sexta-feira, 19 de julho de 2024

Noções básicas de Cartografia

 Orientação no espaço geográfico
A orientação pelos astros

Quando conhecemos um lugar, temos certo domínio sobre o espaço, identificamos alguns pontos de referência e sabemos que direção seguir para chegar a um local. Em lugares desconhecidos, porém, é mais difícil nos orientarmos e o risco de nos perdermos é maior. Se isso ocorre onde há muitos pontos de referência, imagine o que pode acontecer se você estiver em uma floresta, em um deserto ou em alto-mar.
Desde tempos remotos, o ser humano percebeu que não era fácil deslocar-se em lugares com poucos pontos de referência. Esse desafio começou a ser vencido quando se constatou que era possível orientar-se no espaço geográfico pelos astros.
A observação de fenômenos que ocorrem no Universo é uma prática antiga da espécie humana. Essa observação possuía e ainda possui diferentes finalidades. No continente americano, por exemplo, os povos pré-colombianos utilizavam
o conhecimento astronômico no cotidiano.
O conhecimento sobre os astros era aplicado para diversas finalidades, como na contagem do tempo, na agricultura e no deslocamento humano por terra ou pelos oceanos e mares.
Observando o céu, as pessoas perceberam que o Sol aparece todas as manhãs aproximadamente na mesma direção do horizonte e se põe ao entardecer na direção oposta; que a Lua tem um percurso semelhante ao do Sol; e que mesmo estrelas e constelações, como a do Cruzeiro do Sul, são capazes de indicar o rumo a ser seguido.
Entretanto, a eficácia desse tipo de orientação depende das condições do tempo e do lugar em que está o viajante, o que deixou de ser um problema com o desenvolvimento de instrumentos mais precisos, como a bússola e o astrolábio, muito usados durante o período das Grandes Navegações.

Os pontos cardeais e a rosa dos ventos

Tomando como referência o movimento aparente do Sol, foram criados os chamados pontos cardeais – leste, oeste, norte e sul –, que podemos encontrar do seguinte modo:
• no horizonte, a direção em que o Sol “nasce” no dia do início da primavera ou no dia do início do outono é o leste (L) ou este (E), também chamado de oriente, que quer dizer “nascente”;
• no horizonte, a direção em que o Sol “se põe” nesses mesmos dois dias é o oeste (O ou W) ou ocidente, que quer dizer “poente”.
Conhecidos esses pontos, foram criados, na direção perpendicular à leste-oeste, outros dois: o norte (N), também chamado de setentrional ou boreal, e o sul (S), também denominado meridional ou austral.
Ao observar a rosa dos ventos no quadro da página seguinte, você perceberá que existem outras direções entre os pontos cardeais. Por isso, foram criados mais 12 pontos, que, somados aos quatro cardeais, totalizam 16. Esses pontos complementares são os pontos colaterais e os pontos subcolaterais. Juntos, os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais formam a chamada rosa dos ventos.

Orientação pelo Sol

O método tradicional de orientação pelo Sol – com o norte à frente do observador (ilustração A) – foi desenvolvido para o observador no Hemisfério Norte, mas, como estamos situados no Hemistério Sul, é preferível termos o sul à nossa frente como referência (ilustração B).
Assim, para nos orientarmos, basta estender o braço esquerdo para onde o Sol “nasce” no horizonte, ou seja, o lado leste (L). A partir desse lado, determinam-se, aproximadamente, os demais: o braço direito estendido para o lado em que o Sol “se põe” indicará o oeste (O), à sua frente estará o sul (S) e às suas costas, o lado norte (N).

O Cruzeiro do Sul

O Cruzeiro do Sul é uma constelação cujas estrelas mais brilhantes estão dispostas em forma de cruz – daí o nome “cruzeiro”. No Hemisfério Sul, pode ser visto à noite no céu durante quase o ano inteiro, sendo usado como referência para apontar a direção norte-sul. Para se orientar por meio dessa constelação, localize o Cruzeiro do Sul em uma noite de céu estrelado e mire a sua estrela mais brilhante (chamada Estrela de Magalhães ou Alfa); prolongue imaginariamente quatro vezes e meia o tamanho do madeiro maior da cruz; a partir daí, basta traçar uma linha vertical à linha do horizonte, a qual indicará, aproximadamente, a direção norte-sul.

A orientação pela bússola

A bússola é um instrumento usado para orientação. Possui uma agulha, que gira livremente sobre um eixo vertical, e um mostrador com a rosa dos ventos. A agulha é imantada, isto é, tem a propriedade de um ímã. Trata-se de um corpo de material magnetizado que atrai alguns objetos metálicos. Essa propriedade de atrair metais chama-se magnetismo.
A bússola foi inventada pelos chineses há muito tempo. Acredita-se que foram eles os primeiros a perceber que a Terra possui magnetismo. Constituído principalmente por níquel e ferro em estado líquido, o núcleo da Terra funciona como um grande ímã em forma de barra, com um dos polos em cada ponta. Desse modo, o magnetismo terrestre sempre alinha a agulha imantada de uma bússola na direção norte-sul, aproximadamente.

Norte geográfico e polo magnético do norte

Observe que anteriormente nos referimos à direção aproximada norte-sul. Por quê?
Durante muito tempo, pensou-se que, em qualquer parte da Terra, a agulha da bússola indicava o Polo Norte ou o norte geográfico. No entanto, dependendo do lugar em que estamos, a agulha imantada da bússola não o indica exatamente. Ela é atraída pelo polo magnético do norte, situado a aproximadamente 1400 quilômetros do Polo Norte geográfico, na ilha Príncipe de Gales, no Canadá.
O polo magnético do norte atrai a agulha da bússola em sua direção. Assim, ocorre um desvio da agulha da bússola para o polo magnético. Esse desvio recebe o nome de declinação magnética.
Como, então, os navegantes – comandantes de avião, navio ou barco – não erram o rumo ou a direção que desejam seguir? Existem mapas, chamados cartas de navegação, que indicam esses desvios. Ao indicar a correção para o norte geográfico, essas cartas possibilitam aos navegantes uma orientação correta.
O quadrante, o astrolábio e a balestilha servem para medir distâncias e ajudar na localização de embarcações em alto-mar, por exemplo, por meio da posição dos elementos presentes no espaço sideral. O quadrante é o mais antigo desses instrumentos e, com o auxílio dele, foi possível a navegação guiada pelos astros, também conhecida por navegação astronômica.
Com o desenvolvimento da ciência, foram criados outros instrumentos para orientação, muitos deles eletrônicos e que oferecem grande precisão e maior segurança para as navegações marítima e aérea e para o deslocamento em terra.

Localização no espaço geográfico

A rosa dos ventos e a localização
Para se deslocar de um lugar a outro sem se perder, pode-se usar a rosa dos ventos associada a uma bússola e a um mapa, por exemplo.
A rosa dos ventos é uma figura que surgiu, nos moldes que conhecemos atualmente, no século XIV. Por ser criada, a princípio, para indicar as direções dos ventos, adquiriu esse nome. A rosa dos ventos nos indica os pontos cardeais: leste (L), oeste (O), norte (N) e sul (S); os colaterais, que estão entre os pontos cardeais; e os subcolaterais, que são os pontos intermediários entre os cardeais e os colaterais.
No entanto, conhecer apenas os pontos cardeais, colaterais e subcolaterais não é suficiente para localizar, com precisão, determinado ponto na superfície terrestre.
Para localizar qualquer ponto na superfície terrestre de forma exata, foi desenvolvido um sistema conhecido por coordenadas geográficas, que consiste em uma malha imaginária formada por linhas que cortam o globo terrestre. O cruzamento das linhas imaginárias, denominadas paralelos (sentido oeste-leste) e meridianos (sentido norte-sul), determina um ponto único na superfície terrestre.

Paralelos e meridianos

Alguns paralelos possuem nomes devido à sua importância, marcando aspectos astronômicos do planeta. O paralelo do equador realiza a divisão do planeta em dois hemisférios: norte (ou boreal ou, ainda, setentrional) e sul (ou austral ou, ainda, meridional). Ao norte do paralelo central, estão o trópico de Câncer e o círculo polar Ártico. Já ao sul do equador existem mais dois paralelos importantes: o trópico de Capricórnio e o círculo polar Antártico.
Os meridianos são traçados de um polo a outro do planeta. Por convenção, o meridiano de Greenwich e seu antimeridiano foram determinados a dividir a Terra em dois hemisférios, o oeste (ou ocidental) e o leste (ou oriental).

Os paralelos terrestres

Com cerca de 40 mil quilômetros de comprimento, o Equador ou linha equatorial corresponde à maior circunferência da Terra. Essa linha imaginária divide a Terra em dois hemisférios.
Quando os cartógrafos representam o globo terrestre, traçam circunferências paralelas a essa linha, ou seja, linhas que circulam a Terra paralelamente ao Equador. Por causa da forma da Terra, os paralelos diminuem à medida que se afastam da linha equatorial e se aproximam dos polos. Indicados por graus, os paralelos são traçados, tanto no Hemisfério Norte como no Hemisfério Sul, a partir do Equador (0°) até 90°.
Com base na iluminação e no aquecimento da Terra pelos raios solares – assunto que será estudado adiante –, os cartógrafos nomearam quatro paralelos importantes: Círculo Polar Ártico e Trópico de Câncer, no Hemisfério Norte, e Círculo Polar Antártico e Trópico de Capricórnio, no Hemisfério Sul.
O Equador, os círculos polares e os trópicos são considerados
os paralelos de referência.

