A Grécia é um país europeu, localizado entre os mares Mediterrâneo, Egeu e Jônico, e que se limita ao norte com a Albânia, a Iugoslávia e a Bulgária, e a nordeste com a Turquia. O território que compunha a Grécia antiga compreendia três regiões bastante diferenciadas: a Grécia Continental, a Grécia Insular e a Grécia Peninsular.
Devido à presença marcante do mar e das montanhas, o território grego tem um aspecto fragmentado. Essa fragmentação geográfica facilitou a fragmentação política da Grécia, isto é, nunca houve um Estado grego unificado. Assim, o que chamamos de Grécia nada mais é do que o conjunto de diversas cidades-Estado gregas, independente umas das outras e, muitas vezes, rivais.
POVOAMENTO
O povoamento da Grécia Antiga foi lento. Entre 2000 a.C. e 1000 a.C., diversos povos se instalaram na Península Balcânica, região onde hoje se situa a Grécia. Os povos que mais contribuíram para esse processo foram os aqueus, os jônios, os eólios e os dórios. Os aqueus, os primeiros a chegarem, conseguiram conquistar a ilha de Creta, outras ilhas do mar Egeu e Tróia, cidade comercialmente desenvolvida que servia de porta de entrada para o mar Negro. Com essas conquistas, os aqueus passaram a influenciar todo o Mediterrâneo Oriental. Nesse período, chegaram também os jônios e os eólios, que se integraram à sociedade aqueia. Depois vieram os dórios, os quais dominaram grande parte da região.
No século XII a. C., ocorreram as invasões dos dórios, um povo violentíssimo que arrasou as principais cidades aqueias, provocando um acentuado declínio da vida urbana da Grécia Continental. A partir daí, a movimentada e interessante história da Grécia Antiga, pode ser dividida em quatro períodos:
Período Micênico ou Homérico - (1700 a.C. - 800 a.C.)
Período Arcaico - (800 a.C. - 500a. C.)
Período Clássico - (500 a.C. - 338 a. C.)
Período Helenístico - (338 a.C. - 30 a.C.)
PERÍODO MICÊNICO OU HOMÉRICO
O período mais antigo da História grega recebe esse nome porque os poucos conhecimentos que temos sobre ele foram transmitidos por dois poemas, a Ilíada e a Odisseia, atribuídos ao poeta grego Homero. A Ilíada narra a guerra realizada pelos gregos contra Tróia (Ílion), na Ásia Menor, e a Odisseia descreve as aventuras de Ulisses (Odysseus) ao tentar regressar, depois da Guerra de Tróia, à sua ilha natal de Ítaca, para se reunir à mulher e ao filho.
Aqueus ou micênicos
Os aqueus fundaram Micenas e outras cidades importantes, como Pilo e Tirinto. Cada cidade era governada por um rei, escolhido entre os grandes proprietários de terra. Micenas, no entanto, foi a mais importante. Por isso, os historiadores costumam chamar a sociedade aqueia de civilização micênica. Um dos povos que mais influenciaram a civilização micênica foi o cretense. Essa influência pode ser verificada, por exemplo, na arquitetura dos palácios micênicos, nos afrescos, na produção artística e no aperfeiçoamento de suas técnicas agrícolas e de navegação.
Os heróis micênicos
Ilíada e Odisseia são duas epopeias que se desenrolam no tempo em que os aqueus dominavam a Península Balcânica. Na Ilíada, o personagem principal é o herói grego Aquiles, considerado o melhor guerreiro entre os aqueus. Nela, conta-se a história da Guerra de Troia, conflito disputado entre gregos e troianos. Na Odisseia, o personagem central é Odisseu (Ulisses, em latim), rei da cidade grega de Ítaca. A obra narra o período de dez anos que ele levou até retornar para casa após o término da guerra de Troia.
Ilíada e Odisseia são duas das mais antigas obras da literatura mundial. Foram elaboradas como narrativas orais, ou seja, eram inicialmente cantadas pelos poetas – chamados de aedos. Eles aprendiam as histórias dos dois poemas ao ouvi-las de poetas mais velhos. Logo decoravam as passagens e as declamavam, acompanhados de um instrumento musical de corda, como a lira. A autoria dessas obras é atribuída ao poeta grego Homero, que teria reunido por escrito as histórias, colocando-as em ordem cronológica até dar-lhes a versão que permanece até hoje.
