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A Guerra Irã-Iraque

A Guerra Irã-Iraque foi o conflito entre o Irã e o Iraque com fins de ganhos territorial e político no Oriente Médio, durando cerca de 10 anos, entre 1980 e 1990. Depois da revolução islâmica de 1979 no Irã, as relações entre o Irã e o Iraque se deterioraram. O Iraque invadiu o vizinho, dando início a uma guerra que durou oito anos. Tudo começou em 1980 quando Saddam Hussein, líder iraquiano, revogou um tratado firmado em 1975, no qual cedia cerca de 518 quilômetros quadrados de sua área ao Irã e em troca o país cessaria a assistência militar à minoria curda no Iraque, que lutava pela independência. Saddam Hussein usou uma antiga disputa de fronteiras, sobre a posse do canal de Chatt-el-Arab, como pretexto para invadir o país vizinho. Sua real intenção era enfraquecer o poder do Irã para que seu fervor fundamentalista deixasse de ser uma ameaça ao seu domínio pessoal no Iraque. Os interesses iraquianos eram claros: desestabilizar o governo islâmico iraniano de Teerã e anexar importantes territórios ricos em petróleo.
As relações dos países do ocidente com o Iraque foram amigáveis durante a guerra contra o Irã. Muitos países ocidentais temiam os efeitos da popularização da ideologia islâmica radical do aiatolá Khomeini. Por isso, queriam evitar uma vitória do Irã.
Em 1982, os Estados Unidos removeram o Iraque da lista de países que apoiavam práticas consideradas terroristas. Dois anos mais tarde, os dois países restabeleceram relações diplomáticas, que haviam sido rompidas na guerra árabe-israelense de 1967.
A principal fonte de armas do Iraque era o seu velho aliado, a União Soviética. Mas vários outros países, como Grã-Bretanha, França e os Estados Unidos, também forneceram armas e equipamento militar ao Iraque. Os americanos chegaram a dividir informações de seu serviço de inteligência com as autoridades de Bagdá. Enquanto o Irã contava com a ajuda da Síria e da Líbia. Mas, em meados da década de 80, a reputação internacional do Iraque ficou abalada quando foi acusado de ter utilizado armas químicas contra as tropas iranianas.
No princípio de 1988, o Conselho de Segurança da ONU exigiu um cessar-fogo. O armistício veio em julho e a paz foi reestabelecida em 15 de agosto. Em 1990, o Iraque aceitou o acordo de Argel de 1975, que estabelecia fronteira com o Irã. Não houve ganhos e as perdas foram estimadas em cerca de 1,5 milhão de vidas. A guerra destruiu os dois países e diminuiu o ímpeto revolucionário no Irã. Em 1989, o aiatolá Khomeini morreu. A partir de então, o governo iraniano passou a adotar posições mais moderadas. Em Setembro de 1990, enquanto o Iraque se preocupava com a invasão do Kuwait, ambos os países restabeleceram relações diplomáticas.
Entretanto, com o armamentismo desenvolvido durante a guerra com o Irã, o Iraque tornou-se, então, um dos países mais poderosos militarmente do Oriente médio, juntamente com Egito e Israel.



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