Os meridianos terrestres

Observe no planisfério que, além das linhas horizontais – os paralelos –, há linhas verticais que ligam um polo a outro. São os meridianos.
Ao contrário dos paralelos, que têm medidas de comprimento diferentes, todos os meridianos têm o mesmo comprimento. Para a determinação do meridiano principal, de 0° (zero grau), houve um acordo em 1884 entre os países: escolheu-se o meridiano que passa pela torre do Observatório Real de Greenwich, localizado no bairro de Greenwich, em Londres, no Reino Unido. O meridiano de 0° é chamado Meridiano de Greenwich, Meridiano Principal ou Meridiano de Origem. É a partir dele que se numeram, em graus, os outros meridianos, tanto a leste como a oeste. Com relação ao Meridiano de Greenwich, contam-se 180 meridianos para o leste e 180 para o oeste, totalizando 360 meridianos.
O Meridiano de Greenwich foi adotado como referencial para a implantação dos fusos horários no planeta: a leste de Greenwich, as horas aumentam e, a oeste, diminuem uma hora a cada 15°.
Um meridiano e seu antípoda formam uma circunferência, cujo comprimento é de 40009 quilômetros, que é, portanto, menor que o da circunferência formada pela linha do Equador (40076 quilômetros).
Isso explica por que a Terra não é exatamente redonda: os polos do planeta são ligeiramente achatados. Os meridianos de Greenwich e de 180° dividem a Terra em outros dois hemisférios, o Hemisfério Leste, ou Oriental, e o Hemisfério Oeste, ou Ocidental. Tanto a representação dos paralelos como a dos meridianos podem ser feitas em um planisfério.
Observe que, ao traçar os paralelos a partir da linha do Equador e os meridianos a partir do Meridiano de Greenwich, os cartógrafos conseguiram determinar posições no globo terrestre com base na interseção (cruzamento) dos paralelos e dos meridianos.

Sistema de coordenadas geográficas

As coordenadas geográficas consistem em um sistema de alta precisão utilizado para localizar qualquer ponto na superfície terrestre. Nesse sistema, a linha paralela revela um valor em graus denominado latitude, e a linha meridional, outro valor em graus denominado longitude.
O equador é o paralelo de referência para a indicação das latitudes, que podem atingir 90°, tanto ao norte quanto ao sul. Já no caso das longitudes, o meridiano referencial é o de Greenwich, que corresponde a 0°, e elas podem alcançar 180°, tanto a leste quanto a oeste. É importante ressaltar que o meridiano 180° não é leste nem oeste, pois, assim como o de Greenwich, divide a Terra nos hemisférios leste e oeste.

Latitude e longitude:as coordenadas geográficas

Como vimos, os paralelos são traçados em relação à linha do Equador, que define o norte e o sul. Os meridianos têm como referência o Meridiano de Greenwich, que define o leste e o oeste. Os paralelos, ao se cruzarem com os meridianos, determinam pontos na superfície da Terra. Cada cruzamento funciona como uma espécie de “endereço”, identificado pela latitude e pela longitude – as chamadas coordenadas geográficas.

- A latitude

Latitude é a distância, medida em graus, de qualquer ponto na superfície da Terra até a linha do Equador. Portanto, todos os pontos que estão no mesmo paralelo têm a mesma latitude.
Como o Equador é a linha que delimita os hemisférios Norte (Setentrional) e Sul (Meridional), todos os pontos localizados ao sul do Equador terão latitude Sul, e os pontos localizados ao norte do Equador terão latitude Norte. Observe a ilustração.
Altas, médias e baixas latitudes Em relação à linha do Equador, as latitudes podem ser altas, médias ou baixas, como se observa no planisfério.
As altas latitudes correspondem às latitudes próximas aos polos Norte e Sul, entre aproximadamente 66° e 90°; as médias latitudes estão entre os trópicos e os círculos polares; e as baixas latitudes correspondem às regiões localizadas entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.
As latitudes são muito usadas na Geografia, pois contribuem para o entendimento de diversos assuntos, como a distribuição dos tipos de clima no mundo. Se você observar um planisfério ou um globo terrestre com atenção, vai reparar, por exemplo, que as maiores áreas cobertas de gelo na Terra estão nos polos e em suas proximidades (altas latitudes). Além disso, no Brasil, nos estados próximos à linha do Equador (baixas latitudes), as médias de temperatura no decorrer do ano são, geralmente, mais elevadas que naqueles mais distantes dessa linha.

- A longitude

Longitude é a distância, medida em graus, de qualquer ponto na superfície da Terra até o Meridiano de Greenwich. Todos os pontos situados no mesmo meridiano possuem a mesma longitude.
Como o Meridiano de Greenwich é a linha que delimita os hemisférios Oeste (Ocidental) e Leste (Oriental), a longitude pode ser Leste ou Oeste.

Sistema de localização por satélite artificial

O GPS, sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global (Global Positioning System), é uma tecnologia de navegação criada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos no fim da década de 1970. Sua finalidade inicial era para fins militares, porém, em 1983, o governo dos Estados Unidos liberou esse sistema para uso civil.
Diversos são os usos da tecnologia do GPS no cotidiano. Podemos reconhecer sua presença nos transportes, em jogos digitais que utilizam a localização do participante, em rotas de lazer e aventura, em projetos de preservação ambiental, nos esportes e em diversas outras áreas.
Com o GPS, obtêm-se as coordenadas geográficas de qualquer lugar, ou seja, a latitude e a longitude, em segundos.  Aparelhos de GPS usam as informações recebidas de uma rede de 24 satélites artificiais que giram em torno da Terra enviando sinais para qualquer aparelho que possa recebê-los. Cada satélite artificial realiza duas voltas ao redor do planeta por dia. Portanto, a qualquer hora, há pelo menos três satélites artificiais “visíveis” para os aparelhos de GPS em qualquer ponto do planeta.
Graças à tecnologia do GPS, a localização de objetos ou de pessoas e o mapeamento de áreas extensas podem ser feitos com precisão e rapidez. O sistema está disponível para uso dos cidadãos desde 1995 e, atualmente, serve para muitas finalidades. 

A altitude

Altitude é a distância vertical de um ponto qualquer da superfície da Terra em relação ao nível médio do mar, cuja altitude é zero. Esse ponto é usado como referência para medir a altitude de uma localidade. Quando se diz, por exemplo, que a altitude do Monte Everest, situado na Ásia, é de 8848 metros, significa que seu pico está a 8848 metros acima do nível médio do mar.
Não se deve confundir altitude com altura. Esta é a distância vertical de um corpo ou objeto (casa, pessoa, animal, vegetal, entre outros) acima da superfície do terreno em que se encontra – da base ao ponto mais alto.
Tal como a latitude e a longitude, a altitude é um importante dado sobre a localização de um ponto no globo terrestre. Por isso, ao indicar a localização de um ponto, o GPS fornece dados da latitude, da longitude e da altitude desse ponto.

O que é mapa?

Mapa é uma representação gráfica das características naturais ou sociais de toda a superfície da Terra, ou de parte dela, sobre qualquer suporte plano, como folha de papel, tecido, couro, meios digitais, entre outros.
Os rios, as montanhas, a fauna, assim como o clima e a vegetação, são exemplos de características naturais que podem ser mapeadas.
Entre as características sociais, as cidades, as estradas, os campos de agricultura, as indústrias e demais aspectos da ocupação humana no espaço geográfico são frequentemente representados em mapas.

Os principais elementos de um mapa

Existem diversos tipos de mapa, cada um deles representa as particularidades do espaço geográfico, sejam elas físicas ou sociais. Há, no entanto, alguns elementos que devem estar presentes em qualquer representação cartográfica: o título, a fonte, a rosa dos ventos (ou orientação), a escala, a legenda e as coordenadas geográficas.

Os símbolos cartográficos

Um mapa pode representar muitas informações: cidades, vilas, indústrias, rodovias, rios, fronteira internacional, divisa de estados, aeroportos, portos e muitos outros aspectos físicos ou humanos existentes na paisagem ou no espaço geográfico.
Para isso, usam-se símbolos figurativos, isto é, desenhos que representam o que se deseja mostrar (o desenho de navio indica a localização de um porto; o de torre de petróleo, o local de exploração desse produto; e assim por diante).
No entanto, nem tudo pode ser representado por símbolos figurativos. Nesse caso, usam-se outros recursos ou modalidades: cores, por exemplo, para representar diferentes regiões, figuras geométricas para indicar a existência de recursos minerais (minérios de ferro, manganês, alumínio, cobre etc.), além de muitos outros símbolos, conforme a necessidade. Os símbolos constantes no mapa devem estar inseridos em uma legenda para que o leitor possa identificá-los e saber o que representam.

A representação da Terra

Do mesmo modo que você pode desenhar em um papel o croqui do seu quarto, os cartógrafos desenvolveram formas diferentes de representar a Terra, entre elas: o globo terrestre, o planisfério e, mais recentemente, os mapas digitais.

O globo terrestre

No globo terrestre, reproduz-se de modo aproximado a forma da Terra. As direções e as distâncias relativas entre os pontos da superfície são mantidas proporcionalmente.
Ao mesmo tempo, a representação da Terra por meio do globo apresenta duas desvantagens:
• oferece poucos detalhes sobre a superfície terrestre, pois não apresenta casas, vilas, estradas, campos de agricultura etc.;
• não possibilita visualizar toda a superfície do planeta simultaneamente.
Uma face da Terra fica sempre oculta à visão.
Para compensar a primeira desvantagem, elaboram-se mapas que representam partes menos abrangentes da superfície terrestre: países, estados, municípios, bairros, fazendas etc. Por meio dessas representações, é possível mostrar detalhes que o globo terrestre não pode representar (mapa A). Observe que, quanto menor o espaço a ser representado, maior é a possibilidade de incluir no mapa detalhes da superfície (mapa B). Para resolver a segunda desvantagem, os cartógrafos criaram o planisfério.