Chegam os dórios
Por volta de 1100 a.C., conflitos internos, catástrofes naturais – como secas – e grandes migrações contribuíram para que a civilização micênica entrasse em decadência. Essa situação facilitou a invasão do território pelos dórios. Assim, cidades micênicas foram destruídas e a maioria da população fugiu, estabelecendo-se na Ásia Menor.
Com a chegada dos dórios, a sociedade começou a se organizar em pequenas comunidades chamadas genoi. A terra, os equipamentos e os bens produzidos pelos genoi pertenciam a toda a comunidade, e o excedente era repartido entre eles. O genos (singular de genoi) era liderado pelo homem mais velho da comunidade. Esse poder, chamado patriarcal, era transmitido a seus descendentes.
Os genos era uma comunidade formada por uma numerosa família cujos membros eram descendentes de um mesmo ancestral. Todos os indivíduos da família gentílica viviam no mesmo lar, cultuavam o mesmo antepassado e eram liderados por um patriarca, que exercia o poder religioso, a chefia militar em época de guerra e era o responsável pela organização das atividades econômicas.
A economia baseava-se na propriedade comunitária da terra. Os gregos cultivavam cereais, uvas e oliveiras. Além disso, criavam cabras, ovelhas, cavalos e vacas. Produziam também excelente cerâmica, tecidos rústicos, armas e embarcações. O comércio limitava-se à simples troca de mercadorias.
No final do Período Homérico, o crescimento demográfico e a falta de terras férteis provocavam uma crise cuja consequência foi a desagregação das comunidades baseadas no parentesco. As terras coletivas foram desigualmente divididas, dando origem à propriedade privada e a uma maior diferenciação entre as classes sociais. A sociedade passou a ser constituída por uma poderosa aristocracia rural, por um contingente de pequenos agricultores e por uma maioria de pessoas que nada possuíam.
Os eupátridas
O crescimento da população e a falta de áreas férteis para a agricultura motivaram disputas entre os genoi pelo controle das melhores áreas cultiváveis. Os parentes mais próximos dos líderes dos genoi – os eupátridas – apoderaram-se das melhores terras e ocuparam os lugares mais destacados da sociedade. O restante da população perdeu suas terras ou ficou com as piores áreas para a agricultura. Por isso, muitos foram para a Península Itálica e para a Sicília, ilha onde fundaram cidades-Estado com características gregas.
A desagregação do sistema gentílico restabeleceu a escravidão deu origem às Cidades-Estados gregas, como Corinto, Tebas, Mileto e, às principais, Atenas e Esparta. Portanto, as mais importantes consequências da desintegração do sistema gentílico foram:
• a origem da propriedade privada da terra;
• a origem de uma sociedade dividida em classes sociais, caracterizada por profundas diferenças entre a aristocracia, dona das melhores terras, os pequenos proprietários e os sem-terra;
• o restabelecimento da escravidão;
• a origem das Cidades-Estados gregas
O NASCIMENTO DA PÓLIS
Os gregos não se consideravam parte integrante de uma nação, mas membros de uma cidade-estado. Essas cidades nasceram do desejo de proteção dos camponeses. Eles, para se protegerem dos ataques dos inimigos, passaram a construir uma fortaleza numa colina central do vale. Quando o inimigo atacava, buscavam refúgio com os animais dentro das muralhas de madeira da fortaleza. Com o tempo as populações foram abandonando as aldeias e instalando-se perto das muralhas. Por volta de 600 a.C., quase toda a população da região morava em cidades construídas em volta dessas fortalezas, onde passaram a erguer uma segunda muralha.
