de escravos.  Os escravos eram tratados como se fossem coisas. Eles nem existiam na legislação romana.

Os plebeus que não pudessem pagar suas dívidas e os prisioneiros de guerra eram escravizados. 

A família romana 

A família teve um papel muito importante dentro da sociedade romana. Toda a organização da sociedade girava em torno dos laços de parentesco, e estes laços, por sua vez, estavam ligados à religião.

A família romana era formada por todos aqueles que prestavam homenagem a um antepassado. Isso incluía o pai, a mãe, os filhos, os clientes e até os escravos.

A autoridade do pai era absoluta dentro de casa. Ele tinha poder de vida e morte sobre a mulher e os filhos. A figura da mãe era muito respeitada e gozava de muito prestígio. Apesar disso, a mulher não participava da vida pública nem tinha independência dentro de casa: lá era subordinada ao pai, ao marido ou ao filho mais velho. 

A religião 

Os romanos eram muito religiosos. Mas eram tão supersticiosos que achavam que tinham de adotar os deuses dos povos com os quais entravam em contato para facilitar a convivência entre ambos. Graças a isso, a religião romana assimilou as crenças de vários povos. O Estado romano propagava uma religião oficial que prestava culto aos grandes deuses de origem grega, porém com nomes latinos, como por exemplo, Júpiter, pai dos deuses; Marte, deus da guerra, ou Minerva, deusa da arte. Em honra desses deuses eram realizadas festas, jogos e outras cerimônias.

Os latinos praticavam o culto doméstico, veneravam os espíritos dos antepassados e os lares, os gênios protetores da casa. O pai da família desempenhava o papel de sacerdote.  Cada cidade tinha seu altar com fogo sagrado no templo de Vesta, a deusa protetora do Estado. Lá, as vestais, virgens de famílias importantes, alimentavam o fogo sagrado.

Templo de Vesta

Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características (qualidades e defeitos) de seres humanos, além de serem representados em forma humana.

O Edito de Milão de Constantino estabeleceu a liberdade de culto aos cristãos, encerrando as violentas perseguições. No século IV d.C., o cristianismo tornou-se a religião oficial, por determinação do imperador Teodósio. 

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