O planisfério

O planisfério é um mapa que representa toda a superfície terrestre em um plano, tal como o mapa-múndi – um tipo de planisfério em que os dois hemisférios aparecem projetados lado a lado. Assim, é possível observar toda a superfície do planeta ao mesmo tempo, o que facilita o estudo comparativo dos continentes e de sua localização na Terra.

Os mapas digitais

As fotografias aéreas e as imagens fornecidas pelos satélites artificiais em órbita da Terra e recebidas por computadores constituem atualmente os grandes recursos de que dispõe a Cartografia para elaborar os mapas digitais. Elas fornecem informações meteorológicas, como dados sobre deslocamentos das massas de ar e as condições de tempo, além de dados sobre recursos naturais (minerais, solo, vegetação etc.), áreas desmatadas, queimadas, movimento de tropas militares, ocupação humana no espaço geográfico e muitos outros.

As escalas em mapas

Como você viu anteriormente, o mapa é a representação gráfica de características físicas e sociais de toda a superfície da Terra, ou de parte dela, sobre um plano (uma folha de papel, por exemplo). Mas, para um mapa poder representar corretamente o que existe na Terra em uma folha de papel, precisamos aplicar a escala.
Imagine que você tenha que representar, em uma folha de papel, o cômodo de uma casa que mede 4 metros de comprimento por 3 metros de largura. Se quisesse manter o tamanho real do cômodo, precisaria de uma folha de papel gigante, pelo menos do mesmo tamanho do cômodo.
No entanto, com o uso da escala, essa tarefa torna-se mais fácil. Basta determinar, por exemplo, que cada metro desse cômodo corresponde a 1 centímetro. Dessa maneira, você pode desenhá-lo em uma folha de papel de tamanho normal, com sobra de espaço.
A escala é, portanto, a relação proporcional entre as distâncias medidas na representação e as distâncias reais no terreno. Assim, 4 centímetros no desenho do cômodo correspondem a 4 metros na realidade – como 1 metro é igual a 100 centímetros, podemos também dizer que 4 centímetros
no desenho correspondem a 400 centímetros na realidade.
Existem dois tipos de escala: a numérica e a gráfica.

A escala numérica

Para representar um espaço de dimensão reduzida, como o cômodo de uma casa, podemos usar, por exemplo, a escala 1 : 100, como se viu no desenho com escala. No entanto, esse tipo de escala seria inadequado para representar um país. 
Para representar espaços maiores, como estados, países e continentes, devemos utilizar uma escala em que 1 centímetro no mapa corresponda a muitos centímetros na realidade.
A escala usada no mapa é de 1 : 50 000000 (lê-se: um para cinquenta milhões), ou seja, 1 centímetro no mapa corresponde a 50 milhões de centímetros (ou 500 km) no terreno.
Mas surge um problema: é difícil ter ideia do que representam
50000000 de centímetros, pois estamos acostumados a medir distâncias em metros (m) ou em quilômetros (km). Para facilitar a compreensão, basta transformar centímetros (cm) em metros e em quilômetros.

A escala gráfica

Esse tipo de escala é representado por um segmento de reta dividido em partes, como uma régua. As distâncias do terreno são indicadas na própria linha reta.
Para usar a escala gráfica, basta:
• localizar no mapa as duas cidades;
• medir com uma régua a distância entre elas (3 cm).
A escala gráfica mostra que cada centímetro no mapa equivale a 16 quilômetros no terreno. Portanto, para saber a distância, em quilômetros e em linha reta, entre Belo Horizonte e Jaboticatubas, basta multiplicar 3 por 16. Concluímos, então, que a distância entre as duas cidades é de 48 km.
Como, em geral, a distância entre duas cidades não corresponde a um número exato, para facilitar o cálculo, cada trecho da escala gráfica foi subdividido em dez partes (10 mm). Nesse caso, cada uma das partes corresponde a 1,6 km.

A escala em plantas

Os mapas representam espaços geográficos de grande dimensão e, portanto, são construídos em escalas bastante pequenas, ou seja, aquelas em que não se podem observar detalhes da superfície, como as que você viu neste Percurso (1 : 50000000; 1 : 10000000).
Entretanto, para representar espaços como casas, apartamentos, bairros, sítios e fazendas, os engenheiros e outros especialistas elaboram representações em escalas grandes, que possibilitam observar detalhes da superfície representada – 1 : 100, 1 : 2000 ou mesmo 1 : 20000.
Essas representações gráficas são denominadas plantas. A planta de uma habitação representa, em escala, a construção como se fosse vista de cima, sem teto e telhado. Na planta apresentada a escala é 1 : 100.

Planos urbanos

As plantas também são usadas pelas prefeituras para auxiliar na administração e no planejamento do município. Para isso, são elaborados os chamados planos urbanos, ou seja, representações em grandes escalas que apresentam informações fundamentais e atualizada sobre edificações, áreas verdes, praças, parques, monumentos históricos, estações de trem e de metrô, áreas residenciais e industriais, entre muitas outras.
Por meio desses planos, pode-se observar a organização urbana e propor o que deve ser feito ou planejado para melhorar esse espaço para seus habitantes.

Clima e a interferência humana

 Vimos que as variações nas características do clima da Terra, ao longo dos séculos e dos milênios, têm causas naturais. Porém, nas últimas décadas, muitos especialistas acreditam na possibilidade de que alguns fenômenos climáticos e atmosféricos tenham sido intensificados ou acelerados pela interferência dos seres humanos. Isso pode estar ocorrendo devido ao desenvolvimento das atividades industriais, ao uso de agrotóxicos, ao aumento do número de veículos, ao desmatamento e à queimada de florestas, entre outras ações que acabam lançando enorme quantidade de gases e poluentes na atmosfera. A seguir, você conhecerá alguns fenômenos que podem ocorrer devido à interferência humana.

Aquecimento atmosférico global

Desde a Pequena Idade do Gelo, há o registro de aumento gradual da temperatura média da Terra. Esse aumento tornou-se ainda maior após os anos 1950, como mostra o gráfico a seguir. O fenômeno é chamado pelos cientistas de aquecimento atmosférico global e está se acentuando devido à intensificação do efeito estufa, como veremos adiante. O aquecimento global muda as características do clima em várias partes do planeta, acentua os efeitos do El Niño e da La Niña, e pode estar provocando o rápido derretimento das calotas polares, entre outras alterações.

Efeito estufa intensificado

Boa parte da radiação solar que chega à Terra é absorvida pela superfície e transformada em calor, que aquece nossa atmosfera. Outra parte da energia solar é irradiada para o espaço sideral e uma parcela restante fica aprisionada por uma camada de gases e poeira que flutua na troposfera, dando origem ao efeito estufa. Esse fenômeno é natural e impede o resfriamento excessivo de toda a atmosfera, mantendo as temperaturas do planeta em um nível ideal para a existência da vida. No entanto, parte dos cientistas acredita que, com a ampliação da atividade industrial e do uso de petróleo e carvão como combustíveis, aumentou também o lançamento de gases, como o dióxido de carbono, que fica aprisionado na atmosfera, ocasionando a intensificação do efeito estufa.

Buraco na camada de ozônio

O ozônio é um gás encontrado em pequenas quantidades na natureza, e a maior parte dele está concentrada em uma fina camada a cerca de 22 km de altitude, na estratosfera (reveja o esquema ilustrativo da página 169). Essa camada funciona como um “escudo” que protege os seres vivos dos nocivos raios ultravioleta (UV) emitidos pelo Sol. Há aproximadamente
40 anos, os cientistas verificaram que, todos os anos, no final do inverno no Hemisfério Sul, parte da camada de ozônio desaparece do continente antártico, criando uma grande falha (ou buraco) com dezenas de milhões de quilômetros quadrados.
Após vários estudos, concluíram que a principal causa da formação dos buracos na camada de ozônio é um gás denominado clorofluorcarbono (CFC), utilizado pela indústria na fabricação de isopor, aerossóis e aparelhos de refrigeração, como geladeiras, freezers e condicionadores de ar.
Sem a camada de ozônio, os raios UV passam pela atmosfera sem ser filtrados, o que pode ser prejudicial à saúde das pessoas e causar, por exemplo, doenças de pele, diminuir nossa imunidade, ou ainda problemas econômicos, como a redução da produtividade das lavouras.

Chuva ácida e inversão térmica

A poluição atmosférica é responsável por dois fenômenos que têm causado grande preocupação às autoridades, principalmente em grandes cidades e em áreas rurais: a chuva ácida e a inversão térmica.
As fábricas e os automóveis usam combustíveis à base de petróleo e de carvão e lançam na atmosfera algumas substâncias químicas que, ao se misturarem com o vapor de água das nuvens, formam as chuvas ácidas. Entre essas substâncias estão o nitrogênio e os dióxidos de enxofre e de carbono, que, ao caírem na forma de chuva sobre a vegetação e em rios e lagos, causam vários danos ao meio ambiente.
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico que geralmente ocorre em grandes cidades cercadas por serras ou montanhas. Ela ocorre quando uma camada de ar frio é aprisionada por uma camada de ar quente, impedindo que a poluição das fábricas e dos automóveis seja levada pelos ventos.

Climas da Terra: ritmos e mudanças

Atmosfera, tempo e clima

A atmosfera – termo originado da junção de duas palavras gregas, atmós (vapor) e sphaira (esfera) – tem outras funções importantes, como a retenção do calor necessário para que tenhamos temperaturas adequadas à nossa sobrevivência e proteção contra raios solares nocivos à espécie humana.

O gás oxigênio – vital para a sobrevivência de muitas espécies, incluindo a humana – é um dos elementos existentes na atmosfera terrestre.

As camadas da atmosfera

A Terra apresenta camadas internas em sua estrutura litosférica. Cada uma dessas camadas tem características próprias e funções determinantes para a dinâmica do planeta. O mesmo ocorre com a atmosfera terrestre. Ela também pode ser dividida em camadas que revelam características particulares e funções variadas.