Surgiu assim a pólis, a cidade-estado grega. Cada uma tinha suas leis, seu governo, sua própria moeda. Às vezes, numa pequena superfície, havia muitas cidades-estados: três numa minúscula ilha ou cinco numa estreita planície. Sabe-se da existência de aproximadamente 1500 cidades. A cidade grega, criada a partir do século IX a.C., era conhecida como pólis. Entre os séculos IX a.C e VI a.C., os gregos fundaram muitas poleis (plural de pólis, em grego), tanto na Península Balcânica como em outras regiões, que iam da Ásia Menor e das ilhas do Mar Egeu, passando pelo norte da África, até a Sicília e a região onde hoje está a Espanha.
Nas cidades-Estado, o cidadão grego foi conquistando direitos e contribuindo, individualmente, para a vida social. Livre para pensar e agir, sentia-se como membro da polis e não como um objeto que pudesse ser manobrado pelos governantes. A palavra político, de origem grega, designava o cidadão que participava dos destinos da polis.
A pólis grega era uma cidade-Estado. Cada pólis tinha economia e leis próprias, e uma organização social específica. Também contava com autonomia para cultuar os próprios deuses e cumpria importante papel religioso, sendo considerada como o local para a realização de cultos e rituais aos deuses protetores. Por essa razão, os templos religiosos ocupavam a parte central da pólis.
O que hoje se chama de Grécia antiga não era um Estado único, mas um conjunto de pequenos Estados independentes: um conjunto de poleis. Apesar das diferenças, as pessoas que viviam nas cidades-Estado se comunicavam com a mesma língua e compartilhavam costumes. Portanto, é possível falar em civilização grega.
PERÍODO ARCAICO
As cidades-Estado e a colonização grega
Esse período caracterizou-se pelo desenvolvimento das cidades-estados, pela emigração e pela fundação de colônias gregas em regiões longínquas. O território havia-se tornado pequeno para atender o crescimento da população. Por isso, numerosos agricultores foram em busca de possibilidades de subsistência fora da Grécia, formando assim novas colônias gregas em diversas regiões do Mediterrâneo e do Mar Negro. Os gregos fundaram, entre outras, Bizâncio, Odessa, Siracusa, Tarento, Nápoles, Nice, Marselha, Nicósia e Síbaris.
A expansão colonizadora favoreceu mais as cidades do litoral, que dispunham de bons portos e numerosos navios mercantes. As cidades do interior, que dependiam basicamente da agricultura, mantiveram-se isoladas. Além disso, a concorrência dos produtos importados contribuiu para arruinar os pequenos agricultores e para aumentar ainda mais a concentração de terras nas mãos da aristocracia. Isso desencadeou a luta entre o povo (demos, em grego) e a aristocracia. Nas Cidades-Estados em que a vitória coube a nobreza, consolidou-se o regime aristocrático. Naquelas em que o demos foi vitorioso, as reformas conduziram, pouco a pouco, ao regime democrático.
DUAS POTÊNCIAS GREGAS
Esparta e Atenas foram duas das maiores potências do antigo
mundo grego e influenciaram cidades-Estado vizinhas. Esparta foi fundada pelos dórios no Peloponeso por volta do século IX a.C.
Atenas estabeleceu-se no mesmo século por intermédio dos jônios e situava-se em uma região montanhosa da Península Balcânica conhecida como Ática.
Diferentemente de Esparta, que ficava no interior do Peloponeso, Atenas estava perto do mar e dispunha de um porto, o Pireu. Isso permitia a seus habitantes a prática da pesca e da navegação. Esses fatores contribuíram para que a cidade se tornasse um importante centro comercial da Grécia antiga.
Esparta
A sociedade espartana estava dividida em três grupos sociais bem distintos: espartiatas (ou esparciatas), periecos e hilotas.
Os espartiatas, também chamados de espartanos, compunham a elite da sociedade e descendiam diretamente dos dórios.
Representavam cerca de 10% da população, eram proprietários de terras e consideravam-se os verdadeiros cidadãos de Esparta e superiores ao restante da população. Controlavam o poder político da cidade e de todas as instituições de governo.
Eram os únicos que podiam participar de assembleias e assumir cargos públicos. Os éforos e os dois reis vitalícios (diarcas) que governavam a cidade também pertenciam a esse grupo social.
