A trajetória política de Hugo Chávez foi marcada por alto índice de popularidade e por severas críticas de opositores. Simpatizantes destacam a diminuição da desigualdade social em seu governo. Em 2013, a distribuição de renda do país era a mais igualitária da América Latina (medida pelo coeficiente Gini). Também ganharam apoio popular os programas sociais de combate ao analfabetismo e à mortalidade infantil. No plano internacional, Chávez deu especial atenção aos países em desenvolvimento e ameaçou romper a aliança histórica com os Estados Unidos, grande importador do petróleo venezuelano, o que não se concretizou. Para seus opositores, essa ameaça prejudicou o país. Eles também criticaram a aproximação com regimes autoritários do Oriente Médio e questionaram acordos firmados com Cuba. Ao estabelecer o controle do Estado sobre a exploração de petróleo e gás natural nas reservas venezuelanas, restringindo a atuação de empresas estrangeiras, por um lado, ele agradou aos setores nacionalistas, mas, por outro lado, desagradou grandes grupos petrolíferos internacionais. Uma das maiores críticas a Hugo Chávez era em relação a seu autoritarismo. Após sua segunda eleição, ele promoveu reformas na legislação que lhe permitiram concorrer ao terceiro mandato consecutivo e assegurar sua permanência no poder. Além disso, exerceu forte influência sobre os demais poderes, sobretudo a Justiça, censurou a imprensa e perseguiu opositores.
A herança chavista
A Venezuela possui a maior reserva mundial de petróleo e situa-se entre os maiores produtores. Tudo o que acontece no país tem de ser compreendido à luz dessa realidade e de toda a importância que o ainda representa para o mundo atual.
Inegavelmente, é com a figura do líder Hugo Chaves a partir dos anos 1990 que o país tornou-se tema constante nas relações internacionais. Seu estilo de fazer política reconfigurou o cenário regional latino-americano, especialmente o tom desafiador que teceu à ppotencia estadunidense enquanto esteve à frente do poder.
Hugo Chaves chegou a presidência da Venezuela em 1998. Uma vez eleito, convocou um referendo sobre eleições constituintes, que ocorreram em 1999, e redigiu-se uma nova Constituição. A nova carta impôs uma série de mudanças ao país, tais como o direito à reeleição presidencial, ampliação do mandato do presidente de quatro para seis anos, convocação de novas eleições e mudança do nome do país para República Bolivariana da Venezuela. Hugo Chaves seria ainda eleito mais três vezes:em 2000, 2006 e 2012. Verificava-se que o líder carismático contava com forte respaldo popular, embora sob uma ferrrenha oposição dos setores mais abastados, como a Fedecámaras (sindicato patronal do país) e a mídia local.
No plano internacional, Hugo Chaves teve uma série de controvérsias com os Estados Unidos, particularmente durante os governos de George W. Bush, e estreitou o laços diplomáticos do país com Cuba, China, Rússia e Irã, numa clara demostração de afastamento com os Estados Unidos. Entretanto, as celeumas políticas políticas em nada afetaram as firmes relações comerciais com os Estados Unidos, que seguiu sendo seu principal parceiro comercial e cliente na compra de petróleo.
Quando se reelegeu pela última, em 2012. Hugo Chaves já estava se tratando de um câncer. Venceu as eleições, mas não assumiu, pois a doença se agravara. Foi transferido para Cuba, onde realizou seus tratamentos médicos, mas dessa vez não resistiu, falecendo em 2013. Foram marcadas novas eleições
Seu vice, Nicolás Maduro, assumiu a presidência interinamente em 2012 e como titular em 2013, com a morte de Chávez. Maduro tem se esforçado para imprimir um governo personalista, sem, no entanto, se distanciar do chavismo. Atualmente há uma forte polarização no país entre aqueles que defendem Maduro e os que afirmam que suas políticas enfraquecem a democracia e são responsáveis pela grave crise econômica e humanitária. Nesse cenário, cresceu o fluxo migratório de venezuelanos para o Brasil, concentrado em Roraima, o que aumentou ali a demanda por serviços públicos. Uma das ações do governo brasileiro foi promover a interiorização dos migrantes a outras regiões do país com mais infraestrutura para recebê-los. O futuro do chavismo e da Venezuela segue incerto.
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