A atmosfera terrestre é o envoltório gasoso que recobre o planeta. Com uma espessura aproximada de 1 000 km, é divida em diferentes camadas: troposfera, estratosferamesosfera, termosfera e exosfera. O maior volume de gases concentra-se na troposfera: uma faixa entre 0 e 12 quilômetros acima da superfície terrestre. É na troposfera que ocorrem fenômenos meteorológicos, como chuvas, raios e furacões, entre outros.

Composição da atmosfera

Apesar de a Terra não ser o único planeta envolvido por uma atmosfera, ela revela características especiais que proporcionam a existência de diversas formas de vida.

O oxigênio, como vimos, é fundamental para o processo de respiração de quase todos os seres vivos na Terra. Ele está presente em uma proporção de 20,95% no ar. Já o gás que está em maior abundância na atmosfera terrestre é o nitrogênio (78,08%), que está associado, em especial, ao crescimento e ao desenvolvimento das plantas. Além disso, também são encontrados outros gases na atmosfera, porém em menores proporções, como argônio, gás carbônico e vapor de água, entre outros. Alguns gases são responsáveis pela retenção do calor na atmosfera, fator fundamental para a manutenção da vida na Terra.

Conhecidos como gases de efeito estufa, os principais são dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e vapor de água. É possível dizer que o clima é a sucessão de tempos meteorológicos mais habituais que ocorrem em um lugar e que acabam por caracterizar determinada época do ano como mais fria ou mais quente, mais seca ou mais chuvosa, com mais ventos ou mais brisa, e assim por diante.

O efeito estufa

O efeito estufa é um fenômeno natural que ocorre por meio da retenção de parte do calor emitido pelos raios solares (radiação solar) por gases presentes na atmosfera. Sem ele, a temperatura média no planeta seria em torno de 18 °C negativos. Em razão do efeito estufa, a temperatura média na superfície terrestre é de 15 °C, ou seja, 33 °C superior ao que seria, caso esse fenômeno não existisse.

Porém, com a intensificação na emissão de gases poluentes na camada atmosférica no século XX, a maior retenção da radiação solar vem ampliando a temperatura média do planeta em uma velocidade apontada por alguns estudiosos do clima como perigosa para a diversidade da vida na Terra.

Durante o processo de efeito estufa, parte da radiação solar é refletida pela atmosfera e retorna ao espaço, enquanto outra consegue ultrapassar a atmosfera e atingir a superfície do planeta. Da mesma forma que ocorre em uma estufa de plantas, o calor gerado é parcialmente armazenado e mantém uma temperatura média mais elevada do que seria sem esse fenômeno.

O CLIMA E O TEMPO ATMOSFÉRICO


Apesar de os termos “tempo” e “clima” serem muitas vezes utilizados como sinônimos por algumas pessoas, eles têm significados diferentes. O tempo atmosférico corresponde a uma situação momentânea e transitória da atmosfera, com mudanças diárias e até mesmo horárias. 

O tempo atmosférico é o estado momentâneo da atmosfera em determinado local da superfície terrestre.Por exemplo, um dia pode começar ensolarado e quente, mas, no seu decorrer, ficar frio e chuvoso.

Já o clima é baseado nos padrões de repetição do tempo atmosférico, revelados por muitos anos de observações e registros de diversos elementos, como volume de chuvas e temperatura. Trata-se, portanto, de um período mais longo que o do tempo atmosférico.

Para caracterizar o clima de uma região, analisam-se cartas meteorológicas, gráficos de temperaturas e índices de chuva da mesma área em diferentes momentos.

A previsão do tempo

Ao longo dos séculos, as sociedades notaram a existência de padrões de tempo atmosférico que se repetem, o que chamamos de clima. O meteorologista é o profissional que estuda a atmosfera e os fenômenos que nela ocorrem. Usando instrumentos como a biruta, o termômetro, o barômetro, entre outros, ele colhe e analisa dados da atmosfera para prever o tempo.

As informações meteorológicas também podem ser colhidas na superfície dos oceanos, com a ajuda de boias, e no ar, com o uso de sondas levadas por balões e por aviões de reconhecimento.

A partir da década de 1950, satélites artificiais passaram a ser lançados na órbita da Terra. Por causa desses satélites, hoje é possível obter imagens, dados climáticos, entre muitas outras informações meteorológicas.

Elementos do clima

O clima tem elementos atmosféricos possíveis de serem calculados e medidos. O estudo e a análise deles por longos períodos facilitam o entendimento da evolução do ritmo climático. Podemos citar como principais elementos do clima a temperatura, a umidade do ar e a pressão atmosférica.

Influenciados pela diversidade geográfica, eles se apresentam por meio dos ventos, das precipitações, das formações de nuvens e das ondas de calor ou frio, entre outros fatores.

Os tipos de nuvens

Uma das formas de prever o tempo é analisar o formato das nuvens. As nuvens são formadas quando o vapor-d’água entra em contato com as camadas frias do ar. Ao acontecer isso, ele se condensa, formando nuvens. Estas são compostas, principalmente, de uma enorme quantidade de gotículas de água ou cristais de gelo. Elas podem ter aparências diversas, dependendo da altitude e da camada da atmosfera em que se formam, da temperatura e dos ventos.

A temperatura e a radiação solar

O calor da energia solar que chega até a Terra altera o regime das precipitações (chuva, garoa, neblina, neve e granizo), a temperatura e a circulação das massas de ar na atmosfera.

Cada camada da atmosfera tem uma composição única de gases, o que interfere na absorção da radiação solar. Por isso, apenas uma porção da luz solar chega à superfície da Terra, enquanto parte dela volta para a atmosfera em forma de calor. No entanto, mesmo quando a radiação solar não incide no planeta, as temperaturas se mantêm relativamente estáveis por causa dos gases da atmosfera que retêm parte do calor.

Temperatura do ar

A temperatura do ar – expressa no Brasil por graus Celsius (°C) – revela o nível de calor atmosférico, gerado em especial pela radiação solar. Além deste, há outros fatores que influenciam a temperatura, como a existência de vegetação (ou a ausência dela), a altitude, o relevo e a latitude. Enquanto determinados locais apresentam grandes variações de temperatura em um mesmo dia, outros podem sofrer pouca variação. A diferença entre a temperatura máxima e a mínima em determinado local em um período de tempo é denominada amplitude térmica.

Umidade atmosférica

A umidade atmosférica é o volume de vapor de água presente no ar. Locais mais próximos ao mar, aos rios, aos lagos e a áreas com vegetação densa apresentam, em geral, maiores indicadores de umidade. 

Chamamos a quantidade de vapor-d’água retida no ar de umidade. Ela se origina na superfície terrestre pela evaporação e transpiração da água. A umidade do ar varia de um lugar para outro, sendo maior em localidades quentes e menor em localidades frias. Também diminui conforme a altitude aumenta.

A evaporação e evapotranspiração são fenômenos que influenciam diretamente essa umidade do ar. Eles são responsáveis pelas partículas de vapor de água em suspensão na atmosfera. Há uma capacidade máxima suportada de retenção desse vapor no ar, denominada ponto de saturação atmosférica. Quando esse limite é atingido ocorre a precipitação, ou seja, o vapor de água entra em condensação e a água retorna à superfície terrestre em estado líquido.

As precipitações atmosféricas

Precipitação é o retorno do vapor-d’água presente na atmosfera à superfície terrestre em estado sólido ou líquido. Existem diferentes tipos de precipitação atmosférica, como a chuva, a neve, o granizo, o orvalho e a geada.

A neve é um tipo de precipitação que ocorre quando as temperaturas estão abaixo de 0 °C. Por causa do frio intenso, o vapor de água das nuvens congela e cai em forma de flocos de gelo.

Já as chuvas de granizo acontecem com o congelamento das gotículas de água existentes nas nuvens do tipo cúmulo-nimbo. Quando uma camada de ar mais frio encontra uma nuvem, há o congelamento dessas gotículas, que se precipitam na forma de granizo.

De acordo com as condições ambientais locais, como relevo ou movimentação e direção do ar quente e frio, as chuvas podem ser classificadas em três tipos: de convecção, frontal, ou ciclônica, e orográfica.

A chuva de convecção, em geral, é rápida e de curta duração. Ocorre em razão da diferença de temperatura entre o ar próximo ao solo, que aquece, sobe rapidamente e se condensa, e o ar frio das camadas superiores, que desce. Por ser mais comum em dias quentes, a chuva de convecção é também conhecida como “chuva de verão”.

A chuva frontal ou ciclônica é causada pelo ar quente que invade o ar frio, e vice-versa. O ar quente é forçado para cima, provocando precipitações de longa duração sobre áreas extensas. Esse tipo de chuva é predominante em áreas temperadas, subtropicais e tropicais. 

A chuva orográfica é causada pelo ar úmido forçado para cima por uma barreira física, como as montanhas de uma linha costeira (por exemplo, a Serra do Mar). A chuva orográfica é provocada pelo relevo, que faz com que o ar se eleve para poder ultrapassá-lo. Ao ascender, o ar se resfria e o vapor-d’água se condensa, favorecendo a formação de nuvens e chuvas. As áreas onde acontece esse tipo de chuva são as vertentes de morros e as cadeias montanhosas.

A circulação atmosférica e os ventos

A atmosfera está em constante movimento. O ar movimenta-se do ponto onde a pressão atmosférica é mais alta para o ponto onde ela é mais baixa, sempre buscando um equilíbrio; assim, quanto maior for a diferença de pressão, maior será a velocidade do vento.

O movimento de rotação da Terra também influencia a dinâmica dos ventos, uma vez que, ao girar de oeste para leste, desvia as correntes de ar. Isso determina, de maneira geral, para que direções os ventos se movimentarão.