Uma sociedade guerreira
Os espartiatas viviam da renda de suas terras e eram proibidos de realizar trabalhos manuais. Desde pequenos, eram criados para tornarem-se guerreiros. A partir dos 7 anos, os meninos eram afastados de suas famílias e encaminhados aos quartéis. Até os 12 anos, dedicavam-se aos esportes e aprendiam sobre valores como força, bravura, disciplina e solidariedade.
Ao completarem 18 anos, os jovens enfrentavam um rigoroso treinamento militar. Dos 20 aos 30, permaneciam nos quartéis, prontos para entrar em combate. Só eram liberados do serviço militar aos 30 anos, quando, então, conquistavam a cidadania. Entretanto, somente após os 60 anos eram dispensados de suas obrigações militares.
Outro grupo social de Esparta era o dos periecos, antigos habitantes das regiões conquistadas pelos dórios e que não combateram os invasores. Os periecos viviam na periferia da pólis, eram livres e tinham a obrigação de alistarem-se no exército, podendo, inclusive, tornarem-se oficiais, mas não tinham o direito de participar do governo. Muitos se dedicavam ao comércio e à manufatura, uma vez que essas atividades eram proibidas aos espartiatas.
Os hilotas (prisioneiros, em grego) faziam parte do grupo que combateu os dórios quando estes invadiram a Península Balcânica. Com a vitória dos invasores, foram submetidos à escravidão e passaram a pertencer a um senhor, mas a cidade-Estado de Esparta tinha direitos sobre eles. Os hilotas não podiam ser vendidos para fora do território espartano e apenas o governo da pólis poderia libertá-los.
Os homens hilotas trabalhavam nas terras dos espartiatas e eram obrigados a dar a eles metade do que produziam. Também podiam ser convocados para o exército, mas lutavam com armamentos mais simples. As mulheres trabalhavam nas casas da cidade como amas de leite, tecelãs ou fiandeiras. A insatisfação dos hilotas diante de toda essa situação era grande e por vezes eles revoltaram-se contra os espartiatas.
Atenas
A sociedade ateniense estava dividida em três grupos sociais: cidadãos, metecos e pessoas escravizadas. Os cidadãos eram minoria na população ateniense e apenas eles tinham direitos civis, políticos, jurídicos e religiosos assegurados. Cabia-lhes participar da vida de sua comunidade, cuidar da defesa do território, envolver-se nas festividades públicas e nas atividades políticas da pólis.
Inicialmente, apenas os grandes proprietários de terra, conhecidos como eupátridas, eram considerados cidadãos. Posteriormente, outros grupos conquistaram o direito à cidadania, como agricultores que detinham algumas posses (chamados de georgóis; em grego, gergoi) e comerciantes e artesãos (demiurgos; em grego, demiourgoi), por exemplo.
A sociedade ateniense era patriarcal, assim, as mulheres não podiam dispor de propriedades, administrar negócios ou ter direitos políticos. Elas eram sempre representadas pelo marido ou por algum parente de gênero masculino. Seu principal papel naquela sociedade era ser mãe e gerar herdeiros.
As mulheres atenienses casadas deviam, de modo geral, ficar reclusas em suas casas, dedicando-se à vida doméstica. Ainda assim, cabia a elas a organização de algumas das festas que aconteciam na cidade, como as Panateneias, em homenagem à deusa Atena. As mulheres das camadas mais baixas da sociedade, no entanto, costumavam trabalhar, dedicando-se ao pequeno comércio, administrando tabernas, vendendo mercadorias na ágora, entre outras atividades.
Metecos e pessoas escravizadas
Os metecos, por sua vez, eram um grupo formado pelas pessoas escravizadas que conseguiram a liberdade e pelos estrangeiros que viviam em Atenas. Para os atenienses, eram consideradas estrangeiras as pessoas que não pertenciam à pólis. Assim, tanto um egípcio residente na cidade quanto um grego natural de outra pólis, como Esparta ou Corinto, eram estrangeiros em Atenas. Os metecos não podiam ser donos de terras e não tinham direitos civis nem políticos assegurados. Só se tornavam cidadãos os metecos que prestassem serviços importantes a Atenas.
