A Conferência de Genebra previa eleições gerais para que a população dos dois Vietnãs decidisse se o país deveria ser reunificado ou não. Em outubro de 1955, porém, o governo do Vietnã do Sul, apoiado pelo governo dos Estados Unidos, cancelou as eleições. Ambos temiam que o comunista Ho Chi Minh se sagrasse vencedor.
Indignados com o cancelamento das eleições, opondo-se à divisão do Vietnã e tentando derrubar Ngo Dinh Diem, muitos opositores ao governo do Vietnã do Sul começaram a organizar grupos guerrilheiros. Os combates entre o exército sul-vietnamita e esses grupos tiveram início em 1957. Eram ainda confrontos esporádicos. Em 1959, os grupos guerrilheiros já eram fortes o bastante para ampliar o conflito.
Com a justificativa da necessária intervenção norte-americana para combater o avanço do socialismo, Lyndon Johnson, presidente dos EUA, ordenou o envio de ajuda militar ao governo do Vietnã do Sul, era o começo da Guerra do Vietnã (1959-1975).
Organizados na Frente de Libertação Nacional, os guerrilheiros, conhecidos como vietcongues, passaram a contar com o apoio do governo do Vietnã do Norte. Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos prestava assistência em homens e armas ao Vietnã do Sul. Em 1962, havia 10 mil militares norte-americanos envolvidos na Guerra do Vietnã. Em 1965, esse número chegava a 500 mil soldados norte-americanos combatendo no Vietnã.
A Guerra no Vietnã, marcada pelos conflitos entre o Sul, apoiado pelos EUA, e o Norte, apoiado pela URSS, durou cerca de 12 anos e foi marcada pela violência dos combates e pela utilização maciça de armamentos químicos. Os EUA despejaram sobre o Vietnã milhões de toneladas de napalm e chegaram a manter na região 550 mil soldados.
As imagens da guerra transmitidas pela televisão, mostrando a morte de soldados norte-americanos, exerceram forte influência na opinião pública dos Estados Unidos. A maioria da população passou a pedir o fim da guerra. Ao mesmo tempo, milhares de jovens norte-americanos deixavam o país para escapar do serviço militar.
Os Estados Unidos despejaram no Vietnã mais bombas do que foram lançadas na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, apesar do poderoso arsenal bélico, as tropas norte-americanas foram derrotadas pelas forças norte-vietnamitas e vietcongues. Apesar do cessar fogo decretado em 1973 e da retirada das tropas americanas, a guerra prosseguiu até 30 de abril de 1975, quando o governo do Vietnã do Sul rendeu-se às tropas nortistas e sua capital, Saigon, foi rebatizada de Ho Chi Minh, em homenagem ao líder vietnamita do norte, falecido em três de setembro de 1969.
Cerca de 58 mil norte-americanos morreram no Vietnã. Muitos outros ficaram feridos ou mutilados. Quanto ao Vietnã, as perdas foram imensas: cerca de 3 milhões de baixas, entre soldados e pessoas da população civil.
A Guerra do Vietnã repercutiu no mundo inteiro. Mas foi nos Estados Unidos que ela provocou as maiores ondas de protesto. Em novembro de 1969, 250 mil pessoas realizaram uma impressionante marcha pelas ruas de Washington. A opinião pública exigia maciçamente o fim do conflito. Somente em 1970, estudantes de mais de quatrocentas faculdades fizeram demonstrações contra a guerra em várias cidades norte-americanas.
O movimento pacifista hippie, originário de São Francisco, Califórnia, teve um papel muito importante nessas manifestações. Seu lema: “Faça amor, não faça guerra!”. Usando roupas coloridas e floridas, os cabelos compridos e o símbolo da paz (um círculo com um Y de cabeça para baixo), o movimento hippie ganhou fama rapidamente. Muitos soldados norte-americanos no Vietnã carregavam o símbolo no peito.