As áreas de maior pressão estão nos polos e no entorno das zonas temperadas. Já as áreas de menor pressão estão no entorno da linha do equador, nas zonas tropicais. Isso ocorre porque o ar frio é mais denso e pesado (as moléculas estão mais próximas umas das outras), enquanto o ar quente é mais leve e tende a se elevar (as moléculas estão mais distantes umas das outras).

As brisas são ventos fracos, como os que sopram do mar para a terra, durante o dia, e da terra para o mar, durante a noite. Isso ocorre por causa da diferença de temperatura e pressão das terras emersas e dos oceanos.

As massas de ar

As massas de ar são grandes porções de ar que se formam em áreas que permitem que o ar se acumule, repouse ou se mova lentamente. Elas conservam as características de temperatura, umidade e pressão atmosférica da região de onde se originam.

Desse modo, uma massa de ar que se forma sobre a região equatorial, por exemplo, apresenta características desse ambiente: temperatura alta e grande umidade.

Ao se deslocar, a massa de ar vai perdendo, aos poucos, suas características originais. Assim, uma massa de ar quente e úmida, formada próximo à linha do equador, perde calor e umidade à medida que se dirige para áreas mais frias e tende a deixar o tempo quente e chuvoso por onde passa.

As massas de ar influenciam diretamente as condições do tempo atmosférico das áreas por onde se deslocam.

Pressão atmosférica

A maior parte dos gases atmosféricos se encontra na troposfera? Isso ocorre por causa do efeito da gravidade, que atrai a maior parte das moléculas de ar em direção ao centro do planeta, acumulando-as nessa faixa da atmosfera. O peso que essas moléculas de ar realizam sobre a superfície terrestre é o que chamamos pressão atmosférica.

Quanto menor for a altitude do relevo terrestre, maior será a coluna de ar e maior será o peso sobre essa área. À medida que o relevo se torna mais elevado, a coluna de ar diminui, reduzindo a pressão e o peso sobre as moléculas, tornando a pressão atmosférica menor nesses locais.

As características das massas de ar

Massas de ar continentais: originam-se na porção continental do planeta. Têm como principal característica a baixa umidade.

Massas de ar marítimas: originam-se nos mares e oceanos. Diferentemente das massas de ar continentais, elas apresentam umidade elevada.

Massas de ar Tropicais: originam-se nas zonas tropicais do globo, ou seja, entre os trópicos. Podem ser do tipo Tropical continental, que tem como característica a temperatura elevada e a baixa umidade, ou Tropical marítima, que se caracteriza por temperaturas mais amenas e alta umidade.

Massas Ártica e Antártica: originam-se nas regiões do Ártico e da Antártida. Sua principal característica é a baixa temperatura. Ocorrem mais comumente durante o inverno.

Massas Polares: originam-se nos polos e podem ser classificadas em Polar continental, com baixa temperatura e baixa umidade, ou Polar marítima, com baixa temperatura e alta umidade.

Massas Equatoriais: originam-se nas áreas da linha do equador. Têm como principal característica a alta temperatura.

Os tornados e os furacões

Os tornados e os furacões são formas extremas de ventos circulares excepcionalmente fortes, que provocam chuvas torrenciais.

No caso do tornado, o vento e a chuva giram numa espiral ascendente, como uma coluna de ar em violenta rotação em contato com a superfície do solo. O tornado desloca-se, geralmente, a uma velocidade de 30 km/h a 60 km/h. Já a velocidade do vento pode ultrapassar 300 km/h na base da espiral e ter a duração de minutos. Esses ventos causam destruição apenas na área sobre a qual o tornado passa (diâmetro máximo de 1 km). As áreas vizinhas não são atingidas.

Os furacões geralmente se formam nos oceanos tropicais, como tempestades caracterizadas por ventos ciclônicos, que podem atingir mais de 300 km/h. Eles se deslocam formando uma espiral no meio da qual há um “olho”, cercado por ventos fortes e chuvas. Eles podem durar até uma semana. A intensidade de um furacão é medida com base em sua velocidade e em sua capacidade de causar danos.

OS FATORES CLIMÁTICOS

Como verificamos, alguns elementos climáticos, como temperatura, pressão, umidade e vento, apresentam variações que determinam as diferentes características dos climas da Terra. Essas variações são provocadas por fatores climáticos, como latitude, altitude, continentalidade e maritimidade.

Em geral, é possível associar as médias de temperatura de um local à sua posição no planeta – são as zonas climáticas. A distribuição da radiação solar varia conforme a latitude: na área entre os trópicos, os raios solares atingem verticalmente a Terra; já nos polos, eles chegam ao nosso planeta de forma bem mais inclinada, distribuindo-se por uma área maior. Assim, quanto mais elevada a latitude, menores são as temperaturas médias.

Nas áreas continentais, longe dos oceanos, o ambiente tende a apresentar maior amplitude térmica, ou seja, maior diferença de temperatura atmosférica no mesmo dia ou em outro período. Chamamos esse fenômeno de continentalidade. Ela ocorre porque áreas continentais perdem energia mais rapidamente que os oceanos, que conservam o calor por muito mais tempo e atuam como reguladores de temperatura.

De maneira inversa, as áreas costeiras sofrem o efeito da maritimidade, o que significa que apresentam maior umidade e menor variação de temperatura. Outro fator climático são as correntes marítimas. A água dos oceanos não está parada e tem temperaturas diferentes. 

As correntes marítimas correspondem ao movimento das massas de água oceânica, podendo ser quentes ou frias. As regiões litorâneas afetadas por correntes quentes registram temperaturas um pouco mais elevadas e índices pluviométricos altos, enquanto as áreas afetadas por correntes frias têm temperaturas e umidade do ar mais baixas, o que pode, até mesmo, ocasionar climas desérticos.

Tipos de climas

O planeta Terra possui grande variedade climática, cujos fatores apresentados no capítulo anterior explicam o porquê de tanta diversidade. Assim, é possível identificarmos características de temperatura, umidade do ar e precipitação, variando de uma localidade a outra do globo.

Com o objetivo de agrupar padrões climáticos, surgem as classificações do clima. Uma das mais utilizadas é a classificação de Köppen, desenvolvido pelo climatologista e botânico alemão Wladimir Köppen (1846-1940), apresentada no ano de 1900. Essa classificação tem como base os registros de temperatura e precipitação. Esses dois elementos climáticos afetam diretamente a formação das paisagens naturais, em especial a vegetação e o solo, diante disso, é possível afirmar que há uma relação direta entre as variações climáticas com as formações vegetais do planeta.

Principais climas da Terra

Sobre a superfície terrestre atuam diferentes tipos de clima, com particularidades próprias. O estudo dessas particularidades levou os climatologistas a identificar a existência de dez tipos principais de clima em nosso planeta.

Clima Equatorial

O clima Equatorial apresenta alta insolação durante todo o período do ano. Isso ocorre pela localização geográfica, que se estende por baixas latitudes, nas proximidades da linha do equador.
Com altas temperaturas (média de 25 °C), baixa amplitude térmica diária (variação de 2 °C a 3 °C) e elevado índice pluviométrico anual (variando entre 1 500 mm e 3 000 mm), a região dominada por esse tipo climático apresenta floresta densa e com alta biodiversidade.

Clima Tropical

Como o próprio nome sugere, o clima Tropical atua nas proximidades dos trópicos de Câncer e Capricórnio, exceto onde há um domínio de desertos quentes, regiões semiáridas e áreas montanhosas. Nas localidades continentais, atuam massas de ar quentes e secas. Já nas porções litorâneas e oceânicas, nota-se a atuação das massas quentes e úmidas.
Com temperaturas médias elevadas (cerca de 20 °C), porém menores que no clima Equatorial, e índice pluviométrico variando entre 1 000 mm nas áreas mais continentais e 2 000 mm nas regiões litorâneas, o clima Tropical apresenta um verão quente e chuvoso e um inverno frio e seco nas porções mais interioranas.
Na faixa costeira, onde atuam as massas de ar Equatorial Atlântica e Tropical Atlântica, as chuvas são mais frequentes no período do outono e do inverno.

Clima Subtropical

O clima Subtropical atua em uma faixa latitudinal situada entre o clima Tropical e o Temperado. A amplitude térmica anual é elevada. O verão é relativamente quente e os invernos são frios, conforme revela o climograma da cidade de Rosário do Sul (RS). As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano, variando entre 1 000 mm e 1 800 mm.

Clima Mediterrâneo

O clima Mediterrâneo atua no sul da Europa, no norte da África e no Oriente Médio, além do sudoeste da Austrália e dos Estados Unidos, e apresenta precipitação média anual de 500 mm. O inverno possui temperaturas mais amenas, suavizadas pelas chuvas, que ocorrem em cerca de 70% desse período. Já os verões são quentes e secos. A faixa costeira possui influência marítima, enquanto as áreas mais interioranas possuem características térmicas mais quentes, revelando os efeitos da continentalidade.
No verão, os raios solares atingem essas latitudes de forma praticamente vertical ao meio-dia. Esse fator, relacionado ao elevado tempo de insolação durante os dias, faz com que as temperaturas variem de 30 °C a 38 °C.

Clima Temperado

Característico de regiões de latitudes médias, entre os trópicos e os polos, o clima Temperado tem as quatro estações bem definidas. Este tipo climático apresenta temperatura média que varia entre 8 °C e 13 °C, e médias pluviométricas anuais de 2 000 mm nas áreas litorâneas e de 600 mm nas porções continentais.
Para melhor classificar este tipo de clima, costuma-se dividi-lo em Oceânico e Continental.
  • Clima Temperado Oceânico: clima ameno, com temperaturas que normalmente variam, no verão, entre 0 °C e pouco acima de 15 °C, com intervalos breves mais quentes. A distribuição de chuvas é homogênea ao longo de todo o ano. Este clima é propício para a prática agrícola de frutas, legumes e cereais, além da criação de animais, como ovelhas.
  • Clima Temperado Continental: com oscilações mais severas de temperatura, os verões são quentes e os invernos rigorosos, até mesmo com a presença de neve em muitos momentos. As chuvas são bem distribuídas durante os meses do ano.