As pessoas escravizadas formavam a camada mais baixa da sociedade ateniense e, com os metecos, compunham a maior
parte da população. Em sua maioria, eram prisioneiros de guerra originários da Ásia Menor ou da Trácia. De modo geral, todos os cidadãos – inclusive os mais pobres – possuíam trabalhadores escravizados. Estes pertenciam a seus amos, que eram proibidos de praticar maus-tratos contra eles.
A escravidão desempenhava um papel fundamental para o funcionamento da economia no mundo antigo, envolvendo as principais atividades produtivas, especialmente a agricultura. O trabalho das pessoas escravizadas garantia parte importante da produção e, assim, possibilitava o exercício da cidadania pelos atenienses livres.
Nesse contexto, os atenienses relutavam em dar liberdade às pessoas escravizadas. Houve poucos casos de libertos que conquistaram o direito à cidadania.
PERÍODO CLÁSSICO
As lutas pela hegemonia grega
No século V a.C., sob o governo de Péricles, Atenas tornou-se a cidade mais importante da Grécia, e a civilização grega atingiu seu maior esplendor. Esse século, considerado pelos historiadores a Idade do Ouro da Civilização grega, ficou conhecido também como Século de Péricles. Nessa época as cidades gregas se uniram para enfrentar um perigo externo: o avanço dos persas.
No governo de Péricles Atenas conheceu um notável desenvolvimento artístico e literário e se modernizou com a construção de grandes monumentos. A democracia atingiu, então, seu apogeu: os tribunais populares passaram a ter autoridade para julgar qualquer causa, o partido aristocrata foi destruído e houve uma reforma na Constituição ateniense. Com essa reforma, os cidadãos pobres ampliavam suas possibilidades de influir na organização política do Estado, pois passavam a ser remunerados por sua participação nas sessões.
Expansão e conflitos
O crescimento econômico das cidades gregas provocou disputas por mercados, rotas comerciais e matérias-primas da região. Entre essas disputas, podemos destacar as guerras com os persas. Além disso, os gregos também guerrearam entre si. Vamos conhecer um pouco da história desses conflitos.
Guerras Greco-Pérsicas
No século VI a.C. teve início a formação do Império Persa no Oriente Médio, que chegou a atingir cerca de 5 milhões de quilômetros quadrados de extensão. Nesse Império, havia importantes cidades, como Pasárgada, Persépolis, Ecbátana, Susa e Sardes.
Para controlar seu vasto território, o Império Persa foi dividido em províncias (chamadas satrapias), cujos administradores eram denominados sátrapas. Além disso, construíram grandes estradas que ligavam as principais cidades, destacando-se a Estrada Real, entre Susa e Sardes, com cerca de 2,6 mil quilômetros de extensão.
Os persas conquistaram cidades gregas da Ásia Menor. Depois, avançaram em direção à região da Ática, onde se encontrava a cidade de Atenas. Diante da invasão persa, várias cidades gregas uniram-se sob a liderança de Atenas e de Esparta. O objetivo era juntar forças e enfrentar um inimigo em comum.
Iniciadas em 499 a.C., as Guerras Greco-Pérsicas, ou Guerras Médicas, duraram algumas dezenas de anos. O nome “Guerras Médicas” deriva de medos, um dos povos que deram origem ao Império Persa. Os gregos alcançaram a vitória final e puseram fim ao conflito por volta de 448 a.C.
Primeiro foi o Rei Dario que atacou. Ele foi derrotado pelos atenienses em 490 a.C., na batalha de Maratona. Essa foi a primeira Guerra Médica. Depois veio seu sucessor, Xerxes, que também foi derrotado, agora pela esquadra grega sob o comando do ateniense Temístocles, na célebre batalha naval de Salamina (480 a.C.). Foi a segunda Guerra Médica.
Liga de Delos e Guerra do Peloponeso
Após as guerras contra os persas, os atenienses criaram a Liga de Delos: uma aliança militar de cidades gregas cuja sede ficava na Ilha de Delos. As cidades que participavam da Liga forneciam navios, soldados e dinheiro, mas continuavam com sua autonomia. Entretanto, os atenienses foram assumindo cada vez mais o controle dos recursos dessa aliança.
