sexta-feira, 19 de julho de 2024

Clima e a interferência humana

 Vimos que as variações nas características do clima da Terra, ao longo dos séculos e dos milênios, têm causas naturais. Porém, nas últimas décadas, muitos especialistas acreditam na possibilidade de que alguns fenômenos climáticos e atmosféricos tenham sido intensificados ou acelerados pela interferência dos seres humanos. Isso pode estar ocorrendo devido ao desenvolvimento das atividades industriais, ao uso de agrotóxicos, ao aumento do número de veículos, ao desmatamento e à queimada de florestas, entre outras ações que acabam lançando enorme quantidade de gases e poluentes na atmosfera. A seguir, você conhecerá alguns fenômenos que podem ocorrer devido à interferência humana.

Aquecimento atmosférico global

Desde a Pequena Idade do Gelo, há o registro de aumento gradual da temperatura média da Terra. Esse aumento tornou-se ainda maior após os anos 1950, como mostra o gráfico a seguir. O fenômeno é chamado pelos cientistas de aquecimento atmosférico global e está se acentuando devido à intensificação do efeito estufa, como veremos adiante. O aquecimento global muda as características do clima em várias partes do planeta, acentua os efeitos do El Niño e da La Niña, e pode estar provocando o rápido derretimento das calotas polares, entre outras alterações.

Efeito estufa intensificado

Boa parte da radiação solar que chega à Terra é absorvida pela superfície e transformada em calor, que aquece nossa atmosfera. Outra parte da energia solar é irradiada para o espaço sideral e uma parcela restante fica aprisionada por uma camada de gases e poeira que flutua na troposfera, dando origem ao efeito estufa. Esse fenômeno é natural e impede o resfriamento excessivo de toda a atmosfera, mantendo as temperaturas do planeta em um nível ideal para a existência da vida. No entanto, parte dos cientistas acredita que, com a ampliação da atividade industrial e do uso de petróleo e carvão como combustíveis, aumentou também o lançamento de gases, como o dióxido de carbono, que fica aprisionado na atmosfera, ocasionando a intensificação do efeito estufa.

Buraco na camada de ozônio

O ozônio é um gás encontrado em pequenas quantidades na natureza, e a maior parte dele está concentrada em uma fina camada a cerca de 22 km de altitude, na estratosfera (reveja o esquema ilustrativo da página 169). Essa camada funciona como um “escudo” que protege os seres vivos dos nocivos raios ultravioleta (UV) emitidos pelo Sol. Há aproximadamente
40 anos, os cientistas verificaram que, todos os anos, no final do inverno no Hemisfério Sul, parte da camada de ozônio desaparece do continente antártico, criando uma grande falha (ou buraco) com dezenas de milhões de quilômetros quadrados.
Após vários estudos, concluíram que a principal causa da formação dos buracos na camada de ozônio é um gás denominado clorofluorcarbono (CFC), utilizado pela indústria na fabricação de isopor, aerossóis e aparelhos de refrigeração, como geladeiras, freezers e condicionadores de ar.
Sem a camada de ozônio, os raios UV passam pela atmosfera sem ser filtrados, o que pode ser prejudicial à saúde das pessoas e causar, por exemplo, doenças de pele, diminuir nossa imunidade, ou ainda problemas econômicos, como a redução da produtividade das lavouras.

Chuva ácida e inversão térmica

A poluição atmosférica é responsável por dois fenômenos que têm causado grande preocupação às autoridades, principalmente em grandes cidades e em áreas rurais: a chuva ácida e a inversão térmica.
As fábricas e os automóveis usam combustíveis à base de petróleo e de carvão e lançam na atmosfera algumas substâncias químicas que, ao se misturarem com o vapor de água das nuvens, formam as chuvas ácidas. Entre essas substâncias estão o nitrogênio e os dióxidos de enxofre e de carbono, que, ao caírem na forma de chuva sobre a vegetação e em rios e lagos, causam vários danos ao meio ambiente.
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico que geralmente ocorre em grandes cidades cercadas por serras ou montanhas. Ela ocorre quando uma camada de ar frio é aprisionada por uma camada de ar quente, impedindo que a poluição das fábricas e dos automóveis seja levada pelos ventos.

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