Clima Semiárido

O clima Semiárido apresenta elevadas temperaturas médias (em torno de 28 °C) e baixo volume anual de chuvas (entre 250 mm e 800 mm). A paisagem seca, comum no imaginário popular, existe, porém não é a que predomina em períodos de chuvas, que, no semiárido brasileiro, se concentram entre os meses de janeiro e abril. As chuvas provocam o ressurgimento de rios e lagos temporários, que ajudam a encher reservatórios e modificam rapidamente as paisagens, proporcionando uma vegetação mais verde.

Clima Desértico

O clima Desértico não é caracterizado pelas altas temperaturas, mas pelo baixo ou inexistente volume de chuvas anual (inferior a 200 mm). Ocupando vastas áreas da superfície terrestre, este tipo climático ocorre tanto em latitudes baixas quanto em latitudes médias.
No primeiro caso são formados os desertos quentes, com temperaturas diurnas superando 40 °C e temperaturas noturnas chegando a 0 °C. Os principais desertos quentes são o Saara e o Kalahari, na África, o do México e o do Colorado, na América do Norte, o da Austrália, na Oceania, e o da Arábia, na Ásia.
Já os desertos frios, de médias latitudes, podem alcançar médias térmicas de 0 °C no inverno. Isso é resultado do fator latitudinal e dos efeitos da altitude, como ocorre no deserto de Gobi, localizado entre o sul da Mongólia e o norte da China, na porção central da Ásia.

Climas Frio e Polar

Dois tipos de clima com temperaturas médias abaixo de 0 °C em vários meses do ano são o Frio e o Polar. O clima Frio, também conhecido como Subártico, é exclusivo do hemisfério norte do planeta e faz limite com o clima Polar. Com alta amplitude térmica mensal no decorrer do ano, é caracterizado por invernos muito rigorosos e baixos valores pluviométricos.
O clima Polar, localizado na maior distância da linha do equador, esse clima pode se dividir em dois subgrupos: o de Tundra e o de Calota polar. O primeiro, com pelo menos um mês do ano apresentando temperaturas um pouco superiores a 0 °C, permite o surgimento de uma vegetação rasteira (a Tundra) no período de frio menos rigoroso. Já o subtipo Calota polar atinge grandes áreas em ambos os hemisférios, com temperaturas sempre inferiores a 0 °C.

Clima Frio de Montanha

Você já deve ter notado que a temperatura também varia conforme a altitude. Próximo à superfície, a cada 1 000 m, há uma redução da temperatura em cerca de 6,5 °C. Isso significa dizer que, mesmo em áreas de baixas latitudes, é possível encontrarmos aquelas com clima Frio e, eventualmente, Polar.
O clima Frio de Montanha responde pela cobertura permanente de neve no cume das altas montanhas. Porém, é importante entendermos que as montanhas podem apresentar um complexo mosaico climático, desde temperaturas elevadas na faixa de terra próxima ao nível médio do mar, passando pelas características de climas Temperado e Frio, até o clima Frio de Montanha. Com a variação climática, as culturas agrícolas também modificam conforme suas características de adaptação.

Fatores do clima

É possível perceber que a localização geográfica de um lugar em relação às zonas térmicas do planeta influencia diretamente as suas características climáticas.
Existem outros fatores importantes que também influenciam, de forma constante, essas características, como a altitude do lugar, o efeito da continentalidade e da maritimidade e a atuação das correntes marítimas.

Influência da altitude

A altitude de um lugar ou de uma região, ou seja, a posição em que se encontra em relação ao nível do mar, contribui significativamente para suas características climáticas. Entre elas, a temperatura é diretamente afetada, já que, em média, a cada 200 metros de altitude acima do nível do mar, a temperatura do ar diminui 1 ºC. É por isso que o clima nas serras ou nas altas montanhas apresenta temperaturas baixas no inverno e mais amenas no verão, mesmo naquelas localizadas na zona térmica tropical ou próximas à Linha do Equador.

Efeito da maritimidade e da continentalidade

Os lugares próximos ou que estão em meio às águas oceânicas recebem diretamente a influência dessa imensa massa líquida. O calor absorvido pelas águas no período do dia, em decorrência da radiação solar, é liberado vagarosamente no período da noite. Esse fenômeno cria um equilíbrio entre as temperaturas do dia e da noite e é chamado efeito da maritimidade. Por outro lado, nos lugares mais distantes do litoral, principalmente aqueles localizados no interior dos continentes, há grande desequilíbrio entre as temperaturas do dia e da noite. Isso porque nas áreas continentais o calor gerado pela radiação solar é absorvido durante o dia e liberado rapidamente para a atmosfera já no entardecer. Por isso, as temperaturas caem bastante no período da noite. É o efeito da continentalidade.

Correntes marítimas

Vimos, que as correntes marítimas são grandes massas de água que se movimentam dentro dos oceanos e mares, e têm características próprias de salinidade e temperatura. E é justamente a temperatura de uma corrente marítima que pode influenciar o clima de uma região, seja litorânea ou mais interiorana. Em geral, as correntes marítimas frias absorvem calor e umidade das massas de ar; já as correntes marítimas quentes fornecem calor e umidade para esses bolsões de ar atmosférico.

Variações do clima da Terra

O título principal dos filmes da série A Era do Gelo refere-se a um evento geológico que teve início milhões de anos atrás e terminou há aproximadamente 10 mil anos. Durante esse longo tempo, a Terra passou por intenso resfriamento do clima, com a formação de extensas calotas de gelo que recobriram boa parte do planeta.
A Era do Gelo ou Era Glacial, como também pode ser chamada, é a prova de que o clima, ainda que seja um fenômeno mais estável, também passa por alterações no decorrer do tempo.
Além do resfriamento ocorrido em âmbito global durante a última Era do Gelo, existem evidências de que, entre 13 mil e 5 mil anos atrás, certas regiões do planeta eram bem mais úmidas ou bem mais secas do que são hoje: na África, por exemplo, a área recoberta pelo Deserto do Saara era bem menor do que é atualmente, abrigando extensas florestas e savanas verdejantes; já a Amazônia, na América do Sul, passou por longo período de seca, e parte de sua vegetação era parecida com a da Caatinga nordestina.
Outras variações climáticas importantes também ocorreram em períodos recentes de nossa história: durante a Idade Média, mais precisamente entre os anos 1100 e 1400 depois de Cristo, houve importante elevação das temperaturas médias em todo o planeta, o que foi chamado pelos climatologistas de Período Quente Medieval. Mais tarde, entre os anos 1500 e 1800, ocorreu exatamente o contrário: a temperatura média diminuiu drasticamente, ocasionando invernos extremamente rigorosos por várias décadas, período que foi chamado de Pequena Idade do Gelo.

Variações do clima: fatores naturais

Os climatologistas entendem que todas as variações nas características do clima da Terra, ocorridas no passado, tiveram uma causa natural. Conheça os principais fatores aos quais se atribuem essas variações.
■ Vulcanismo: em diversos momentos na história da Terra houve intensa atividade vulcânica. Os vulcões lançaram grande quantidade de poeira e gases na atmosfera, o que dificultou a entrada da radiação solar e, consequentemente, diminuiu as temperaturas em todo o planeta durante muitos anos.
■ Alteração da atividade solar: sabe-se que a energia irradiada pelo Sol varia de tempos em tempos. Assim, os especialistas entendem que, quando há diminuição ou aumento da radiação solar, o clima da Terra é diretamente afetado.
 Chuva de meteoros: em diversas épocas, a passagem próximo à Terra de cometas ou de pedaços de asteroides ocasionou intensas chuvas de meteoros. Isso aumentou a quantidade de partículas pulverizadas na atmosfera, impedindo a entrada de radiação solar e a saída de calor, o que pode ter ocasionado mudanças na temperatura de nosso planeta.
■ Mudanças no eixo da Terra: sabe-se que, ao longo dos séculos, o eixo de rotação esteve mais inclinado do que atualmente, o que gerou invernos muito frios e verões extremamente quentes.
Fenômeno El Niño: ocorre em intervalos de três a cinco anos, aproximadamente, e aumenta de modo anormal as temperaturas do Oceano Pacífico, próximo à costa da América do Sul. Esse aumento da temperatura diminui a influência da corrente fria de Humboldt e dos ventos alísios na região, interferindo diretamente na circulação atmosférica global. O fenômeno contrário também existe, com períodos em que a temperatura das águas do Pacífico diminui, o que também interfere na circulação atmosférica. É o fenômeno La Niña. Ambos causam importantes alterações climáticas em várias regiões do planeta.

Mudanças climáticas

Nas últimas décadas, temas relacionados ao clima andam ganhando espaço na mídia, sendo o aquecimento global um dos principais assuntos. Muitos cientistas, políticos, ativistas ambientais e integrantes da comunidade civil alertam sobre as consequências para todo o sistema terrestre caso ações concretas e urgentes não sejam tomadas para conter o aquecimento global. Embora esse seja um fenômeno natural, há estudos que indicam a aceleração do aquecimento global por causas antropogênicas ou antrópicas. Ainda que as ações
humanas possam influenciar o clima, é importante saber que variações na temperatura da atmosfera do planeta são normais. Há evidências de que a Terra passou por vários períodos de glaciações, popularmente conhecidos por Eras do Gelo. De acordo com os pesquisadores, a última teve início há 100 mil anos e terminou há 12 mil anos. Estima-se que a temperatura média na Terra era cerca de 6 °C inferior em comparação com a do século XX.