Aos poucos, a Liga de Delos tornou-se um conjunto de cidades dominadas por Atenas. Depois de algum tempo, algumas cidades gregas se rebelaram contra o domínio de Atenas. Lideradas por Esparta, fundaram a Liga do Peloponeso e passaram a lutar contra Atenas e seus aliados. O resultado foi a Guerra do Peloponeso, um conflito que durou 27 anos (de 431 a.C. a 404 a.C.), com alguns períodos de trégua.
Ao final, os atenienses e seus aliados foram derrotados. Foi então que os aristocratas espartanos dominaram o mundo grego durante cerca de 30 anos (de 404 a.C. a 371 a.C.). Mais tarde, o domínio espartano também foi questionado por novas revoltas nas cidades gregas, dessa vez comandadas pelos líderes de Tebas. Após vencer as tropas espartanas, os tebanos conquistaram a supremacia entre os gregos por alguns anos (de 371 a.C. a 362 a.C.).
PERÍODO HELENÍSTICO
O domínio macedônio
Naquele período, as guerras por hegemonia econômica e política entre as poleis eram frequentes, como a Guerra do Peloponeso (431 a.C. - 404 a.C.), que opôs Esparta e Atenas, e aliados de ambos os lados. Conflitos assim contribuíram para o enfraquecimento das poleis. Isso facilitou a invasão da Grécia pelos macedônios, povo que vivia ao norte da Península Balcânica e também falava a língua grega. Em 338 a.C., o rei macedônio Filipe II unificou as poleis gregas, pondo fim à soberania dessas cidades-Estado.
Filipe II morreu dois anos mais tarde e quem assumiu o poder foi seu filho, Alexandre, aos 20 anos, o qual liderou uma campanha fulminante de conquistas territoriais. A partir de 334 a.C., seu exército venceu os persas na Ásia Menor e conquistou, sucessivamente, a Síria, a Fenícia e a Palestina. Em seguida, Alexandre ocupou o Egito, onde foi recebido como filho do deus Amon-Rá. Este, depois de sufocar uma tentativa de revolta em Tebas, conduziu seu poderoso exército de 40.000 homens para uma guerra contra Dario III, rei da Pérsia. Esmagou os persas, foi acolhido no Egito como libertador, pois, nessa época, o Egito estava sob domínio dos persas. Lá fundou Alexandria e tornou-se faraó.
IMPÉRIO GRECO-MACEDÔNICO
Depois de dominarem o Egito, as tropas de Alexandre conquistaram, em 331 a.C., o que restava do antigo Império Persa. Alguns anos depois, em 323 a.C., o líder militar morreu na Babilônia. Suas conquistas lhe deram tanto prestígio que ele ficaria conhecido na posteridade como Alexandre, o Grande. Confira no mapa adiante a extensão do Império de Alexandre sob o seu governo.
Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., seu gigantesco império foi dividido entre seus generais. No século II a.C., demasiado enfraquecidos por várias lutas, não conseguiram resistir ao crescente domínio de Roma.
Civilização helenística
Embora fosse macedônio de nascença, Alexandre era um grande admirador da cultura grega. Assim, procurou difundir a língua, a arte, as crenças e os valores gregos nos territórios conquistados. Por isso, chama-se Império Greco-Macedônico o grande império formado pelas conquistas de Alexandre.
Essa expansão territorial resultou numa rica troca cultural: de um lado, a população dos territórios conquistados assimilou aspectos da cultura grega; de outro, parte da cultura dos povos dominados foi incorporada pelos gregos. Dessa mistura, nasceu uma nova civilização, conhecida como civilização helenística.
O período helenístico é caracterizado
principalmente por uma ascensão da ciência e do conhecimento. A cultura
essencialmente grega se torna dominante nas três grandes esferas atingidas pelo
Helenismo, a Macedônia, a Síria e o Egito. Mais tarde, com a expansão de Roma,
cada um desses reinos será absorvido pela nova potência romana, dando espaço ao
que historicamente se demarca como o final da Antiguidade. Antes disso, porém,
os próprios romanos foram dominados pelos gregos, submetidos ao Helenismo, daí
a cultura grega ser depois perpetuada pelo Império Romano.