El Niño e La Niña

Assim como os processos de glaciações, o El Niño e a La Niña são fenômenos que também alteram o comportamento climático de forma natural, no entanto com duração de tempo diferente. Periodicamente, nas águas do oceano Pacífico Equatorial, pescadores peruanos convivem com um fenômeno
que aumenta a temperatura oceânica, o que resulta em uma redução no volume de pescado. Por ocorrer em ciclos que variam entre dois e sete anos, normalmente no período que antecede o Natal, esse fenômeno ficou conhecido por El Niño, termo em espanhol que remete ao “Menino Jesus”, cujo nascimento costuma ser celebrado no dia 25 de dezembro.
O El Niño é considerado um fenômeno oceânico-atmosférico, pois há uma relação direta entre os subsistemas da hidrosfera e da atmosfera. O aquecimento das águas oceânicas provoca inúmeras alterações climáticas em escala global, modificando o regime de chuvas em regiões tropicais e nas latitudes médias.
O Brasil sofre significativamente com os efeitos do El Niño. Quando esse fenômeno acontece, o comportamento das massas de ar é alterado. A região Sul recebe fortes e abundantes chuvas, enquanto a faixa de clima semiárido do Nordeste sofre com estiagens mais prolongadas.
Quando o fenômeno se manifesta de maneira inversa, ou seja, com o esfriamento das águas do Pacífico Equatorial, recebe o nome em espanhol de La Niña (que significa “A Menina”), em contraposição ao El Niño. Observe nos mapas os efeitos desses fenômenos.

Alterações antrópicas do clima

Como vimos até aqui, alterações climáticas ocorrem naturalmente na atmosfera terrestre. Porém, algumas atividades humanas vêm provocando uma aceleração no processo de aquecimento global, alterando o equilíbrio dos subsistemas terrestres.
Desde o domínio do fogo, os seres humanos poluem a atmosfera. No entanto, as atividades primitivas de produção realizadas por nossos antepassados não resultaram em uma efetiva mudança climática em escala global. Só a partir da Revolução Industrial, com a invenção e o desenvolvimento das máquinas a vapor, nos séculos XVIII e XIX, a poluição do ar passou a ser considerada um problema maior. Com o avanço dos séculos, muitas localidades passaram a se tornar ambientes perigosos à saúde humana, pois, além da queima do carvão, os óleos combustíveis também passaram a ser utilizados, sobretudo em indústrias e veículos automotores.
Os contaminantes gerados pela queima de combustíveis fósseis e o uso de substâncias que atuam contra gases atmosféricos que auxiliam na proteção da vida na Terra provocam alterações no comportamento da atmosfera. Como resultado, temos o aumento de doenças pulmonares, aceleração do processo de efeito estufa – que estudaremos em detalhes mais adiante –, e a redução da proteção da camada de ozônio.

Camada de ozônio

A camada de ozônio é uma faixa da estratosfera que concentra grandes quantidades de gás ozônio (O3). Ela funciona como uma espécie de barreira natural protetora contra a passagem de alguns tipos de raios ultravioleta emitidos pelo Sol e que podem ser prejudiciais à vida. O principal “vilão” da camada de ozônio é o clorofluorcarbono (CFC), composto gasoso que pode ser encontrado em alguns aparelhos de ar condicionado e geladeiras antigas, além de latas de aerossol (inseticidas e desodorantes).

Intensificação do efeito estufa

O efeito estufa é um fenômeno natural que provoca a elevação da temperatura média da Terra ao longo de milhares de anos. Isso ocorre pelo acúmulo de gases na atmosfera com propriedades de retenção do calor emitido pela irradiação solar. A eles denominamos gases de efeito estufa (GEE).
Os mais conhecidos GEE são o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o vapor de água (H2O) e o óxido nitroso (N2O). Eles são produzidos naturalmente pelo sistema terrestre, porém a atuação humana, por meio da queima de combustíveis fósseis e queimadas florestais, gerou um acúmulo anormal de alguns desses gases na atmosfera. O principal deles é o CO2, que corresponde a 60% de todos os gases de efeito estufa. Quanto aos outros GEE, mesmo em menor proporção na atmosfera, são considerados mais danosos que o CO2. O metano é 20 vezes mais nocivo, e o hexafluoreto de enxofre (SF6), que é produzido em laboratório, revelou-se cerca de 23 mil vezes mais agressivo.

Chuva ácida

A chuva ácida também está relacionada aos efeitos globais de
emissão de gases poluentes na atmosfera. Tal fenômeno ocorre pela reação de alguns gases lançados na atmosfera, especialmente por chaminés de fábricas e motores de veículos a combustão, com outros componentes do ar. Nas altas camadas da troposfera esses gases se misturam com as gotículas de água que formam as nuvens, que são deslocadas por dezenas ou centenas de quilômetros pelos ventos até ocorrer a precipitação (chuva).
Com a modificação do pH (o índice de acidez), este tipo de chuva pode causar grandes danos ambientais (contaminação dos cursos de água, do solo, degradação da vegetação) e até destruição de monumentos públicos.

Tratados climáticos internacionais

Por quase toda a história humana, o planeta teve a capacidade de absorver e corrigir alguns desequilíbrios ambientais. Porém, a partir da Revolução Industrial, a emissão antrópica de gases na atmosfera vem ultrapassando os limites de assimilação natural do sistema terrestre.
Por essa razão, ações em escala global vêm sendo promovidas com o propósito de reduzir a aceleração do aquecimento do planeta, melhorar a qualidade de vida dos seres humanos e manter a biodiversidade na Terra.
Em 1979, em Genebra, na Suíça, ocorreu a Conferência Mundial do Clima (WCC-1, na sigla em inglês), a primeira reunião internacional para se debater o clima global. Porém, apenas em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento no Rio de Janeiro (RJ), surgiu a constituição de um grupo de nações com o objetivo de debater periodicamente temas relacionados às mudanças climáticas. O primeiro grande acordo que surgiu pelo resultado desses debates foi o Protocolo de Kyoto, em 1997. Assinado por 178 países, ele entrou em vigor em 2005 e definiu metas de redução de emissões de gases de efeito estufa das nações mais industrializadas do planeta.
O protocolo de Kyoto expirou em 2012, sendo firmado um novo acordo global em 2015 (Acordo de Paris), durante a 21a reunião da Conferência das Partes (COP 21). Nesse encontro, 196 países assinaram o acordo se comprometendo a realizar ações que impedissem que a elevação da temperatura média do planeta ultrapasse 1,5 °C até 2100.

Microclimas urbanos

Desde 2007, a maior parte da população global ocupa as cidades. Dos 7,8 bilhões de habitantes do planeta, em 2022, 56,2% viviam em áreas urbanas. Este quantitativo populacional atrelado ao modelo urbano de grande parte das cidades mundiais gera uma tendência ao microclima. A emissão de gases poluentes, a impermeabilização de parte do solo, a retirada da vegetação, a canalização de rios e os aterros de áreas alagadas são alguns exemplos de ações humanas nesses espaços de maior adensamento populacional.
As populações que ocupam os espaços urbanos podem conviver com dois fenômenos típicos:
  • Ilhas de calor: ocorrem em grandes centros urbanos onde há intensa modificação do uso do solo, com a presença de elementos artificiais (estradas, edifícios, etc.). A retenção de calor é maior nesses espaços, pois se configuram como áreas isoladas do entorno, com temperaturas mais elevadas.
  • Inversão térmica: fenômeno natural, mais comum nos meses de inverno, que tem consequências específicas para o meio urbano. A inversão térmica consiste na presença do ar mais denso (frio) nas camadas próximo à superfície, enquanto o ar menos denso (quente) fica acima, impedindo a ascensão do ar, o que gera uma concentração de gases poluentes nestas áreas. Como consequência, muitas pessoas desenvolvem doenças respiratórias e irritação nos olhos.

Troposfera e tempo meteorológico

Camadas da atmosfera

A atmosfera é uma camada de gases que envolve a superfície da Terra, estendendo-se até aproximadamente 1 000 km de altitude. Essa camada está presa a nosso planeta devido ao efeito da gravidade terrestre.
Os principais gases que compõem a atmosfera do planeta são o nitrogênio (78%) e o oxigênio (21%). Apenas 1% da atmosfera é composta de outros gases, como o argônio, hélio, ozônio e dióxido de carbono, além de vapor de água.
A distribuição da mistura de gases varia de acordo com a altitude, dando origem a camadas atmosféricas com diferentes características.

Por que o tempo muda?

Entre os principais fatores que desencadeiam as mudanças no tempo meteorológico está a distribuição desigual da energia solar pela superfície terrestre.
A distribuição desigual de radiação do Sol dá origem a diversas zonas térmicas (polares, temperadas e tropical). Em cada uma delas, o ar atmosférico é aquecido de determinada maneira. Por isso, encontramos diferentes temperaturas na superfície do planeta; ou seja, a temperatura atmosférica referese ao nível de aquecimento do ar; se está mais quente ou mais frio em determinado lugar e horário de um dia. Entenda como o ar atmosférico é aquecido na camada da troposfera, durante o período do dia, por meio do esquema na parte inferior desta dupla de páginas.
Além da temperatura do ar, outro fator que influencia diretamente as mudanças do tempo meteorológico é a pressão atmosférica. Mas o que é isso?
A pressão atmosférica é o peso que os gases de todas as camadas exercem sobre a superfície terrestre. Esse fenômeno ocorre devido à força da gravidade da Terra, que mantém os gases em seu entorno, pressionandoos contra a superfície.
A pressão atmosférica pode variar de um lugar para outro, de acordo com a altitude do relevo ou com a zona térmica em que está localizado.

Áreas de alta e baixa pressão atmosférica

A pressão atmosférica varia com a altitude, como vimos, e de acordo com a zona térmica da Terra. Nas regiões com temperaturas médias mais baixas, o ar frio é mais denso (as moléculas dos gases ficam concentradas); portanto, mais pesado. Dessa forma, ele cria as chamadas áreas de alta pressão atmosférica.
De maneira geral, a maioria das áreas de alta pressão está localizada nas zonas temperadas e polares do planeta. Já nas regiões de temperaturas médias mais altas, como na zona tropical, o ar quente é menos denso (as moléculas dos gases ficam bem separadas); portanto, mais leve, dando origem a áreas de baixa pressão atmosférica.
As diferenças de temperatura e de pressão atmosférica desencadeiam mudanças no tempo meteorológico, provocando a formação de ventos e o deslocamento de massas de ar e das frentes de transição,

Ventos atmosféricos

Os ventos se apresentam como o movimento do ar atmosférico nas partes mais altas e mais baixas da troposfera. Eles são muito importantes na dinâmica meteorológica, já que carregam consigo a umidade dos oceanos e das florestas para regiões mais secas ou, ainda, dispersam o calor das zonas tropicais, aquecendo as regiões mais frias em determinadas épocas do ano. Veja, por meio dos esquemas a seguir, como os ventos circulam na atmosfera.

Frentes de transição e mudanças no tempo

Do encontro entre duas massas de ar com características diferentes (fria ou quente, úmida ou seca), surge o fenômeno chamado frente de transição: a região de contato entre as massas de ar. As frentes podem ser basicamente de dois tipos: frentes frias e frentes quentes. Tanto a formação de frentes frias como a de frentes quentes dão origem a vários fenômenos atmosféricos que mudam as condições do tempo (como na sequência de fotografias acima), como chuvas, vendavais, queda de granizo, formação de neve ou de geadas.

Previsão do tempo meteorológico

Saber com antecedência como o tempo se comportará durante um dia ou uma semana, por exemplo, é algo que instiga os seres humanos há séculos.
Essa busca levou a sociedade a desenvolver tecnologias que, atualmente, conseguem estabelecer com bastante precisão a previsão do tempo meteorológico.
O emprego de informações colhidas por satélites artificiais em órbita, por estações de monitoramento em terra e o respectivo processamento por supercomputadores têm permitido aos cientistas fazer previsões do tempo com até 95% de precisão.

Por que a previsão do tempo é importante?

Por meio do monitoramento do tempo meteorológico, é possível saber previamente a ocorrência de fenômenos atmosféricos adversos, como chuva de granizo, tempestades de neve, formação de furacões e tornados ou geadas. Assim, os agricultores, por exemplo, podem programar melhor o momento do plantio ou da colheita, ou, ainda, usar recursos para proteger suas lavouras; os controladores de voo e os comandantes de navios podem estabelecer rotas mais seguras para as aeronaves e as embarcações; as agências de turismo podem programar melhor os passeios e o percurso das viagens para os passageiros, entre outros benefícios. Além disso, a previsão do tempo permite que a defesa civil alerte previamente a população sobre a ocorrência de desastres naturais, como enchentes e inundações, fortes vendavais ou ressacas do mar. Isso possibilita a tomada de providências para proteger a população, minimizando os efeitos do fenômeno.

Águas oceânicas

 Importância dos oceanos e mares da Terra

As águas oceânicas, essa gigantesca massa líquida que se assenta sobre a crosta terrestre, representam, como vimos no capítulo anterior, cerca de 97% do total de águas existente em nosso planeta. Há uma grande quantidade de sais em sua composição, o que as torna impróprias para o consumo humano.
Por outro lado, as águas oceânicas abrigam abundante quantidade de vida, grande parte ainda desconhecida pela ciência. Desse modo, são uma importante fonte de alimentos, sendo nelas realizadas diversas atividades econômicas, como a pesca, a geração de energia e o transporte de pessoas e mercadorias.
Nos países com extensos litorais, a proximidade com o mar ou oceano também contribuiu para a ocupação do território. No caso do Brasil, o processo de ocupação se iniciou nas regiões próximas ao mar, tanto para facilitar a exploração dos recursos naturais quanto para defender o território. Ainda hoje há grande densidade demográfica nessas regiões.

Oceanos e mares: qual é a diferença?

Os oceanos são grandes massas de água que se estendem por cerca de dois terços da superfície terrestre. Eles têm características próprias de salinidade, temperatura, direção das correntes marítimas, do relevo que está sob eles, além de formas de vida distintas.
Os mares também têm características próprias, mas o principal elemento que os distingue é sua extensão geográfica e o volume de água que abrigam, em geral muito menores que dos oceanos. Além disso, localizam-se próximos aos continentes ou no interior dessas terras emersas.
Assim, os mares podem ser classificados como:
■ abertos: quando estão ligados aos oceanos por grandes extensões de água;
■ fechados: quando não têm comunicação direta, ou, ainda, quando têm uma ligação estreita com os grandes oceanos.

Vida marinha

Como é a vida nos oceanos e mares? Será que existem tantos animais e plantas como nas terras emersas? Pesquisas recentes estimam que existam no planeta cerca de 9 milhões de espécies de seres vivos. Desse total, quase um terço vive nas águas oceânicas, tanto nas partes próximas ao litoral quanto naquelas localizadas em regiões profundas, como nas planícies abissais.
Nas zonas litorâneas, porções de águas geralmente localizadas sobre as plataformas continentais, há uma concentração maior de formas de vida, sobretudo até os 200 metros de profundidade, faixa alcançada pela luz solar. Vivem
nelas centenas de espécies de corais, crustáceos, peixes e mamíferos. Já as partes mais profundas dos oceanos, onde não há luz solar, como nas zonas abissais, exigem que as espécies de plantas e animais estejam adaptadas à escuridão e às altas pressões atmosféricas.

Salinidade e temperatura das águas oceânicas

Entre as principais características que diferenciam as águas oceânicas da Terra estão as variações de temperatura e salinidade. As variações ocorrem, sobretudo, devido à posição geográfica dos oceanos e mares. As temperaturas, por exemplo, são mais elevadas nas regiões de clima mais quente, como nas águas que circulam entre os trópicos de Câncer e de Capricórnio.
No caso da salinidade, ela pode ser maior, por exemplo, justamente nas regiões de clima quente, já que ocorre maior evaporação das águas oceâ nicas, o que aumenta a concentração de sais. Contudo, mesmo nas regiões de clima quente, as águas oceânicas que circulam próximo à foz de grandes rios podem ter uma concentração menor de sais, já que uma enorme quantidade de água doce é despejada nos oceanos e mares.

Movimentos das águas oceânicas

Como vimos, as águas dos oceanos têm diferentes características, como a salinidade e a temperatura. Além disso, elas estão em constante movimento pelo planeta. Você sabe quais são esses movimentos? Já ouviu falar das correntes marítimas? E das ondas e marés? 

Correntes marítimas

As correntes marítimas apresentam-se como grandes cursos de água que se movimentam nos próprios oceanos e mares. Elas têm características de temperatura e de salinidade distintas das águas no seu entorno e fluem em determinada direção. Esse fenômeno é um dos mais importantes da biosfera, já que promove uma intensa interação entre a hidrosfera e a atmosfera, interferindo diretamente no ciclo hidrológico e no clima de todo o planeta.
Nas regiões mais quentes do planeta, como naquelas próximas à Linha do Equador, as correntes marítimas são mais quentes; já aquelas que fluem mais próximas às zonas temperadas e polares são, em geral, mais frias.
O deslocamento dessas correntes de água pelo planeta é ocasionado pelos movimentos de rotação e translação da Terra, sendo ainda impulsionado pela radiação solar e por fenômenos atmosféricos como os ventos. Identifique no mapa a seguir a distribuição e o percurso das correntes quentes e frias pelo planeta.

Ondas e marés

As ondas são movimentos das águas oceânicas ocasionados pela ação dos ventos. De acordo com o relevo submarino, a estação do ano e o movimento das marés durante o dia, em determinada região, teremos ondas com formas e tamanhos diferentes.
Já o movimento das marés ocorre devido às forças gravitacionais exercidas pelo Sol e pela Lua sobre as águas do planeta. Em alternância, no decorrer do período de um dia, ocorrem as marés cheias ou altas, quando o mar atinge o nível máximo em determinado lugar; e as marés vazantes ou baixas, quando nesse mesmo lugar o mar atinge seu nível mínimo. Os níveis máximo e mínimo das águas do mar podem variar no decorrer do dia e dos meses. Os horários em que ocorrem as marés altas ou baixas também têm variações.

Poluição das águas oceânicas

Nas últimas décadas, as águas dos oceanos e mares vêm recebendo de forma intensa os impactos provocados pela ação humana no meio ambiente. As áreas urbanas localizadas nas regiões litorâneas, onde vivem centenas de milhões de pessoas, geram diariamente grande quantidade de lixo e de esgoto doméstico e industrial, que acaba chegando às águas oceânicas. Como vimos, a pesca irregular ou predatória tem comprometido a reprodução de peixes e outros
seres marinhos. O uso de insumos como pesticidas pela atividade agropecuária pode chegar até as águas marinhas por meio dos rios que fluem em áreas agrícolas ou de criações no interior dos continentes. Além disso, a poluição por produtos químicos e resíduos de metais, resultantes de processos industriais e da exploração de minérios, como os de mercúrio, chumbo ou cromo, também pode contaminar os cursos de água que deságuam no mar.
Outra forma de degradação da vida marinha ocorre com a poluição por petróleo e derivados. As formas mais visíveis desse tipo de poluição ocorrem, em geral, devido a grandes vazamentos, tanto durante a prospecção quanto no transporte do produto.
O plástico, que é um derivado do petróleo, é usado na sociedade de diferentes formas. Parte desse plástico, utilizado em produtos consumidos no dia a dia das pessoas e das empresas, frequentemente vai para o oceano.

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